terça-feira, 30 de abril de 2024

Como tirar proveito dos erros

Como tirar proveito dos erros

Jácome Góes



Em todos os tempos, em todas as línguas e culturas, sempre se repetiu a mesma assertiva: Errar é humano. É natural que erremos; é presumível que erremos; aliás, para expressar a pura verdade, é até inevitável que erremos, tendo em vista a nossa limitação espiritual. A terra é uma simples escola primária, que nos inicia para podermos frequentar, um dia, cursos superiores e na grande universidade cósmica.

A partir dessa conclusão, que me parece convergente, na medida em que se torna incontestável, eu o convido a analisarmos, juntos, alguns detalhes importantes, a saber: nós possuímos, no âmago do ser, o "tribunal" vivo e dinâmico da consciência, que, apesar das nossas fugas e justificativas, sempre está pronto para aplicar as sentenças que condenam nos erros e absolvem nas tentativas de acertos; mas eu lhe pergunto: estamos interessados em ouvir essas vozes íntimas, que apelam para a lucidez e convocam para o discernimento? Não sei... Tomando a mim próprio como referência, eu confesso que muitas vezes prefiro não ouvi-las, para não sentir o peso da culpa e não me deixar marcar pelo estigma do remorso.

Se quisermos fazer uma reflexão panorâmica sobre a resposta humana diante da autoidentificação do erro, chegaremos, em tese, ao confronto de algumas atitudes bem específicas. Vou citar apenas cinco, entre outras:

PRIMEIRA: Não assumimos a responsabilidade dos nossos erros, e de maneira condicionada pelo hábito, o "driblamos" com justificativas mentirosas, quase neuróticas... Nesse caso, infelizmente não nos serviu de alerta ou de lição. Não foi suficiente para estabelecer limites e medir consequências. O resultado é preocupante, sabe por quê? O costume enraíza-se gerando "lei" comportamental que pode alterar o perfil do caráter, de maneira, muitas vezes, irreversível...

SEGUNDA: Instala-se, gradativamente, mutilando a indiferença, este "vírus'" infeccioso que alcança nossa alma, multilando-a em sua potencialidade de luz, de fé e de esperança... Expande-se assim, a inversão de valores, na pior de todas as crises, que é a moralidade... É comum ouvirmos expressões como estas: "Todo mundo faz, também vou fazer...", "não tô nem aí"... É dessa forma, buscando vantagens ilícitas e abrindo concessões sem imites, que chegamos a uma total omissão, a ponto de perdermos o referencial da dignidade...

TERCEIRA: Cristalizamos a culpa inócua e improdutiva, até gerarmos a depressão que desvitaliza as resistências do corpo e compromete a energia do espírito. Este é um caminho perigoso, que pode levar ao processo autopunitivo consciencial, mas simplesmente ficar por aí, nesse estágio de abstração, sem que acionemos a ação redentória...

QUARTA: Desistimos do estímulo do aprendizado, rotulando-nos de incapazes para promovermos a reestruturação na maneira de pensar, de ser e de agir... Só que na minha opinião, rotular-se de irrecuperável é uma forma simplista de testemunhar a fraqueza íntima, abdicando o direito e o dever de humanização... Não resolve e apenas solidifica a irreverência pela vida...

QUINTA: Reforçamo-nos no aprendizado, a partir da própria experiência!!! Avaliamos causas e efeitos dos nossos erros!! Fazemos do erro e do vício, um percurso para o acerto e um conduto para a virtude!!! Saímos da "irracionalidade" do regredir, para a ascensão evolutiva do progredir!!

Como você pode constatar, existe, sim, esta forma inteligente, racional e coerente para enfrentarmos a realidade íntima: o que conta não é o erro em si, mas a forma como reagimos a ele. O que importa é a lição, despertando a maturidade psicológica para não estacionarmos na mediocridade espiritual!! Por negligência em querer aprender, muitos de nós temos chegado ao limite último da miséria, como vítimas da própria insensatez...

Importante para o progresso é sermos expectadores e críticos de nós mesmos, avaliando as nossas expressões, não com excessivo rigor, mas com rigorosa justiça. Quem está decidido em mudar para melhor, descobre que o seu grande patrimônio revela a sua própria experiência.

Todos nós erramos: desde os mais sábios até os mais ignorantes; dos mais santos aos mais pecadores. Apenas os sábios e os santos agiram diferente diante das circunstâncias dos seus erros e dos seus vícios. Eu e você não somos santos, mas bem que poderíamos ser sábios o suficiente para aprendermos com referência dos nossos próprios enganos, e com os eloquentes exemplos que o mundo oferece.

Para concluir, eu diria: O PIOR CRIME NÃO É COMETER O ERRO; É NÃO SAIR DELE, POIS DESTA FORMA INFRINGIMOS AS LEIS DIVINAS QUE INSTITUEM A EVOLUÇÃO ESPIRITUAL. Assim agindo, apenas passamos pela vida como "espectos de homens", que não mereceram o privilégio de regenerar-se, e por isso não souberam enobrecer a alma, nem tampouco, iluminar a consciência...


Jácome Góes do livro:
Caminho da Redenção



Jácome Góes
Sergipano, ex-morador de São Paulo, morou em Aracajú - SE.
Foi advogado aposentado do Ministério do Trabalho.
Orador e escritor espírita, teve colunas em jornais e programas de rádio.

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