Questão de hábito
Ivon Costa
A irreflexão e a imaturidade emocional respondem pelos gravames que perturbam o homem.
A falta de exame acurado em tomo das ocorrências, sem o hábito de reflexionar, propicia fácil desequilíbrio de comportamento diante de quaisquer vicissitudes, que são ocorrências naturais no processo evolutivo a que todos nos encontramos submetidos.
A ausência do estudo, em relação a fé religiosa e à vida espiritual, produzindo enfoques equivocados sobre a realidade da existência física, enseja, como efeito, um estado de infantilidade emocional, que impede o indivíduo de adquirir resistências para a luta, nem sempre agradável, que todos enfrentamos como forma de crescimento e elevação moral.
Inúmeras religiões resolveram com simplicidade o grave quesito da evolução espiritual do ser, mediante os cerimoniais de última hora e as atitudes do momento final, com que se daria a renovação interior, ao impacto da proximidade da morte ou sob a ação dos estados exaltados da personalidade.
O homem, no entanto, é um mecanismo muito complexo, na sua realidade intrínseca para que operações de emergência produzam transformações radicais, em oposição aos estados demorados de viciação e irresponsabilidade.
A adaptação mental a qualquer circunstância nova e aos hábitos que se corporificarão, recuperadores, exige largo trabalho de reeducação, mediante metodologia, muitas vezes aflitiva, com a qual se eliminam as anfractuosidades do caráter, deixando que se revelem os valores latentes, adormecidos ou ocultos pelas imperfeições dominantes.
Diante da morte, não são poucos aqueles que se apresentam desarmados, revelando estupor e revolta, quando chamados ao retorno, ou desesperados, consumindo-se pela rebeldia, quando de referência aos afetos que partem, caindo em lamentáveis alienações que não cuidam de evitar.
O fenômeno da morte é resultado do cometimento da vida biológica.
Imperioso considerar que o corpo é veste frágil de que o espirito se utiliza periodicamente para adquirir experiências e conhecimentos, conforme o padrão evolutivo da Terra...
Graças ao tresvario da ética e da moral hodiernas, o homem mais se aferra às paixões físicas, deixando-se consumir pelo desgaste de forças, arrojando-se ao aniquilamento da paz, face à corrida desabalada ao prazer que o combure...
Como efeito da alucinação que domina ao lado das ansiedades vigorosas, multiplicam-se os retornos antecipados ao mundo espiritual, através de acidentes evitáveis, de agressões injustas, da violência cruel ou das pressões em geral, que produzem neuroses e psicoses múltiplas, de resultados desastrosos nos seus altos índices de suicídio e loucura sombria...
Mais do que nunca se faz urgente a difusão dos postulados espíritas, que chamam o homem à responsabilidade, à valorização da vida em toda sua plenitude, ao exame da relatividade do tempo de duração do corpo, à consequência moral dos atos, ao aproveitamento das horas, patrimônios todos que são de Deus, e de cuja utilização dará contas.
Insistir na ação condigna da Doutrina Espírita, ensinando e vivendo comedidamente os conceitos racionais da fé libertadora, é tarefa impostergável, em clima de urgência, que todos nos devemos impor.
A morte é companheira da vida, expressando-se em silêncio, enquanto vige o fenômeno biológico, até a ocorrência final, que projeta o ser noutra dimensão, no mesmo painel de vida, prosseguindo de acordo com a conduta mantida, chegado o momento da da transferência de estado vibratório.
- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
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