Poluição Mental
Aniceto
- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
"Logo depois, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: verdadeiramente és também um deles, porque o teu modo de faiar o denuncia". - Mateus — Cap. 26, v. 73
O talhe de vida de um médium não deve fugir da decência, de sorte a alcançar outras qualidades reunidas e ensinadas pelo Evangelho, porque o seu modo de ser o denuncia, sem que ele possa empanar o que verdadeiramente é.
A Doutrina Espírita poderá ser muito dignificada pelos seus seguidores, desde que esses observem os preceitos estruturados por ela e alarguem o poder de vontade na área da vivência. Certamente que depende de muito esforço.
Reencarnar é crucificar-se no lenho do corpo, como escola de regeneração. Mesmo sendo um patíbulo de agressões múltiplas, existem milhões de almas esperando a sua vez. E quando nos encontramos na arena da Terra, devemos envidar todos os nossos esforços na assimilação do melhor remédio da vida — o Amor. O comportamento cristão é a meta. 0 espírito na carne é uma mensagem de Cristo, é uma carta aberta de Deus. Como lemos os outros, alguém está nos lendo. E nos paralelos dessa carta, escrevemos o que somos, denunciando-nos a nós mesmos. Se faltar a vigilância, é certo que não poderemos dar mais do que temos. No entanto, o esforçarmo-nos está nas nossas mãos.
Operemos neste sentido, que Deus e Cristo farão o resto por nós. Revistamo-nos, pois, com o manto espiritual, conscientizados de que a nossa defesa parte de Deus, amplia-se em Jesus por nosso próprio intermédio. Se a calúnia nos visitar por invigilância dos outros, não façamos o mesmo. O revide nos nivela ao agressor, deixando-nos sem condições de ajudar.
A mediunidade é um instrumento, senão uma luz que nos clareia a todos, quando a inteligência se irmana com o coração, para usá-la em favor do bem comum, sem exigências de forma alguma. A mente disciplinada favorece o intercâmbio das almas afins. Todos nós, encarnados e desencarnados, somos médiuns por natureza divina e humana. O modo pelo qual nos comportamos é que marca o grau das faculdades que possuímos.
O Cristo criou uma escola educativa, dando como exemplo a sua própria vida e tendo como seus primeiros alunos os doze discípulos. Allan Kardec fez reviver o Cristianismo nos conceitos da codificação, vendo na mediunidade uma fonte inesgotável para grandes revelações e nos médiuns, novos discípulos do Mestre, desde que revivessem o Evangelho no passar de cada dia.
Essa operação gasta igualmente tempo. E esse tempo nos promete uma reestruturação nos códigos das outras filosofias religiosas, para que todos possamos nos irmanarmos pela convivência da própria luz. O comportamento do médium denuncia com quem ele anda. A sua boca revela as suas próprias companhias, e as suas vibrações despertam nos outros os impulsos que as alimentam. Temos, na Doutrina dos Espíritos, uma das universidades educacionais e nos seus profitentes os chamados e escolhidos para o aprendizado. Se nos primeiros momentos da concepção começa o calvário da alma, exigindo dela esforço e fé, o ingresso dela nas hostes educativas de Jesus, conscientizada, exige esforço dobrado. E guerra sobre guerra, é luta sobre luta, porque a ascensão custa suor e dor.
Tratamos aqui do médium espírita, a quem foi dado muito e é pedido mais. Comparamos o sensitivo da Doutrina dos Espíritos à samaritana, que antes tomava água do mundo e tornava a ter sede. Todavia, quando se encontrou com o Mestre, pelas vias do Espiritismo, saciou a sua sede para sempre e, ainda mais, tornou-se um poço inesgotável. Tendo todos os meios de comprovações pelos métodos indutivos dos místicos e dos santos, a intuição pura rasga os véus tecidos pela ignorância e faz com que a alma beba os conhecimentos do Suprimento Maior. Não obstante, essas vias de acesso ao esplendor mediúnico requerem demasiada tolerância, caridade, trabalho e fé, que levam o espírito a sentir e a praticar o verdadeiro amor, na dimensão de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Mudar a vida que sustentamos com milhares de enganos, sabemos que não é fácil. Porém, se fosse impossível, não falaríamos disso. Eis o exemplo de Paulo de Tarso, depois do caminho de Damasco. Jesus não procurou almas perfeitamente sadias de corpo e de espírito. Ele escolheu a todos, mas somente chama aqueles dispostos a segui-LO, porque sabe, por conhecer as leis, que toda cura obedece à gradatividade. Depois que já estivermos dominando a nós mesmos na esfera do bem, como médiuns do amor, vamos sentir a felicidade de ouvir, aceitando o que o apóstolo Pedro ouviu, negando.
"Logo depois, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: verdadeiramente és também um deles, porque o teu modo de falar o denuncia ".
Entrevista com o dr. Jorge Andréa dos Santos
R. Sim, não tem dúvida; é isso mesmo. O fato é autêntico e foi escrito por necessidade íntima de apresentar um acontecimento profundamente humano. Todos os personagens são verídicos e encontram-se encarnados.
R. Estive conversando com o Hermínio Miranda e contei a ele a minha história. Sempre li e admirei seus livros, são fantásticos. Ele tem uma maneira específica de associar as ideias. É o maior escritor vivo da Doutrina Espírita.Orientou-me então a escrever um romance; se escrevesse com a condição técnica, seria fastidioso, por isso romanceei.Conversei também com o Divaldo Franco que me informou que a Joanna de Ângelis iria me dar uns palpites e tive realmente uns palpites muito bons; e as coisas se desenvolveram nessa posição. Coloquei até uns versinhos...
R. Está muito bem, completamente inteirado da história, sabe de tudo. Está com 38 anos, é advogado, casado e pai amoroso de quatro filhos.Ele tem uma condição perceptiva das coisas, um verdadeiro estrategista. Percebo nele os arquétipos herdados do passado: firmeza, determinação, com um forte poder de decisão.
R. Os resultados não são muito precisos justamente para ficarmos dentro do aprendizado destas coisas. As cortinas não se abrem para todos, porque tudo é motivo de aprendizado.Temos inúmeros casos em que as coisas não se resolveram, não se abriram. Tínhamos um médium que era fantástico, que tinha uma enorme percepção; muita coisa veio através dele.Este caso foi muito contundente, foi encomendado para que se desse desta forma, que estava na hora de se mostrar, que era possível, para se difundir ideias; é o que acontece em determinados casos, pois existem muitas coisas que não podem ser mostradas, faz parte.
R. Críticas não. Tem indivíduos que tem poucas condições, o que é natural; tem vontade de fazer as coisas e não conseguem, possuem limites.Como não granjeiam a posição que queriam, ficam inquietos, porque querem resolver e não conseguem. Mas muita coisa é para não ser resolvida. Tem muita coisa na Doutrina Espírita que não se resolve; só parcialmente.Os Espíritos às vezes precisam de várias sessões para se ajustarem, se adaptarem, colherem vibrações, porque não é só a conduta do médium ou do doutrinador; só do Espírito estar incorporado, já está sendo doutrinado na sessão.Aí está uma reunião que deve ser equilibrada, ajustada, adaptada; de seis em seis meses deve ser reestruturada.O Divaldo Franco fazia reestruturação em sua reunião de três em três meses.Deve ser verificado se o indivíduo deseja continuar, se está em condições; porque tem pessoas que destoam dentro do grupo. Temos que ter muito cuidado com isso; é preciso ter tolerância, porque estamos num período de acertos, de buscas, de dificuldades reencarnatórias.Pode ser oferecido trabalho em outro setor da casa ou não participarem diretamente das reuniões; é necessário esperar, ter calma.O mundo espiritual auxilia sempre. Todo caminho é para onde deve ser.
R. Não. O médium e o grupo tinham uma proteção muito grande. A doutrinação só pode ser efetuada devido à sucessão de incorporações. À medida que o Espírito incorporava, ele afinava.Quando ele veio pela primeira vez, veio destoante; o tempo foi necessário de propósito para que deixasse aquela fase de processo intelectivo, de palavras imediatas, de perguntas e respostas para uma fase mais afinada, mais amorosa.
R. Tinha que ser desta forma. O casal precisava receber este filho; quiseram receber.Houve a permissão do casal espiritualmente quando, em desdobramento foram levados ao plano espiritual.Não foi problema cármico, não houve dívida alguma, foi uma opção. Teve uma correlação dele com o Nestor no século XVI. Com esta condição ele veio.E depois soubemos o efeito disto, com a chegada dele.A Marta iria desencarnar com 60 anos com um câncer genital; ficou tudo neutralizado, uma coisa tapando a outra.Por que isso? Por que ela precisava estar aqui para educar todos os seus filhos.
O IDEAL - JORNAL DO INSTITUTO DE DIFUSÃO ESPÍRITA DE JUIZ DE FORA • ANO 12 • Nº 167 • NOVEMBRO 2009
José Gonçalves Pereira foi o fundador e dirigente da Casa Transitória Fabiano de Cristo e o criador do grupo “Os Mensageiros”. Vide: Carta de Chico Xavier a José Gonçalves Pereira por ocasião do 1º Centenário da Codificação do Espiritismo.
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