Fazer do Dever um Prazer
Anália Franco
Tesouro inconspurcável que o homem pode trazer por dentro reside na confiança integral depositada por ele na Força Maior que rege a vida.
Quem transporta consigo semelhante riqueza iluminou a vontade, erguendo-se invencível nas vagas ondulantes em que se entrechocam as ilusões terrestres.
Sejam quais sejam os empeços externos, enxameiem-se ciladas por onde caminhe, esculpe a fisionomia da vitória no pedestal da serenidade. Nos vagalhões da luta, tem o raciocínio ereto, à feição do penedo capaz de sustentar o farol que aponta o abismo, e mantém o sentimento qual chama de esperança a fazer-se canção na sombra noturna para saudar o renascimento da alva.
Não conhece tempo pior, nem futuro incerto. Em qualquer eventualidade, convence-se de que executa os desígnios da Providência, para que melhore a si mesmo, melhorando as existências em derredor.
Nada tem a perder, quanto ao mundo, porque, acima de tudo, prestigia os talentos que transcendem os valores do mundo.
Dificuldade ser-lhe-á incentivo na ação meritória; incompreensão alheia atestar-lhe-á o devotamento; sacrifício lhe acenará sempre, qual radioso clarão a desvendar-lhe roteiros para a esfera superior. Arrosta perigos e sofre riscos, baseando-se na importância do esforço a que se expõe na transitoriedade de tudo o que é humano fora de si, para exalçar a perenidade de tudo o que é espiritual, em si.
Olha o íntimo de ti e mede a extensão de "terreno interior" que consegues alcançar na luz da fé renovadora que pensa, analisa e conclui por si própria. Conserva a atitude de quem está pronto a servir. Préstimo espontâneo revela desejo de acertar.
Cada dia, cada experiência e cada circunstância te facultam multiplicadas oportunidades para burilar a fé, de maneira a te certificares, ainda mais entranhadamente, de que ninguém pode aposentar a própria consciência.
É assim que todo espírita viverá feliz, fazendo do dever um prazer.
- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
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