terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

As folias de momo

As folias de momo

Thereza de Brito



Estando você disposto a crescer, incessantemente, nos roteiros da vida, não se esqueça de que nem sempre será fácil a sua tarefa.

O empenho de avançar, com firmeza, pelas vias do mundo, costumeiramente exige uma grande dose de boa vontade e de coragem para não desanimar.

Ocorrem episódios que desafiam a sua disposição de dizer o "sim" ou de afirmar o "não", tanto quanto apresentam-se situações e costumes absurdos que a massa aceita com normalidade, diante dos quais você se vê quase incapaz de opor-se, para não ser tão diferente dos outros, ainda que já tenha distinta opinião sobre eles.

Dentre tais variados costumes que penetraram a vida social e que tornou-se algo imprescindível para um grande contingente, estão os festejos momescos, nos dias do carnaval.

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Numa ligeira panorâmica de tal festividade, em suas origens nas idades do Brasil, tudo não passava de gracejos, de pilhérias, nas as horas de brincadeiras e folguedos, que reuniam amigos, vizinhos, familiares, que se travestiam, muitas vezes, procurando cada qual mostrar-se mais interessante, chamativo, original, visando satirizar os multiplicados problemas sociais de cada época, bem como denunciá-los tanto quanto levantar questões sobre personalidades discutidas da política, ou ainda as formas de imitar a própria Natureza, no que fosse possível.

A válvula de escape social, durante muito tempo se apresentava nos bulícios dos grupos vários que comemoravam o entrudo.

À medida, porém, em que os grupamentos sociais se agigantavam; à proporção em que as dificuldades sociais determinaram transtornos de ordem moral e ao mesmo tempo em que esses desconcertos morais determinaram desajustes sociais, o carnaval passou a servir de veículo para o desaguar dos caracteres tortuosos.

A violência ganhou ruas e clubes de danças, palcos de tais festejos. Os dramas da alma explodiram no corpo, e cada um, além de se travestir por fora, libera as nódoas do psiquismo, as frustrações, os desagravos, a sede de vindita e vasta horda de outros tormentos do íntimo.

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Nas considerações amadurecidas dos espiritualistas, em geral, e, particularmente, dos espiritistas, não podem passar em branco a questão vibratória e os elementos fluídicos, que a tudo envolvem.

Muita gente se expressa com honestidade, asseverando que vai para o carnaval sem intenções malévolas, vai apenas pela distração, pela empolgação, pelo movimento. Entretanto, a sintonização está formada. Mergulhados nas mesmas energias em que todos se encharcam, em franca cadeia de interesses similares, toda a gente se mantém no mesmo caldo de nutrição psíquica. Assim, a boa intenção contrasta com a inutilidade e materialidade dos referidos interesses, não tendo, então, o bem-intencionado, a inocência ou a escusa que a si mesmo se atribui.

Há tantas formas de divertimentos, de descontração, de alegria salutar e aprimoramento individual ou coletivo; por que, dessa maneira, a escolha do carnaval?

O provérbio que assevera: "dize-me com quem andas e o que fazes e te direi quem és..." alcança seu verdadeiro sentido, quando o analisamos dentro desse aspecto.

Em considerando as leis fluídicas, não podemos menosprezar a influência nociva de Entidades desencarnadas que, mesmo fora do corpo somático, persistem tal como eram, quando encarnadas, e, a partir daí, associam-se aos foliões, pelas leis de afinidade psíquica.

Deprimidos, violentos, zombadores, levianos, sexólatras, estúrdios, magnetizadores impiedosos, todos estes tipos de desencarnados se ajustam aos encarnados que lhes dão guarida mental, o que sempre acontece.

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Pais e mães! Vocês que já receberam as notícias do Evangelho que já sabem dos objetivos do Cristo ao vir à Terra, que são objetivos de avanço espiritual, de crescimento para a Luz, não cochilem, nem se percam na importante missão de orientar sua prole.

Um filho é um tesouro, não há dúvida! Não o exponha aos larápios de sua paz em estruturação, não os abandonem à sanha dos ladrões da dignidade, tão arduamente transmitida.

Quando sejam crianças, menores, dependentes da sua experiência, não os enviem às folias momescas, ainda que na companhia de avós, tios, amigos ou de outros. Vocês responderão pela segurança deles, mesmo que não estejam junto deles.

Orientem seus filhos para melhor aproveitamento da vida. Ajudem-nos a fazer nobres escolhas para os seus próprios caminhos. Não se magoem, nem se importem, com os possíveis comentários maliciosos de zombaria em torno da sua atitude, advindos de parentes ou companheiros do seu cotidiano. Vocês darão conta das suas responsabilidades, não se olvidem, e não se preocupem com as ações ou concepções alheias.

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Numa sociedade em que a vida familiar tem sido tão difícil, tão escassa, por que não aproveitar os dias carnavalescos para conviverem bem mais juntos, seja no lar, num sítio arborizado, nas paisagens refazentes do mar ou da montanha, estreitando os vínculos do carinho, prestando atenção a tantos lances importantes da vida dos nossos queridos, antes inobservados?

Não se permitam poluir, pais terrestres, e lutem por preservar os seus filhos dessa ilusão passageira.

O imediatismo de Momo, os gozos das folias, as alegrias do carnaval, tudo isso se desvanecerá, como todo fogo fátuo, e deixará os que neles se locupletaram nas valas da frustração e do arrependimento, mais cedo ou mais tarde.

Vocês, pai e mãe, atentos à nobre tarefa de educar seus rebentos, envolvam-nos com seu amor e sua assistência para que eles amadureçam assim, e a harmonia atinja mais rapidamente os arraiais do mundo, transformando as paixões inferiores em prazer renovador e são.

Se alguém, em lhes percebendo a atitude, perguntar: "o que é que há demais no carnaval?" Não se preocupem, nem se agastem em responder. Saibam, contudo, que "demais" nada há no carnaval, só há "de menos", e sigam adiante, verdadeiramente felizes, na trilha da anelada libertação, aureolados pela gratidão dos seus filhos ditosos, atendendo aos programas de amadurecimento e iluminação, para o qual reencarnaram vocês e eles no mundo atual.

As folias de momo
Thereza de Brito por J. Raul Teixeira
do livro: Vereda Familiar

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Compilação de mensagens espíritas sobre o carnaval
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