Uma tarde de domingo com Jorge Andréa
O IDEAL
Pelo estudo sistemático que a doutrina espírita proporciona, aprendemos que o indivíduo cresce na partilha; e de acordo com esse pensamento, passaremos a relatar a oportunidade impar, que nos foi ofertada pela espiritualidade, de podermos conhecer e passar uma tarde de domingo tão maravilhosa, em companhia desse irmão de doutrina e hoje, amigo do coração, Dr. Jorge Andréa, escritor de grandes obras literárias estudadas por diversificado público.
Tentarei colocar aqui nossa experiência com todas as nuances necessárias para aproximar o leitor à realidade que nos acometeu.
No primeiro instante em que fomos convidadas sentimos presente em nós aquela primeira reação tão própria do espírito encarnado – “ O medo do desconhecido”.
O frio na barriga, a incerteza de ter condição para representar tão ilustre nome que guarda inserido em si o endossamento de que mediunidade está longe de ser patologia.
Sentíamos então a responsabilidade de apresentar tão importante tarefa diante dos irmãos, trabalhadores dessa casa, num estudo digno e condizente com a verdade que envolve os personagens enredados nessa trama, uma vez que todos estão encarnados.
Diante dos fatos, eu e Myrian fomos nos envolvendo e desenvolvendo em nós a vontade de buscar beber água limpa e cristalina direto na fonte.
Tínhamos diante de nós a possibilidade de conversar diretamente com o autor, já que o mesmo permanece encarnado e conta hoje 93 anos de idade, trabalha com psiquiatria e também com a doutrina espírita.
Sinto-me honrada em poder, diante de vocês, informar que percebi que Dr. J. Andréa deixa transparecer a força e a lucidez que um espírito missionário da difusão da doutrina espírita apresenta.
A medida que os dias iam passando crescia em nós a vontade de realizar esse encontro.
Pelo encaminhamento dos fatos percebemos que toda a programação dos acontecimentos se deu no plano espiritual.
Buscávamos de todas as maneiras, informações que pudessem nos levar à presença de Dr. J. Andréa.
Na internet com grande dificuldade encontramos biografia que não respondia aos nossos apelos. Foi então que Myrian teve a grande ideia de ligar para a editora do livro e pedir um número telefônico que pudesse nos aproximar ao escritor. Daí em diante tudo transcorreu com tanta naturalidade que “só sendo espírita para entender”.
Fizemos contato com o mesmo e ao finalizar a ligação ficamos emocionadas com sua disponibilidade, colocando à nossa disposição, sua casa. Disse que se sentia muito feliz ao saber que no dia 30 de outubro haveria um grupo espírita debatendo sua obra “Os insondáveis Caminhos da Vida”. Chegou até mesmo dizer sobre sua vontade de estar conosco nesse dia o que infelizmente se fazia impossível por motivos familiares.
Imediatamente busquei entre os meus amigos, alguém que trouxesse segurança a meu coração. Alguém que conhecesse bem a cidade do RJ e dominasse a arte da direção automobilística, pois guardo dentro de mim um medo muito grande de estar na “Cidade maravilhosa”. Convidei então um grande amigo, que prontamente se colocou à disposição para a viagem.
Marcou-se então o encontro para domingo dia 18 de outubro.
A viagem transcorreu com tranquilidade e segurança. Tudo conspirava a nosso favor. A chuva torrencial do sábado à noite só fez limpar o tempo para a excursão.
Tudo era riso e felicidade, mas o frio na barriga permanecia. Estávamos a poucos minutos de tão expressivo nome que até então só tivéramos acesso por suas obras e telefone.
Ainda não acreditava que tudo era verdade e se não fosse tão piegas, pediria que me beliscassem.
Fomos recepcionados pelo rosto que se iluminava por um sorriso tão amistoso do senhor J. Andréa.
Como num passe de mágica, a barriga eu já não sentia. Alias, já não sentia era nada. Parecia que já o conhecia de longa data.
Aquilo para mim era tão fantástico que queria despejar sobre ele todos os meus pensamentos que insistiam em se desarrumar. Minha cabeça não parava de pensar e eu queria perguntar tanta coisa... parecia que não daria tempo para todo o questionamento.
Seguiu-se então as apresentações. Quando percebi que entraríamos em um pequeno intervalo, imediatamente coloquei
- Dr. J. Andréa, estar aqui hoje é para nós uma alegria muito grande, pois ao ler “Os Insondáveis Caminhos da Vida” nos familiarizamos com todos os envolvidos nessa trama e parece-nos que Nestor e J. Andréa são a mesma pessoa. O que o senhor tem a nos dizer sobre esse pensamento?
A alegria inundou nossa alma, pois ali, diante de nossos olhos o fato se confirmara. Ele afirmou com todas as letras nossas suspeitas e hoje posso dar a resposta afirmativa da pergunta que todos fazemos ao ler o livro que verdadeiramente são fatos da vida do autor.
A partir daí formou-se uma empatia tão grande entre todos que a conversa fluiu informalmente.
Aos poucos minha inquietação deu lugar a satisfação de estar ali diante de uma pessoa com grande potencialidade pacificadora.
Nossa tarde fluiu tranquila e harmonicamente. Começou na saleta do saguão, passou por um passeio pelas áreas de lazer do hotel geriontológico da aeronáutica do Rio de Janeiro na ilha do governador. Entre troca de informações do livro e os fatos familiares e pessoais, até o quarto de D. Gilda, a esposa de Dr. J. Andréa. Da janela podemos divisar no horizonte a imagem do Cristo Redentor que parece-nos estar ali propositalmente para abençoar essa linda história de amor.
O casal nos recebeu para um delicioso café e a frase que para mim marcou definitivamente esse dia, deu-se quando elogiamos seus filhos retratados em um quadro e nas informações passadas pelo pai, aquela mulher, após todos esses anos, ainda diz em relação ao parceiro: “Os filhos são maravilhosos por que o pai é sublime. Esse homem é sublime!!!!!” Timidamente ele sorriu.
Assim, mesmo tendo muito mais a dizer, calo-me diante dos fatos.
Raquel Ribeiro
25 de outubro de 2009.
Entrevista com o dr. Jorge Andréa dos Santos
1. Enquanto lemos “Os insondáveis caminhos da vida”, nos envolvemos com os personagens e enredo, levando-nos a pensar que a família do Nestor seja muito próxima à do Dr. Jorge Andréa. Às vezes, parece-nos que narrador e escritor são a mesma pessoa. Essa observação procede?
R. Sim, não tem dúvida; é isso mesmo. O fato é autêntico e foi escrito por necessidade íntima de apresentar um acontecimento profundamente humano. Todos os personagens são verídicos e encontram-se encarnados.
2. O que motivou o Senhor a escrever um romance, já que sua literatura sempre foi de natureza científica?
R. Estive conversando com o Hermínio Miranda e contei a ele a minha história. Sempre li e admirei seus livros, são fantásticos. Ele tem uma maneira específica de associar as ideias. É o maior escritor vivo da Doutrina Espírita.Orientou-me então a escrever um romance; se escrevesse com a condição técnica, seria fastidioso, por isso romanceei.Conversei também com o Divaldo Franco que me informou que a Joanna de Ângelis iria me dar uns palpites e tive realmente uns palpites muito bons; e as coisas se desenvolveram nessa posição. Coloquei até uns versinhos...
3. Fale para nós como anda o “general” e como as coisas evoluíram com ele.
R. Está muito bem, completamente inteirado da história, sabe de tudo. Está com 38 anos, é advogado, casado e pai amoroso de quatro filhos.Ele tem uma condição perceptiva das coisas, um verdadeiro estrategista. Percebo nele os arquétipos herdados do passado: firmeza, determinação, com um forte poder de decisão.
4. Em nossas reuniões mediúnicas não conseguimos resultados tão notáveis como os que o senhor relata em seus livros e palestras. Por quê?
R. Os resultados não são muito precisos justamente para ficarmos dentro do aprendizado destas coisas. As cortinas não se abrem para todos, porque tudo é motivo de aprendizado.Temos inúmeros casos em que as coisas não se resolveram, não se abriram. Tínhamos um médium que era fantástico, que tinha uma enorme percepção; muita coisa veio através dele.Este caso foi muito contundente, foi encomendado para que se desse desta forma, que estava na hora de se mostrar, que era possível, para se difundir ideias; é o que acontece em determinados casos, pois existem muitas coisas que não podem ser mostradas, faz parte.
5. Que críticas o Senhor faz ao trabalho mediúnico realizado nos Centros Espíritas?
R. Críticas não. Tem indivíduos que tem poucas condições, o que é natural; tem vontade de fazer as coisas e não conseguem, possuem limites.Como não granjeiam a posição que queriam, ficam inquietos, porque querem resolver e não conseguem. Mas muita coisa é para não ser resolvida. Tem muita coisa na Doutrina Espírita que não se resolve; só parcialmente.Os Espíritos às vezes precisam de várias sessões para se ajustarem, se adaptarem, colherem vibrações, porque não é só a conduta do médium ou do doutrinador; só do Espírito estar incorporado, já está sendo doutrinado na sessão.Aí está uma reunião que deve ser equilibrada, ajustada, adaptada; de seis em seis meses deve ser reestruturada.O Divaldo Franco fazia reestruturação em sua reunião de três em três meses.Deve ser verificado se o indivíduo deseja continuar, se está em condições; porque tem pessoas que destoam dentro do grupo. Temos que ter muito cuidado com isso; é preciso ter tolerância, porque estamos num período de acertos, de buscas, de dificuldades reencarnatórias.Pode ser oferecido trabalho em outro setor da casa ou não participarem diretamente das reuniões; é necessário esperar, ter calma.O mundo espiritual auxilia sempre. Todo caminho é para onde deve ser.
6. Observamos que as sessões com o “general” levavam em média 45’ com incorporação. Este tempo não traz ao médium psicofônico um desgaste muito grande?
R. Não. O médium e o grupo tinham uma proteção muito grande. A doutrinação só pode ser efetuada devido à sucessão de incorporações. À medida que o Espírito incorporava, ele afinava.Quando ele veio pela primeira vez, veio destoante; o tempo foi necessário de propósito para que deixasse aquela fase de processo intelectivo, de palavras imediatas, de perguntas e respostas para uma fase mais afinada, mais amorosa.
7. Foi feita pelo casal uma escolha, para proteção da constituição física de Marta, optando pela laqueadura. Houve uma intervenção e modificação na vida destas pessoas com a gestação do Leonardo. O que levou a espiritualidade a intervir tão ostensivamente no livre arbítrio do casal?
R. Tinha que ser desta forma. O casal precisava receber este filho; quiseram receber.Houve a permissão do casal espiritualmente quando, em desdobramento foram levados ao plano espiritual.Não foi problema cármico, não houve dívida alguma, foi uma opção. Teve uma correlação dele com o Nestor no século XVI. Com esta condição ele veio.E depois soubemos o efeito disto, com a chegada dele.A Marta iria desencarnar com 60 anos com um câncer genital; ficou tudo neutralizado, uma coisa tapando a outra.Por que isso? Por que ela precisava estar aqui para educar todos os seus filhos.
O IDEAL - JORNAL DO INSTITUTO DE DIFUSÃO ESPÍRITA DE JUIZ DE FORA • ANO 12 • Nº 167 • NOVEMBRO 2009
Declaração de Origem
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- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
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