Desafios morais da nova geração
Camilo
Uma das mais graves omissões que se pode praticar para com o jovem que enfrenta os tempos ásperos e escuros do mundo, na atualidade, é deixá-lo na ignorância a respeito de sua condição de Espírito reencarnado.
Quando tenha conhecimento dessa espiritual realidade, o jovem não achará dificuldade em compreender, a partir da concepção da perfeição de Deus, o quanto lhe cabe fazer em favor de si mesmo e da sociedade em que se encontra encarnado (renascido).
Desde que ninguém se reencarna na Terra sem que seja para atender a uma bem urdida programação da Divindade - traçada a partir das exigências da lei de causa e efeito, tendo em vista as necessidades de aprendizagem e renovação de cada um - a alma que vive a sua fase juvenil passará a penetrar, por intuição, as possíveis razões que a trouxeram para vivenciar o momento que passa sobre o orbe terreno.
Conscientizado quanto aos questionamentos que traz em si e das inclinações morais que identifica em seu mais profundo ser, algumas de comovente espiritualidade e outras de níveis mais escusos, observando o meio familiar em que reencarnou, pleno de pessoas de sua maior simpatia e de outras das quais desejaria estar distante, bem como da sociedade e do período sócio-político-econômico em que retornou ao mundo, não terá dúvidas quanto à densidade de seus comprometimentos com as leis que regulam a vida, concluindo pelo acerto das divinas leis ao situá-lo junto a essa ou àquela pessoa; ao inseri-lo num ou noutro grupo social, num ou noutro país.
Ao mesmo tempo em que faz essa panorâmica, quando dá-se conta de que está onde e com quem precisa, a fim de dar prosseguimento à pauta de sua espiritual renovação, sente que não pode manter-se de braços cruzados, dedicado a imputar responsabilidades a esse ou àquele, como se fosse uma grande vítima do Criador posicionada no meio dos desacertos e dos homens duros e indiferentes do planeta.
Aquilatando, assim, o peso das responsabilidades de quem reencarna pleno de lucidez, buscará ajustar-se aos campos de atividades variadas que lhe permitam evoluir, seja intelectual, seja moralmente, sem deixar de convir que essas esferas de desenvolvimento o farão abrir-se para as ciências e as artes, para os esportes e a tecnologia, para as filosofias e para a fé - não forçosamente nesta ordem -, realizando tudo o que lhe caiba, sem perder os contatos vigorosos com as fontes do amor de Deus.
Cada criatura renasce no mundo com o fim de alcançar a perfeição, conforme ensinaram os mentores da vida planetária ao Codificador do Espiritismo, Allan Kardec. Nesse roteiro, até que alcance esse tento, o ser espiritual se exercita, por meio de conhecimentos do cérebro e do coração, para atender à parte que lhe toca no seio das obras da Criação.
O jovem que se aplica conscientemente nessa linha evolutiva, e que anela por tornar-se um ativo colaborador de Deus na obra do Universo, entende, aos poucos, que, apesar de poder ter acesso às mais diversificadas profissões ou de penetrar os mais gloriosos e graduados estudos acadêmicos, necessitará ter a garantia de que suas luzes não se converterão em trevas, conforme a advertência do Evangelho de Jesus, ou seja, de que não aplicará estudos, conhecimentos, profissões e posições socioeconômicas em prol da miséria moral e da criminalidade ou em favor da corrupção dos mais lídimos valores éticos conquistados a duras penas pelas sociedades do mundo.
Quantos são os moços bem-nascidos e bem-formados escolarmente, que se mancomunam com a pornografia de variado espectro, com o tráfico, tão ilegal quanto imoral, associando-se à mentira que o poder de suas posições oficializa, dando-lhe foros de naturalidade?
Quantos são aqueles que, apesar do bom berço e da apreciada formação acadêmica, chafurdam-se nos pântanos da dependência química, tornando-se usuários consumidores desde o alcoólico social até os pós e as pedras de alto preço, afetando-lhes o bolso, as mentes, os corpos e a alma?
Quantos são os jovens ilustrados, sejam poliglotas, técnicos, músicos, atores, cantores, desportistas, professores, pesquisadores e em outros campos mais da vida encontrados que, não conseguindo os conhecimentos de suas espirituais origens, dos motivos que os trouxeram à existência terrena, tampouco de sua destinação, após o perecimento do corpo, passam a adotar posições intelecto-morais materialistas, às vezes ateístas e nadistas? E, por isso, por lhes faltar sentido lógico para que tenham que suportar as frustrações e reveses da humana estrada, mergulham em valas suicidas, quer seja diretamente, lançando mão de uma arma qualquer ou de poções venenosas, quer seja pelo descaso para com o corpo, passando a ingerir as já assinaladas substâncias letalizantes.
O Espiritismo, na hora devida, chegou ao planeta trazendo as vozes dos seres imortais, de modo a afirmar, sem qualquer espaço lógico para objeções, que aqui não é o começo nem a estação terminal da vida. Veio demonstrar, de maneira irrecusável, não apenas a existência gritante do mundo dos Espíritos, mas a nossa condição de seres espirituais, de almas que jamais experimentam a morte.
Se para toda criatura reencarnada tal revelação está revestida de imponente e grave importância, por dar valor à existência e objetivação aos embates do caminho humano, de que grandeza o Espiritismo não se reveste para aqueles que estão sob as pressões do período juvenil?
É verdade que a vida planetária apresenta incontáveis e complexos desafios para esse contingente imerso de almas que ora estagiam nas quadras da juventude, biológica e psicologicamente falando. Entretanto, na medida em que esses corações e mentes, inscritos na fase da mocidade, forem apresentados à lógica e ao bom senso das informações e propostas espiritas, e na proporção que desejem escapar das falas infantis que repetem os velhos temas da carochinha, de forma a manter ingênuas e de fácil domínio as almas imaturas, encontrarão a luz que lhes abrirá a visão e passarão a enxergar os verazes e benditos caminhos que devem ser trilhados, instrumentalizados, agora, com os conhecimentos da vida imortal que ganha beleza e transparência, verdade e coerência nas interpretações dos Seres de Luz, dos Imortais, na transcendente obra do Espiritismo.
Nenhum jovem está na Terra para perder-se. Nenhum Espírito passa pela fase moça para ser derrotado pelas circunstâncias.
Os tempos estão chegados, de fato! A leva de seres encarnados no mundo, em tempos recentes, compõe essa geração nova plena de potencialidades para o desenvolvimento intelectual, muitas vezes precoce, com dilatados recursos para a compreensão das leis divinas e prontidão para refletir sobre Deus, muito embora muitas propostas e práticas educacionais consigam empanar e até anular tais disposições, o que corresponde a lamentáveis atrasos na esteira evolutiva dessas almas, demonstrando a estrada milenar entre quedas e levantares consideráveis, por onde hão trilhado, ansiosos pelo encontro com a plenitude, que é a própria busca inconsciente ao Criador.
Cabe a essa fogosa juventude, tão bonita e tão capaz, não mais ouvir a indução interior - fruto de erros antigos - nem a exterior - sugestões obsessivas dos inimigos do progresso, quer sejam encarnados ou não - para os vales de avultadas sombras, onde os desejos insalubres de prazeres carnais tão intermináveis quão insaciáveis ou a alucinação toxicômana, ou, ainda, a indecorosa propensão para a violência e o crime são parte infeliz do rol de destrutivas frustrações que impedem o sonhado encontro com a Divindade.
Essa nova geração em que antiquíssimos Espíritos se veem revestidos de corpos novos e bem trabalhados, em virtude das conquistas biológicas da Humanidade, logo que trava contato com o suave Messias, que lhe abriu as portas planetárias, a fim de que não atire fora a mais nova oportunidade evolutiva, entenderá, sem dificuldades, que seu papel é o de ser protagonista e não de paralisados obsessores nos cenários terrestres em que nos movemos nesse bem-aventurado tropismo para Deus.
Cada um dos Espíritos dessa nova geração achará, no campo majestoso dos ensinamentos espíritas, o Deus e a crença que sempre sonhou encontrar: um Deus que não pune, porque ama, numa religião que não constrange, uma vez que não nasceu das desarmonias e conflitos internos de teólogos, mas da misericórdia dos Imortais para com as carências humanas, e de uma vivência da crença sem preconceitos, posto que o Espiritismo nos demonstra que todos somos irmãos, filhos do mesmo Criador, recebedores das mesmas chances de progredir nas veredas cósmicas da evolução.
Os tempos estão, sim, chegados! Resta-nos refletir sobre o que todos estamos realizando para bem recebê-los, para valorizá-los em favor de nosso próprio burilamento, seja daqueles que estão revestidos pelas carnes juvenis ou dos que estamos incumbidos de bem orientá-los para os trilhos do Senhor.
Camilo por J. Raul Teixeira do livro:
O Tempo de Deus
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