Pátria do Evangelho
Emmanuel
Como as individualidades, também as pátrias surgem no vasto cenário das civilizações, com funções definidas, no concerto dos povos e assim como o homem isolado possui uma zona de liberdade de ação, na teia de circunstância da vida coletiva, também às nações é conferido, do Alto, o direito de agir, no caminho das decisões de natureza coletiva, no âmbito de serviços que lhes compete desempenhar na grandiosa oficina da evolução humana.
A história é a bíblia sagrada dessas noções de direitos e deveres isolados dos povos, objetivando-se a construção do progresso universal.
Enquanto os israelitas organizavam as luzes religiosas para o futuro do mundo, os fenícios erguiam as bases econômicas dos fenômenos da troca para a subsistência da vida material. Enquanto os gregos pescavam as pérolas da filosofia, no oceano imenso de suas atividades espirituais, os romanos preparavam os princípios de direito para a vida prática.
Cada pátria é uma colmeia de trabalhadores fabricando o mel de sabedoria da existência, nos esforços purificadores e dolorosos, a caminho da absoluta união de toda a família universal.
Com o advento do Cristo, há dois mil anos, felicitavam-se os horizontes do planeta, com um roteiro novo e definitivo. O Evangelho, com a simplificação de todas as estradas das criaturas humanas, na humildade e no amor, buscou identificar os labores de todos os povos entre si, mas a civilização ocidental não soube guardar as valorosas virtudes de seus antepassados.
Um véu de sombras procurou perpetuar a ignorância no coração da humanidade sofredora.
Novas missões coletivas foram dadas às nacionalidades do globo que, abusando da sua linha de emancipação e liberdade, em considerável maioria, se entregaram à sinistra embriaguez do imperialismo e da ambição, fazendo jus às mais dolorosas expiações, quais as que se verificam, desde muito, na totalidade dos países europeus.
Mas o relógio da evolução universal não pode estacionar, em face da defecção dos homens. A hora do Cristo há de soar, no momento oportuno. É por isso que, multiplicando-se em atividades, o mundo espiritual, sob a determinação augusta do Divino Mestre, transplantou para a América a árvore maravilhosa da fraternidade e da paz, a cuja sombra cariciosa e divina, vamos encontrar o Brasil, sob a luz do Cruzeiro, desempenhando a tarefa significadora de Pátria do Evangelho.
Emmanuel por Chico Xavier do livro:
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