segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Mediunidade e luta

Mediunidade e luta

Irmão X.



Diz você que a mediunidade parece não encontrar recanto entre os homens e, decerto, você argumenta com sobejas razões.

Basta que a criatura evidencie percepções inabituais, entrando em contato com as Inteligências desencarnadas, para que sofra policiamento constante. Examina-se-lhe a ficha social, pede-se-lhe o grau de instrução, analisam-se-lhe os hábitos de leitura e emprestam-se-lhe qualidades imaginárias para que se lhe cataloguem os serviços de intercâmbio no capítulo de fraude inconsciente. E encontrada essa ou aquela brecha naturalmente humana, no conjunto da personalidade medianímica, por mais convincentes hajam sido as demonstrações da vida espiritual por seu intermédio, vê-se marcado o sensitivo à conta de embusteiro confesso.

Sabe-se que as irmãs Fox, pioneiras do Espiritismo, quando em plenitude das forças psíquicas, foram ameaçadas de linchamento, num salão de Rochester, porque distinta comissão de pessoas insuspeitas se manifestou à legitimidade das comunicações de que se faziam intérpretes, e, mais tarde, quando fatigadas da incompreensão e sofrimento se afizeram ao uso de certos aperitivos, como acontece a algumas damas distintas e infelizes da sociedade moderna, foram consideradas ébrias impenitentes, que fraudaram a vida toda.

Convença-se, contudo, de que não é propriamente o médium o objeto da injúria e sim a realidade da sobrevivência além-túmulo, que a maioria dos homens, atolada no egoísmo, não quer aceitar.

Depois de soberbas e irrecusáveis demonstrações da imortalidade da alma, com a chancela de sábios eminentes, nas mais cultas nações do Globo, a ciência terrestre, manobrando inconcebíveis sutilezas de raciocínio, procurou desterrar a Doutrina Espírita e seus areópagos e experimentos, fundando a metapsíquica e a parapsicologia, com o intuito evidente de procrastinar a verdade.

Há mais de um século, doutos pesquisadores, dignos, aliás, do maior respeito, observam médiuns e fenômenos mediúnicos quais cobaias e reações do laboratório, mas, com raras exceções, se inquiridos quanto à existência da alma, esboçam clássico sorriso de superioridade e desprezo.

O que o homem, por enquanto, não deseja absolutamente admitir é a responsabilidade de viver.

Entretanto, isso não é motivo para esmorecimento de nossa parte.

A ideia da imortalidade foi apaixonadamente perseguida em nosso Divino Mestre.

A humanidade pressentiu que Ele trazia a maior mensagem da Vida Eterna, por todos os meios, hostilizou-lhe a presença.

Contemplado à distância, Jesus apareceu como alguém injustamente corrido de toda parte.

Recusado pelas estalagens de Belém, é constrangido a buscas as sombras da estrebaria para nascer. Mal descerra os olhos, é transportado por Maria e José, em demanda do Egito, fugindo à espada de inesperadas humilhações. Detém-se, de retorno, nas alegrias de Nazaré, fruindo a convivência dos familiares mais íntimos, no entanto, em pleno ministério de amor, é escarnecido pelos seus. Qual mestre sem lar, jornadeia de vila em vila, consagrando-se aos sofredores. Ele mesmo registra a dureza de Betsaida e lastima os remoques que lhe são desfechados em Corazim e em Cafarnaum. Em todos os lugares, há quem lhe ironize o trabalho. Encontra por refúgio a casa da Natureza e mobiliza, por tribunas da Boa Nova, pobres barcos de alguns amigos. Após inolvidáveis ações, em que positiva a perpetuidade do espírito, visita Jerusalém, mais uma vez, para o testemunho de fé santificante; contudo, malquisto no Templo, por dizer a verdade, é preso e conduzido ao Sinédrio. Os grandes sacerdotes, tentando turvar-lhe o ânimo, enviam-no a Pilatos para julgamento sub-reptício. O magistrado, entretanto, receando-lhe a força moral, remete-o ao exame de Herodes. Mas este, irônico e matreiro, devolveu-o ao Juiz inseguro que o entrega, então, à ira do populacho que, não sabendo onde mais o coloque, dependura-o no lenho da ignomínia como vulgar malfeitor. Glorificado, volta Jesus, redivido, à intimidade dos homens, mas ainda aí, os principais do templo subornaram soldados e guardiães com dinheiro de contado para desmoralizarem a mensagem da ressurreição do Senhor.

E, no transcurso de quase três séculos, todos os seguidores fiéis do Nazareno, por lhe guardarem o ensinamento puro, foram batidos, vilipendiados, espoliados, caluniados, encarcerados ou lançados às feras, nos espetáculos públicos, até que a política e o profissionalismo religioso escondessem a Divina Revelação na intrincada vestimenta do culto externo.

Como vê, meu caro, a perseguição gratuita a que se refere é de todos os tempos.

Sirvamos, contudo, à realidade do espírito com destemor e seriedade, porquanto a morte é o velho meirinho da grande renovação que não poupa a ninguém.

Irmão X. por Chico Xavier do livro:
Relatos da Vida
 
Curta nossa página no Facebook:

Declaração de Origem

- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.

- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610 /98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.
- Dúvidas e contatos enviar e-mail para: regeneracaodobem@gmail.com 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário, sugestão, etc...