domingo, 11 de dezembro de 2016

Compreendamos para Ajudar

Compreendamos para Ajudar 

Fabiano de Cristo 




Afirma-se que é impossível, na atualidade, a construção, na Terra, do reino de Deus, nas bases dulcificantes a que se reportava Jesus. 

Diz-se que a onda de violência gerada pela maquinaria tecnológica é semelhante ao deus Moloc - devora nas entranhas ardentes os filhos que a construíram. 

Opina-se que o homem tresloucado de hoje não consegue sublimar o sentimento elevado, por jazer moribundo sob o domínio das sensações mais grosseiras, as que impedem a libertação mediante os ideais superiores. 

Estudiosos da problemática humana, em consequência, sofrem receio em face do dramático mapeamento delineador do futuro em referência às experiências de paz e fraternidade. 

Todavia, Jesus prossegue, sendo a resposta insuspeita dos séculos, em relação a todas a questões perturbantes que se conhecem. Imperioso, portanto meditar-lhe o ensinos, imprescindível ouvi-los com interesse para mais tarde vivê-los integralmente. 

Compreendermos o amigo. a fim de ajudá-lo com segurança, é programa que não podemos adiar. Para tanto, a técnica conseguiu padronizar necessidades e estereotipando soluções, impossibilitada,  porém, de penetrar o âmago de cada questão, atendendo-a da base para a periferia. 

Os cristãos sabem que todo problema atual tem suas matrizes na sede do espírito - jornaleiro de ontem, viandante do amanhã - e que somente através da erradicação das causas negativas, nele vivas, se poderá conseguir a liberação das consequências felizes. 

Explica-se que as calamidades novas são resultantes dos erros que nos chegam do passado, agora avolumados. Isso não impede, antes impele, ao labor que cria fatores propiciatórios ao Bem em relação ao futuro. 

Para esse cometimento, o amor constitui a gênese de todas as edificações, o pólen fecundante de todo reflorescer porvindouro, como efeito natural do esforço salutar, que produzirá a cordura e a bondade nos corações. 

A cordura, no torvelinho das paixões que se vivem, pode ser considerada como uma ilha bonançosa, no mar encapelado circunjacente ... E a bondade é qual um oásis gentil, que aguarda o viajor após a travessia pelo deserto adusto e pavoroso. Ninguém despreza uma ilha de bênçãos nem um oásis de refazimento. Pessoa alguma, da mesma forma, desconsidera a cordura e a bondade por mais que conduza ressecados os sentimentos interiores. 

Programa-se o estabelecimento da felicidade terrena, mediante o influxo das realizações de fora, sem o impulso da transformação moral de dentro. 

Estudam-se reformas e planificam-se ajustamentos, mediante o concurso de mentes privilegiadas, que, todavia, jamais, ou raramente, saem dos gabinetes confortáveis em que estabelecem diretrizes, para a vivência das vielas onde a dor faz morada, ou se movimentam entre os infelizes, catalogados como "párias sociais", que transitam na criminalidade ou entre os que habitam malocas infectas, vivendo ao sabor das perversões de ordem variada, onde o desespero se agasalha ... 

O amor, no entanto, que pode penetrar o fulcro do erro sem macular-se e o reduto do vício sem perverter-se, dispõe do estímulo restaurador que eleva vidas e alça vencidos morais às excelsitudes da nobreza. 

Sem desconsiderarmos, portanto, o elevado contributo da técnica, convocada a ajudar o sentimento humano aturdido e a libertar o homem inquieto da miséria sócio-moral que constringe, recorramos ao condimento do amor que possui a mais expressiva metodologia, porquanto, com Jesus - o mais elevado exemplo de amor entre os homens, que inaugurou a Era da Fraternidade e criou os estímulos para que as criaturas se ajudassem, modificando as paisagens morais da Terra -, tal relevante empresa se toma factível, imediatamente realizável. 

Não titubeemos nem recalcitremos, procurando soluções complicadas, em bases de matemática futurológica, de previsões materialistas ... 

Sigamos as pegadas do Rabi e amemos, compreendendo-nos uns aos outros e uns aos outros desculpando-nos no momento do erro, a fim de lograrmos ajudar e produzir com mais eficiência, instalando, em definitivo, na Terra, o reino de Deus que já devemos conduzir no coração desde agora. 






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