Na Seara Espírita
Lins de Vasconcelos
Mesmo na abençoada Seara Espírita você os defrontará.
Trânsfugas de muitos deveres aportam ao Espiritismo para se redimirem. Todavia, em breve, ei-los que surgem prepotentes e dominadores.
A Doutrina que os acolheu transforma-se em campo de lutas onde se guardam, escudando-se nos seus ensinos e os arremessando como lanças e dardos venenosos contra os outros.
Fazem-se defensores do Ideal e apropriam-se indebitamente da conceituação de espírita para zurzirem, combaterem, discutirem imponderadamente, dificultando a produtividade dos companheiros.
Suas mãos escrevem diretrizes seguras e, no entanto, eles caminham perturbados. Falam e expõem conceitos abalizados, para logo depois tropeçarem em erros, cometendo crimes de complexa terminologia.
- Estão atentos em toda parte, repontam em todo lugar.
Acreditam-se defensores da pureza doutrinária da Terceira Revelação e, ociosos, demoram-se à espreita com os celeiros da ação vazios de feitos.
Apegam-se, intolerantes, ao corpo de Jesus Cristo sob este ou aquele aspecto e olvidam a moral vivida e ensinada por Ele, no corpo da Sua Doutrina.
“O Espiritismo é Ciência” — dizem, e conduzem-se levianamente.
“O Espiritismo é Filosofia” — afirmam, e procuram viver bem.
“O Espiritismo não é Religião, Kardec o asseverou” — pontificam, eximindo-se a uma conduta condicente com os ensinos do Cristo tão bem examinados e preconizados pelo Codificador.
“Kardec disse” ou “Kardec não escreveu”, é tema habitual e arma de afiado gume, mas pouco lhes importa o que Kardec fez em nome do amor, da moral e da caridade, seguindo a Jesus, o Mestre por excelência.
O Evangelho para esses exegetas e pesquisadores é todo contradições, resguardando-se no dever de “separarem o joio do trigo”. A breve turno, transferem o Senhor para a galeria mítica de Israel, empolgados, embora, com o Paracleto que lhe reflete e projeta a Pessoa Inconfundível.
“Se isto não está explícito em Kardec deve ser posto à margem”— opinam imperturbáveis, conquanto o Codificador declarasse em a Gênese que “se uma verdade nova se revelar, ele (o Espiritismo) a aceitará”, embora, prossegue o sublime Instrumento das Vozes: “a Doutrina (espírita) é, sem dúvida, imperecível, porque repousa nas leis da Natureza, e porque, melhor do que qualquer outra corresponde às legítimas aspirações dos homens”.
Combatem a ignorância intelectual e demoram-se escravos das derrocadas morais; condenam quaisquer tentativas de divulgação doutrinária que lhes não siga o talante; guardam azedume de referência a tudo e a todos.
Dizem-se progressistas, apoiando-se no cientificismo hodierno, mas a Doutrina Espirita deles nada recebe porque lhes faltam às bases morais do caráter íntegro que valem mais do que os discursos brilhantes e os excelentes compêndios.
Onde a virtude falece, as esperanças sucumbem e as possibilidades de êxito desaparecem.
Em razão disso, Jesus compôs o seu Colégio com onze galileus humildes, chamando Judas, um judeu ambicioso que, tresloucado, o levou à infâmia da crucificação.
***
“Espíritas! Amai-vos; este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo” — asseverou o Espírito de Verdade.
Ame e estude.
Ensine e ajude.
Escreva e socorra.
Pesquise e desculpe.
Não aponte erros, apresente soluções.
Não difunda enganos, sugira correções.
Não propague incêndios para destruir. Derrube somente quando puder reedificar.
Lembre-se de que o mundo tem passado sem você e continuará, depois de você passar.
É verdade que o amor sem a claridade da razão se converte em paixão, gerando fanatismo e dor. Todavia, a cultura sem amor se transforma em hediondez e criminalidade, dando origem a todos os males que se conhecem.
A inteligência que não ama se perverte.
Só a razão conduzida pelo amor se faz mestra e mãe do espírito humano, conduzindo-o livre e feliz à plenitude da vida.
Quanto lhe seja possível opere no bem.
A morte não tarda.
Depois que se abre a cortina da vida de além-túmulo, muita coisa se aclara na mente obnubilada ao grande impacto da desencarnação, oferecendo-nos a paisagem danificada pelo tempo que foi aplicado na inutilidade e no desperdício.
Aja, pois, sem reagir.
Erradique a mentira sem tornar a verdade odiada.
Lembre-se da afirmativa do Mestre, aliás, muito oportuna: “A cada um será dado segundo as suas obras”.
E propague a Doutrina Espírita — esse vigoroso sol da vida — com entusiasmo e amor, conduzindo as almas ao país da ventura inefável e da felicidade perene, porque “a Humanidade não é a espécie humana e não compreende a universalidade dos homens: a Humanidade é a memória dos mortos inspirando e guiando os vivos; é a soma de todos os altos pensamentos, de todos os nobres sentimentos, de todos os grandes esforços, referidos a um só e mesmo Ente, cuja alma é formada por esse conjunto, e cujo vasto corpo é constituído pelos vivos”, — Ente que transcende a tudo e a todos — consoante afirma José Longchampt, no seu “Ensaio sobre a Oração”, embora sua condição de positivista.
A Doutrina Espírita é luz; divulgue-a e você defrontará a felicidade na conjugação formosa do verbo consolar.
Lins de Vasconcelos por Divaldo Franco do livro:
Crestomatia da Imortalidade
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- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
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- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610 /98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.
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