segunda-feira, 4 de setembro de 2023

O simbolismo nos sonhos

O simbolismo nos sonhos

Hammed



"As mais comuns manifestações aparentes ocorrem no sono, pelos sonhos: são as visões (...) Resumimo-nos dizendo que eles podem ser: uma visão atual de coisas presentes ou ausentes; uma visão retrospectiva do passado e, em alguns casos excepcionais, um pressentimento do futuro. São também, frequentemente, painéis alegóricos que os Espíritos fazem passar sob nossos olhos para nos dar úteis advertências e salutares conselhos (...)". (O Livros dos Médiuns -2ª Parte - cap. VI, item 101.)

 

Os símbolos são a linguagem do inconsciente. Inúmeros são os níveis de consciência e, da mesma forma, diversos os níveis de inconsciência. Os sonhos contém símbolos ligados a esses estados da alma humana. Os símbolos dos sonhos são, em sua maioria, manifestações de uma parte da psique que escapa ao controle do consciente.

Nosso mundo onírico tem uma propriedade excepcional de sintetizar, por meio de uma expressão ou de um quadro mental, todas as influências do inconsciente e do consciente, bem como das forças instintivas e espirituais em desordem, ou em via de se harmonizar no interior de cada um de nós.

Sonhar com um fundo de vale ou com o mar, com animais ou uma taça, com um sótão ou porão, estar no leito de um rio ou no pico de uma montanha, cair do último andar de um edifício ou voar muito alto podem simbolizar diferentes aspectos de nossa realidade interior.

Os símbolos estão no imo, constituem o cerne da nossa vida mais íntima. Revelam os segredos do nosso inconsciente, conduzem-nos aos mais recônditos estados interiores, abrem-nos a alma para o desconhecido. Quando os interpretamos, liberamos a energia neles contida.

O "sono" é um fenômeno fisiológico, um estado especial do organismo em que ocorre uma diminuição de estímulos externos, uma relativa carência de reações e uma eventual imobilidade na qual o corpo entra em repouso. Nele, a vigília é abolida, ocasionando uma suspensão da vida de relação, que possibilita a expansão dos cordões fluídicos que prendem o Espírito na matéria densa. Estando distendidos os laços energéticos, a alma pode entrar em contato com outras dimensões da vida, dentro e fora dela mesma.

Por outro lado, o "sonho" pode ser definido como uma sucessão de imagens mais ou menos coerentes, que aparecem quando o indivíduo dorme. Sua análise pode ser um dos meios para se conhecer as porções superficiais ou profundas do inconsciente, dado que o sonho traz um "conteúdo manifesto" (alegorias, emblemas, figuras, paisagens, pessoas) que, após uma interpretação de sua simbologia, se pode chegar ao que realmente interessa - o "conteúdo latente" (sentimentos reprimidos, desejos, traumas, lembranças, vocações, etc.).

O sonho pode revelar/retratar inúmeros contextos: perturbações fisiológicas, insegurança ou medo de fatos a ser vivenciados, situações acontecidas há pouco ou muito tempo, ansiedades ou preocupações do cotidiano, recentes visitas (agradáveis ou não) pelo mundo astral, recordações de vidas anteriores, impressões experimentadas durante a saída ou no retorno ao corpo denso, além das já citadas formas de comunicação entre os aspectos conscientes e inconscientes que compõem a nossa mente - repositório dos registros de experiências da alma.

No transcorrer do dia-a-dia, em nossa linguagem, em nossos gestos ou sonhos, quer notemos ou não, cada um de nós utiliza imensamente a simbologia. Ela dá forma às tendências inatas, aos propósitos, às inclinações, provoca decisões, modela atos e atitudes. Na realidade, existe em nós um grandioso mundo de símbolos.

A expressão simbólica leva a criatura a decifrar e discernir sua existência, que, muitas das vezes, lhe escapa por causa da obscuridade que a rodeia. Quando buscamos em nossas atividades diárias um objetivo alheio ao real sentido da vida mais ampla, surgem os enigmas, os mistérios insondáveis; coisas difíceis de entender ou interpretar. Aparecem os vazios existenciais e nossa vida começa a se tornar problemática.

Ora, cada indivíduo é, a um só tempo, conquista e dádiva de toda uma herança biopsicoespiritual de uma humanidade milenar. Ele se distingue por aspectos culturais e sociais próprios de sua existência atual, aos quais se acrescentam os frutos de suas experiências de vidas passadas.

A maneira pela qual nos comportamos, agimos, as atitudes que tomamos em relação a nós e aos outros, a nossa postura de vida, enfim, resulta de uma série de pensamentos bastante complexos.

Grande parte desses sentimentos e pensamentos não conhecemos; acontecem de forma automática e involuntária. Afirmamos que são inconscientes. Entretanto, outra parte de nossa intimidade ocorre de maneira clara e lúcida, pois temos perfeita noção do motivo pelo qual estamos dizendo e fazendo: quanto a essa, declaramos que é consciente.

O ilustre psiquiatra suíço Carl Gustav Jung define o que se deve entender por inconsciente individual: "Uma porção de nossa mente da qual não estamos diretamente cônscios, mas que está sempre ativa, determinando uma forte e decisiva atuação sobre nossos comportamentos, realizações e sentimentos e, talvez, a mais séria de todas - sobre nossa saúde. Tudo o que os meus sentidos percebem, mas não é discernido por minha mente consciente: acontecimentos desprezados durante o dia, deduções concluídas de maneira precipitada, tudo o que, involuntariamente, penso, sinto, desejo, noto e faço; ideias inaceitáveis e recalcadas, afetos não consentidos e conteúdos que ainda não foram digeridos totalmente ou imaturos".

A Vida Providencial, frequentemente, se utiliza de meios simbólicos para facilitar o desenvolvimento e crescimento dos indivíduos.

Os "painéis alegóricos que os Espíritos fazem passar sob nossos olhos para nos dar úteis advertências e salutares conselhos" necessitam ser interpretados, auferindo-se deles todos os potenciais que possam produzir saúde, paz, equilíbrio e autorrealização. Eles não são, como vulgarmente se imagina, ficções mentais, sensações ilusórias ou excesso de imaginação, desprovidos de fundamento, razão ou sentido.

A humanidade registra e analisa o mundo onírico há milhares de anos. Não apenas os judeus o cultivam, segundo consta no Velho e no Novo Testamento, mas igualmente outros povos. No Antigo Egito, a oniromancia, ou a premonição por meio dos sonhos, era praticada pelos sacerdotes e escribas. Os índios da América do Norte consideravam os sonhos sinais decisivos para a escolha dos xamãs, ordenação de caçadas, guerras, condenações à morte ou absolvição, além do nome que se daria aos recém-nascidos.

Os gregos acreditavam que a ciência médica se devia a Asclépio (Esculápio para os romanos), filho de Apolo e de Coronis, meio deus, meio mortal. A escola de medicina em Epidauro atraía enfermos de toda a parte da Grécia; os sonhos que relatavam eram veículos de cura para suas enfermidades físicas e mentais. Os feridos e doentes eram recolhidos no templo dessa cidade grega e incentivados pelos oráculos a manusear argila para poderem visualizar seus sonhos e modelar suas dificuldades internas. Esse dinamismo representava uma oportunidade maior para se recuperar a sanidade; era um processo de abrir caminhos para o desconhecido, que os afligia. Aliás, técnicas semelhantes são usadas na atualidade pelos psicoterapeutas.

Nosso corpo sensorial percebe ou traduz, através de "antenas ou radares energéticos", mensagens, formas ou forças intrínsecas existentes em nossa intimidade. O que é manifestado no imo da própria alma sempre acaba, de algum jeito, sendo refletido de forma consciente.

Todos aqueles que se candidatam à espiritualização não podem viver acomodados à vida de superfície, preocupados mais com as aparências do que com a realidade interior. Precisam afinar a sensibilidade, aquietar a mente e utilizar o "olho interior", a fim de expandirem a consciência.

O sonho é um dos melhores agentes de informação sobre o estado físico, psíquico e espiritual dos indivíduos. Ele fornece amiúde símbolos vivos dissimulados sob a forma de imagens de seres estranhos a quem sonha. O drama onírico é que, muitas vezes, a criatura pode ser representada com traços que não têm aparentemente nada em comum com ela.

Em razão disso, um dos papéis da análise dos sonhos é restituir a identidade própria do indivíduo, assegurando-lhe uma autorregulação das forças biológicas e espirituais. Não somente na mediunidade, mas em todos os processos de desenvolvimento da humanidade, os sonhos facilitam a ascensão e a integração do homem, possuindo um papel criativo na conexão entre todos os níveis de consciência. As imagens oníricas bem compreendidas contribuem, invariavelmente, para uma ampla compreensão do universo invisível.

Talvez seja por isso que os sonhos, como mediunidade, é claramente anunciado na predição relatada nos Atos dos Apóstolos: "Sucederá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne. Vossos filhos e filhas profetizarão, vossos jovens terão visões e vossos velhos sonharão." (Atos, 2:17)

Nota do autor espiritual: A interpretação dos símbolos oníricos serve, neste livro, unicamente para explicar que eles são uma das formas de expressão do inconsciente e que necessitam ser traduzidos, a fim de facilitarem o entendimento da vida e, por consequência, os mecanismos da mediunidade. Porém, não serve para induzir os leitores a uma análise precipitada de exótica adivinhação.

 

Hammed por Francisco do Espírito Santo Neto do livro:
A imensidão dos Sentidos

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