segunda-feira, 24 de junho de 2024

Decepção

Decepção

Eros



A. A. jovem discípula, inebriada pela magia do Cantor da Vida, acercou-se-lhe cada vez mais, formulando protestos de fidelidade e abnegação.

Antes que o Sol emergisse das sombras poderosas da Noite, ei-la preparada para a meditação do amanhecer, como se aguardasse a felicidade que lhe parecia tardar.

Sempre quando se aproximava a hora do encontro com o Mestre, irradiando beleza e confiança, esperava-o dominando o corcel veloz das emoções desgovernadas.

A palavra que fluía dos lábios do Missionário eram colhidas na concha do coração e impressas na memória da devota com fogo e encantamento incomum.

Ele permanecia distante, mergulhado no Oceano Divino, enquanto a jovem buscava despertá-lo para sua presença, chamando-lhe a atenção.

Porque fosse totalmente impossível lograr o intento através dos ardis de que se utilizava com invulgar habilidade, a sonhadora instou em ser recebida particularmente, a fim de pedir-lhe orientação.

Quando, por fim, teve acesso ao modesto recinto reservado para as entrevistas, quase tombou de felicidade por sentir-se a sós com o Amado.

Em postura de lótus, semblante de paz, o Mestre apontou-lhe acolhedora almofada sobre um surrado tapete e, embora silencioso, assumiu a postura de quem se coloca em posição de ouvinte.

Não escondendo o deslumbramento, e trêmula, a discípula atormentada explicou:

- Amo-vos, Senhor, com todas as veras dos meus sentimentos. Vós sois a minha Estrela Guia na noite escura e o Carro de Luz solar durante os meus dias. Vossa voz é como a canção do vento da Eternidade embalando-me as esperanças e a vossa presença é força que me toma as fibras mais íntimas, impulsionando-me para a frente...

Silenciou, por um pouco, enquanto concatenava as ideias, para logo prosseguir:

- Vossos olhos, porém, essas estrelas luminosas que emitem chispas de fogo e me fazem arder, esses me perseguem por toda parte, a todos os instantes. Nada mais belo existe no mundo, do que esses dois diamantes engastados no céu da vossa face. Como eu gostaria de possuir, pelo menos, um deles!

Sou vossa escrava submissa. Pedi-me a vida e eu a darei agora mesmo...

O Mestre contemplou-a com profunda compaixão e os olhos imensos nublaram-se de lágrimas de dor sem palavras.

Ele levantou-se. Passaram-se alguns minutos. Quando retornou, conduzia pequena bandeja de prata coberta por delicado tecido de linho.

Distendeu-a à infeliz, e disse-lhe com voz inesquecível:

- Como não necessito dele para ver, eu to ofereço. Observa quanto é feio!

Levantou o lenço transparente e apresentou-lhe o olho, que acabara de arrancar.

Só então ela notou que a cavidade ocular do lado direito da face do Sábio ficara vazia, e o olho com alguns fios de sangue, fitando-a, fê-la dar um grito de horror e sair correndo, deixando-o tombar no chão...

Há quem, no mundo, sob a videira encarregada de produzir para sempre, deseja somente decepar-lhe uma vara para retê-la na sua ambição desmedida e alucinada, perdendo-a toda.

Eros por Divaldo Franco do livro:
A busca da perfeição

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domingo, 23 de junho de 2024

Pensamento e Bem-estar

Pensamento e Bem-estar

Joanna de Ângelis



A força dinâmica geradora e mantenedora do universo é o Divino Pensamento.

Através do pensamento o ser humano expressa-se por intermédio de complexas engrenagens, que se estruturam em linguagens variadas e ações realizadoras.

Bem pensar é a elevada forma de viver.

De acordo com o teor vibratório do pensamento – bom, regular, mau ou infeliz – pode-se aferir o nível moral do indivíduo.

Em razão disso, cada qual vive no mundo edificado pelo seu pensamento.

Embora todos encontrem na mesma comunidade, vinculando-se ou não pelos laços consanguíneos, diferem razoavelmente pelos conteúdos mentais que produzem e que exteriorizam.

Graças à educação mental e moral, o pensamento emite ondas vigorosas que contribuem para o bem-estar, não somente daquele que o cultiva, assim como daqueles que o cercam.

Quando ocorre o contrário e o indivíduo se permite o luxo das construções mentais doentias, perversas e insensatas, tomba nos resvaladouros emocionais, conduzindo lixo psíquico que se transforma em toxinas destruidoras.

Cada comportamento mental possui o seu correspondente emocional, que culmina em somatização específica.

Pensamento e saúde são, portanto, termos da mesma equação da vida.

Toda obra tem início no pensamento, que se responsabiliza pela ideação a ser transformada em realidade.

Como ninguém saudável vive sem pensar, é ideal que se opte pela forma eficaz e positiva em favor das suas construções morais.

Aquele que não tem bons, possui maus pensamentos, não havendo, nessa área, um tipo de neutralidade em que a mente nada elege.

A preferência pelos pensamentos perturbadores tem a sua origem nos hábitos doentios arraigados, que procedem das experiências anteriores, quando o Espírito vivenciou amargos e dolorosos comportamentos.

A necessidade imperiosa de renovar-se, impõe-se-lhe como condição indispensável para a conquista da harmonia em favor da existência saudável.

Velhas construções mentais defluentes dos vícios de conduta primitiva, devem ceder lugar a experiências novas de edificação moral, objetivando realizações comprometidas com a ética, com os princípios de equilíbrio que devem viger no íntimo e na sociedade.

Para que seja conseguido o tentame, faz-se mister a elaboração de um código de bem proceder, dentro do eixo ego-self em perfeita sintonia.

Muitos transtornos psicológicos procedem dos costumes mentais inferiores que levam a fugas emocionais, ao vazio existencial, a distúrbios complexos e de difícil liberação.

Jesus, na Sua condição de psicoterapeuta, conhecendo-lhes os pensamentos, (daqueles que tentavam perturbá-lO) interrogou-os: ... Por que pensais o mal em vossos corações? (Mateus: 9-4).

Ele sabia que o mal preservado no coração é responsável pelas misérias que assolam o caráter do indivíduo e o envilece.

Sendo o Seu, o ministério de amor, Ele trouxe a mensagem de esperança e de paz, a fim de que os pensamentos humanos se concentrassem na edificação do reino de Deus na Terra, através da lídima fraternidade e da nobre compaixão.

Não te permitas as fixações mentais infelizes, que prosseguem, mesmo após o abandono do carro orgânico pela morte física.

Cada qual desperta no além túmulo com as reflexões que lhe exornaram a marcha, com as ideias que mantiveram durante a existência.

Aprende a cultivar os pensamentos edificantes, aqueles que alimentam a casa mental e se transformam em bênçãos insuperáveis.

És o que cultivas no mundo íntimo através dos teus pensamentos.

Quando te acercas de um jardim, logo és surpreendido pelo aroma das flores, da mesma forma que, ao te aproximares do pântano, de imediato sentes o odor pútrido que exala.

Os pensamentos são os benfeitores frequentes ou os algozes constantes, de acordo com a ideação de que sejam instrumento.

Em face dessas reflexões, sempre estarás em companhias físicas e desencarnadas cujo teor mental se encontre em perfeita afinidade com o teu.

Processos obsessivos de longo curso originam-se nos desregramentos mentais, como efeito dos atos perniciosos praticados em existências passadas e preservados mentalmente, o que facilita a vinculação entre a vítima anterior e o seu algoz atual...

Ocorrendo a mudança de conduta mental, mais facilmente convence-se o perseguidor do erro em que persevera, facilitando a libertação do enfermo da alma.

Noutras circunstâncias, as reflexões doentias, os pensamentos negativos proporcionam a depressão, abrindo campo para tormentos evitáveis.

À medida que te elevas pelo pensamento, sucedem-te ocorrências agradáveis, geradoras de alegria e de bem-estar, que transforam a tua existência, auxiliando-te na escalada ascensional.

Fenômenos telepáticos frequentes, conscientes e inconscientes, dão-se em razão dos pensamentos que se identificam no mundo vibratório, gerando vinculações correspondentes à onda de que se revestem.

Todos podem modificar os hábitos de pensar, cultivando ideias relevantes, através de leituras sadias, de conversações úteis, de convivências saudáveis.

Aquele que, no entanto, prefere a preservação dos comportamentos afligentes, com os quais parece adaptado, responde pelos próprios insucessos, sem as escusas de que é a má sorte que o persegue, o destino que lhe é revel.

Da mesma forma, aquele que se esforça por substituir os hábitos mórbidos por outros de natureza equilibrada, transfere-se do patamar em que se encontra para outros níveis de aspirações e de sentimentos que tipificam as esferas do bem e da luz.

Nunca cesses de tentar as alterações mentais que se te façam necessárias.

Se não consegues alterar, de um para outro momento, as expressões do pensamento, insiste, perseverando, e criarás novos hábitos que se te incorporarão, aprofundando raízes e envolvendo-te em clima de paz.

Traições, guerras, crimes de todo porte, assim como fidelidade, paz e trabalhos do bem se originam no pensamento, que os fomenta.

Por fim, não te esqueças de que os pensamentos tomam forma e plasmam os aspectos correspondentes aos teores vibratórios de que se constituem.

Vivendo nessa psicosfera, serás feliz ou desventurado por livre eleição.

Sempre estarás pensando.

Asseveram alguns estudiosos do pensamento que o indivíduo normal, em 24 horas elabora cerca de 95.000 pensamentos.

Lamentavelmente, a grande maioria é constituída de ressentimentos, interesses vis, paixões negativas, anseios libertinos, repetitivos, vulgares, quando não são elaborados em formas inexpressivas.

Quando puderes utilizar dessa força com sabedoria e proveito, transformá-lo-ás em uma alavanca tão poderosa que será fácil mover o mundo.

O ser humano vem controlando as forças da Natureza com relativo êxito, conquistando os espaços e melhorando a existência. Quando, porém, controlar o pensamento terá descoberto por segunda vez o fogo, vivenciando atitudes renovadas!

Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro: 
Atitudes Renovadas

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sábado, 22 de junho de 2024

Presentes

Presentes

André Luiz



O presente é sempre um sinal de afeto e distinção entre a pessoa que oferece e a que recebe.

Sempre aconselhável escolher o presente de acordo com a profissão ou a condição de quem vai recebê-lo.

Se a sua oferta vem a ser alguma prenda de confecção pessoal, como sejam um quadro ou alguma obra de natureza artística, evite perguntar por ela depois de sua doação ou conduzir pessoas para conhecê-la, criando embaraços em suas relações afetivas.

Omita o valor ou a importância de sua dádiva, deixando semelhante avaliação ao critério dos outros.

Depois de presentear alguém com o seu testemunho de amizade, é sempre justo silenciar referências sobre o assunto para não constranger essa mesma pessoa a quem supõe obsequiar.

Se você deu um presente e a criatura beneficiada passou a sua dádiva para além do círculo pessoal, felicitando outra criatura, não lance reclamações e sim considere as bênçãos da alegria multiplicadas por sua sementeira de fraternidade e de amor.

André Luiz por Chico Xavier do livro:
Sinal Verde

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sexta-feira, 21 de junho de 2024

O suicídio de Belchior

O suicídio de Belchior

Clóvis Tavares



“ Que adiantaria ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que daria o homem pelo resgate de sua alma? (Mateus - 8:36-37)

Numa estação ferroviária americana, há muito tempo, li alhures, um grupo de comerciantes em viagem recreativa acercou-se de uma pequena índia que, na plataforma, vendia delicadas cestas de vime e outras utilidades de artesanato.

Desejavam eles comprar suvenires. Um dos turistas, adiposo, espertalhão, com um sorriso velhaco, preparou-se para lograr a pequenina vendedora. Alteou a voz e preparou o golpe, com cruel indelicadeza:

- Aqui a gente paga o dobro do que pagaria em qualquer outro lugar... Os turistas são roubados sempre, em toda parte...

- Não meu senhor, respondeu a indiazinha, humilhada e serena - não estou explorando ninguém. Eu mesma e minha mãe fizemos estas cestas e gastamos muitos dias...

- Ora, não estão caras... - interrompeu-a o outro viajante, também não devoto da honestidade... - E por que não roubar, se puder, não é menina? Todos roubam... Nós também somos comerciantes e queremos é ganhar dinheiro...

A menina indígena, com a mesma tranquilidade, num inglês vagaroso, mas seguro, surpreendeu o grupo (que, por sinal, portava distintivos religiosos), com sua resposta:

- Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Não foi assim que Jesus perguntou?... Isso aprendi na Escola de Evangelho da Missão... Não mentirei nem roubarei nunca meu senhor...

Os abastados homens de negócio, envergonhados, compraram algumas cestinhas e não puderam articular uma palavra sequer. Uma criança lhes mostrara quanto a sua crença religiosa estava divorciada da legítima vida cristã...

***

Essa história real veio-me à memória ao ler a notícia do suicídio de Belchior, ocorrido na semana finda.

Os jornais nos informaram que apareceu, boiando nas águas do Rio Paraíba do sul, um cadáver de um homem de 83 anos. Seu rosto já se achava irreconhecível, com as fossas nasais e os lábios corroídos pelos peixes. Num bolso do paletó, ainda acrescenta o A Cidade (27 de agosto de 1958), além de documento identificador, foi encontrado um bilhete com estas lacônicas palavras: “Não culpo a ninguém e sim ao custo de vida.”

Diante do bilhete conciso e humilde, que se transfigura em silencioso desafio à sensibilidade coletiva, é lícito meditar um pouco...

Belchior foi apenas mais uma vítima de suicídio, da carência espiritual, amedrontado diante das lutas pela vida? Ou foi também de certo modo, uma vítima anônima, entre milhões de outras, dos gananciosos que dominam o gigantesco maquinário industrial, dos reis das finanças que alargam as taxas de inflação e asfixiam o pobre e envenenam as fontes da vida?

Teria sido o infeliz Belchior tão somente um suicida aos olhos de Deus? Ou teria sido, parcialmente, imolado em holocausto a Mamon, que domina e mata os que não lhe prestam culto?

O comércio honesto, qual o exercia a indiazinha cristã, não é apenas uma necessidade social: é igualmente uma bênção indispensável à vida e um elo de solidariedade entre os homens.

O mais comum, entretanto, é fundamentar a existência através do dinheiro desonrado pela cupidez, multiplicado pelos lucros ilícitos, agigantado à custa de sonegações, subornos e especulações.

Esquecidos da Lei Divina e da responsabilidade espiritual do homem, o gozo fácil, o sibaritismo social, a fortuna acumulada, a corrupção multiforme, a coroa do domínio econômico na sociedade.

Será que algum comerciante ganancioso ou algum forjador de manobras econômicas, terá consciência de se sentir parcialmente responsável pela morte de um velhinho de 83 anos, que deserta do mundo justamente pela elevação do custo da vida? Do que se paga para poder viver?

Rico louco da Parábola Evangélica, que saíste das páginas do Novo Testamento e te multiplicaste no seio da supercivilização materialista de hoje, escuta o mesmo Jesus, que uma indiazinha humilde ouviu e acatou: 

"Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?"

Clóvis Tavares do livro:
Sal da Terra - Antologia organizada por Flávio Mussa Tavares

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quinta-feira, 20 de junho de 2024

Espectro de Homem

Espectro de Homem

Jácome Góes



O homem inteligente quando descobre que o sentido da existência humana está diretamente ligado a Lei Divina da evolução, sente a necessidade de superar a si mesmo, e como aprendiz da vida, lança-se na maravilhosa aventura da sua redenção.

Não cultivar a bondade, o perdão, o respeito a si e ao outro; não estabelecer critério seletivo de influências; não reverenciar as virtudes, é decretar e falência espiritual, e, assumir a infeliz posição de espectro de homem que “Só passou pela Vida, Não Viveu”.

Se pudéssemos definir textualmente o conceito – espectro de homem , diríamos que se trata daquele que tem:

Uma maneira inferior de viver;

- De se adaptar às situações mesquinhas desde que satisfaçam seus ocultos anseios;

- De "travestir-se" para esconder as suas vulnerabilidades;

- De alimentar a violência incentivando discórdias;

- De apagar as luzes da esperança...

Enfim, de anular em si mesmo a exuberância da própria vida ...

Espectro de homem é o que não se renova nunca, entrincheirando-se nas explosões do seu mau gênio, para garantir a "força" da sua personalidade;

- É o que tem coragem para agredir os outros de dedo em riste, mas não a tem para virar esse dedo para si mesmo e julgar o alcance das suas tiranias;

- É o covarde que, pressionado pelo seu desvalor, vomita em seu lar, sobre seus familiares, a biles das suas frustrações;

- É o moralmente falido que "sobe'' na vida pelos degraus da indignidade;

- É o feitor de escravos da atualidade que nos limites dos seus “feudos” explora os seus subordinados e castiga-os com a chibata das exigências;

- É o hipócrita de mil caras e mil disfarces;

- É o que defende verbalmente a verdade, mas só sabe viver a mentira, enfim, é aquele que aparenta ser homem, mas nunca o será realmente, porque lhe falta autorrespeito, dignidade e fé...

Jácome Góes
Jornal da Cidade /Aracaju/Sergipe


Jácome Góes

Sergipano, ex-morador de São Paulo, morou em Aracajú - SE.
Foi advogado aposentado do Ministério do Trabalho.
Orador e escritor espírita, teve colunas em jornais e programas de rádio.

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A prece

A prece

Allan Kardec



658. A prece é agradável a Deus?

- A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, porque a intenção é tudo para Ele. A prece do coração é preferível à que podes ler, por mais bela que seja, se a leres mais com os lábios do que com o pensamento. A prece é agradável a Deus quando é proferida com fé, com fervor e sinceridade. Não creias, pois, que Deus seja tocado pelo homem vão, orgulhoso e egoísta, a menos que a sua prece represente um ato de sincero arrependimento e de verdadeira humildade.

659. Qual o caráter geral da prece?

- A prece é um ato de adoração. Fazer preces a Deus é pensar n'Ele, aproximar-se d'Ele, pôr-se em comunicação com Ele. Pela prece podemos fazer três coisas: louvar, pedir e agradecer.

660. A prece torna o homem melhor?

- Sim, porque aquele que faz preces com fervor e confiança se torna mais forte contra as tentações do mal, e Deus lhe envia bons Espíritos para o assistir. É um socorro jamais recusado, quando o pedimos com sinceridade.

660-a. Como se explica que certas pessoas que oram muito sejam, apesar disso, de muito mau caráter, ciumentas, invejosas, implicantes, faltas de benevolência e de indulgência: que sejam até mesmo viciosas?

- O essencial não é orar muito, mas orar bem. Essas pessoas julgam que todo o mérito está na extensão da prece e fecham os olhos para os seus próprios defeitos. A prece é para elas uma ocupação, um emprego do tempo, mas não um estudo de si mesmas. Não é o remédio que é ineficaz, neste caso, mas a maneira de aplicá-lo.

661. Pode-se pedir eficazmente a Deus o perdão das faltas?

- Deus sabe discernir o bem e o mal: a prece não oculta as faltas. Aquele que pede a Deus o perdão de suas faltas não o obtém se não mudar de conduta. As boas ações são a melhor prece, porque os atos valem mais do que as palavras.

662. Pode-se orar utilmente pelos outros?

- O Espírito daquele que ora está agindo pela vontade de fazer o bem. Pela prece, atrai a ele os bons Espíritos que se associam ao bem que deseja fazer.

Possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea. A prece por outros é um ato dessa vontade. Se for ardente e sincera, pode chamar os bons Espíritos em auxílio daquele por quem pedimos, a fim de lhe sugerirem bons pensamentos e lhe darem a força necessária para o corpo e a alma. Mas ainda nesse caso a prece do coração é tudo e a dos lábios não é nada.

663. As preces que fazemos por nós mesmos podem modificar a natureza das nossas provas e desviar-lhes o curso?

- Vossas provas estão nas mãos de Deus e há as que devem ser suportadas até o fim, mas Deus leva sempre em conta a resignação. A prece atrai a vós os bons Espíritos, que vos dão a força de as suportar com coragem. Então elas vos parecem menos duras. Já o dissemos: a prece nunca é inútil, quando bem feita, porque dá força, o que já é um grande resultado. Ajuda-te a ti mesmo e o céu te ajudará; tu sabes disso. Aliás, Deus, não pode mudar a ordem da Natureza ao sabor de cada um, porque aquilo que é um grande mal, do vosso ponto de vista mesquinho, para a vossa vida efêmera, muitas vezes é um grande bem na ordem geral do Universo. Além disso, de quantos males o homem é o próprio autor, por sua imprevidência ou por suas faltas! Ele é punido pelo que pecou. Não obstante, os vossos justos pedidos são em geral mais escutados do que julgais. Pensais que Deus não vos ouviu, porque não fez um milagre em vosso favor, quando entretanto vos assiste por meios tão naturais que vos parecem o efeito do acaso ou da força das coisas. Frequentemente, ou o mais frequentemente, ele vos suscita o pensamento necessário para sairdes por vós mesmos do embaraço.

664. É inútil orar pelos mortos e pelos Espíritos sofredores, e nesse caso como podem as nossas preces lhes proporcionar consolo e abreviar os sofrimentos? Têm elas o poder de fazer dobrar-se a justiça de Deus?

- A prece não pode ter o efeito de mudar os desígnios de Deus, mas a alma pela qual se ora experimenta alívio, porque é um testemunho de interesse que se lhe dá e porque o infeliz é sempre consolado, quando encontra almas caridosas que compartilham as suas dores. De outro lado, pela prece provoca-se o arrependimento, desperta-se o desejo de fazer o
necessário para se tornar feliz. É nesse sentido que se pode abreviar a sua pena, se do seu lado ele contribui com a sua boa vontade. Esse desejo de melhora, excitado pela prece, atrai para o Espírito sofredor os Espíritos melhores que vêm esclarecê-lo, consolá-lo e dar-lhe esperanças. Jesus orava pelas ovelhas transviadas. Com isso vos mostrava que sereis culpados se nada fizerdes pelos que mais necessitam.

665. Que pensar da opinião que rejeita a prece pelos mortos, por não estar prescrita nos Evangelhos?

- O Cristo disse aos homens: amai-vos uns aos outros. Essa recomendação implica também a de empregar todos os meios possíveis de testemunhar afeição aos outros, sem entrar, entretanto, em nenhum detalhe sobre a maneira de atingir o objetivo. Se é verdade que nada pode desviar o Criador de aplicar a justiça, que é inerente a Ele mesmo, a todas as ações do Espírito, não é menos verdade que a prece que lhe dirigis, em favor daquele que vos inspira afeição, é para este um testemunho de recordação que não pode deixar de contribuir para aliviar os seus sofrimentos e o consolar. Desde que ele revele o mais leve arrependimento, e somente então, será socorrido: mas isso não o deixará jamais esquecer que uma alma simpática se ocupou dele e lhe dará a doce crença de que essa intercessão lhe foi útil. Disso resulta necessariamente, de sua parte, um sentimento de afeição por aquele que lhe deu essa prova de interesse e de piedade. Dessa maneira, o amor recomendado aos homens pelo Cristo desenvolveu-se e aumentou entre eles, e ambos obedeceram à lei de amor e de união de todos os seres, lei divina que deve conduzir à unidade, objetivo e fim do Espírito.

666. Podemos orar aos Espíritos?

- Podemos orar aos bons Espíritos, como sendo os mensageiros de Deus e os executores de seus desígnios, mas o seu poder está na razão da sua superioridade e decorre sempre do Senhor de todas as coisas, sem cuja permissão nada se faz; eis porque as preces que lhes dirigimos só são eficazes se forem agradáveis a Deus.

Allan Kardec
O Livro dos Espíritos / Parte terceira — Das leis morais / Cap. II — Lei de adoração > A prece.

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quarta-feira, 19 de junho de 2024

Aqueles que desertam

Aqueles que desertam

Batuíra




“De fato, é de perseverança que tendes necessidade, para cumprirdes a vontade de Deus...” (Hebreus 10:36)

Perseverança cristã abrange um estado de maturidade ou evolução vivenciados nos setores vitais da existência da alma: o social, o físico e o espiritual. Essa vivência permite-nos assumir as mais diversas responsabilidades diante da vida. A maturidade física seria apenas um setor, pois apenas se refere à integridade do organismo denso, porém não basta para traçarmos um verdadeiro perfil de maturidade evolutiva.

Companheiros inconstantes e vacilantes assemelham-se às ondas do mar: são arremessados pelos ventos da instabilidade e atirados de um lado para outro. Desenvolveram-se fisicamente, mas continuam ainda infantilizados quanto aos compromissos com a lide do Senhor. Não compreendem a importância da hora que passa e, sem firmeza, recuam ante os desafios do serviço. Não possuem fibra nem pulso forte.

Na Casa Espírita, se a maioria procura agir entre a perseverança e a responsabilidade, alguns se esquecem com facilidade de seus postos de trabalho, nos quais se comprometeram a servir.

O núcleo de trabalho em sua estrutura ideológica introduz nos seus adeptos um modelo de crescimento. Ele propõe basicamente três itens: - uma noção de onde nos encontramos; um ideal maior para onde deveremos ir; e um caminho de excelências que nos leva do primeiro para o segundo. Em todos os itens, a principal ocupação é a melhoria e o aprimoramento da nossa condição evolutiva. O crescimento dos obreiros consiste em sua autodeterminação, ou seja, sua permanência na senda que leva ao item final.

Certamente, em todas as áreas do serviço cristão, a troca frequente de experiências é muito saudável. Mas o raciocínio baseado na concorrência pode se tornar bastante danoso e perturbador.

Seria razoável, portanto, que, antes de tomarmos qualquer decisão de retirar-nos da obra, consultássemos o grupo, ou o seu dirigente, visto que seria deselegante de nossa parte desistir sumariamente, sem dar qualquer satisfação. É compreensível a desistência, mas os bons modos são imprescindíveis.

Ninguém poderá se esquivar da parcela de empenho e vigor que lhe cabe na obra de aperfeiçoamento próprio. Quando Paulo recomendou a persistência, tornava claro o longo caminho dos que procuram as culminâncias da elevação espiritual.

Se dentro dessa campanha de fraternidade alguns deixam os encargos assumidos, outros passam a substituí-los. Se, no entanto, alguém se sentir sobrecarregado, não deverá esmorecer, pois em pouco tempo o Senhor encaminhará por certo outras criaturas para assumir as tarefas abandonadas.

A reciclagem na Casa Espírita é feita sempre sob os auspícios dos Benfeitores Maiores, que guiam a missão do Cristianismo Redivivo. O Pai dispõe de inúmeros recursos para manter o bem, não faltando nunca mãos dedicadas e braços valorosos na enxada da caridade.

Por imaturidade, muitos não valorizam os postos que lhes foram confiados para o próprio reerguimento espiritual, e desertam. Amadurecimento é conquista das criaturas que já elegeram o Mestre Nazareno como guia e modelo. Essas almas adultas herdarão o Reino dos Céus.

Batuíra 
por Francisco do Espírito Santo Neto do livro:
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