Culpa e resgate
Marco Prisco
“Embainha a tua espada; pois todos os que tomam à espada, morrerão à espada.” (Mateus — 26:52.)
Enquanto você jornadeia pelo mundo, libere-se de qualquer resquício de culpa.
Acerque-se da pessoa a quem você prejudicou e desculpe-se, demonstrando sincero arrependimento e buscando reabilitar-se mediante salutar atuação a favor do ofendido.
Se você assim proceder e ele lhe perdoar, prossiga em paz.
Se ele não lhe facultar o perdão — problema dele.
Se, porém, você não se reconciliar com ele — problema seu.
Não constranja pessoa alguma a viver com você: familiar amigo, afeto da alma...
Inste com delicadeza e amor, atestando a excelência dos seus sentimentos-em relação a essa pessoa, todavia, não impeça que vá adiante.
A vida ensina mais tarde pela dor, o que hoje se nega aprender pela afeição.
Se lhe pede para tentar por conta própria, não lhe recuse a bênção da experiência pessoal.
Se, porém, você criar impedimentos, vencido pelo egoísmo, amargará ter a presença do corpo com a alma distante, caso não se volte contra você, envenenando-lhe as horas.
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Mantenha, como lâmpada acesa, a sua consciência de dever retamente atendido.
Nenhum prazer, conseguido mediante o abuso à confiança do próximo, ou decorrente do espinheiral que se deixa pela estrada percorrida, vale o preço da rude retribuição.
Se você enganou ou corrompeu alguém, a troco de transitórias satisfações, descobrir-se-á repulsivo perante si mesmo, amanhã ou depois.
Se você desconsiderou a confiança com que o honraram, mesmo que outros o ignorem, você sabe do erro cometido.
O importante não é que o próximo conheça o seu gravame, mas que você saiba do agravo cometido.
O acidente desta ou daquela natureza que o vitimou, talvez não fosse um impositivo cármico do seu pretérito espiritual.
A imprudência que você assume em qualquer situação engendra um processo de causa e efeito que passa a gravitar em tomo de você.
As leis, a ordem, a disciplina são processos educativos que devem ser respeitados.
Não creia que “só acontece o que deve acontecer”.
A sua conduta altera para melhor ou para pior o seu esquema evolutivo, conforme a direção que você se conceda.
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Diante dos que passam aureolados pela glória aparente, ou desfilam no carro do poder transitório, ou demonstram fruir da vida o máximo, não se deixe ralar pela inveja ou anele estar no lugar deles...
Muitos convertem os tesouros da harmonia e os bens do espírito em tormentos inconcebíveis, a fim de se banquetearem no topo da montanha da ilusão, donde caem, não raro, fragorosamente.
Se alguém adquiriu fortuna e triunfo, lesando os seus irmãos, ele está enfermo.
Se você anelar por percorrer a mesma estrada, encontra-se em processo de contaminação da doença perigosa que a ele vitimou. Não há outra alternativa, senão a da honrabilidade evangélica.
Muito bem acentuou Jesus, advertindo a Pedro: “Embainha a tua espada; pois todos os que tomam à espada, morrerão à espada”. E, por extensão, deixou o ensino de que as ações incorretas não sustentam os ideais nem as aspirações certas.
Nenhuma violência sobrevive sem criar reações violentas.
Os meios excusos não se fazem dignos porque objetivem nobres fins.
Não se faculte culpa de qualquer natureza, a fim de que progrida feliz, sem os acúleos da aflição desnecessária.
- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
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