O pensamento
Joanna de Ângelis
Os psicólogos organicistas estabeleceram, categóricos, que o pensamento é exteriorização do cérebro, já que não existe função sem órgão. Toda e qualquer manifestação funcional procede, segundo eles, de órgãos que a elaboram.
Compreendendo e respeitando a conceituação, anuímos com o conteúdo, não, porém, com a forma de que se reveste a tese.
Certamente há órgãos geradores de fenômenos que se apresentam na esfera física, embora não necessariamente materiais.
Considerando as ondas de vária constituição - elétrica, magnética, curta, ultracurta, larga, etc. —, conduzindo mensagens de diferentes teores, incontestáveis, porque captadas e utilizadas para as comunicações, observamos que ocorrência semelhante se dá com os raios X, que passaram das aplicações mais simples e, graças às ondas curtas, às ultrassonografias, às tomografias, às complexas técnicas de diagnósticos pelo poder de penetração dos mesmos nas intimidades do organismo, desvelando as intrincadas malhas da organização microscópica da aparelhagem física, estabelecendo os parâmetros da saúde e da doença, que podem ser computados, e os seus paradigmas fixados a benefício geral.
No que concerne ao ser biológico, não se pode, seguramente, afirmar que seja apenas a massa com que se apresenta e, se se o fizer, estar-se-á infirmando a realidade da energia e dos seus campos, nos quais se aglutinam as micropartículas que constituem os conglomerados atômicos e, por sua vez, orgânicos, resultando no conjunto que é o corpo, conforme a constituição perispiritual de que se utiliza, em razão da programação moral a que se submete o Espírito no seu processo de evolução.
Desse modo, o pensamento não procede do cérebro.
Este tem a função orgânica de registrá-lo e, vestindo-o de palavras, externá-lo, como por intermédio da Arte nas suas incontáveis apresentações.
O pensamento é exteriorização da mente, que independe da matéria e, por sua vez, é originada no Espírito.
O Espírito possui a faculdade mental que expressa o pensamento em todas as direções, utilizando-se do cérebro humano para comunicar suas ideias com as demais pessoas.
Por isso mesmo, analisando-o, o Prof. Mira y Lopez estabeleceu uma linha de progressão, na escala estequiogenética, obedecendo a visão organicista, que apesar disso não foge à realidade espiritual, necessitando-se somente de elasticidade mental para atravessar a ponte de ligação entre uma e outra concepção.
Segundo o emérito mestre, a primeira expressão do pensamento - fase inicial do processo da evolução orgânica e mental - é o primário, no qual a linguagem se apresenta de forma instintiva, sensorial, sem comunicação intelectiva, de natureza verbal e clara. São impulsos que decorrem das necessidades imediatas, buscando exteriorizá-las e tê-las atendidas.
Graças às heranças genéticas, ao processo de crescimento (filogenético) e aos fatores mesológico-sociais, o ser passa para o pré-mágico, no qual a fantasia se apresenta em forma de imaginação rica de mitos que se originam no medo, nas aspirações de equilíbrio, de prazer - períodos da caverna, da palafita - para dar início aos cultos através dos sacrifícios humanos, como forma de aplacar a ira, a fúria dos elementos cruéis, os deuses da vingança, da inveja, do ódio, que lhe pareciam governar a vida, a natureza, o destino.
Naturalmente, mais tarde, vem o período mágico, que se instalou na era agrária, dando origem às grandes civilizações do passado com toda a concepção politeísta, inspirada nos fenômenos que se enriqueciam de ideias mitológicas, muitas das quais, na tragédia grega, oferecem campo para as admiráveis interpretações psicanalíticas.
A próxima fase foi a de natureza egocêntrica, caracterizada pela ambição de ser o alvo central de tudo que passa a girar em torno do interesse do ego em detrimento da coletividade, qual ocorre na criança.
É inevitável o processo de crescimento mental e o pensamento faz-se lógico, entendendo a realidade concreta da vida, os fenômenos e suas leis, interpretando o abstrato de maneira fecunda e raciocinando dentro de diretrizes equilibradas, fundamentadas na razão. A linha de raciocínio lógico exige a formulação de dados que facultam o estabelecimento de fatores para que a harmonia dos conteúdos seja aceita.
Na última fase, o pensamento se torna intuitivo, não necessitando de parâmetros racionais, extrapolando o limite dos dados da razão, por expressar-se de forma inusitada no campo atemporal, viajando, concluímos nós, para a área da paranormalidade, das percepções extrafísicas.
Em uma visão espírita do pensamento, a mente plasma no cérebro a ideia, através das multifárias reencarnações, evoluindo o ser espiritual, desde simples e ignorante, quando se manifesta por meio do pensamento primitivo até o momento em que, desenvolvendo todas as potencialidades que nele jazem, estas se desvelam e se fixam nos sutis painéis da sua constituição energética.
O mecanismo filogenético é manipulado pela mente que programa a cerebração, pela qual exterioriza o pensamento na próxima reencarnação, tendo por base as conquistas anteriores.
À medida que o Espírito evolui, o corpo se aprimora, em face das vibrações do períspirito que o organiza e mantém. Nesse seguimento, a organização material depende das energias espirituais, que necessitam do processo da reencarnação, como a semente precisa do solo para desatar a vida que nela estua embrionária, e o espermatozoide com o óvulo, no reduto próprio, para liberar a vida material.
Assim, o pensamento, que procede da máquina mental, recorre ao cérebro a fim de fazer-se entendido no atual estágio de evolução da Humanidade.
Ocorrerá, oportunamente, que o pensamento no campo intuitivo se transmitirá de um a outro cérebro, telepaticamente, sem o impositivo da verbalização, da expressão material: sons, cores, imagens, formas...
Disciplinar e edificar o pensamento através da fixação da mente em ideias superiores da vida, do amor, da arte elevada, do Bem, da imortalidade, constitui o objetivo moral da reencarnação, de modo que a plenitude, a felicidade sejam a conquista a ser lograda.
Pensar bem é fator de vida que propicia o desenvolvimento, a conquista da Vida.
Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro:
Autodescobrimento - Uma busca interior
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