A Verdade
Vinícius (Pedro de Camargo)
A verdade não é aquilo que nos convém, nem o que nos interessa, nem o que nos é afim, nem mesmo aquilo que podemos aceitar com simpatia.
A verdade é o que é: é a realidade viva e crua, consoante a revelação, que os fatos atestam tantas vezes se apele para seu testemunho.
A verdade é, muitas vezes, aquilo que não queremos que seja; aquilo que nos desagrada; aquilo com que antipatizamos; aquilo que nos prejudica o interesse, nos abate e nos humilha; aquilo que nos parece extravagante, e até mesmo aquilo que não cabe em nós.
A verdade não se acomoda ao homem, nem às coisas desta vida. O homem é que se há de acomodar a ela, se a quiser conhecer e possuir.
A verdade é sempre senhora e soberana; jamais se curva; jamais se torce; jamais se amolda.
Quem desconhece a verdade é indigno da mesma verdade, porque só a desconhecem aqueles que a rejeitam. E homens há que tão repetidamente a têm repudiado que acabam por não saber mais o que ela seja, como sucedeu a Pilatos.
A sociedade é composta de Pilatos em sua maioria, originando-se daí as intermináveis controvérsias e querelas em torno das questões claras e simples.
Os homens perderam a noção da verdade; tantas vezes a sacrificaram em prol de seus mesquinhos interesses. Não obstante, o mundo precisa da verdade, e sem ela não pode passar.
Os homens empregam mil engenhos, e mil artifícios para sustentar o regime da mentira, cujos proventos imaginam fruir; mas as coisas se vão complicando de tal maneira, que num dado momento não haverá mais engenho nem artifício capaz de suster a falsa situação em que se colocam; tal é a origem das grandes comoções sociais.
A verdade, às vezes, custa tudo o que possuímos. Tal é a interpretação das palavras do grande Mestre da Verdade:
"Quem não abre mão de tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo."
Vinícius (Pedro de Camargo)
Pedro de Camargo, mais conhecido por Vinícius (pseudônimo que adotou e usou por mais de 50 anos), nasceu em Piracicaba (SP) em 7 de maio de 1878. Desde muito jovem abraçou com entusiasmo o Espiritismo, tendo fundado e dirigido em sua terra natal a instituição espírita “Fora da caridade não há salvação”. Por muitos anos presidiu também a “Sociedade de Cultura Artística”, na mesma cidade. Em 1938, mudou-se para a cidade de São Paulo, onde permaneceu até a sua desencarnação em 11 de outubro de 1966. A partir de 1949, desenvolveu, através do rádio, um programa evangélico de grande proveito para os espíritas. Teve participação destacada nos esforços em prol da unificação do Movimento Espírita Brasileiro que culminaria com a criação do Conselho Federativo Nacional (CFN). Colaborou por dezenas de anos com artigos que primavam pela essência altamente doutrinária e evangélica publicados em Reformador. (Trecho extraído do site da FEB)
- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.

Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário, sugestão, etc...