Ensino permanente
Joanna de Ângelis
Nem a palavra burilada e profunda enunciada sem sentimento, tampouco o verbo lamurioso e comovido no qual falte a sabedoria.
O ensino que se faz conhecido pela forma e conteúdo cuidadoso, a par de uma participação de quem o transmite, é melhor recebido e mais convence.
Não te importe que seja uma multidão a ouvir-te ou uma única pessoa atenta ao teu lado.
Valhe-te da consideração pela pessoa, despreocupado com a quantidade daqueles que devem receber a mensagem.
A obra do amor não é apressada, embora a urgência de que se reveste.
Sê coloquial quando conversando, evitando o discurso inoportuno que deve ser utilizado diante da multidão.
O respeito de que te revistas e o qual tenhas para com aqueles que te escutem, torna-se de relevante importância, porquanto ele dará a medida moral da tua pessoa. Nem por isso, assumas postura artificial, estudada, que facilmente se percebe, minimizando a tua e a autenticidade do que apresentas.
Ensina com amor e serve com paciência.
*
Jesus manteve convivência íntima somente com doze discípulos, conquanto falasse sempre à multidão.
No testemunho, entretanto, esteve a sós.
Convocando Paulo, enviou-o como mensagem viva e o “apóstolo dos gentios” saiu pelo mundo eurasiano apresentando-O com afinco.
Jerusalém, porém, recusou Jesus, e Atenas ridicularizou Paulo...
Não obstante, ao largo do tempo, o amor e as lições de que se fizeram portadores arrebataram as multidões, tomando-se conhecidos em quase todo o mundo.
Porque ainda não são vividos os ensinos que nos legaram, estás convocado a atualizá-los e oferecê-los às criaturas.
Não te descoroçoem a indiferença de uns ou a zombaria de outros.
Eles não podem valorizar o que desconhecem e por isso continuam desatentos, enquanto que o teu conhecimento dá-lhes responsabilidade e compreensão da vida.
Convencido do valor das ideias superiores que te iluminam a consciência, não te afastes do dever para o qual foste chamado.
Consolando alguém, orientando outrem, amando a todos, expondo a indivíduos em grupos ou a multidões, segue adiante.
A semente, no solo, aguarda pelo momento da germinação.
O combustível preservado espera o instante de transformar-se em energia e força.
A água da fonte permanece até ser retirada.
O diamante dorme no carvão bruto, enquanto não chega a lapidação.
Assim também a tua realização desabrochará mais tarde em bênçãos pelo caminho que hoje percorres com sacrifícios e sofrimentos.
Talvez não vejas, da Terra, o resultado desse esforço, mas isso não é importante.
O indispensável é ensinar e servir hoje para ser feliz agora e manhã.
Paris, França, 04.11.1983.
Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro:
Seara do Bem
- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
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