Espíritos que reencarnam no mesmo lar, com o objetivo de se reconciliarem
Dr. Inácio Ferreira
J.B . – Criança, ainda, com 12 anos de idade. No seio de família, composta de pais e irmãos, convive regularmente bem com todos, com exceção de seu pai, contra o qual era manifesta a sua repulsão.
Obediente, trabalhador, tudo para ele estava bom, mas bastava o pai chamar-lhe a atenção para qualquer falta ou ordenar-lhe fazer qualquer serviço, para que se revoltasse com tanta violência que, por quatro vezes, ficou completamente desvairado, sendo preciso interná-lo no sanatório.
De todas as vezes que foi internado, com o espaço de 8, 10 dias, ficava completamente bom.
A última vez que aqui esteve, já restabelecido, aguardávamos uma pessoa da família para entregá-lo, quando chegou, ao sanatório, o seu genitor. Ao vê-lo operou-se no menino, uma mudança radical, denotando temor e receio num misto de ódio, e o vimos correr para o lado de um enfermeiro, exclamando:
“Não, não; pelo amor de Deus, com ele eu não vou!Vocês não estão vendo a faca com que ele quer matar-me?!Não, não, eu não vou com ele...”
O pai admirado, demonstrando mesmo afeição pelo filho, procurou agradá-lo e nos perguntou:
“Como será que ele adivinhou que eu estava com um punhal?”
E mostrando-nos um punhal que trazia na cintura, sem que ninguém o tivesse visto, devido a sua localização.
Também não deixamos de nos admirar de semelhante fato e, movido pela curiosidade, em nossos trabalhos costumeiros, tivemos a maravilhosa explicação dado por uma entidade amiga que conhecia todos esses fatos passados, dada a convivência espiritual com outra entidade que esteve no sanatório durante todo o tempo de internação do menino, entidade essa que havia sido pai do menino enfermo em uma existência anterior.
Resumimos mais ou menos, as suas palavras:
“De todas as vezes que esse menino esteve internado aqui no sanatório, notamos junto dele uma entidade que o seguia constantemente.
Apresentava-se como um senhor já de idade, alma simples, desses tipos de sertanejo afeito aos trabalhos do campo, resignado com a árdua tarefa de cada dia para o cumprimento de sua obrigação, sustentando uma família numerosa.
A principio, julgamos tratar-se de um obsessor, porém, com o correr dos dias, nos convencemos do contrário, pois notávamos que procurava amparar o enfermo, incutindo-lhe bons conselhos e procurando dar-lhe coragem, humildade de resignação.
Deixamos que permanecesse junto da criança, e movidos pela curiosidade e mesmo por essa atração que todos nós sentimos – Encarnados e desencarnados – Por todos aqueles que denotam sofrimento e preocupação, procuramo-nos aproximar dele e pudemos assim ficar conhecendo as tragédias das vidas passadas, pois assim contou:
“Na minha última existência terrena fui pai desta criança.
Possuía um pequeno sítio em Caieté, onde, em companhia de numerosa família, dedicava-me aos serviços de lavoura, auxiliado pelos filhos, entre os quais esse menino, que naquela época contava 19 anos de idade.
Era trabalhador, disposto, porém um tanto turbulento, valente, sempre metido em brigas e discussões.
Confrontando com as minhas terras, morava um vizinho, um homem pacato, trabalhador, bom pai de família, como eu lutando pelo sustento da esposa e algumas filhas, uma das quais tornou-se logo namorada do rapaz.
O vizinho, porém não se conformou, proibindo terminantemente, a continuação desse namoro, dizendo mesmo que não permitiria o casamento de sua filha com um rapaz tão turbulento.
Por causa disso chegou a vender seu pequeno sítio e mudar-se para um lugar um pouco mais distante, e como o rapaz continuava persistindo em seus propósitos foi mesmo ameaçado, – ou deixasse a moça em paz ou encontraria, nas suas terras se nela penetrasse, alguém que lhe atravessasse o coração com um punhal.
No correr desses acontecimentos, o meu antigo vizinho perdeu a esposa e ainda não refeito por aquele choque, passou pelo desgosto de ver a sua filha fugir com o rapaz.
Desvairado, procurou-os algum tempo e os matou a punhaladas. Por proteção de fazendeiros e autoridades do local não foi preso e não respondeu a processo.
Alguns anos após, contraiu segundas núpcias, procurando uma companheira para auxiliá-lo a criar o resto dos filhos.
Essa segunda esposa ficou louca e uma noite o assassinou a machadadas, fugindo, logo em seguido e nunca sendo encontrada.
Agora é que sei que o rapaz que ele havia assassinado, como espírito consciente de seu estado, não podendo vingar-se diretamente do seu assassino, agiu sobre a esposa, obsediando-a e fazendo com que o matasse.
O rapaz, pouco depois desses acontecimentos, reencarnou-se. Foi soldado e também assassinado, por um companheiro, durante uma questão qualquer, ainda devido ao seu gênio turbulento.
Agora nessa terceira existência, veio encarnado com uma família composta por todos aqueles antigos personagens, pois o pai dele, atual foi o meu antigo vizinho que o assassinou.
Uma das irmãs atuais foi a antiga namorada com quem fugira e também assassinada pelo antigo pai, o mesmo da existência atual.
A mãe atual do menino, foi a segunda esposa do meu vizinho, a mesma que, influenciada pelo seu espírito, matou o antigo esposo o mesmo agora,nessa reencarnação.
Eu os acompanho sempre, procurando incutir-lhes bons sentimentos, amparando e procurando evitar-lhes novas tragédias.”
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Existirão outras causas para explicar os gestos de revolta e repulsa que essa criança manifesta contra o seu pai atual, seu antigo visinho e assassino?
O temor dessa filha contra o mesmo pai, que , em existência passada, fora o causador de sua infelicidade, embebendo-lhe o coração em um punhal?
A amizade e o atrativo que liga essa criança a uma das suas irmãs com quem fugira, um dia, aproximado por esse amor que liga duas almas?
Existirá outra coisa capaz de explicar a desconfiança e o temor que a mãe atual nutre pelo filho, pressentindo nele o espírito mau e vingativo, que sobre ela agira, fazendo com que assassinasse o antigo esposo e com o qual vem agora reviver.
E o espírito desse pai, como viverá em sobressaltos, pressentindo de um lado o filho e a filha que assassinara, e de outro a esposa que, louca, desvairada, lhe cortara, também o fio da sua existência?
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Quanta beleza, quanto deslumbramento serão antevistos, quando a ciência dos homens resolver olhar através dos reposteiros do mundo invisível aos nossos olhos materiais!
Quanta explicação encontrará para firmar a diretriz dos ensinamentos e quantos fatores, até hoje ocultos, não vislumbrará através dos túmulos, fatores capazes de construir o arcabouço da verdadeira ciência futura, já não mais paralisada nos charcos das dúvidas, das incertezas e das concepções errôneas!
Existirá outra causa capaz de explicar a transformação, e as palavras, os gestos dessa criança, quando viu o genitor á sua frente?
Teorias e concepções existem muitas, porém, tão frágeis que não resistem ás aragens desta verdade sublime – Reencarnação.
Assassinado em uma existência anterior; guardando no seu psiquismo a lembrança anterior daquele instante supremo que a arma assassina cortava a sua vida material; conservando ainda no seu Perispírito aquela última centelha de dor, de ódio, de mágoa e de vingança que, qual marca de um ferrete em brasa, se estampava em seu espírito, que manifesta, agora, em todo o seu esplendor, para confundir a sabedoria dos homens e apontar-lhe o verdadeiro caminho das perquirições, mostrando que os sentimentos sobrevivem ao corpo, á matéria, que se transforma.
Reencarnou-se tendo por pai o próprio assassino e por mãe a mesma que ele enlouqueceu, a fim de que ligados pelos laços consangüíneos e aproximados durante uma existência inteira, pudesse um como pai, velar pelo prolongamento de uma existência que outrora havia cortado estupidamente, e o outro, como filho, para que aprendesse a perdoar em retribuição aos trabalhos, aos carinhos e ao afeto a quem sempre deseja se vingar.
O pai, o antigo assassino, tem cumprido sua missão velando pela vida material daquele que assassinara, procurando amparar o filho, lançando mãos de todos os recursos materiais ganhos com sacrifício, para criar, educar e repô-lo no caminho de uma nova existência.
O filho por sua vez, menos preparado na sua vida espiritual, ainda não soube perdoar e não soube esquecer, pressente naquele corpo que representa o seu pai o espírito que outrora levantara a mão e empunhara um punhal para assassiná-lo.
A vida em comum dessas criaturas será, quase na certeza, pontilhada de desgostos e temores, pois existe entre elas, bailando entre suas auras, uma mão invisível empunhando uma lâmina tinta de sangue, e cada uma dessas gotas de sangue representa um desgosto, uma contrariedade, que só se transformará em dívidas resgatadas, se tiverem a ampará-las a resignação, a humildade e a grandeza de coração, bálsamos que atenuarão a dor de um e transformarão o ódio e o rancor do outro.
Daqui, de muito longe, só pedimos a essa Sabedoria Divina para que o braço do assassino não se levante, ainda, um dia, contra o assassino, procurando mergulhar no seu coração, a mesma lâmina que ainda baila defronte de seu espírito. Lâminas que as brumas de uma existência espiritual foram incapazes de fazer desaparecer de seu psiquismo.
Dr. Inácio Ferreira do livro:
Psiquiatria em face da Reencarnação
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