segunda-feira, 31 de julho de 2023

Somente Hoje

Somente Hoje

Manoel Monteiro


Hoje - a luz do presente!...

Dia como este dia, em toda a vida

Terás este somente.

Recorda isso

E atende a todo bem

Que desejes fazer;

Prestação de serviço

Em socorro de alguém,

Atenção no dever,

Felicidade e paz, esperança e carinho

Que aspires a plantar em lances do caminho,

Alegria, favor,

Dádiva que pretendas ofertar,

Relações que precises recompor,

Gentilezas no lar,

Trabalho, o mais singelo e aquele que mais custe,

Revisão, reajuste,

Corrigenda, perdão,

Provas de estima e consideração,

Apoio espiritual em simples frases

Nas tarefas que abraces e abençoes...

Que nada disso atrases,

Nem deixes que fazeres para depois;

Porque o tempo não volta,

Contando sempre aquilo que se fez...

E dia igual a hoje

Só terás uma vez.

Manoel Monteiro por Chico Xavier do livro:
Correio Fraterno

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- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.
- Dúvidas e contatos enviar e-mail para: regeneracaodobem@gmail.com 


domingo, 30 de julho de 2023

Presunção

Presunção

Lourdes Catherine




Fatores limitantes:
Sou um militante espírita há longo tempo. No momento, estou bastante preocupado em saber quando as pessoas assimilarão o significado verdadeiro de minhas palestras, obras e ideais. Fico apreensivo sobre quem e quantos irão compreender o trabalho que realizo junto à Espiritualidade. Sinto que nem todos conseguem reconhecer os sacrifícios que faço para concretizar essa árdua tarefa. Isso me aborrece muito! Quando receberei a aprovação que tanto espero?

Expandindo nossos horizontes:

Algumas pessoas passam um tempo enorme examinando a impressão que causam seu comportamento, trabalho e palavras, e avaliando, sempre ansiosas, como o seu desempenho afetará os ouvintes ou companheiros de ideal.

Ninguém está excluído do processo de aprender e crescer espiritualmente, pois a Vida Primorosa conduz cada alma de acordo com suas necessidades e exigências interiores.

O homem aprende, reaprende ou desaprende infinitamente.

Quem quiser instruir-se, instruir-se-á. A aprendizagem ocorrerá através do meio mais adequado, conforme sua realidade pessoal e no momento apropriado, considerando sempre a receptividade e disposição íntima de cada um para captar a experiência.

O sono físico tem diversos graus de profundidade; de forma parecida também acontece com o sono espiritual. O grau de importância ou interesse que se dá às coisas corresponde ao nível de lucidez ou despertamento da criatura.

O que lhe chama atenção ou o que o atrai são suas aspirações interiores. De nada adianta abarrotar exaustivamente sua mente com episódios e narrativas, sem levar em conta sua intimidade evolutiva.

As coisas acontecem entre você e seu público, se assim poderíamos dizer. Há certos semblantes num auditório que sobressaem e certas almas que se destacam pela sua vibração.

Elas o tocam e você as toca; houve entre vocês perfeita sintonia. A alma é o reflexo da Vida Mais Alta, e o olhar o reflexo da própria alma.

Se você conseguir que apenas uma criatura assimile a mensagem cristã e desperte para o bem, isso já será suficiente e gratificante para que possa continuar com tudo aquilo que está realizando e desenvolvendo.

Há homens presunçosos que se acreditam geniais; a vaidade é uma paixão muito exigente.

Não se deve esperar, em hipótese alguma, admiração ou reconhecimento pelos feitos pessoais ou realizações coletivas.

Você pode, sim, se considerar um educador, mas deve averiguar o sentido desse vocábulo.

Derivado do latim, educare significa auxiliar, conduzir, possibilitar. É isso que o professor faz no processo de desenvolvimento das faculdades intelectuais e morais de seus discípulos, incentivando-os a cultivá-las e aprimorá-las, sem a presunção, no entanto, de que terá sido ele o realizador efetivo da aprendizagem.

Não são os sucessos e os resultados exteriores, nem a aceitabilidade social e religiosa que deve sensibilizá-lo, mas o aspecto interior de seus atos e ações.

Lembre-se de que aprovação também é uma forma de julgamento. Quando se aprova alguém, se faz dele um julgamento positivo e, a partir desse momento, ele passa a não ter mais descanso, buscando sempre um empenho maior e uma atuação impecável. A mesma flor que hoje você recolheu do jardim lhe sorri exuberante; amanhã, porém, estará sem viço e expirando. Tomemos cuidado com as aprovações; elas podem ser retiradas a qualquer momento.

É preciso que você considere o que quer realmente: que os outros se sintam bem e cresçam verdadeiramente, ou publicidade que o enquadre no rol de pessoas espiritualmente maravilhosas.

Os que têm grande pressa de ser entendidos são, na verdade, aqueles que ainda não perceberam o valor do seu próprio trabalho, e anseiam realizar-se contando com o afã de que todos os compreendam completamente.

Não deseje ser um centro das atenções, mas dê atenção à energia divina, que lhe dá força e segurança. O egocentrismo dispersa sua vitalidade e o afasta da realização de sua jornada interior.

As verônicas crescem com naturalidade nas margens dos lagos e rios. Entrelaçam-se entre as cercas feitas de arbustos ou de estacas de madeira e cobrem na primavera as campinas verdejantes com suas flores azul reluzentes.

Para florescer, elas jamais esperam a presença de alguém por perto para admirá-las ou apreciá-las.

Cumprem seu destino na Terra, fazendo espontaneamente o que devem fazer.

Na sua existência faça aquilo que há de melhor em você e entregue o produto de seu trabalho nas mãos d'Aquele que sabe o que fazer com esse resultado.

Lourdes Catherine por Francisco do Espírito Santo Neto
do livro: Conviver e melhorar

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Lourdes Catherine
Lourdes Catherine é uma amiga e benfeitora espiritual que se dedica à divulgação do Bem à luz do Evangelho redentor.

Pseudônimo de Catherine de Vertus, viveu no século XVII e pertenceu a uma família aristocrática da Bretanha (França). Em 1669, tornou-se noviça no convento de Port-Royal des Champs (vale de Chevreuse), a fim de compreender Deus, através do retiro junto à Natureza, e de reencontrá-Lo no santuário da própria alma. Ideal que se concretizou plenamente. Nunca pôde, no entanto, fazer os votos definitivos em razão da fragilidade de sua saúde, que a impedia de ir mais adiante com as regras daquela ordem religiosa.

Participou ativamente das "Petites-Écoles" fundadas pelos mestres de Port-Royal. Privou da amizade de várias personalidades religiosas, de pensadores e escritores famosos de Paris.

Dedicou-se não somente à religião, mas às letras e à arte com entusiasmo e grande empenho.

No século XIX, em sua mais recente encarnação, viveu em Bordeaux, onde se tornou espírita convicta, após assistir a uma palestra de Allan Kardec em 1861, por ocasião de sua visita de divulgação doutrinária àquela cidade, no sul da França. A partir desse encontro com o mestre de Lyon, prossegue, ininterruptamente, a tarefa de orientar as criaturas para Jesus, através do Espiritismo.

De Planos mais Altos, Lourdes Catherine continua entregando seu coração em favor daqueles que aspiram seguir em direção da Espiritualidade Superior e incentivando a fé cristã em todos os que trabalham para a edificação de um Mundo Melhor.

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sábado, 29 de julho de 2023

Tempos narcisistas

Tempos narcisistas

Joanna de Ângelis



Desde há trezentos anos, mais ou menos, com o surgimento das doutrinas liberais, do iluminismo, do cientificismo, do modernismo, a sociedade humana lentamente vem abandonando a fraternidade decantada na Revolução Francesa de 1789, para assumir uma identidade egoísta, narcisista.

Ante as indiscutíveis conquistas da cultura, da ciência, da tecnologia, desenha-se lentamente, o individualismo, a desserviço da comunidade, trabalhando uma vivência antropocêntrica, toda baseada nos interesses pessoais, ficando à margem aqueles que podem beneficiar todo o organismo social.

Nos dias atuais, o distanciamento que se apresenta entre os indivíduos leva-os a situações inquietantes, avançando no rumo de problemas graves de comportamento.

Preocupados com as imposições do mercado de consumo, os valores éticos lentamente cedem lugar àqueles de natureza imediata, que resultam em poder e em prazer, como se a existência não tivesse outro objetivo, com total olvido da intemporalidade do corpo físico, da sua fácil desintegração, das transformações que nele se operam a todo instante, rumando para a morte...

A busca dos recursos próprios para o exibicionismo confundido com felicidade vem induzindo à ansiedade mórbida, ao abuso dos usos, à aparência em detrimento da realidade interior, tornando-se metas principais da existência a conquista da beleza exterior e da sua preservação através dos recursos em disponibilidade.

Implantes e cirurgias plásticas, cosméticos e ginásticas modeladores do corpo ideal tornam os indivíduos seres coisificados para o comércio da ilusão e do gozo insano.

Há doentia demanda pela autopromoção com esquecimento significativo da reflexão, da beleza interior, da harmonia, que são fatores básicos para a real conquista do bem-estar.

A propaganda bem direcionada e exploradora extorque os sentimentos elevados que são substituídos pela ânsia de consumo, descartando-se o de ontem para a aquisição daquilo de agora, mesmo sabendo-se que logo mais estará igualmente ultrapassado.

Não importam as emoções superiores, que se tornam frias, indiferentes ao que acontece com o outro, o seu próximo, desde que não lhe cause imediato problema ou mesmo preocupação, como se o incêndio na casa vizinha não lhe ameaçasse o próprio lar de ser comburido, pelas mesmas chamas. Essa cultura doentia vem dando lugar ao desespero dos desafortunados, que se armam de violência e tomam pela força aquilo que lhes é negado pelo dever de humanidade, ampliando-se os quadros da agressividade e do ressentimento em proporções preocupantes.

Aumenta o exorbitante abuso do gozar e do poder, diminuindo o respeito pela vida e todas as suas expressões, dando lugar ao convulsionado comportamento da competitividade insana.

Tudo é rápido, no tempo sem tempo, sem oportunidade de apreciação, de análise. De vivência aprazível do que se consegue.

A cooperação, o sentido de união e de fraternidade vão desaparecendo, manifestando-se apenas quando resultam benefícios imediatos para aqueles que se aproximam.

Tem-se a sensação de que o amor empobreceu e se transformou em expressão de consumo, permutando-se os sentimentos mascarados enquanto vigem os proveitos.

A falta, porém, do amor no ser humano, torna-se grave problema existencial que o conduz ao desespero mesmo que silencioso, ao sofrimento desnecessário, que poderiam ser resolvidos no aproximar-se um do outro com objetivo destituído de lucro.

O narcisismo é prática antissocial, que degenera em corrupção moral e insensibilidade emocional.

Preocupado somente com a sua imagem, o narcisista opera segundo as manipulações que lhe ofereçam resultados lucrativos, elogios e aplausos ilusórios.

Dominadas pelo capitalismo perverso, as criaturas são educadas para usufruir ao máximo, trabalhando-se em favor do individualismo que se sobrepõe às mais avançadas técnicas proporcionadoras da vida feliz.

As empresas, insensíveis aos seus servidores, visam apenas ao lucro, atendendo aos impositivos legais, longe, no entanto, da retribuição verdadeira àqueles que fazem parte do seu organismo social. Seus executivos pensam apenas no crescimento e nas rendas da entidade, sendo vítimas, periodicamente, dos conflitos econômicos e das oscilações das ações nas bolsas de valores em ascensão e quedas frequentes.

O objetivo real da vida é proporcionar ao Espírito o desenvolvimento dos recursos divinos nele ínsitos e adormecidos, que são capazes de guindá-lo à real alegria e à saúde integral.

Olvidando-se esse sentido existencial, o tempo juvenil é gasto no acumular do poder e no fruir do prazer, alcançando patamares de insatisfação e perda de significado psicológico, que levam às fugas espetaculares para o abismo de si mesmo, desidentificando-se da própria realidade.

Essa perda de identidade pessoal, de similitude ao então conceituado, é mais profunda do que parece na superfície, em face do desgaste emocional no jogo do que se é interiormente e
daquilo que se deve apresentar por fora.

Em face desse consumismo narcisista, houve perda inevitável da realidade, em virtude das imposições do tempo, que devem estar adstritas aos jogos interesseiros.

Onde predomina, porém, o egoísmo, desfalece o sentimento de humanidade.

Necessário reverter-se esse quadro infeliz, conforme já vem ocorrendo em alguns setores científicos e culturais, inclusive na medicina que recomenda o amor como a mais saudável terapia preventiva e curadora em relação aos diversos males da sociedade antropocêntrica.

Lentamente se torna necessária a volta à consideração das coisas simples e puras da existência, aos acontecimentos ingênuos e belos dos relacionamentos humanos, à contemplação da beleza das paisagens, às considerações em relação à Natureza e à sua preservação.

Vivendo-se artificialmente, o tédio e o desespero dão-se as mãos e saem em busca da harmonia e da confiança perdida, do amor, ou derrubam as suas vítimas nos poços profundos da alucinação.

Descrentes do significado do amor, porque foi confundido com desejo e sexo, os indivíduos redescobrem a fraternidade, a compaixão, a solidariedade, e ressurgem os sentimentos afetivos vitalizando as débeis forças que se consumiram no tráfico das paixões servis.

A compreensão, portanto, da fragilidade orgânica, das mudanças que se operam em todos os sentidos enquanto se encontra o Espírito no corpo físico, faculta uma visão diferenciada do narcisismo e nasce o desejo de repartir, compartir, solidarizar-se.

Quem elege a solidão, candidata-se ao abandono.

Quando se escolhe a solidariedade, encontra-se a retribuição.

Dizem que o sentido do amor desapareceu por falta de correspondência, por traição e infâmia, por falta de vitalidade.

A alegação é falsa, porque destituída de significado.

Mesmo que alguém não retribua o afeto ou o degrade, isso não significa a fraqueza do seu conteúdo, senão a debilidade moral do indivíduo.

O amor é dinâmico e produtivo. Caso alguém o desrespeite ou lhe traia a confiança, ele permanece intocável, à semelhança da luz solar que beija o pântano e a pétala da rosa, mantendo-se integral, inatingível.

É inevitável que o narcisismo ceda lugar, na cultura do futuro, nesse vir a ser que se desenha para o porvir, sendo substituído pela fraternidade que vigerá nas mentes e nos corações como passo inicial para a plenitude do amor que tanta falta faz à civilização hodierna.

Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro: 
Atitudes Renovadas

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sexta-feira, 28 de julho de 2023

As fronteiras do perdão

As fronteiras do perdão

João Marcus 

(Pseudônimo de Hermínio C. Miranda)

"Então, chegando-se Pedro a ele, perguntou:

— Senhor, quantas vezes poderá pecar meu irmão contra mim, que eu lhe perdoe? Será até sete vezes?

Respondeu-lhe Jesus:

— Não te digo que até sete vezes, mas que até setenta vezes sete vezes." (Mateus, 18:21 e seguintes.)

 

Pedro era um Espírito objetivo e prático. Queria definições precisas e muito claras. Ainda não fora promovido de pescador de peixes a pescador de homens, como lhe prometera o Mestre. Preocupado com o problema do perdão, interpelou frontalmente o Amigo Maior. De sua pergunta podemos inferir que era tolerante e bom porque admitia perdoar sete vezes, ou melhor, até sete vezes. Talvez traçasse por aí os limites do perdão, mas as fronteiras que o Cristo lhe fixava estavam muito além.

O ponto merecia ampliações mais elaboradas e Jesus não deixou passar em branco a oportunidade. Narrou a parábola dos dois devedores, destacando que aquele mesmo a quem o rei perdoara uma dívida de 10 mil talentos (*) não fora capaz de perdoar, a seu turno, uma conta insignificante de 100 dinheiros. E por isso, mandou o rei que o entregassem aos algozes até pagar toda a dívida.

(*) O talento era moeda de grande valor, correspondente a 6.000 dracmas que, por sua vez, valia 6 óbolos. Por conseguinte, o talento era equivalente a 36.000 óbolos. Quanto ao dinheiro, era moeda de pouca expressão.

Lição profunda essa, que serviu a Pedro e servirá a todos nós pelo tempos a fora. Quem mais, senão Jesus, para colocar na linguagem simples dos simples o mecanismo sutil das leis de Deus? Fazendo incidir hoje sobre aquele texto a luz da Doutrina Espírita, podemos descobrir, nas mesmas palavras, outros ensinamentos e novos ângulos.

Em primeiro lugar, a lição da tolerância. Perdoar sempre, perdoar sem reservas, sem limitações, nem imposições ou condições — perdão puro e simples, sincero e acabado.

O perdão repetido desencoraja o ofensor, fá-lo pensar, lança no seu espírito a semente generosa do amor. O que precisa do nosso perdão está em erro porque ofende, maltrata e faz sofrer. O que perdoa exercita a sua paciência e entesoura a moeda luzente do resgate.

Em segundo lugar, o que perdoa se liberta. Dispondo do livre-arbítrio poderia devolver a ofensa, retrucar uma bofetada com outra, gritar mais alto ao grito que ouviu. Optando pelo perdão, escapou ao compromisso, rompeu o círculo vicioso que o manteria acorrentado ao seu algoz, alimentando ódios, dando novo alento a novas formas de vingança. E a espiral das paixões desatreladas continuaria a evoluir na direção das trevas e das dores.

É verdade: o perdão liberta. Aquele que perdoa e oferece a outra face, não é covarde, é sábio. Compra, com a aparente fraqueza de um minuto efêmero, a paz duradoura do futuro que permanece. De que serve matar o que mata, bater no que bate, ferir o que fere, se a lei prende na mesma algema os contendores? O ódio encadeia e sufoca as suas vítimas e só as deixa quando o perdão desata as amarras. O que mais depressa perdoa, mais cedo levanta voo para as regiões da paz interior. Enquanto odiarmos, estaremos em dívida perante a lei, e os nossos algozes poderão livremente exigir de nós o resgate das nossas faltas, ingenuamente arvorados em cobradores de Deus, nomeados por si mesmos ministros executores da Sua lei. Já muito fizemos disso no passado e ainda hoje, aqui e ali, reincidimos no erro trágico, esquecidos de que, naquele momento fatal, assinamos novas promissórias na moeda corrente da dor. Que cada qual ajuste perante sua própria consciência ultrajada suas dívidas e remorsos. Não cabe a nenhum de nós assumir o papel antipático e doloroso de meirinhos impiedosos da vontade de Deus, punindo em nome do Senhor aqueles que ofenderam não a nós, que nada somos, mas às leis que nos protegem a todos. Não é essa a vontade d’Ele. Que cada um se recomponha livremente diante da ordem universal perturbada. Não sejamos nós o veículo do escândalo de que nos falava Jesus; o ajuste é sempre necessário porque assim o exige a nossa consciência desassossegada, mas recusemos sempre e com firmeza o papel de instrumento da dor alheia.

Ademais, lá está, no texto de Mateus, a advertência imortal. Pedimos perdão de dívidas vultosas, de negros pecados, de erros clamorosos e, no mesmo instante, voltados para o irmão que nos ofendeu apenas com uma observação desatenta, lhe exigimos o reparo imediato, inapelável. Pedimos muito e não queremos dar coisa alguma. Devedores relapsos, revestidos de falsa humildade, somos cobradores impiedosos e altivos.

Enquanto isso, seguimos errando pela vida a fora — erros que atingem irmãos nossos e lhes causam dores e aflições cuja profundidade e intensidade nem sequer imaginamos. Erros que, cometidos invariavelmente contra o semelhante, são também contra nós mesmos porque ao cometê-los marcamos encontro com a dor da reparação. É bom que o irmão a quem ferimos tenha aprendido a perdoar setenta vezes sete. É bom para ele; para nós que o ferimos, no entanto, o débito permanece. Podemos, no momento da ofensa, avaliar de cabeça fria a extensão da dívida subscrita? Seríamos capazes de prever quando, onde e como vamos poder repor as coisas no seu lugar? Quantas vidas decorrerão até que novamente nos encontremos com o irmão maltratado, em condições de curar-lhe a ferida com a carícia do nosso amor? Compõe-te com o teu irmão, enquanto estás a caminho com ele, dizia o Mestre. Mais tarde, certamente o faremos, porque essa é a lei, mas as lágrimas estarão em nossos olhos, quando nada, pelo tempo esbanjado. Estaremos aí já prontos para novas escaladas espirituais, mas ainda presos penosamente à retaguarda das sombras porque, como na visão de Nabucodonosor, temos a cabeça de ouro finíssimo, cheia de boas intenções, mas os pés são de ferro e barro, guardando na rigidez das suas formas a lembrança das vezes que os calcamos cheios de ódio sobre a garganta do irmão que implorava o perdão e a vida. É grande a dor desse momento em que compromissos tão antigos e esquecidos na memória do ser encarnado ainda nos prendem os pés emaranhados na aflição, enquanto nossos olhos angustiados contemplam as paisagens tranquilas que nos esperam quase ao alcance das nossas mãos.

Senhor: Ensina-nos outra vez a lição do perdão, instrumento do amor, essa força universal que sustenta o átomo e as galáxias, a ameba e os anjos. Novos Pedros sequiosos de aprendizado e de paz, te buscamos na imensidão da tua paciente caridade para que nos repitas mansamente, setenta vezes sete, que precisamos perdoar outras tantas vezes. Só assim, Senhor, estaremos seguros de não ser entregues aos nossos algozes até que se resgatem todas as nossas dívidas. Ao contrário, Senhor, estaremos com as nossas mãos imperfeitas estendidas aos irmãos outros mergulhados na dor, a fim de que juntos nos levantemos para Deus, como tu o queres.

João Marcus

Hermínio C. Miranda
(Sob pseudônimo de João Marcus), do livro:
Candeias na noite escura

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Nota explicativa: - Hermínio C. Miranda também assinava seus artigos como João Marcus e H.C.M. Este expediente foi sugerido pelo editor da Revista Reformador para que pudessem ser publicados mais artigos dele em uma mesma revista. 
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quinta-feira, 27 de julho de 2023

Critério de Julgamento

Critério de Julgamento

Joanna de Ângelis



Há uma tendência muito grande para o indivíduo supervalorizar ou desconsiderar as tarefas que executa.

*

Por processo de autoafirmação, um grande número de criaturas se crê a razão pela qual o Sol se movimenta nos espaços, superestimando-se, em prosaico processo de engrandecimento pessoal.


Não se dão conta de que todos possuem critérios de avaliação e de julgamento, derrapando no ridículo que poderiam evitar.


Tornam-se, assim, desagradáveis no trato e na convivência, evitados por uns e antipatizados por outros.

*

Da mesma forma, encontramos larga faixa de pessoas que se subestimam e não concedem o valor que merecem às suas realizações.


Creem-se incapazes para qualquer atividade e supõem-se dispensáveis em toda parte.


Pessimistas, por índole, fazem-se desestimulantes e arredios, caindo em frustrações desnecessárias.

*

Dá o valor real aos teus atos.


Se poderias fazer melhor o que te parece imperfeito, logra-o da próxima vez.


Se consideras insignificante o teu feito, menor seria sem ele.


Se outros realizam com mais eficiência qualquer coisa, exercita-te e chegarás à mesma posição dele.


Todas as ações positivas são importantes no contexto geral da vida.


Até mesmo o erro tem o sentido de ensinar como se não deve fazer o que ora resulta prejudicial.


Esforça-te um pouco mais, quando estiveres produzindo algo, e, mediante o teu critério de julgamento, valoriza sem excesso nem depreciamento o que faças, pensando na finalidade para que se destina.

Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro:
Episódios Diários

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Consequências Morais da Doutrina Espírita

Consequências Morais da Doutrina Espírita

Gustave Geley


(Tradução de Luiz de Almeida)
Revista Reformador Out. 1944 (FEB)

As consequências filosóficas que precederam (vide "Consequências da Doutrina Espírita", em número anterior) arrastarão consequências morais de uma importância capital. A nova moral constituirá uma ciência cujos princípios serão rigorosamente deduzidos dos conhecimentos adquiridos sobre nosso destino. Como tal, sua influência será verdadeiramente poderosa. Mas, como tal também, ela sacrificará impiedosamente o montão de preconceitos, de obrigações artificiais, de restrições inúteis que embaraçam a moral tradicional, e que os homens parecem ter acumulado por prazer, para tormento reciproco. Ela se apoiará sobre três bases principais:
1º) O conhecimento das leis e condições evolutivas;
2º) A necessidade do livre desenvolvimento individual;
3º) A noção da relatividade da liberdade moral, apoiada sobre a compreensão do mal e das desigualdades humanas.
DO CONHECIMENTO DAS LEIS EVOLUTIVAS se deduzirão:

A necessidade do trabalho pessoal;

A necessidade de cultivar, sobretudo, nossas faculdades intelectuais e afetivas, e de nos desvencilhar o mais possível das sujeições materiais;

A solidariedade forçada entre os homens, pelo encadeamento das existências sucessivas as quais se acham sujeitos, nas condições e meios os mais diversos. Disto gera a necessidade do altruísmo que, segundo expressão do Dr. Gibier, será o egoísmo verdadeiro, pois auxiliando o aperfeiçoamento do seu próximo e da sociedade, a criatura ajudará seu próprio avanço e tornará menos penosas as encarnações futuras.

A NECESSIDADE DO LIVRE DESENVOLVIMENTO INDIVIDUAL é uma lei que se deduz necessariamente do conhecimento do livre desenvolvimento do mundo. Guardamos em nós tudo que é necessário para assegurar nosso progresso; e este progresso deve resultar dos nossos esforços pessoais. Portanto, nos limites do possível, a moral humana deve deixar livre o indivíduo. Não é somente inútil, mas nocivo, impor um dever que a pessoa não compreende ser um dever (1).
(1) Seria inútil registrar que não se trata aqui da educação da infância. Haveria muita coisa a dizer sobre este objetivo enquadrado na nova filosofia, mas, no momento, isto nos arrastaria muito longe.
O ideal da moral será instruir, mas não impor, e advertir a criatura sobre as consequências de suas ações. A luta é necessária ao desenvolvimento de sua inteligência (2).
(2) Um exemplo fará melhor compreender meu pensamento: suponho dois adolescentes em nível psíquico semelhante. O primeiro se encerrará em um convento, onde passará a vida a orar, sem nada saber dos trabalhos, dos prazeres, das dores, das tentações ou das faltas da Humanidade. Terminará, portanto, sua existência, sem ter sobre a consciência um só pecado mortal. O segundo, na sociedade, lutará, trabalhará, conhecerá prazeres e dores. Sem ter sido criminoso, terá cometido muitas faltas. É certo que este último estará mais avançado, na morte, e melhor preparado para a vida futura.
Cedo ou tarde, as faltas, os erros cometidos serão, sob a advertência da dor e, consequentemente debaixo da percepção intelectual, julgados e compreendidos pelo próprio culpado e, então, sua liberdade moral dará um passo acima. Bem entendido, este respeito completo pelo livre desenvolvimento do homem não passa de um ideal. Praticamente, ele deve ser subordinado sob justa medida à segurança e à liberdade dos seus semelhantes. Mas todas as restrições e todas as imposições que não visam exclusivamente este objetivo são nocivas e devem ser rejeitadas.

O terceiro princípio que servirá de base à moral futura, o da RELATIVIDADE DA LIBERDADE MORAL, vem em apoio das considerações precedentes, e prova também o perigo das restrições mundanas ou sociais. Da parte da lei da evolução, o livro arbítrio está sempre proporcional ao progresso do Espírito (3).
(3) Esta solução do problema da liberdade moral constitui um dos mais belos ensinamentos da Doutrina Espírita.
Consequentemente, a gravidade de uma falta não pode ser apreciada em si mesma, nem mesmo após as circunstâncias; mas, antes de tudo, de acordo com o grau de evolução do culpado. Isto significa que os julgamentos humanos, baseados sobre o princípio da igualdade moral, são sempre acoimados de injustiça. É, pois, prudente e sábio abster-se de julgar. É suficiente, aliás, lembrar-nos do nosso passado, para nos convencer da necessidade de uma indulgência completa para com as faltas do próximo. Todos nós, em encarnações diversas, temos sido criminosos e miseráveis; e se soubemos elevar-nos para o conhecimento do belo e do bem, seria rebaixar-nos ao nível dos pecadores toda vez que lhes dispensássemos desprezo.

O espírito elevado não considera faltas ou crimes as consequências do vício, as manifestações da maldade, do egoísmo, do ódio, da inveja, do espírito de vingança, de todos os sentimentos baixos que fazem a infelicidade humana, como produtos inevitáveis de um estado inferior. Ele sabe que existe, no mundo, muito menos culpabilidade que ignorância (4).
(4) Não se argumente que certos criminosos, bem conhecidos, estejam instruídos e inteligentes; semelhantes exceções não poderão ser opostas a uma regra geral. Seria, aliás, provável que estes malfeitores, apesar de algumas faculdades lúcidas, pudessem ser, em conjunto, seres inferiores. Um ser realmente superior é necessariamente bom e não pode jamais agirem função do crime.
Também buscará, antes de tudo, instruir os culpados ou preveni-los sobre suas más ações. Ele não se rebaixará jamais para punir ou para vingar. Ele sabe que os castigos inventados pelos homens são inúteis para melhoria do culpado e que toda a ação carrega em si a própria sanção.

Vê-se o alcance de princípios parecidos na atividade humana. Ao contrário da moral clássica, a moral evolucionária será sobretudo positiva, e reduzirá ao mínimo o número e a importância das restrições, o número e a importância dos deveres (5).
(5) Em uma humanidade suficientemente evoluída, quer dizer, suficientemente inteligente e boa, o princípio de obrigação tomará o lugar do princípio de liberdade. A noção do dever desaparecerá quase inteiramente para ser substituída pela noção do amor. Isto se tomará, com efeito, um prazer em praticar o bem e um sofrimento em praticar o mal.
Na vida individual ela aconselhará, antes de tudo, o trabalho; sobretudo, bem entendido, o trabalho intelectual e a cultura das nossas faculdades emotivas e afetivas.

Podemos desenvolver-nos em qualquer um dos ramos da atividade psíquica, porque importa menos chegar a conhecer muitas coisas que dilatar nossa capacidade de saber. Aquilo que se aprende é menos importante, em si, que o exercício intelectual necessitado para instruir o aperfeiçoamento consecutivo. É inútil, aliás, tentar, numa existência terrestre, abraçar um punhado de conhecimentos. Evitando uma especialização estreita, sempre nociva, nós nos esforçaremos por cultivar disposições inatas e adquirir o mais possível nesse sentido. É a melhor regra, tanto para a sociedade como para nós mesmos.

Ao mesmo tempo em que trabalhar por si, a criatura, com efeito, em face da Lei do Altruísmo imposta como a encaramos segundo a noção das vidas sucessivas, deverá trabalhar pelo aperfeiçoamento de seus semelhantes.

Ela fará o bem sem inquietar-se com resultado imediato.

Desdenhará pensar sobre o reconhecimento que auferirá de seus benefícios e não exigirá reciprocidade.

Menosprezará as injúrias pessoais, esforçando-se por reprimir qualquer sentimento de ódio ou de ciúme.

Não se vingará.

Saberá desculpar e compreender nos outros os vícios e os defeitos, inexistentes por si mesmos, e, na medida do possível, evitará julgá-los.

Deverá aliás, antes de tudo, trabalhar, fazer prova desse testemunho, oferecendo aos olhos dos seus semelhantes o exemplo de uma bondade ativa, consagrada pelo amor e pelo auxilio.

Não fará, pois, nada que a possa diminuir.

Aproveitando o mais possível sua atual encarnação, deverá cuidar do corpo, instrumento de sua atividade.

Evitará, portanto, os excessos, os perigos inúteis, a preocupação de uma morte prematura.

Não terá nulamente que rejeitar de "caso pensado" os prazeres da existência terrestre, nem considerá-los "pecados".

Somente não esquecerá que apenas os prazeres elevados da inteligência e do coração é que serão úteis ao seu aperfeiçoamento, que os gozos puramente sensuais são apanágio de seres inferiores, acompanham-se quase sempre de desilusões e de dores, podendo, em certa medida, retardar o processo da evolução.

Pensará, sobretudo, na renúncia de todo prazer que poderá prejudicar o próximo. (6)
(6) Nos quais limites em que pode e deve manifestar-se este amor do próximo, é o que não é poss1vel fixar. Aí, ainda, o evolucionismo não estabelecerá senão leis gerais, deixando toda liberdade para as interpretações individuais.
Gustave Geley
Revista Reformador Outubro 1944 -  (FEB)

Veja o artigo de agosto de 1944:
Consequências da Doutrina Espírita

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Revista Reformador Outubro 1944