O calcanhar de Aquiles
Lourdes Catherine
Fatores limitantes:
Estou sofrendo, há anos, de pequenos inchaços nas articulações dos dedos. Sou uma pessoa constantemente acometida por alguma enfermidade. Ora uma indigestão, ora uma enxaqueca, ora uma dor reumática. Na verdade, raramente estou bem. Eu era uma mulher gentil e alegre; hoje, costumo perder o controle por qualquer coisa. Quanto mais tensa ou nervosa, mais se agravam meus problemas de saúde. Essas doenças são provações relacionadas a vidas passadas ou será que estou sendo vítima de mandingas ou feitiçarias?
Expandindo nossos horizontes:
Doença é o produto final de um distúrbio profundo, ou mesmo estágio derradeiro de forças intrínsecas, desde há muito em atividade, que se corporificam no veículo físico.
A vida é energia. Sua saúde física, seus pequenos ou grandes gestos, seu tom de voz, seu comportamento, suas relações com os outros, tudo isso são fenômenos energéticos. Embora a enfermidade pareça tão cruel, não deverá ser analisada como tal; mas, se interpretada de forma correta, a guiará à supressão de crenças, pensamentos e atitudes incoerentes - autêntica origem de suas doenças.
Na mitológica Grécia, Tétis, filha de um deus, desposa um mortal, o rei Peleu, nascendo dessa união Aquiles. Tétis, no entanto, recusa-se a aceitar que a criança nascida de seu ventre não possa ter uma vida infinita, e busca um meio de torná-la imortal.
Com um manto, procura abafar o choro do filho recém-nascido e o conduz a uma clareira onde resplandece um fogo prateado, que surgia do nada. A mãe, meio amedrontada, retira o pequenino Aquiles de entre os panos e o mergulha nas chamas incandescentes e pálidas. Ele grita de dor, mas ainda não pode pedir socorro. Durante várias noites, Tétis expõe a bela criança às labaredas alvas e solitárias, curando logo em seguida suas queimaduras com ambrosia - manjar dos deuses do Olimpo.
A deusa sabe que só assim o filho conquistará a imortalidade; ela sofre, mas entende que pouco a pouco vai tornando Aquiles imune às doenças e à morte.
Na noite em que Tétis completaria sua tarefa, Peleu arranca-lhe a criança dos braços. Acredita que sua mulher seja uma criminosa desalmada.
Apesar das súplicas, por meio das quais ela tenta explicar suas razões, ele se mantém completamente surdo. Demonstrando estranheza e incompreensão, enfurecido, foge com o filho.
Naquela noite, Tétis tornaria Aquiles invulnerável por completo. Infelizmente, ela não se lembrou de proteger-lhe o calcanhar, por onde sempre o segurava. Por ironia do destino, no cerco de Tróia, Aquiles, já moço, foi mortalmente atingido por uma flecha envenenada... no calcanhar.
Condói-me ver a penúria de sua alma. Mas compreenda que as enfermidades são corretivos que destacam ensinos inadiáveis que, de outra forma, não aprenderia tão facilmente. Elas jamais deixarão de existir até que essas lições sejam totalmente assimiladas.
Seu “calcanhar de Aquiles” são seus pontos vulneráveis - áreas de seu psiquismo suscetíveis ao desequilíbrio, bloqueadores do desenvolvimento de sua paz interior.
Portanto, investigue calmamente seus comportamentos autodestrutivos.
Apenas poderá alterá-los dia após dia, pois à medida que você se tornar consciente de como eles agem em seu corpo físico é que começará a transformá-los, ou seja, libertar-se de suas cruzes e lágrimas.
O rei Peleu, que era mortal, é o símbolo dos seres incapazes de ir além da visão material das enfermidades. Ocupam-se dos efeitos, não das causas.
O conhecimento que você adquire ao longo das experiências terrenas serve para desenvolver suas virtudes inerentes e extinguir tudo o que há em você de deficiente.
Dessa forma, ele lhe proporcionará o controle pleno da vida.
A doença seria evitável se você pudesse perceber os erros que está perpetuando.
Podem ser desta ou de outras existências. Problemas de saúde não são punições, mas atitudes negativas que você não modifica e que atraem sempre novos problemas.
O que acontece é que a criatura envenena os ares, tisna os lagos, polui os oceanos e depois culpa a Natureza. Se você corrigir seus erros através dos recursos mentais e espirituais que possui, não precisará passar pelas severas lições da insanidade.
Poucos seres humanos transitaram pela Terra isentos, desde o nascimento, da enfermidade. Temos como exemplo o Cristo, consciência liberta, vivendo a plenitude do amor. Os níveis superiores da vida não são atingidos pelos elementos venenosos que geram as moléstias.
O sintoma de sua patologia é uma espécie de orientador que a ajudará a tornar cada vez mais consciência de si própria. Esse sinal quer dizer-lhe coisas importantes; preste atenção no que ele lhe transmite, é um companheiro que de fato a conhece a fundo.
Pensamentos obscuros, destrutivos, mal-intencionados, mantidos constantemente, fazem seu corpo adoecer, ou mesmo, repercutem em todo o seu cosmo orgânico.
As toxinas não entram apenas através dos alimentos, mas também por meio de pensamentos e condutas inadequadas, que se transformam em energias negativas e vão se alojar no campo mental. Caso não sejam combatidas, poderão causar sérios danos ao corpo somático. Moléstias aparentemente inexplicáveis são decorrências do grande acúmulo de vibrações
negativas no transcorrer do tempo.
É necessário limpar a mente e sanear o coração das emoções do pessimismo, dos preconceitos, dos complexos de culpa, dos murmúrios da inveja e das ansiedades. Esse sofrimento cravado em sua alma são posturas em desalinho conservadas há muito tempo. São “retalhos” de ilusão que você colecionou na “colcha” de seu destino.
Confie nas forças divinas que regem sua vida. Se você quer uma psicosfera saudável, modifique suas atitudes íntimas; assim alcançará a cura definitiva.
Lourdes Catherine por Francisco do Espírito Santo Neto do livro:
Conviver e melhorar
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Lourdes Catherine
Lourdes Catherine é uma amiga e benfeitora espiritual que se dedica à divulgação do Bem à luz do Evangelho redentor.Pseudônimo de Catherine de Vertus, viveu no século XVII e pertenceu a uma família aristocrática da Bretanha (França). Em 1669, tornou-se noviça no convento de Port-Royal des Champs (vale de Chevreuse), a fim de compreender Deus, através do retiro junto à Natureza, e de reencontrá-Lo no santuário da própria alma. Ideal que se concretizou plenamente. Nunca pôde, no entanto, fazer os votos definitivos em razão da fragilidade de sua saúde, que a impedia de ir mais adiante com as regras daquela ordem religiosa.Participou ativamente das "Petites-Écoles" fundadas pelos mestres de Port-Royal. Privou da amizade de várias personalidades religiosas, de pensadores e escritores famosos de Paris.Dedicou-se não somente à religião, mas às letras e à arte com entusiasmo e grande empenho.No século XIX, em sua mais recente encarnação, viveu em Bordeaux, onde se tornou espírita convicta, após assistir a uma palestra de Allan Kardec em 1861, por ocasião de sua visita de divulgação doutrinária àquela cidade, no sul da França. A partir desse encontro com o mestre de Lyon, prossegue, ininterruptamente, a tarefa de orientar as criaturas para Jesus, através do Espiritismo.De Planos mais Altos, Lourdes Catherine continua entregando seu coração em favor daqueles que aspiram seguir em direção da Espiritualidade Superior e incentivando a fé cristã em todos os que trabalham para a edificação de um Mundo Melhor.
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- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
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