União dos Espíritos
Bezerra de Menezes
Bezerra e Divaldo |
Neste momento grave de transformações da sociedade, qual é o nosso contributo? O Senhor já veio ter conosco! Quando nos resolveremos a ir em definitivo para o encontro com o Senhor? Até hoje a sua voz chega-nos de quebrada em quebrada, conclamando-nos ao encontro com a verdade.
...E, calcetas temos sido. Detemo-nos na retaguarda, apoiados a bengalas desculpistas, procurando as soluções da ilusão e da mentira, tentando evadir-nos da responsabilidade.
Com Allan Kardec, não temos outra alternativa, senão apoiar a razão no amor e deixar que o raciocínio frio se aqueça com o sentimento de amor profundo, para que a sabedoria se nos instale na existência transitória do corpo ou no Espírito eterno.
Meus filhos, Jesus conta conosco tanto quanto temos contado com Ele. Ontem Ele nos ofereceu o testemunho da Sua vida e não nos pede agora o holocausto de sangue nas garras das feras, nas estreitas arenas dos circos romanos. Mas, inevitavelmente, aquele que O encontrou terá que enfrentar as feras íntimas, capitaneadas pelo egoísmo, esse terrível adversário da evolução, e os seus famanazes descendentes, que são os impedimentos ao processo de integração.
As feras já não estarão fora. Deverão ser domadas no mundo íntimo. É provável que não sejamos compreendidos, nem o propósito é este.
Aqueles que receberam na Terra o prêmio, o troféu, o aplauso, já estão condecorados. Mas aqueles que passaram incompreendidos e foram fiéis até o fim, esses encontrarão a plenitude, a felicidade. Este é o passo avançado para que se dê a unificação dos espíritas, depois da união dos espíritos. E a divulgação será mais pelos atos do que pelas palavras.
O mundo está cansado de oradores flamívomos e arrebatados, mas carente de pessoas que vivam a lição que pretendem transmitir. Falamos tanto de amor! Amemos porém aqueles que nos hostilizam; não esperemos que todos estejam de acordo conosco. Compreendamos aqueles que nos não compreendem e nos tornam a marcha mais difícil, todavia mais gloriosa.
Não nos preocupemos, porque o Senhor da Seara está vigilante. Ele cuida do grão que cai sobre a pedra e da ave do céu que o vai comer, mas também do grão generoso que o solo ubérrimo recebe e devolve em mil grãos para cada um.
Segui, encorajai-vos, espíritas, amando cada vez mais e alegrando-nos porque ainda estamos nos dias heróicos do testemunho, e quando as dificuldades são intestinas, quando as lições mais próximas e dilaceradoras de nossos sentimentos têm o significado mais profundo. Em dias próximos passados, também nós experimentamos acrimônia, acusação, agressão e amor; porque a harmonia do todo é resultado da integração de suas partes.
Conhecemos a difícil estrada da unificação e é por isso que suplicamos ao Senhor, depois de nos haver enviado o vaso escolhido para que pudesse receber as vozes dos céus e legá-las para todas as épocas, nos ensejasse estes dias de heroísmo e abnegação.
Não vos aflijais. Sede fiéis até o fim. Meio século significa um marco expressivo, mas o Mestre nos espera desde antes que nós fôssemos, e há dois mil anos diretamente vela por nós, mandando-nos Seus embaixadores, para que despertemos para a vida.
Filhos da alma: amai, servi, passai adiante. O defensor da nossa honra é Jesus. O servo que se justifica e que se defende perante o mundo, certamente não confia no Senhor, que o contratou para a Sua seara. Avançai, semeai luz, ponde estrelas na noite. Enxugai o pranto que verte volumoso dos olhos do mundo, cicatrizai feridas e sede, em todo e qualquer instante, o amigo dos que não têm amigos na Terra e o irmão dos desafortunados de caminho.
Em nome dos Espíritos-espíritas, levemos a nossa mensagem de solidariedade e de amor.
Na condição de servidor humílimo e paternal de sempre,
Bezerra
(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, na Sessão de Encerramento do 1º Congresso Espírita Brasileiro, em 3-10-99.)
Publicado na Revista Reformador Dez. 1999 - FEB.
Abaixo recorte da publicação original:
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