terça-feira, 12 de setembro de 2023

Morte e ressurreição

Morte e ressurreição

Joanna de Ângelis


E inexorável o fenômeno biológico da morte.

Constitui a cessação dos sentidos físicos, transitórios, sem que signifique a extinção da vida.

Detestada em muitas situações é, em outras ocasiões, o anjo benfeitor que alivia o sofrimento, interrompe a angústia, acalma o desespero.

Inesperadamente chega e surpreende a saúde, através de acidentes e desastres, significando um convite a acuradas reflexões.

Noutras vezes, parece esquecer-se da criatura padecente, recusando-se interromper-lhe o ciclo carnal, mediante o ensejo que concede ao enfermo para construir no íntimo a resignação, aprimorar os sentimentos e granjear a libertação plena.

Em qualquer circunstância, porém, é a mensageira da imortalidade, por cuja bênção todos nos encontramos amparados.

A morte é, também, a desveladora da vida.

Libertando o espírito das algemas celulares, faculta o descobrimento de valores que jazem, invariavelmente, desconsiderados, e que assumem significação quando ela se anuncia, quando ela se realiza.

A morte merece considerações e análise com frequência.

Parte integrante do contexto biológico, exige que se a tenha em mente, em razão da sua imprevisibilidade.

Na sua jornada, aparentemente paradoxal, arrebata uma criança e deixa um ancião; liberta um sadio e se olvida de um agônico; conduz o homem feliz e recusa o desventurado...

Adentra-se, com a mesma obstinada naturalidade, no palácio e na choupana; na mansão luxuosa e na tapera; no apartamento sofisticado e na mansarda...

O seu guante implacável é idêntico no campo ou na megalópole, na aldeia ou na cidade, na taba primitiva ou no centro de avançada cultura...

Temida e desejada, é caprichosa, porque obedece a leis soberanas que escapam à mais arguta inteligência.

A ciência pode prevê-la com relativa precisão, diante dos quadros angustiantes de pacientes terminais, nunca, porém, impedi-la de realizar o seu desiderato.

Homens e mulheres notáveis, no mundo, tiveram expressões variadas diante da morte.

Nero exclamou, no momento do suicídio covarde:

— “Que grande artista o mundo vai perder!”

No momento da morte, Chopin escutou um belíssimo coral com vozes espirituais e declarou: — “Como é bela, meu Deus! Como é bela.” Solicitando:

— “Ainda... Ainda!...” E após tomar um cálice de vinho, que lhe oferece Guttman, diz, apenas: — “Querido amigo...”

Goethe, no instante da agonia, ergue-se e brada:

Mais luz!”

Strindberg afirmou: — “Estou quite com a vida e o saldo mostra que a palavra de Deus é a única certa” — fazendo um balanço final.

Voltaire anotou como sua última confissão: — “Morro adorando a Deus.”

A neurose depressiva que a morte gera, resulta da ignorância humana a seu respeito.

A vida esplende em todos os painéis e de todas as formas. A morte é, desse modo, um acontecimento natural, na sucessão dos dias, que deve ser aceita com naturalidade.

Interrompe os planos e os interesses humanos, é certo, todavia, não faz que cessem o ódio e o amor, a simpatia e a animosidade, porque a vida prossegue em outra dimensão, maravilhosamente real.

Guarda no íntimo a certeza de que os teus mortos queridos vivem e se te acercam, logo podem, a fim de enxugar-te o pranto.

Participam das tuas ansiedades a trabalham para que a tua jornada se realize em alto clima de bênçãos.

Recorda-os com ternura e sem desespero.

Age com amor em homenagem a eles, a fim de que se tranquilizem e progridam.

Pensa neles com carinho, evocando os momentos de comunhão feliz, que os tornará, novamente, ditosos.

A morte é a porta de retorno ao país de origem.

Dia virá, no qual seguirás também.

Vive, hoje de forma que, ao soar o teu momento, possas avançar com serenidade e alegria ao encontro desses amores que a Vida te reservou e aguardam por ti.

A gloriosa ressurreição do Mestre é acontecimento abençoado e confortador. Todavia, somente aconteceu porque antes a morte arrebatou-O da presença física dos que O amavam, a fim de poder ficar conosco, amando-nos por todos os evos.

Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro:
Antologia Espiritual

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