quinta-feira, 4 de maio de 2023

A personalidade nas reações cármicas

A personalidade nas reações cármicas

Jorge Andréa dos Santos

Revista Reformador Abr. 1981 - F.E.B.



Os Espíritos que se encontram nas condições apropriadas para novas reencarnações terrenas, ao se acercarem do respectivo vaso físico materno, engajam-se, como que compulsoriamente na região uterina em busca do óvulo – ovo que foi fecundado na trompa e realizou a migração para o útero, a fim de sofrer a nidificação.

O ovo, implantado e amparado, vai progredindo em desenvolvimento, atravessando as conhecidas fases embriológicas (mórula, blástula, gástrula, etc.) até alcançar seu termo final no período expulsivo. Suas fases são precisas e obedecem a roteiro harmonioso ditado pela onda morfogenética - termo utilizado pela Biologia na definição do processamento embriológico -, que nada mais seria do que a influência direta do Espírito sobre sua futura e nova vestidura, a possibilitar, em contato com o meio, as experiências de todos os matizes na fixação de novas potencialidades que irão afirmar o caminho evolutivo.

Nesta posição, o Espírito que construiu seu casulo pela energética que carrega consigo (na maioria das vezes desconhecendo como se dá o processamento íntimo, por não possuir condições suficientes de evolução), implantará todas as tonalidades e potencialidades nos genes dos cromossomos originários nas células masculina e feminina dos genitores. Desse modo, encontra o Espírito o terreno físico ideal na manifestação de suas fontes dinâmicas mais íntimas. É claro que o Espírito será, na maioria das vezes, atraído vibratoriamente pelas condições físicas que lhe são mais afins, onde as emoções e o sentido moral-intelectual, negativo ou positivo que faz parte de sua própria bagagem, podem expressar-se melhor nos componentes gênicos dos cromossomos.

Com isso, jamais haverá um corpo físico que não seja a resultante exata das necessidades do Espírito que lhe vitaliza a arquitetura e comanda as reações químicas de todas as modalidades, onde nada será esquecido e onde as manifestações, desde as mais simples do cadinho celular até as mais complexas do psiquismo, serão a expressão real de suas fontes vorticosas. Convém lembrar que em sempre o Espírito exterioriza tudo o que carrega com sigo numa única etapa palingenética; manifestando, principalmente, as tendências de que mais necessita para construir determinado setor, Logo, as variações serão imersas e não poderão ser limitados, analisadas superficialmente, definidas e enquadradas nos nossos ainda estreitos esquemas mentais.

Por motivos que nossa percepção intelectual, mesmo navegando nas asas do espiritualismo, ainda não pôde registrar nos dias atuais, os Espíritos reencarnantes e, naturalmente, os mais profundamente necessitados de evolução, trazem consigo um componente de distonias e desarmonias que se refletem mais comumente no setor psíquico, atingindo a zona mais nobre das células nervosas. Destarte, aparecem as mentes em desalinho, desde os pequenos, mais simples e facilmente controláveis sintomas psíquicos de superfície, aos mais rebeldes, irreversíveis e irreverentes aspectos de doenças mentais perfeitamente caracterizadas. Diga-se de passagem que, nos casos de patologia mental irreversível, somente algumas repetições reencarnatórias (portanto várias danças dimensionais) poderão oferecer as possibilidades mutacionais para o equilíbrio vibratório do Espírito; nestes casos a Grande Lei aproveitará todas as dores advindas de a fim de romper as raízes do mal, implantadas pela invigilância, incúria e outras potências negativas adquiridas em épocas pregressas.

Um grupo de manifestações, bastante espalhado em nossa atual geração, são os desvios de personalidade, como resultado das provas do Espírito na carne, reflexo da necessidade de suplantar e vencer, neutralizando as negatividades que consigo carrega. A lógica nos mostra, de logo, que não serão medicamentos e pequenas e inexpressivas indicações que resolverão o problema. É caso de luta, de construção, de missão, de trabalho profundo e assíduo para neutralizar a sintomatologia que se exterioriza e que a todo segundo grita, quer manifestar-se, quer evidenciar-se, quer expressar-se e necessita esgotar-se. Somente a educação e o trabalho dirigido com alto conceito de compreensão poderão atingir os horizontes tumultuosos e acidentados que os transtornos de personalidade apresentam; sempre ligados às deficiências pretéritas que se encontram encravadas na alma, cujas expressões são o grito bem aflitivo a reclamar depurações.

Essas estruturas doentes, do Espirito ou individualidade, imprimem nas células nervosas desvios metabólicos a refletirem numa intensa gama de personalidades doentias, consequência de autênticas respostas cármicas.

Devemos considerar como personalidades desviadas as condições dinâmicas que atingem o caráter e cuja intensidade ou grau modificarão a conduta e consequentemente a vida social. Desse modo estarão enquadrados os indivíduos que destoam da média, apresentando tanto agressividade exagerada como passividade extrema, os desvios sexuais, os alcoólatras e uma série de disfunções da personalidade. Geralmente, são indivíduos que acham que suas reações são mais desencadeadas pelo meio em que vivem do que partindo deles próprios.

Dentro dos desvios psicológicos devemos considerar os diversos graus com que se apresentam as personalidades distorcidas, em seus limites realmente patológicos. Isto, porque é de conhecimento geral que todos possuímos, devido nossa condição evolutiva, de uma forma ou de outra, alguns desvios de personalidade freados pelas contingências de educação e da vida gregária a que estamos submetidos.

Não devemos confundir o desvio marcante da personalidade com as psicoses instaladas e que fazem parte do quadro psicótico esquizofrênico, das depressões, das manias e fobias em geral, de tratamento rebelde, denotando verdadeiras explosões cármicas por não existirem freios e atenuantes.

Todo desvio da personalidade deve ser bem avaliado, pois muitos deles não têm possibilidade de tratamento médico. A maioria dos portadores de transtornos da personalidade não deseja tratamento especializado em psiquiatria, e daí a razão dos insucessos e dificuldades. O tratamento será, por excelência, psicoterápico, ao lado da boa e correta adaptação ao trabalho, encontrando nas razões espirituais seu maior entendimento.

A infância e adolescência, os hábitos e a educação influem grandemente no aparecimento ou mesmo neutralização, até certo ponto, de alguns dos transtornos da personalidade.

As variações são imensas e as apresentações, muitas vezes, complexas, de modo a impedir uma análise ajustada e respectivo enquadramento. Entretanto, um esquema pode ser debuxado e assim encarado:

1 - Personalidade ciclotímica


O ciclotímico se traduz por períodos de alegria, geralmente intensa, muita energia e atividade, ao lado de períodos depressivos. As oscilações variam, de um período para outro, entre semanas ou anos, não havendo ciclos bem determinados.

Suas alegrias ou depressões são oscilantes, porém não descambam na doença psicótica propriamente dita. É como se o portador das reações navegasse na superfície da psicose sem ser atingido pela mesma. São indivíduos habitualmente inseguros embora comunicativos e extrovertidos. Nas fases depressivas são sempre pessimistas e desejam mudar de atividades, constantemente. Nas fases alegres, às vezes, realizam negócios e adquirem objetos acima de suas necessidades e mesmo possibilidades, traduzindo ligeiras reações maníacas; tudo isso repetimos, sem participar de um quadro psicótico definido.

2 - Personalidade esquizoide


A personalidade esquizoide caracteriza-se pela timidez, retraimento e incapacidade estabelecer contatos interpessoais com "calor humano"; são, geralmente, indivíduos frios e desconfiados e por isso, sofrerão sentimentos de inferioridade.

Devemos distinguir a personalidade esquizoide do esquizofrênico. Este perdeu contato com a realidade e encontra-se sitiado pelos delírios, alucinações e ruptura da personalidade; na personalidade esquizoide há noção da realidade do mundo, porém com dificuldade nas relações interpessoais.

São indivíduos que sofrem ao enfrentar a intimidade com o cônjuge ou com qualquer outro ser; têm grandes receios de doenças e, as vezes, ocultam suas deficiências com maneiras bruscas, , ou mesmo loquacidade, quando inteligentes. Essas variações e inseguranças são refletidas num caráter mui frágil e sem sustentação.

3 - Personalidade paranoide


Neste grupo encontramos os que torcem certos fatos comuns da vida como hostilidades dirigidas às suas próprias pessoas. Desconfiam de sócios e amigos e mesmo da fidelidade conjugal. A relação com os filhos é sempre difícil. São muito sensíveis, apresentando graus variáveis desde de pequena hipersensibilidade (aliás muito boa e necessária na luta pela vida) até aos graus máximos, onde se exteriorizam delírios persecutórios, que se confundem com a esquizofrenia paranoide. São, comumente, personalidades extravagantes com tendências grandeza; apesar personalidade dessa flutuação a personalidade de estrutura não desaparece - a desconfiança é o ponto marcante. Não se mostram, como deveriam, no ambiente em que vivem; prejudicam, com certa habilidade, as pessoas que confiam em seus propósitos.

4 - Personalidade compulsiva


Neste tipo existe excessiva ordem nos atos e realizações da vida, inclusive os mais costumeiros e habituais. São personalidades "secas e frias" com as pessoas e não admitem que alguém venha atrapalhar sua conduta meticulosa diante do rígido horário para as múltiplas atividades, mesmo aquelas sem importância. Sentem-se culpados e "golpeados" quando não trabalham.

Não suportam a desordem (coisas fora do lugar); são excessivamente limpos, a ponto de lavarem as mãos pelos menores motivos (criando verdadeiro ritual) e detestam tarefas interminadas mesmo que haja incompatibilidade em horário. Desequilibram-se no ansiedade e depressões quando não realizam as tarefas que julgam imperiosas e intransferíveis (tarefas rotineiras).

Nos seus trabalhos desenvolvem, por vezes, energia incomum, mas, quase sempre, não atingem a posição desejada por ausência de melhor comunicabilidade e de calor fraterno; perdem-se nos detalhes e não alcançam autenticidade. Quando existe pequeno grau compulsivo, canalizado para o esforço criativo, podem ser líderes e pensadores; isto porque a ausência total de compulsividade pode degenerar na desordem e no caos. Nestas condições são geralmente bons moralistas e religiosos bem integralizados.

5- Personalidade instável


São estruturas inseguras, com humor lábil e incapacidade para vencer os problemas comuns da vida diária; pouco afetivas e têm dificuldade de escolher a sua vocação. Estão sempre com sentimento de inferioridade à frente de tudo e, como tal, instáveis e vacilantes, seguindo as influências da última opinião de alguém. Assim, pedem muito ajuda aos amigos para os seus problemas e quase sempre nada dão. São ególatras, até certo ponto, devido à imaturidade de caráter. Adoram ser protegidos por amigos, pais ou cônjuges; desse modo, nunca serão autenticamente amados por apresentarem uma autoimagem deformada.

6 - Personalidade passiva


Representa aqueles que, nas relações interpessoais, nunca mostram enfado tampouco esboçam reação (reação agressiva aceitável) ou resposta enérgica, se a situação assim o exige. Têm receio de melindrar as pessoas e, por isso, tornam-se prolixos pelos circunlóquios que desenvolvem em torno de coisas simples. Pela natureza de sua estrutura psicológica reprimem os sentimentos são candidatos mais fáceis às fobias, às ansiedades e tensões.

Existe o passivo e o "manso", por equilíbrio; estamo-nos referindo à personalidade passiva dos que não possuem ainda autoafirmação.

7 - Personalidade agressiva


Neste grupo estão enquadrados os irritáveis por qualquer motivo, sem medidas da autoafirmação. São dominantes e muitos deles, quando inteligentes e educados, chegam a ser lideres; se são brutos, grosseiros, descambam para o desequilíbrio agressivo fora do comum. Quando alguém se antecipa e altera seus desejos, tornam-se imediatamente agressivos e suas reações variam com o grau de educação e maturação psicológica.

De modo geral, a brutalidade de que se revestem é a reação do incapaz que deseja, com a máscara agressiva, encobrir a insegurança e ansiedade descontroladas que carregam consigo.

8 - Personalidade antissocial


São todos aqueles que estão em conflito com a sociedade; seguem seus impulsos sem medir consequências; habitualmente envolvidos em atividades ilegais. Quase sempre traduzem irresponsabilidade e instabilidade matrimonial. Entre eles não há código moral; são desleais por excelência, fabuladores e mentirosos. Em sua estrutura psicológica só dão valor aos seus desarmônicos desejos. Em geral, neste grupo encontram-se os criminosos e muitos deles são consequência da delinquência infanto-juvenil.

Quando as atividades ilegais partem de indivíduos mais educados, , há como que um freio em relação à penetração no crime, são mais acessíveis e evitam a delinquência extrema - pertencem ao grupo que podemos denominar de dissocial.

9 - Existe um grupo muito complexo onde as oscilações são imensas e impossível de abordagem, mesmo esquemática, neste pequeno artigo. São os desvios sexuais, os viciados com narcóticos e os alcoólatras.

Os graus desses desvios, ao lado da estrutura psicológico de cada um, fornecem apresentações de difícil abordagem no sentido de um enquadramento e estudo isolado. São contingências que merecem estudo de profundidade e onde os fatores terapêuticos são variadíssimos e adaptados a cada caso particular. Somente uma integral assistência diária, apoio do meio social e da família podem oferecer as condições iniciais de abordagem dum dos mais cruciais problemas da atualidade, quer se trate do desvio sexual, do uso de narcóticos ou da ingestão descontrolada de álcool.

Com este quadro esquemático estamos a perceber, de logo, com ano espécie de dificuldades esbarra o tratamento dos desvios personalidade. Tendo, ainda, a considerar os sintomas combinados e interligados, a ponto de não se ter condições de situar o desvio e muito menos classificá-lo.

Quando o transtorno é grande, causando intranquilidade à família e ao ambiente social onde milita o "transtornado social", começa a corrida em busca do remédio salvador, mais por parte daqueles que cercam o desarmonizado. Isto porque ele próprio quase nunca procura melhorar, por não ter a possibilidade adequada de julgamento.

As dificuldades se somam nos dois campos: dum lado, o conselheiro, o psiquiatra ou médico clínico, com seu arsenal terapêutico reduzido; do outro, o próprio portador da dissintonia, por não apresentar as condições de equilíbrio na conduta, que se faz necessário no tratamento. Daí a corrida em busca dos mais modernos psicotrópicos que lhes neutralizem e eliminem as desarmonias psíquicas, e ficam oscilando numa terapêutica que, embora necessária e de resultados pouco expressivos, não podem alcançar nem eliminar as raízes do mal. Destarte, vão experimentando o que existe, adaptados a cada caso em particular, desde os tranquilizantes menores, os antidepressivos, os tranquilossedativos, os hignossedativos, os tranquilizantes maiores conhecidos como neuroplégicos, os estimulantes, até mesmo as drogas psicomiméticas (conhecidas como alucinógenos em doses altas) com efeito sobre a afetividade, a atividade intelectual e percepções especiais, onde a mescalina e o LSD são representantes efetivos.

Diga-se de passagem que essas drogas devem atuar, preferentemente, na zona energética do psiquismo, particularmente nas terminações perispirituais quando de seu encontro nas células nervosas, modificando o teor vibratório interno que vem dos vórtices do Espirito e que, por serem patológicos, necessitam de exteriorização na zona consciente do enfermo. Se não abordarmos o problema com profundidade, , ligando o transtorno da personalidade como tendo raízes no Espírito como resposta (exteriorização da desarmonia) de vidas pretéritas mal conduzidas, ficaremos desarmados e mesmo neutralizados para enfrentar o problema, ainda que o façamos pacientemente. O caso é, por excelência de recuperação educacional, onde a adaptação às tarefas edificantes com fiscalização e boa orientação deve ser apreciada para que haja segurança na conduta. E caminho difícil de ser percorrido.

Assim, o problema é de grande envergadura educacional, porquanto o transtorno da personalidade não é fruto de um momento presente; tem, incontestavelmente, profundas raízes no passado pela absorção, em outras etapas palingenéticas pretéritas, dos tóxicos mentais (má conduta, , larvas mentais do ódio, orgulho, vaidades, crimes menores e maiores que se perdem na noite dos tempos) que foram, pelas vivências, obrigatoriamente incorporados ao Espírito do paciente.

Nessas condições, a exteriorização do negativo que a alma carrega consigo é a necessidade de equilíbrio; este só se dará quando potências positivas ocuparem, por neutralização o lugar das potências negativas em jorro evidente. Esse trabalho
exige interesse, renúncia e boas condições diretivas.

Compreende-se, de logo, que só os transtornos leves, por ser do mesmo momento reencarnatório, portanto com vórtices dinâmicos superficiais (atuando exclusivamente na zona consciente e sem raízes profundas), podem responder melhor ao tratamento clínico. Cremos, nestes casos, que a cura poderá ser integral, se o paciente for também orientado no sentido de vivência equilibrada e harmoniosa, não desvirtuando seu contingente emocional nos excessos de toda ordem, desde a alimentação descontrolada com com ingestão excessiva de álcool, fumo e outros venenos, como também evitando os tóxicos psíquicos absorvidos na má conduta, nos atos arbitrários, na agressividade, na falta de polidez, orgulho, calúnia e tantas outras coisas mais. Por isso, a boa conduta e a moralização do indivíduo são condições ideais para a neutralização das dores na afirmação do progresso evolutivo.

Quando o transtorno é caracterizado em dissintonias pretéritas, e não podemos fugir à lógica dessa interpretação, aí então apresenta-se um campo que merece o maior cuidado, a fim de oferecermos as condições de tratamento do mal, que nem sempre pode ser eliminado numa única etapa reencarnatória. Poderíamos dizer que as reações cármicas são severas, não só o individuo sofre, mas, também, aqueles que com ele convivem. Por isso, o problema deve ser abordado com coragem e ânimo para que o próprio indivíduo e os que o cercam compreendam que o equilíbrio demanda tempo vigilância, insistência e compreensão do destino humano.

Os casos considerados difíceis, refratários e todo tratamento (produtos químicos, intensa psicoterapia e adaptação ao trabalho), terão que sofrer a terapêutica psiquiátrica ao nosso alcance, desde o arsenal dos psicotrópicos mais eficazes à sonoterapia e outros.

O entendimento dessa sintomatologia é grande parte de sua solução, e só aqueles que penetraram as razões da imortalidade do Espírito, onde a Doutrina Espírita bem conduzida oferece propícias condições, poderão preраrar-se melhor neste terreno movediço e aparentemente incerto das distonias psíquicas.

Na solução dos problemas em pauta, iniciar o mais cedo possível um programa educacional enérgico e sem violências, onde as etapas da vida corpórea devem ser bem equacionadas em seus diversos períodos: os primeiros sete anos de vida, a adolescência, casamento e criação da família, a idade madura e a velhice. Fazendo parte da educação, e como cúpula de toda conjuntura terapêutica, o desenvolvimento e aplicação do moral sã, sem pieguismos filosóficos, científicos, nem religiosos. Aqueles que conseguiram absorver maior teor de moralidade estarão mais bem aquinhoados para enfrentar os problemas sociais e pessoais de toda natureza, com compreensão mais exata do roteiro a seguir pacientemente, e absorvendo nos campos da dor o melhor contingente de evolução. Daí a importância de levarmos a esses "devedores" as razões e compreensão da Doutrina Espirita, o seu dinamismo e finalidade.

Queremos dizer, também, que um rótulo religioso não será sinônimo de vitória. Terá que haver luta a vivência das experiências, as criações positivas no trabalho quotidiano, as manifestações afetivo-emotivas sempre harmonizadas, os exercícios equilibrados para o corpo físico onde as posturas iogas, bem conduzidas, ocupam lugar de destaque. As manifestações do sexo (com responsabilidade) serão mais bem dirigidas para as altas finalidades psicológicas de que se acham investidas. Dessa forma, os indivíduos mais bem preparados espiritualmente vão adquirindo autodefesa (certa libertação psicológica) que lhes permitirá abrigar-se das sugestões vibratórias negativas com que habitualmente sintonizam, pela deficiência que carregam consigo.

A aquisição de responsabilidades na vivência espírita levará o paciente e seus orientadores a analisarem, com grande descortino e bom senso, as razões de seu próprio destino, aprendendo a zelar pelo seu próprio equilíbrio e harmonia. Assim, poderá ir neutralizando a energética negativa que se manifesta a cada passo, como verdadeiras espinhas irritativas do psiquismo. Aqueles que desejam encontrar na religião, na hora que lhes apraz, o milagre imediato e completo, ainda não têm a maturidade necessária para perceberem que a Grande Lei da vida não pode ser vencida com um passe de mágica.

Ao final de tudo, notifica-se que muitos conseguirão suplantar as dificuldades reencarnatórias neste setor dos transtornos da personalidade, ficando, também, um melhor conhecimento por parte da maioria de como ajudar os necessitados, fundando núcleos assistenciais com técnicos interessados e de visão global do problema. Aos poucos, a batalha vai sendo vencida, as epidemias psíquicas sendo dominadas, e o trabalho ordenado e construtivo vai criando potencial positivo para a humanidade, elevando sua dinâmica psicológica, carregando consigo maior felicidade aproximando-se da bandeira crística - síntese cientifico-filosófico-religiosa que a Doutrina Espírita vem oferecendo através de quase um século e meio.

Jorge Andréa dos Santos
Revista Reformador Abr. 1981 - F.E.B.

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Publicação original na
Revista Reformador Abr. 1981 - F.E.B.

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