quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Profissionalismo na mediunidade

Profissionalismo na mediunidade

Manoel Philomeno de Miranda


O profissionalismo mediúnico não só é lamentável pelas circunstâncias de que se reveste, senão igualmente perigoso, em face das consequências que gera.

Sendo a mediunidade uma percepção parafísica do indivíduo, a sua educação exige a observância de fatores diversos, a fim de ser exercida com dignidade e eficiência.

Na metodologia da aplicação dos recursos mediúnicos, o componente moral do médium é de relevante significado, porque através dele se expressa a qualidade dos propósitos e das finalidades legítimas de que se constitui.

Tendo o objetivo precípuo de demonstrar a imortalidade da alma à decomposição celular, outrossim, os efeitos do comportamento humano na construção das ocorrências éticas, quando na vida espiritual, impõe a prática mediúnica, seriedade e equidade, a fim de merecer consideração e ser respeitada.

O desinteresse pessoal do medianeiro, portanto, deve acompanhar sempre as atividades a que se propõe. pautando a sua conduta nas regras do serviço apostolar do amor pelo amor a favor de todos.

Quando tal não acontece, o campo psíquico no qual ocorre o intercâmbio mediúnico e onde vicejam as paixões, faz-se tumultuado, dando margem à constante intromissão de entidades doentias, perversas ou frívolas, que estabelecem um conúbio obsessivo, simples a princípio, constritor mais tarde, produzindo lamentáveis espetáculos de leviandade, nos quais se comprazem equivocados, homens e desencarnados, num atentado contínuo contra o esforço de enobrecimento e trabalho gerador do progresso a que todos nos devemos dedicar com afinco.

Repetem-se as mesmas informações corriqueiras que apenas distraem, mas não convencem, os lugares-comuns da ociosidade irresponsável, as promessas vãs e as revelações fúteis sem propostas de elevação íntima, nem convites à reeducação das falhas e fixações negativas do caráter.

As clarividências e clariaudiências, as psicometrias e os trabalhos de libertação dos problemas primam pela infantilidade, quando não pelo ridículo e desacerto, caindo nos chavões tradicionais a que se entregam os impostores e charlatães em geral, exploradores da credulidade humana.

Por isso, a mediunidade, sem o conhecimento do Espiritismo, que lhe constitui didática de aplicação moral, se transforma em perigoso instrumento de contato espiritual, em cujo exercício se enleiam e se perturbam, reciprocamente, os interessados de ambos os planos da vida.

Quem paga para assistir a um espetáculo deseja divertimento, tanto quanto quem compra uma informação espera que corresponda ao preço cobrado.

Como os Espíritos Superiores não necessitam dos valores materiais, nem sempre comparecem às exibições de tal porte, transferindo aos que são irresponsáveis e vulgares a tarefa infeliz. Mesmo esses, porque arrogantes e caprichosos, muitas vezes deixam os seus cômpares encarnados a sós, pelo simples prazer de com eles divertirem-se, ou agradam-lhes mediante a mentira e a irrisão, explorando-lhes os sentimentos irrelevantes.

Por sua vez, o médium, habituando-se aos negócios e interesses de baixo teor vibratório, embrutece-se, desarmoniza-se.

Quando se percebe sem os agentes dos fenômenos, a princípio se constrange, para depois, em face da remuneração recebida, fornecer respostas e informes, conselhos e orientações dele mesmo procedentes, caracterizando-se pelo engodo ou pela mendacidade sem disfarce.

Neste exame sobre o profissionalismo mediúnico, existem facetas que não podem ser esquecidas: o recebimento de presentes valiosos, que trazem o selo da amizade, mas que não escondem o objetivo de pagamento por parte daqueles que os ofertam; o gozo de privilégios e destaques nos cenários transitórios do mundo, onde o bafio do orgulho e da presunção empesta as consciências; o elogio sistemático que se transforma em estímulo para a tarefa, que deve serem si mesma, a grande e essencial motivação para o médium.

Não são, unicamente, profissionais da mediunidade, aqueles que recebem o dinheiro, puro e simples, senão todos quantos de alguma forma a exercem sob pagamento, inclusive pela afetividade que se converte em dependência emocional, quando não produz compromissos mais graves.

A mediunidade com Jesus liberta, edifica e promove moralmente o homem, enquanto que, com o mundo, aturde, escraviza e obsidia a criatura.

Mediunidade do bem pelo bem, eis o campo a joeirar, evitando-se a instalação de síndromes psíquicas enfermiças que terminam como obsessões de largo porte, fomentando fanatismo ou descrença, alucinação ou morte.

Paris, França, 28.10.1983.

Manoel Philomeno de Miranda por Divaldo Franco do livro:
Seara do Bem

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