quinta-feira, 23 de março de 2023

A Busca da Verdade

A Busca da Verdade

Vianna de Carvalho



O século XIX, que se fez caracterizar na historiografia da Humanidade pelas admiráveis conquistas socioculturais e tecnológicas, ensejou, sem dúvida, a sociedade tecnocrata e a revolução do conhecimento, como duas correntes poderosas para a afirmação do homem e da vida na face da Terra.

Enquanto o cepticismo desenvolveu os seus tentáculos em ramificações variadas, levando o pensamento à ufania da libertação dogmática ancestral, rompendo as amarras da intolerância medieval e abrindo as comportas éticas para novas formulações, inesperadamente surgiram movimentos místicos, religiosos e atávicos da mais variada procedência.

Parece que, ao lado da negação religiosa, surge uma necessidade psicológica de afirmação da fé, como se o arquétipo do inconsciente coletivo rompesse os férreos arcabouços, nos quais se encontra adormecido, ressurgindo com vitalidade e predominando no cenário do conhecimento.

Toda época de negativismo faz-se acompanhar por uma irrupção de crenças, que predominam em formidando contraste, no qual as heranças do passado ressumam sob formulações novas e enfrentam a onda demolidora, reconstruindo, nas mentes como nos corações, a esperança e a paz, que se apoiam nos conceitos de Deus, na imortalidade da alma e na justiça divina.

A revolução industrial — que então ampliou as possibilidades da vida e abriu espaços para a dignidade humana, a competitividade, os altos voos da imaginação e do poder — responde, também, por muitas misérias, que se derivam das injustiças sociais, efeito natural da imaturidade humana e da alucinação argentária, geradora do prazer, das arbitrariedades e crimes que passaram desconhecidos.

A grande vaga da negação candidatava-se a afogar todas as aspirações do bom, do bem e do amor espiritual, tentando demonstrar que só o poder econômico e suas expressões políticas e sociais merecem consideração, valendo ser conquistados a qualquer preço.

Os profetas da era nova, pregando o pessimismo e a destruição, a morte dos valores éticos e o suicídio como solução, conclamavam ao gozo imediato, asseverando que na fragilidade do corpo se encontra a derrota da vida, que deve ser fruída até o máximo antes da sua consumpção.

No báratro estabelecido, enquanto predominavam as teorias e comportamentos esdrúxulos, simultaneamente houve um renascimento místico, mediante doutrinas e cultos que vieram competir com os arrazoados destruidores, à época, em predomínio.

Observou-se também que, ancilosadas nos seus dogmas absurdos, as religiões da ortodoxia cristã permaneciam indiferentes ao acontecimento revolucionário, face às suas preocupações com a formalística, os rituais e a dominação política, que as tornaram igualmente expressões materialistas sob mal disfarçadas vestimentas de fé.

Renascendo do estoicismo dos filósofos revolucionários de França, no século anterior, as tradições maçonicas de natureza esotérica transformaram-se na Franco-Maçonaria e ganharam espaço na sociedade tecnológica, albergando os homens nobres, que sonhavam pela liberdade, pela justiça, pela solidariedade e o bem.

Doutrinas místicas da índia tomaram os corações esfacelados pelo sofrimento e penetraram as mentes frias, convidando à busca do Eu profundo, da realidade do ser, renascendo na vida nobre de Swami Vivekananda, que delas se fez o emérito mestre, que sensibilizava e convencia.

O rosacrucianismo ressurgiu, trazendo o esoterismo egípcio à consideração do ocidente, inebriando as vidas com o perfume delicado da Espiritualidade em triunfo.

A senhora Helena Petrovna Blavatsky e o Coronel Olcott estruturaram a Teosofia e orientaram as vidas para o entendimento do esoterismo trans-himalaico e a fraternidade oculta, de forma que o oriente se fundisse no ocidente, conforme os indivíduos inquietos.

Da Pérsia, Baha'u'lláh proclamou-se o Enviado, a manifestação Divina da Nova Era, e escreveu aos monarcas e governantes das nações terrestres sobre a sua missão e o período que veio iniciar.

O Positivismo apresentou-se como a nova religião da humanidade, colocando-se como forte corrente de pensamento capaz de resolver a problemática — materialismo versus espiritualismo — com uma doutrina racional, apesar das suas expressões e fórmulas místicas, cabalísticas.

Rudolf Steiner apresentou a Antroposofia e tentou a união de diferentes tendências espirituais, objetivando a criatura humana...

A busca da Verdade tem sido intérmina, laboriosa, complexa.

Qual Fênix, ressurge a Verdade das cinzas onde parece haver-se consumido, apresentando-se mais vigorosa e brilhante a cada renascimento, no incessante intento de permanecer no mundo.

Foi o que sucedeu com Allan Kardec ao apresentar o Espiritismo, numa síntese de ciência que comprova a imortalidade, a reencarnação, a vida estuante antes do berço e depois do túmulo; na condição de filosofia equacionadora dos enigmas que perturbam as mentes e o comportamento dos seres, e como religião destituída de fórmulas, de mística, de rituais, ensejando a identificação do homem com a sua realidade em permanente ligação com o seu Criador.

No momento das investigações em torno do micro e do macrocosmo, do desdobramento das doutrinas científicas, nelas o Espiritismo se apoia para a confirmação dos seus postulados doutrinários.

Partindo do fato, que a si mesmo se explica, expõe conteúdos de filosofia otimista que dão sentido à existência terrenal, no conjunto harmônico da Vida.

Remontando à Biologia, à Antropologia, à Embriogenia, à Física nuclear e às doutrinas psíquicas, complementa-as com os seus esclarecimentos, que constituem a causalidade dos acontecimentos, contribuindo com valores sociológicos enriquecidos, capazes de modificarem a constituição e a estrutura da coletividade humana.

Baseada na moral do Cristo, assim como dos Seus predecessores, especialmente Sócrates e Platão, torna-se a religião cósmica do Amor, que alberga todos os seres sencientes irmanando-os ante a Paternidade Divina e Única.

Pairando, racional e demonstrável, nos céus tumultuados do século das luzes, alcança a atualidade, cada vez mais clara e vigorosa, face às conquistas crescentes da investigação científica em várias áreas, que a demonstram e lhe confirmam a legitimidade.

Quando o homem alunissa e as suas bólides espaciais buscam estudar os astros do arquipélago estelar que nos cerca, o Espiritismo, confirmando as moradas da Casa do Pai, conforme a lúcida e feliz expressão de Jesus sobre a pluralidade dos mundos habitados, mantém a certeza da transcendentalidade da vida, não apenas nas sombras do abençoado planeta terrestre, mas, também, noutras esferas que gravitam no cosmo, cantando um hino de louvor ao Criador do Universo.

A Verdade, lentamente desvelada através dos séculos, em fragmentos, pelas várias Doutrinas Espiritualistas, no Espiritismo esplende e triunfa, elucidando a imarcescível glória de Deus e convidando o espírito humano ao crescimento, à libertação, à plenitude.

Vianna de Carvalho por Divaldo Franco do livro:
Antologia Espiritual

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