segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Como sentir a presença de Deus

Como sentir a presença de Deus

Jácome Góes

Em que dimensão imponderável do universo estaria Deus? Seria Ele apenas um princípio místico de fé? Como se processa a sua real identificação? Enquanto alguns declaradamente materialistas assim questionam porque só acreditam na realidade tangível, outros, contudo, embora definindo-se espiritualistas, ainda permanecem hibernados no torpor de uma alienada abstração que os faz estagnar na superfície de frágeis conceitos, assumindo uma postura de ostensiva indiferença... E assim, sem fiel e autêntico compromisso com a essência pura da criação, seguem apenas os rituais religiosos, distanciando-se, porém, do puro sentimento de autêntica religiosidade, que exige esforço e renúncia na sincera conquista da alquimia íntima...

Quando a fé não expressa revolucionária mudança de atitudes mentais, partindo da subjetiva intenção para ser devidamente confirmada através da dinâmica da ação, apenas traduz insegurança, ou até mesmo camuflada hipocrisia...

Quando a criatura dissocia-se do Criador, já que não consegue senti-Lo na intimidade mais profunda do seu ser, numa simbiótica conexão de legítimo amor, distancia-se da própria verdade e, por extensão, até mesmo da realidade em sua dimensão holística... A partir daí proliferam as promessas que quase nunca são cumpridas, consolidando, assim, flagrante omissão, pois o correto seria firmar corajosos propósitos que confirmassem luminosa redenção. E se toda esta sombria realidade acontece, é porque falta concentrada lucidez para desenvolver suficiente sensibilidade espiritual, visando ao crescimento íntimo através da ressurreição da legítima fé que só será dinamizada em atos, quando for possível sentir Deus em si, de forma tão real e intensa, capaz de não tomar nenhuma atitude sem ouvi-Lo através da própria consciência.

Essencialmente feliz é também aquela pessoa que desenvolveu a plena capacidade para sentir Deus no multicolorido cenário da natureza, onde existe uma divina e soberana harmonia, desde a formação dos astros, passando pela amplitude dos infinitos horizontes, até alcançar uma micro realidade que os olhos do corpo não conseguem ver, mas só com a visão da alma é possível reconhecer!

Felizes, sim, os que sentem Deus na semente que se transforma em caule, tronco, folhas, flores e produz sazonados frutos que embelezam e alimentam!

Felizes os que reconhecem a criação de Deus nos rios que nascem nas encostas dos montes, seguem seu sinuoso caminho na busca do mar, e diante de obstáculos naturais desabam em cachoeiras produzindo a energia que ilumina os campos e as cidades!

Felizes os que são sensíveis ao trabalho das abelhas que colhem o néctar das flores e produzem o mel, numa pura demonstração da fértil, poderosa e divina doação!

Felizes os que sentem Deus no esplendor do sol, na argêntea luz da luz e no brilho das estrelas que formam a constelação nos limites estreitos do mundo e nas amplas dimensões da vida!

Felizes os que sentem Deus na doação incondicional dos pais, quando se tornam cocriadores alimentando seus filhos com a seiva revitalizante do superlativo carinho na forma mais pura de amar!

Felizes os que sentem Deus no conforto das lágrimas que expressam tristeza sem desespero e no sorriso que canta a alegria sem os excessos da euforia!

Felizes os que sentem Deus no sublime gesto de humildade que, pedindo perdão, buscam a paz na consciência, assim como na nobre atitude de generosidade, que perdoando constroem a fraterna reconciliação!

Felizes os que sentem Deus na palavra que ensina e abençoa; nos olhos que confirmam a sinceridade dos sentimentos; nas mãos que amparam e acariciam, assim como no gesto solidário que a dor alivia!

Felizes os que sentem Deus na prece que pede e no estado de prece que doa!

Felizes os que O sentem em todas as expressões vivas do legítimo amor, pois somente assim, na pura sinceridade das intenções, será possível dignificar a própria existência e enobrecer a alma através de luminosas ações!

Felizes, sim, na acepção mais autêntica, são aqueles que sentem Deus vibrando na amplitude da criação, mas, essencialmente, nas dimensões mais íntimas do próprio coração!


Jácome Góes do livro:
Uma nova programação para sua vida

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domingo, 29 de setembro de 2024

Mensagem de encorajamento

Mensagem de encorajamento

Scheilla



Companheiro ponha-se de pé e siga os corações que rumam confiantes.

Doe as aflições ao tempo, cubra-se com o manto da esperança e avance intimorato.

A multidão chora e sorri. Misturam-se lágrimas e sorrisos, abafados pelo retinir das taças finas que contêm os vapores da morte e os fluídos da loucura.

Possivelmente, os anseios lhe atormentam o coração ansioso...

Mas os que buscaram a enganosa liberdade demoram-se nas prisões que a própria delinquência ergueu, inquietados pelo tigrino clamor das multidões desvairadas e o zurzir impiedoso da consciência em desalinho.

Alçando o pensamento ao Grande Bem, você pode chegar à paz
íntima, embora carregue as cicatrizes do sentimento, porfiando na conduta reta.

O tempo é mestre: benfeitor e justiceiro. Tudo refaz tudo apaga, tudo corrige.

Com o tempo, o grão de areia se transforma em valiosa pérola aprisionada no íntimo da ostra, até um dia...

Com o tempo, o carvão humilde se transforma em diamante precioso encastelado na montanha poderosa, até um dia...

Com o tempo, a semente pequenina incha-se no seio da terra, transformando-se, até um dia...

Com o tempo, o débil embrião da vida se desenvolve modificando a própria estrutura, até um dia!

Com o tempo, o regato humilde atinge o mar, vencendo distância e obstáculo. 

Com o tempo, a Mensagem do Cristo se espalhou sobre a Terra
convidando o homem à tecelagem do manto nupcial para o matrimônio da Humanidade com a Vida, um dia...

Enxugue o suor da ansiedade.

Guarde as lágrimas da inquietação.

Amanhã, talvez, o trabalho exija suor e lágrimas em honra à felicidade de ser feliz.

Escude-se na dor dos outros e avance.

Lembre-se dos que caíram somente para os ajudar.

Olhe os vitoriosos da luta e siga com eles.

Não se preocupe por você ter tombado ontem, na escuridão.

Agora brilha a luz da verdade em seu caminho.

Vença a tristeza nascida na recordação da própria fraqueza.

Encha a alma com a alegria de “tudo poder em Cristo”.

Todas as coisas passam, na Terra, à semelhança das belas flores e dos espinheiros no mesmo jardim.

No Grande Além, no entanto, há sempre luz.

Não se aflija com as necessidades imperiosas de abandonar as flores da ilusão, sofrendo os espinhos que conduzem à reflexão.

Aceite hoje os acúleos, coroando-lhe a cabeça, para que um braseiro de remorsos não lhe arda na consciência mais tarde.

Atenda e socorra o próximo, atendido e socorrido pelo Céu.

Sem desfalecer nem recear, repita: “Com Jesus vencerei!”, e mais fácil lhe parecerá à redenção.

Amigo do Cristo ponha-se de pé e siga arrimado ao espírito de luta dos que se alçam à Vida, carregando, como você mesmo, sofrimentos e aflições.

Sheilla por Divaldo Franco do livro:
Crestomatia da Imortalidade

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sábado, 28 de setembro de 2024

Fora te procurei, dentro te encontrei

Fora te procurei, dentro te encontrei

Hammed


"Outrossim o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas. E, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a." (Mateus, 13:45,46)

O Reino de Deus não se encontra longe, nem em outras esferas físicas, tampouco nas mais distantes dimensões espirituais... Muitas vezes, o procuramos tão longe e não o encontramos; porém, quando voltamos o olhar para dentro de nós, vamos descobri-lo ali mesmo, na própria intimidade.

Em cada uma das criaturas há um espaço que alguns chamam de imo divino, outros de consciência, outros ainda de alma - um espaço ao mesmo tempo distante e perto, de difícil acesso e, no entanto, acessível a todos; um recanto consagrado onde sempre será possível encontrar a felicidade.

Nosso âmago sagrado não é nossa mente, nem nossas emoções ou sentimentos, mas, em verdade, nossa alma - a centelha divina por meio da qual testemunhamos tudo o que ocorre dentro e fora de nós.

Jesus não agia dividido, não visualizava somente o interior ou o exterior; antes, observava o reino íntimo, ou seja, a parte mais entranhada do ser.

Há os que pensam equivocadamente que o Reino dos Céus é uma dimensão pertencente ao extrafísico e, não um estado de alma.

Não devemos nos fixar na expectativa de que, conhecendo apenas como agem e vivem os Espíritos desencarnados, tanto os superiores como os inferiores, estaremos crescendo ou nos desenvolvendo espiritualmente. A respeito disso, não nos distraiamos por mais tempo nem nos permitamos continuar nessa ilusão.

Podemos dizer, metaforicamente, que o observador é a alma, e que o objeto de observação pode ser o plano físico e o plano espiritual.

A alma encarnada vive em uma dimensão física, entretanto carrega consigo o Reino dos Céus. O espírito desencarnado pode estar vivendo em uma dimensão metafísica, entretanto transporta também consigo o Reino dos Céus.

Dos três mundos aqui citados, o essencial e o de maior importância para a evolução espiritual é o reino íntimo.

Disse Carl Jung: "Olhe para fora e sonhe, olhe para dentro e desperte". Jesus comparou o Reino dos Céus a uma pérola de grande valor; aliás, a pérola é algo que está dentro da ostra, que fica dentro do mar.

O Reino dos Céus é de vital importância à vida do espírito, pois, quando desperto, tira-nos do sono de ignorância em que vivemos.

Hammed por Francisco do Espírito Santo Neto do livro:
A Busca do Melhor

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sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Socorro íntimo

Socorro íntimo

Emmanuel



Padeces provavelmente grandes conflitos.

Tens a ideia de que os familiares não te compreendem.

Acreditas que os melhores companheiros te abandonaram.

Admites que estás vivendo entre aposentos fechados.

Sofres na solidão e perguntas como abrir tantas portas trancadas.

Entretanto, basta que te recolhas por dentro de ti mesmo e procures pelo apoio da humildade.

Com ela, encontrarás o segredo para que todas as portas se abram alegres, diante de ti.


Emmanuel por Chico Xavier do livro:
O Tempo e Nós

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quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Cantiga em caminho

Cantiga em caminho

Maria Dolores



Quando a prova te procure
Ao rigor de ásperos lances,
Alma boa, não te canses,
Em desespero e pesar!
Tribulação, muitas vezes
É o apoio que te escora,
De que não vês por agora,
Toda a expressão tutelar.

Ao invés de lastimar-te,
Observa, alma querida,
Vem a dor a cada vida,
Ninguém escapa ao sofrer!...
Quem julgas feliz e forte,
Talvez carregue consigo
Desventura e desabrigo 
Por dentro do próprio ser.

Existem, frequentemente,
Na festa que anima as ruas,
Chagas maiores que não tens… 
Não esmoreças. Trabalha,
Ampara, ergue, auxilia,
A esperança, dia a dia,
É o maior de nossos bens. 

Não te vendas à tristeza,
Eis que o tempo nos reclama,
Feliz quem se esquece e ama,
Na senda em que se conduz.
Sigamos. Na estrada nova,
Sob a fé que nos invade,
Ante o Sol da Caridade, 
O companheiro é Jesus.

Maria Dolores por Chico Xavier do livro:
Estradas e Destinos

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A pluralidade dos mundos

A pluralidade dos mundos

Allan Kardec

Revista espírita Março - 1858



Quem ainda não se perguntou, ao considerar a Lua e os outros astros, se esses globos são habitados? Antes que a ciência nos houvesse iniciado em a natureza desses astros, era possível a dúvida; no estado atual de nossos conhecimentos, pelo menos existe a probabilidade, mas a esta ideia realmente sedutora fazem-se objeções tiradas da própria ciência. Diz-se que a Lua, ao que parece, não tem atmosfera, e possivelmente não tem água. Em Mercúrio, à vista de sua proximidade do Sol, a temperatura média deve ser a do chumbo em fusão, de maneira que se ali houver chumbo, este deve correr como a água dos nossos rios. Em Saturno dá-se o oposto; não temos um termo de comparação para o frio que ali deve existir; a luz do Sol deve ser lá muito fraca, apesar da reflexão de suas sete luas e de seu anel, pois àquela distância o Sol deve aparecer apenas como uma estrela de primeira grandeza. Em tais condições, pergunta-se se nele é possível a vida.

Não se compreende que semelhante objeção possa ser feita por homens sérios. Se a atmosfera da Lua não foi percebida, será racional inferir que não exista? Não poderá ser constituída de elementos desconhecidos ou bastante rarefeitos para não produzirem refração sensível? O mesmo diremos da água e dos líquidos ali existentes.

Em relação aos seres vivos, não seria negar o poder divino julgar impossível uma organização diferente da que conhecemos, quando às nossas vistas a providência da natureza se estende com uma solicitude tão admirável até o menor inseto e dá a todos os seres órgãos apropriados ao meio em que devem habitar, quer seja a água, o ar ou a terra, quer mergulhados na escuridão, quer expostos à luz do Sol? Se jamais houvéssemos visto um peixe, não poderíamos conceber seres vivendo na água; não faríamos uma ideia de sua estrutura. Até bem pouco tempo, quem teria acreditado que um animal pudesse viver indefinidamente no seio de uma pedra?

Mas, sem falar desses extremos, os seres que vivem sob o fogo da zona tórrida poderiam existir nos gelos polares? Entretanto, nos gelos há seres organizados para esse clima rigoroso, que não poderiam suportar a ardência de um sol vertical.

Por que, então, não admitir que certos seres possam ser constituídos de maneira a viverem em outros globos e num meio completamente diverso do nosso? Por certo, sem conhecer a fundo a constituição física da Lua, nós sabemos o bastante para assegurar que ali não poderíamos viver tais quais nós somos, como não o podemos em companhia dos peixes, no seio do Oceano. Pela mesma razão, os habitantes da Lua, se um dia pudessem vir à Terra, uma vez que constituídos para viver sem ar ou num ar muito rarefeito, talvez completamente diverso do nosso, seriam asfixiados em nossa espessa atmosfera, como nós quando caímos na água.

Ainda uma vez, se não temos a prova material e de visu da presença de seres que vivem em outros mundos, nada prova que não possam existir organismos apropriados a um meio ou a um clima qualquer. Ao contrário, diz-nos o simples bom senso que assim deve ser, pois repugna à razão crer que esses inumeráveis globos que circulam no espaço sejam simples massas inertes e improdutivas. A observação ali nos mostra superfícies acidentadas, como aqui, por montanhas, vales, abismos, vulcões extintos e em atividade. Por que então não haveria ali seres orgânicos? Seja, dirão; talvez haja plantas e até animais; seres humanos, porém, homens civilizados como nós, conhecendo Deus, cultivando as artes, as ciências, será possível?

Com certeza nada prova matematicamente que os seres que habitam os outros mundos sejam homens como nós, ou que sejam mais ou menos adiantados que nós, do ponto de vista moral. Mas quando os selvagens da América viram desembarcarem os espanhóis, não tiveram mais dúvidas de que além dos mares existia um outro mundo cultivando artes que lhes eram desconhecidas. A Terra é pontilhada de inumerável quantidade de ilhas, grandes ou pequenas, e tudo o que é habitável é habitado. Não surge no mar um rochedo sem que imediatamente o homem ali não plante a sua bandeira. Que diríamos nós se os habitantes de uma das menores dessas ilhas, conhecendo perfeitamente a existência de outras ilhas e continentes, mas não tendo tido nunca relações com os que os habitam, se considerassem os únicos seres vivos do globo? Dir-lhes-íamos: Como vocês podem crer que Deus tenha feito o mundo somente para vocês? Por que estranha singularidade a pequena ilha vossa, perdida na solidão do Oceano, teria o privilégio de ser a única habitada?

O mesmo poderemos dizer em relação às outras esferas. Por que a Terra, pequeno globo imperceptível na imensidade do universo, que não se distingue dos outros planetas nem por sua posição, nem por seu volume, nem por sua estrutura, pois nem é a maior, nem a menor, nem está no centro, nem nos extremos, por que, dizia eu, entre tantas outras, seria ela a única residência de seres racionais e pensantes? Que homem sensato poderia pensar que esses milhões de astros que brilham sobre nossas cabeças foram feitos para recrear os nossos olhos? Qual seria, então, a utilidade desses milhões de globos invisíveis a olho nu e que não servem nem mesmo para nos iluminar? Não seria orgulho e impiedade pensar que assim fosse? Àqueles a quem pouco importa a impiedade, diremos que não tem lógica.

Chegamos, pois, por um simples raciocínio que muitos outros fizeram antes de nós, a concluir pela pluralidade dos mundos. Tal raciocínio acha-se confirmado pela revelação dos Espíritos. Realmente eles nos ensinam que todos esses mundos são habitados por seres corpóreos, apropriados à constituição física de cada globo; que entre os habitantes desses mundos uns são mais, outros menos adiantados que nós, do ponto de vista intelectual, moral e mesmo físico. Ainda mais: hoje sabemos que é possível entrar em relação com eles e obter esclarecimentos sobre seu estado; sabemos ainda que não só todos os globos são habitados por seres corpóreos, mas que o espaço é povoado por seres inteligentes, invisíveis para nós, por causa do véu material lançado sobre nossa alma, e que revelam sua existência por meios ocultos ou patentes.

Assim, tudo é povoado no universo. A vida e a inteligência estão por toda parte: em globos sólidos, no ar, nas entranhas da Terra, e até nas profundezas etéreas.

Haverá em tal doutrina algo que repugne à razão? Não é, ao mesmo tempo, grandiosa e sublime? Ela nos eleva por nossa própria pequenez, bem ao contrário desse pensamento egoísta e mesquinho que nos coloca como os únicos seres dignos de ocupar o pensamento de Deus.

Allan Kardec
Revista Espírita Agosto de 1858

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quarta-feira, 25 de setembro de 2024

O amigo

O amigo

Ignotus


Um afirmava: "Depois da paz íntima e da saúde, o amigo é o mais valioso tesouro da vida. Ele se sobrepõe à consanguinidade, aos laços de parentesco corporal, sendo, não raro, mais fiel e devotado do que muitos irmãos. Penso, mesmo, que a paz e a saúde muito devem aos afetos que cercam a criatura, facultando-lhe a harmonia."

Discordava o outro: "Creio diferente. O mundo é egoísta e o homem avaro. O mais importante, na vida, é o dinheiro. Depois, tudo pode ser adquirido: paz, saúde e amigos. Sem dinheiro, o homem é nada."

Respondeu o primeiro: "Sou seu amigo e não me interessa o que você tem, o que venha a conseguir ou deixe de possuir, 0 importante para mim é a amizade."

Concluiu o segundo: "Não lhe desconheço os valores morais. Mas, sem querer desprestigiá-lo, na linha de seleção entre todos os bens que me cercam, eu opto pelo dinheiro."

Passaram os tempos.

O utilitarista enriqueceu-se de moedas; gozou os favores breves da fortuna, que mudou de mãos; enfermou; experimentou o abandono, a amarga soledade e a dor...

O amigo conheceu a escassez de recursos financeiros, de triunfos e aplausos. Nunca, porém, sofreu a solidão, nem o desespero. Quando o outro, que o olvidara, tombou no esquecimento geral, foi ele quem distendeu as mãos da amizade para evitar-lhe a derrocada total.

Examina tuas posses e seleciona a joia da amizade, preservando-a como tesouro de incalculável significação.

Se não encontrares amigos, sê o devotado companheiro de outro que depares no teu caminho.

Feliz é aquele que se faz o amigo de todos.

Roterdam, Holanda, 09.09.80

Ignotus por Divaldo Franco do livro:
Roteiro de Bençãos

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terça-feira, 24 de setembro de 2024

O amor

O amor

Léon Denis



O amor é a celeste atração das almas e dos mundos, a potência divina que liga os Universos, governa-os e fecunda; o amor é o olhar de Deus!

Não se designe com tal nome a ardente paixão que atiça os desejos carnais. Esta não passa de uma imagem, de um grosseiro simulacro do amor.

O amor é o sentimento superior em que se fundem e se harmonizam todas as qualidades do coração; é o coroamento das virtudes humanas, da doçura, da caridade, da bondade; é a manifestação na alma de uma força que nos eleva acima da matéria, até alturas divinas, unindo todos os seres e despertando em nós a felicidade íntima, que se afasta extraordinariamente de todas as volúpias terrestres.

Amar é sentir-se viver em todos e por todos, é consagrar-se ao sacrifício, até à morte, em benefício de uma causa ou de um ser. Se quiserdes saber o que é amar, considerai os grandes vultos da Humanidade e, acima de todos, o Cristo, o amor encarnado, o Cristo, para quem o amor era toda a moral e toda
a religião. Não disse ele: “Amai os vossos inimigos”?

Por essas palavras, o Cristo não exige da nossa parte uma afeição que nos seja impossível, mas sim a ausência de todo ódio, de todo desejo de vingança, uma disposição sincera para ajudar nos momentos precisos aqueles que nos atribulam, estendendo-lhes um pouco de auxílio.

Uma espécie de misantropia, de lassidão moral por vezes afasta do resto da Humanidade os bons Espíritos. É necessário reagir contra essa tendência para o insulamento; devemos considerar tudo o que há de grande e belo no ser humano, devemos recordar-nos de todos os sinais de afeto, de todos os atos benévolos de que temos sido objeto. Que poderá ser o homem separado dos seus semelhantes, privado da família e da pátria? Um ente inútil e desgraçado.

Suas faculdades estiolam-se, suas forças se enfraquecem, a tristeza invade-o. Não se pode progredir isoladamente. É imprescindível viver com os outros homens, ver neles companheiros necessários. O bom humor constitui a saúde da alma. Deixemos o nosso coração abrir-se às impressões sãs e fortes. Amemos para sermos amados!

Se nossa simpatia deve abranger a todos os que nos rodeiam, seres e coisas, a tudo o que nos ajuda a viver e mesmo a todos os membros desconhecidos da grande família humana, que amor profundo, inalterável, não devemos aos nossos genitores: ao pai, cuja solicitude manteve a nossa infância, que por muito tempo trabalhou em aplanar a rude vereda da nossa vida; à mãe, que nos acalentou e nos reaqueceu em seu seio, que velou com ansiedade os nossos primeiros passos e as nossas primeiras dores! Com que carinhosa dedicação não deveremos rodear-lhes a velhice, reconhecer-lhes o afeto e os cuidados assíduos!

A pátria também devemos o nosso concurso e o nosso sacrifício. Ela recolhe e transmite a herança de numerosas gerações que trabalharam e sofreram para edificar uma civilização de que recebemos os benefícios ao nascer. Como guarda dos tesouros intelectuais acumulados pelas idades, ela vela pela sua conservação, pelo seu desenvolvimento; e, como mãe generosa, os distribui por todos os seus filhos. Esse património sagrado, ciências e artes, leis, instituições, ordem e liberdade, todo esse acervo produzido pelo pensamento e pelas mãos dos homens, tudo o que constitui a riqueza, a grandeza, o gênio da nação, é compartilhado por todos. Saibamos cumprir os nossos deveres para com a pátria na medida das vantagens que auferimo-a. Sem ela, sem essa civilização que ela nos lega, não seríamos mais que selvagens.

Veneremos a memória desses que têm contribuído com suas vigílias e com seus esforços para reunir e aumentar essa herança; veneremos a memória dos heróis que têm defendido a pátria nas ocasiões criticas, de todos esses que têm, até à hora da morte, proclamado a verdade, servido à justiça, e que nos transmitiram, tingidas pelo seu sangue, as liberdades, os progressos que agora gozamos.

*

O amor, profundo como o mar, infinito como o céu, abraça todas as criaturas.

Deus é o seu foco. Assim como o Sol se projeta, sem exclusões, sobre todas as coisas e reaquece a natureza inteira, assim também o amor divino vivifica todas as almas; seus raios, penetrando através das trevas do nosso egoísmo, vão iluminar com trêmulos clarões os recônditos de cada coração humano. Todos os seres foram criados para amar. As partículas da sua moral, os germes do bem que em si repousam, fecundados pelo foco supremo, expandir-se-ão algum dia, florescerão até que todos sejam reunidos numa única comunhão do amor, numa só fraternidade universal.

Quem quer que sejais, vós que ledes estas páginas, sabei que nos encontraremos algum dia, quer neste mundo, nas existências vindouras, quer em esfera mais elevada ou na imensidade dos espaços; sabei que somos destinados a nos influenciarmos no sentido do bem, a nos ajudarmos na ascensão comum. Filhos de Deus, membros da grande família dos Espíritos, marcados na fronte com o sinal da imortalidade, todos somos irmãos e estamos destinados a conhecermo-nos, a unirmo-nos na santa harmonia das leis e das coisas, longe das paixões e das grandezas ilusórias da Terra.

Enquanto esperamos esse dia, que meu pensamento se estenda sobre vós como testemunho de terna simpatia; que ele vos ampare nas dúvidas, vos console nas dores, vos conforte nos desfalecimentos, e que se junte ao vosso próprio pensamento para pedir ao Pai comum que nos auxilie a conquistar um futuro melhor.

Léon Denis do livro:
Depois da morte

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