Opção iluminativa
Francisco do Monte Alverne
O caminho da iluminação interior é fácil de ser encontrado, estando ao alcance de quem o deseje percorrer.
A opção individual por lograr a realização profunda é de cada consciência cujo livre-arbítrio individual constitui patrimônio de que o Espírito é detentor e por cuja utilização responderá.
Nunca faltam os convites da vida para a renovação, o equilíbrio, a conquista dos valores perduráveis, que se incorporam à conduta, propiciando a estabilidade do ser, embora as lutas renhidas que lhe cumpre travar, igualmente significativo meio de superação dos limites pessoais e das dívidas que lhe pesam na economia moral.
Ninguém vive infenso aos exemplos, aos comportamentos do meio social onde se movimenta, sabendo-se discernir quais aqueles que propelem para o progresso e os outros que retêm nas dependências perniciosas.
A adesão a tal ou qual grupo reflete a posição do atavismo ancestral, numa acomodação ao que agrada aos sentidos mais primitivos, quando de referência ao estacionamento, ou representa a saturação desse estado e a ânsia pela libertação, aspirando a um estágio superior, que se manifesta como uma forma de receptividade e assimilação tropista para mais amplos horizontes.
Muito jovem, Teresa de Lisieux sentiu o apelo de Jesus e mergulhou o pensamento na fonte inexaurível da Sua mercê.
Superando imensos conflitos da sua época, Francisco de Sales entregou-se à solidariedade e ouviu, incessantemente, a dor dos seus paroquianos de Annecy, aos quais consolou e amparou.
Os que se tornaram mártires da fé superaram as hostilidades do meio no qual se encontravam, mais estimulando-se ao prosseguimento das lides abraçadas até o momento da autodoação.
André Folleraux, fugindo à sanha nazista na França ocupada, iniciou uma extraordinária cruzada de amor em benefício dos hansenianos do mundo inteiro, sensibilizando milhares de pessoas.
Eles e outros tantos não hibernaram intoxicados pelos vapores deletérios do ambiente, não obstante, modificaram-no com o exemplo de que se fizeram modelos, inspirando e alterando substancialmente inúmeras vidas que os seguiram empós.
No sentido inverso, não são ignorados os casos que dizem respeito a indivíduos que nasceram e viveram em clima emocional èefamiliar sadio, numa comunidade ordeira, e preferiram aderir ao crime, à ambição desmedida, à violência, superando outros que revelaram tais atitudes vitimados pela convivência com pessoas arbitrárias, revoltadas e agressivas que enxameiam nos recintos da miséria...
Revelando patologias que os classificam nos esquemas da criminalidade e da psiquiatria são, antes de tudo, vítimas do passado espiritual, quando se acumpliciaram com a loucura, assumindo infelizes compromissos de que ainda não se liberaram, graças aos esquemas obsessivos a que se encontram submetidos em intercurso contínuo com os comparsas dantanho ou as vítimas que lhes tombaram sob o guante e ora volvem em pugnas vingativas, deles se utilizando ao talante do ódio... Todavia, salvadas as exceções das psicopatologias profundas e coercitivas, em todo homem luz o apelo do bem, centelha divina que somos todos, portanto, portadores da excelsa transcendência do Pai.
Nesse imenso campo de duelos opcionais, há um número grande de indecisos que aspiram a luz e se comprazem na treva, buscam as estrelas e amam as baixadas, querem a liberdade, mas se permitem aprisionar.
Os seus impulsos de ascensão ainda não se fizeram suficientemente fortes para que rompam com os ergástulos que os retêm, necessitando de emulação para a arrancada inicial que arrebenta as algemas, e apoio, assistência moral, para o prosseguimento na auspiciosa decisão, a fim de que não desfaleçam ante as primeiras inevitáveis dificuldades que devem superar.
Assim considerando, o real conhecimento do Cristo e da Sua doutrina, produz no homem renovado o desejo de favorecer quem ainda não logrou o encontro, oferecendo-lhe a oportunidade de o realizar.
Suas ações e suas palavras chamam a atenção, orientam, apontam os rumos, todavia o caminho da iluminação somente é percorrido por quem o deseja, optando segui-lo e plenificar-se.
- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
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