quinta-feira, 9 de março de 2023

O Ministério do Evangelho no Lar

O Ministério do Evangelho no Lar

Bezerra de Menezes



Tanta conquista na Terra e tanta fome de amor!

Superabundam comodidades externas e multiplicam-se necessidades interiores.

O homem domina e, todavia, permite-se dominar pelas paixões abastardantes, em perfeita sintonia com as manifestações primitivas.

As grandezas e as misérias misturam-se em sucessivos festivais de desesperação, enquanto o “investimento espírito” prossegue marginalizado.

A Genética, fascinada pelas suas conquistas, envereda por caminhos difíceis, estimulando perspectivas de transformar o ser humano num robot sem outras expressões de sentimento, de aspirações, de beleza ou de emoção.

A Cibernética, ambiciosa, esquece-se da Terra e parte na busca de outros Mundos, como se não bastassem os problemas complexos do mundo terrestre...

As Ciências Psíquicas, conquanto o admirável patrimônio dos feitos, sente-se enlouquecida pelos impositivos do materialismo crasso e relega, penosamente, à indiferença, as realidades do espírito indestrutível após a disjunção do patrimônio celular. Novas investidas se repetem, audaciosas, procurando no campo das informações sustentar os objetivos negativistas, propondo transformar a vida física em irrisão cósmica de um instante de aberração da Natureza, e todo o patrimônio decorrente da cultura da Civilização hodierna, parece marchar em busca de cousa nenhuma.

O homem se crê possuidor de recursos capazes de decifrar os enigmas insondáveis no campo das moléculas e as conquistas do DNA como do RNA parecem oferecer-lhe um campo imenso para investigações perigosas, facultando às mentes mais ousadas os voos da alucinação no campo das investigações ainda não examinadas à luz da razão.

Face a isso, fala-se com leviandade em depósitos de supergênios e de monstros pré-fabricados, de Hítleres ou de Einsteins, numa volúpia que conduz a mente a estados aparvalhantes, enquanto a fome e as misérias morais campeiam desmoralizando esse mesmo vasto patrimônio do conhecimento. A anarquia se desborda e a perversão dos costumes atinge cifras alarmantes, sem que todos esses valores reunidos possam dirimir as inquietações que vitimam as massas. Simultaneamente, largas faixas da população terrestre prosseguem dizimadas por enfermidades que a Ciência já poderia ter debelado, em definitivo, quais a cólera, a lepra, a tuberculose que, todavia, prosseguem matando tanto quanto a guerra ou a sífilis, consideradas enfermidades superadas e entretanto reinando, sombranceiras e soberanas, nos países subdesenvolvidos ou do chamado “Terceiro Mundo”, remotamente distantes da lembrança do Centro Mundial de Saúde, tanto quanto das possibilidades filantrópicas dos abastados detentores do poder.

Tenta-se, e consegue-se, o acoplamento de espaçonaves em estações orbitais montadas fora da atmosfera terrestre; mergulha-se no antes insondável fundo do mar; cogita-se da agricultura submarina; pensa-se nos reservatórios imensos dos oceanos, mas a delinquência juvenil e a velhice ao desamparo põem em derrocada o valor dos títulos de saber da vaidade humana...

O câncer, as endopatias, as enfermidades do sistema nervoso e as distonias mentais são chagas que atestam a pobreza das aquisições humanas. A cada instante novas láureas coroam as cerebrações que investigam os sarcomas, que se adentram pela molécula, e, no mundo subatômico, novas descobertas são conseguidas, vantajosamente, sem que os celeiros do mundo possam apresentar mais grãos e a arca da esperança tenha a possibilidade de acumular mais paz.

Decanta-se, utopicamente, a fraternidade dos povos, enquanto se assestam bombas de alto teor destrutivo na ogiva de foguetes teleguiados.

Justifica-se o investimento de fortunas colossais em satélites para estudar a atmosfera, outros corpos celestes, as expressões da sua estrutura, para realizar observações em tomo dos raios cósmicos e outras pesquisas, no entanto, sabe-se que grande número deles são instrumentos espias, vigilantes, para deflagrarem a guerra. Isto porque os técnicos e a estratégia militar modernas asseveram que a guerra pertencerá a quem aplique o primeiro golpe, sem embargo, que será também o último, desde que o vitorioso tombará sobre o vencido e a espécie humana jazerá dizimada pela loucura que, desde já, varre a Terra em todos os quadrantes.

Prega-se a mensagem de Jesus e dividem-se os homens, ensina-se a necessidade da comunhão dos credos e o ecumenismo abre as portas à tolerância, mas, apesar disso, as minorias religiosas padecem as violentas constrições das chamadas facções dominantes da fé, como se Jesus pudesse permanecer aprisionado ao que diz respeito às paixões humanas, ou às paredes de pedra das vaidades e vitórias do império transitório do homem…

Conclamam-se os filhos no lar à construção do mundo novo e, todavia, graças aos métodos de comunicação audiovisual, pela Cinematografia ou pela Televisão, estimula-se o suborno da dignidade, a corrupção dos costumes, deixando-se consumir pelos alucinógenos, pelos estupefacientes, pelo sexo em desalinho, para despertar, além do túmulo, após tantã desventura, mais frustrados, mais vencidos, mais cansados mais açulados nos desejos coercitivos e dominadores.

Tal ocorre porque as cogitações espirituais têm sido banidas do mapa das experiências intelectuais, no dia-a-dia da vida. Nem sempre os pastores têm dado os necessários exemplos da renúncia que pregam, como, ao ensinarem a pobreza, demoram-se sobre os tronos do poder. Prescrevem celibatos em detrimento da castidade, ensinam pureza da forma sem a necessária vivência da purificação interior e depois engendram palavras hábeis que se convertem em sofismas que se disfarçam em verdades convenientes.

O homem da atualidade desperta para o pessimismo e se faz dissipador, adepto do niilismo, apesar de filiado a esta ou àquela denominação deísta ou religiosa.

Felizmente, o silêncio da morte fez-se também utópico e os mortos voltam, queiram ou não os negadores contumazes, desde que a morte jamais se transformará em destruição da vida.

Morrer é despertar em outro estado, em nova dimensão. Como o berço, em absoluto, não constitui o começo da experiência vital, o túmulo não representa a aduana do aniquilamento...

A genética, embora as perspectivas apresentadas, dificilmente lobrigaria êxito na elucidação momentânea das suas dificuldades, porque embora as experiências de proveta, apesar do sonho do transplante do óvulo para as “madres mercenárias”, a vigilância divina vela pelos impositivos insondáveis da lei. Simultaneamente, os imortais, de pé, retomam da sombra do sepulcro para as claridades do dia, convidando o homem pela constrição obsessiva, pela amargura à meditação e ao exercício da vera fraternidade e do amor, quando este não ouve as dúlcidas modulações do amor mesmo, ou as sublimes clarinadas da razão.

Considerando esses fatores, bendizemos a oportunidade dos conúbios entre os homens da Terra e os Espíritos Redivivos, no ministério do “Evangelho no Lar”. Meditando em tão grave quão nobre cometimento, valorizamos o impositivo da realização urgente de reuniões desta natureza, em que o homem, no lar, produz uma pausa nas suas múltiplas atividades para o silêncio, a meditação e o mergulho na oração, a fim de comungar com o Alto pelo pensamento e pela inspiração.

Não ignoramos as lutas que são travadas.

Conhecemos as dores que fazem sangrar o íntimo, o desejo que todos acalentamos quanto à liberação de muitos sofrimentos acumulados. Sabemos do quanto todos gostaríamos de apresentar os problemas que nos afligem e nos entorpecem, às vezes nos alucinando, aos Divinos Ouvidos, pedindo roteiro e quitação.

Tende, porém, a certeza de que os vossos silêncios de dor são compartidos por amores vigilantes, indestrutíveis que falam vozes dúlcidas, que se não conseguis registar em forma de palavras articuladas, nem por isso deixais de receber como inspiração, nesses solilóquios que se transformam em diálogos e nos quais vossas almas gritando ao Senhor, Dele recebem a iluminação, no recôndito do coração e da mente.

Não desespereis, por mais ásperas vos pareçam as lutas; não recalcitreis por mais cruentas se vos apresentem as batalhas! Tende coragem, lembrai-vos do Cristo triunfador, embora aparentemente vencido!

Abri vossos espíritos e dizei ao Senhor dos vossos elevados anseios de paz com a sinceridade do crente afervorado e dorido. Ele vos penetrará as entranhas da alma, balsamizando as imensas feridas do ser, que estarão em breve cicatrizadas sob o penso da Sua intensa misericórdia.

Orai, portanto, transformai os vossos lares em santuários, para que os petardos da investida devastadora das forças ululantes do desespero, que impiedosamente varrem a Terra, graças à sintonia natural entre os seus habitantes e aquelas outras mentes, possam ser vencidas.

Orando, experimentareis a paz desconhecida, sutil, e sentireis as mãos poderosas do amor sustentando-vos nas batalhas, bem como privareis da companhia das forças que, engajadas ao exército do Senhor, estarão ao vosso lado pelejando pelo vosso êxito, pelo vosso triunfo.

Não desespereis! Estugai o passo antes de vos agigantardes na precipitação. Nossos são a alegria não fruída, o amanhã não surgido, a batalha não travada... O suplemento de forças que recebemos é a nossa reserva de confiança para ser aplicada no porvir.

Não atiremos, portanto, fora, pela precipitação impensada, tudo aquilo que o Senhor nos dá, que nos coloca ao alcance, de que podemos dispor se aprendermos a arte de refletir, a técnica de orar e nos exercitarmos na bênção do esperar.

Bezerra

(Rio de Janeiro - Gb., em 9 de julho de 1971).

Nota: Gb, A Guanabara foi um estado do Brasil de 1960 a 1975, que existiu no território correspondente à atual localização do município do Rio de Janeiro. Em sua área, esteve situado o antigo Distrito Federal. A palavra guanabara tem sua origem no tupi guaná-pará, que significa seio-mar. 
Bezerra de Menezes por Divaldo Franco do livro:
Sol de Esperança

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