domingo, 16 de fevereiro de 2025

Espiritismo e Mocidade

Espiritismo e Mocidade

Vianna de Carvalho



Saindo vitorioso dos gabinetes de investigação científica onde se demorava, o fenômeno mediúnico sugere muitas e novas indagações.

Que decorre da certeza incontestável da imortalidade da alma?

Quais as vantagens do seu conhecimento? Como prosseguir na jornada física ante a revelação comprovada?

Do fenômeno mediúnico legítimo, mas transitório, passamos para o fenômeno espírita, moral e imperecível.

O fato mediúnico é notícia. O fato espírita é afirmação.

Embora nascido nos braços da Mediunidade, o Espiritismo prescinde dela, como o Espírito dispensa o corpo físico para sobreviver.

Através da revelação medi única, o homem recebeu novo roteiro para o Espírito e salutares diretrizes para a vida.

O conhecimento da imortalidade implica, inevitavelmente, a ideia de responsabilidade para o cristão. Cientificado de que a vida prossegue, surge pela frente um mundo novo, até então desconhecido. A matéria passa a ser compreendida como veículo temporário, a conduta moral se faz caminho e a liberdade plena se transforma em objetivo ideal.

O homem esclarecido deixa de ser um autômato nas mãos das forças inconscientes. Desperto pela fé, porém, contempla a vastidão do mundo espiritual e examina os próprios recursos ante o empreendimento que o convida. Dele próprio dependem os sucessos e os fracassos nos dias do porvir. Faz-se, então, semeador consciente para receber, na compulsória da colheita, os frutos das realizações.

Rareiam no seu destino os cordéis que o enovelavam ao crime.

Aclara-se o céu tisnado de ontem para que se distenda no infinito azul o arco-íris da esperança.

Não mais se identifica como vítima indefesa. Reconhece-se como algoz impenitente em processo de renovação interior e reparação inadiável.

Saúda a madrugada do saber com a bênção do produzir.

Emurchece a flor de estufa do narcisismo que cultivava para dar lugar às faces reais da alma encarnada.

Compreende que é indispensável seguir além, realizando proveitosas atividades em benefício da comunidade a que pertence, e não mais se detém. O Evangelho de Jesus, desvelado pelo Espiritismo, toma-lhe a mente, à feição de força dinâmica, e "lhe desenvolve o sentimento religioso", vindo "confirmar, explicar e desenvolver, pelas novas leis da Natureza, que revela, tudo quanto o Cristo disse e fez" - consoante enunciou Allan Kardec - e que antes lhe atormentava a mente sem atender às exigências do sentimento, deixando, por isso, de lhe dar valor.

Antes, as religiões acorrentavam a fé, fazendo-se doutrinas estáticas em queda de produtividade. O Espiritismo, porém, libertou a fé, tornando-a atividade realizadora.

Antes, a pretexto de servir a Deus, o homem fugia do mundo e se declarava impotente, amando a solidão e desrespeitando o tempo. Fazia-se eremita e intentava a ascensão longe das diretrizes da fraternidade ensinada por Jesus, ou se refugiava nos mosteiros, atrás de paredes invioláveis, mergulhando no culto externo e desenvolvendo a prece, com a inteligência em brasa, esquecido de que melhor se serve ao Criador ajudando as criaturas.

Agora, é possível viver no mundo sem lhe pertencer, conhecendo as leis da vida, porque - é concludente - ninguém será téliz longe dos amores perdidos na retaguarda. E como o sistema de vida preconizado pelo Espiritismo não difere daquele dos dias heroicos do Cristianismo, ou seja, austeridade moral, integridade de caráter, respeito ao dever, abnegação no trabalho e fidelidade à fé, o cristão novo dispõe dos elementos essenciais para uma vida normal e sadia, dentro da atualidade.

Dinamizado pelo conhecimento da verdade produz, e cientificado das próprias responsabilidades, volta-se para a juventude ainda não comprometida, convidando-a para os nobres rumos.

Nada proíbe ao moço, nada oculta. Oferece-lhe os elementos de resistência ao erro e explica-lhe racionalmente o que a ignorância se compraz em ocultar.

Aparelhada para a luta, a mocidade levanta-se para a edificação do mundo novo.

O jovem, porém, no Espiritismo, não é um acontecimento novo. É uma realidade desde os dias do Codificador, que tanto honrou a juventude do seu tempo, oferecendo-se a ela.

Recordemos que a revelação profética da missão de Allan Kardec veio através da mediunidade da senhorita Rute Celina Japhet, nos dias da sua adolescência.

As meninas Carolina e Júlia Baudin, com doze e catorze anos de idade, respectivamente, entretinham contato com o Além-Túmulo, cooperando valiosamente na recepção dos ditados que se transformaram em base de expressiva parte da Codificação.

Alina Carlotti tanto quanto Ermance Dufeaux eram muito jovens quando se fizeram instrumento dos Espíritos, na aurora do movimento de recristianização da Humanidade.

Em Hydesville, alguns anos antes -1849 Catarina e Margarida, as célebres irmãs Fox, com doze e quinze anos de idade, foram os veículos escolhidos pelo Espírito Rosma para inaugurar o período das comunicações medi únicas através dos "raps."

Florence Cook contava quinze anos quando começou a colaborar mediunicamente com o sábio William Crookes, nas memoráveis materializações do Espírito Katie King.

Vianna de Carvalho por Divaldo Franco do livro:
À Luz do Espiritismo

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