sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Servir sem especular

Servir sem especular

Lancellin



O servidor que especula, perde a graça de ser útil aos que sofrem. Aquele que dá e tem prazer em ser agencioso, diminuindo a quem recebe, atrofia a própria caridade no coração.

A sindicância pode ser um ponto de partida para o comércio. Ante a caridade, porém, ela perde o sentido, por ser difícil uma seleção feita com critério, senão com justiça, nas linhas que o amor determina para a nossa vida.

Temos a infeliz pretensão de confeccionar ficha das misérias e não dos valores humanos. E se isso nos agrada, estamos envolvidos nas mesmas calamidades. Quando amamos determinadas criaturas, não especulamos sobre suas reais necessidades. Investigamos, sim, as vidas daqueles que chegam até nós, pelo ímã de pretéritos compromissos, a ponto de os deixarmos em pior condição da que estavam, e, por vezes, sem o necessário para viver, e ainda com a moral abalada pelas nossas exigências.

Tu, que repassas alguma coisa aos outros e que, pela sindicância, podes deixar de ofertar, pensa bem: e se essa pessoa fosse teu filho, pai, mãe, irmão ou parente?

Será que o teu procedimento seria o mesmo diante de todos, sem distinção, no caso de ligações pelo sangue? Exigimos muito quando isso nos convém e cedemos com o mesmo exagero às pessoas do nosso convívio.

Lembremo-nos do filho pródigo. Foi dado a ele tudo, quando voltou, sem se especular sobre o que ele fizera, sem se lembrar das suas extravagâncias. Mas o irmão que ficou, que já recebia o calor da família, mesmo assim demonstrou o seu ciúme, revoltando-se contra os pais, por uma simples dádiva a mais que o outro recebera.

Suprimamos a averiguação das vidas alheias, sejam quais forem as circunstâncias.

Isso a nada nos leva. Se Deus fosse fazer a nossa ficha para avaliar o que temos a receber de suprimento divino, será que teríamos direito a tudo o que nos está sendo concedido pela bondade superior?

Se estivesses fazendo uma investigação da tua própria vida, sem saberes que eras investigado, será que a tua consciência liberaria alguma dádiva a teu favor, pelo teu procedimento, pelo que és e pelo que ainda não podes ser? Quando és assaltado por ladrões, desejas que eles sejam corrigidos nas prisões, nos calabouços. Muitos pedem pena de morte para os assassinos, mas, em se tratando de um filho, um pai, marido ou mulher, imediatamente mudam de ideia, gritam pela justiça a que todos têm direito e põem os homens da lei a trabalhar pela liberdade do infrator. Na verdade, todos os que são condenados à morte por leis cuja severidade destoa da amorosa energia das leis divinas, os perseguidos pela polícia, e os esquecidos nos depósitos de presos, são, como nós, seres humanos que têm pais, filhos, irmãos, marido ou mulher, que foram feitos iguais a nós, em que pesem os crimes que tenham cometido, sempre por ignorância.

Nisto, não queremos pensar. Somente cuidamos do caso, quando ele arde em nossa pele. Jesus tratou disso com todo o cuidado, dizendo que se amamos os que nos amam, nada de especial fazemos. Mas faremos muito de especial se amarmos os que nos odeiam, se orarmos em favor dos que nos perseguem e caluniam. Façamos isso ou, pelo menos, comecemos a fazer. Aí, sim, estaremos operando em nós uma transformação, uma cirurgia moral para, depois, amarmos, sem especular, a quem devemos amar.

Lancellin por João Nunes Maia do livro:
Cirurgia Moral


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