terça-feira, 4 de abril de 2023

Responsabilidade no casamento

Responsabilidade no casamento

Joanna de Ângelis


Interrogam, muitos discípulos do Evangelho: não é mais lícito o desquite ou o divórcio, em considerando os graves problemas conjugais, à manutenção de um matrimônio que culmine em tragédia? Não será mais conveniente uma separação, desde que a desinteligência se instalou, ao prosseguimento de uma vida impossível? Não têm direito, ambos os cônjuges, a diversa tentativa de felicidade, ao lado de outrem, já que se não entendem?

E muitas outras inquirições surgem, procurando respostas honestas para o problema que dia a dia mais se agrava e avulta.

Inicialmente, deve ser examinado que o matrimônio em linhas gerais é uma experiência de reequilíbrio das almas no orçamento familiar. Oportunidade de edificação sob a bênção da prole — e, quando fatores naturais coercitivos a impedem, justo se faz abrir os braços do amor espiritual às crianças que gravitam ao abandono — para amadurecer emoções, corrigindo sensações e aprendendo fraternidade.

Não poucas vezes os nubentes, mal preparados para o consórcio matrimonial, dele esperam tudo, guindados aos paraísos da fantasia, esquecidos de que esse é um sério compromisso, e todo compromisso exige responsabilidades recíprocas a benefício dos resultados que se desejam colimar.

A “lua de mel” é imagem rica da ilusão, porquanto, no período primeiro do matrimônio, nascem traumas e desajustes, inquietações e receios, frustrações e revoltas, que despercebidos, quase a princípio, espocam mais tarde em surdas guerrilhas ou batalhas lamentáveis no lar, em que o ódio e o ciúme explodem, descontrolados, impondo soluções, sem dúvida, que sejam menos danosas do que as trágicas.

Todavia, há que meditar, no que concerne aos compromissos de qualquer natureza, que a sua interrupção, somente adia a data da justa quitação. No casamento, não raro, o adiamento promove o ressurgir do pagamento em circunstâncias mais dolorosas no futuro em que, a pesadas renúncias e a fortes lágrimas, somente, se consegue a solução.

* * *

Indispensável que para o êxito matrimonial sejam exercitadas singelas diretrizes de comportamento amoroso.

Há alguns sinais de alarme que podem informar a situação de dificuldade antes de agravar a união conjugal:

  • silêncios injustificáveis quando os esposos estão juntos;
  • tédio inexplicável ante a presença do companheiro ou da companheira;
  • ira disfarçada quando o consorte ou a consorte emite uma opinião;
  • saturação dos temas habituais, versados em casa, fugindo para intérminas leituras de jornais ou inacabáveis novelas de televisão;
  • irritabilidade contumaz sempre que se avizinha do lar;
  • desinteresse pelos problemas do outro;
  • falta de intercâmbio de opiniões;
  • atritos contínuos que ateiam fagulhas de irascibilidade, capazes de provocar incêndios em forma de agressão desta ou daquela maneira...
  • E muitos outros mais.

* * *

Antes que as dificuldades abram distâncias e os espinhos da incompreensão produzam feridas, justo que se assumam atitudes de lealdade, fazendo um exame das ocorrências e tomando-se providências para sanar os males em pauta.

Assim, a honestidade lavrada na sensatez, que manda “abrir-se o coração” um para com o outro, consegue corrigir as deficiências e reorganizar o panorama afetivo.

É natural que ocorram desacertos. Ao invés, porém, de separação, reajustamento.

A questão não é de uma “nova busca” mas de redescobrimento do que já possui.

Antes da decisão precipitada, ceder cada um, no que lhe concerne, a benefício dos dois.

Se o companheiro se desloca, lentamente, da família, refaça a esposa o lar, tentando nova fórmula de reconquista e tranquilidade.

Se a companheira se afasta, afetuosamente, pela irritação ou pelo ciúme, tolere o esposo, conferindo-lhe confiança e renovação de ideias.

O cansaço, o quotidiano, a apatia são elementos constritivos da felicidade.

Nesse sentido, o cultivo dos ideais nobilitantes consegue estreitar os laços do afeto e os objetivos superiores unem os corações, penetrando-os de tal forma, que os dois se fazem um, a serviço do bem. E em tal particular, o Espiritismo — a Doutrina do Amor e da Caridade por excelência — consegue renovar o entusiasmo das criaturas, já que desloca o indivíduo de si mesmo, ajuda-o na luta contra o egoísmo e concita-o à responsabilidade ante as leis da vida, impulsionando-o ao labor incessante em prol do próximo. E esse próximo mais próximo dele é o esposo ou a esposa, junto a quem assumiu espontaneamente o dever de amar, respeitar e servir.

Assim, considerando, o Espiritismo, mediante o seu programa de ideal cristão, é senda redentora para os desajustados e ponte de união para os cônjuges, em árduas lutas, mas que não encontraram a paz.

(Lisboa-Portugal, em 15 de agosto de 1970).

Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro:
Sol de Esperança

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