O misterioso poder da fraternidade
Richard Simonetti
João dirigia em silêncio.
O automóvel deslizava rápido, na manhã fria, encurtando a distância que o separava da cidade vizinha.
Ao lado Carla, sua esposa, meditava sobre uma contraditória situação, envolvendo a vida e a morte.
Ela e o marido iam em missão fúnebre. Dariam assistência a Lavínia, sua irmã, cujo marido falecera num acidente de trânsito, na noite anterior. Ao mesmo tempo atendia à subsistência de uma criança, levando-lhe algumas latas de leite.
Pouco depois de receber a notícia da tragédia, uma vizinha lhe falara de apelo ouvido no rádio: um menino necessitava, urgentemente, de algumas latas de leite, de tipo especial, em falta no mercado.
Carla tinha o desejado produto. Informara-se do número de telefone indicado. Era na mesma localidade onde residia Lavínia. Feita a ligação, uma senhora atendera:
- Meu nome é Lúcia. O leite é para meu neto. Fico imensamente grata pela sua atenção. Irei até aí buscar as latas. Peço-lhe verificar o preço.
- Teremos prazer em colaborar e nem pense em pagamento. Nosso filho não está mais usando esse leite. E não há necessidade da senhora vir até aqui. Estamos de saída para sua cidade.
Carla despedira-se, após fornecer o endereço da irmã.
Como ocorre com as almas nobres, embora a tristeza pelo drama familiar, ainda encontrava disposição para auxiliar alguém em dificuldade.
Despertando de suas divagações, Carla notou que estavam chegando. Pouco depois abraçava a irmã.
- Que desgraça, Carla. Jamais poderia imaginar que perderia meu marido tão tragicamente.
- Calma, minha querida. Confiemos em Deus... Um problema reclamava providências urgentes. O acidente fora em localidade distante. O corpo do falecido deveria ser transportado por avião. As despesas eram grandes, acima das possibilidades da viúva.
Os familiares presentes foram convocados a contribuir, mas não havia ninguém bem situado financeiramente. O valor arrecadado não chegava à metade do necessário.
Lavínia desesperava-se:
- Oh! Meu Deus! Que faremos?! A irmã procurava tranquilizá-la:
- Não se preocupe. Havemos de encontrar uma solução.
Em meio à desolação, Carla foi informada de que a procuravam à porta.
Era Lúcia, que viera buscar o leite.
- Quero agradecer uma vez mais a gentileza. Essas latas de leite são muito importantes para meu neto.
- Foi um prazer ajudar.
- Verificou o preço?
- Não há necessidade. O leite não tinha mais nenhuma utilidade para nós. Não há o que pagar.
- Por favor, faço questão. Não quero abusar de sua bondade.
- Repito que não é nada. Dou-me por compensada pelo simples fato de ter sido útil.
Vendo que não conseguiria demovê-la, Lúcia mudou de assunto:
- Fui informada, ao chegar, do falecimento de um familiar seu. Sinto muito...
- É meu cunhado. Morreu ontem à noite, em acidente. Foi longe daqui.
- E o corpo?
- Virá de avião.
- Está tudo acertado?
- Sim...
- Noto que a família é modesta. Há dinheiro para pagar o traslado?
- Estamos providenciando.
- Gostaria de contribuir.
- Agradecemos sua atenção, mas não será necessário.
Lúcia insistiu. Todavia, notando que Carla escusava-se, procurou seu marido e perguntou-lhe. Ele informou:
- Arrecadamos metade do valor cobrado pela empresa aérea.
- Pois bem, veja quanto falta.
João emocionou-se com a oferta, mas não lhe parecia justo envolvê-la nos problemas da família.
-Agradeço de coração sua boa-vontade, mas, por favor, não se preocupe...
Lúcia sorriu.
- Faço questão. Afinal, somos “irmãos de leite”... Ato contínuo, preencheu um cheque com o valor que, à custa de sua insistência, João lhe fornecera.
E enquanto Lúcia despedia-se, Carla, comovida, avaliava intimamente o misterioso poder da fraternidade, mesmo quando se trata da simples doação de algumas latas de leite.
Fala-se muito dos rigores da Lei de Causa e Efeito, evidenciando que os males que praticarmos fatalmente desabarão sobre nós, na forma de doenças e dores, problemas e dificuldades.
Mais importante seria destacarmos os valores do Bem que, consoante os mesmos princípios de causa e efeito, resultarão, invariavelmente, em chuva de bênçãos para aqueles que os cultivam.
Richard Simonetti do livro:
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