Samaritanos e nós
Emmanuel
Quem de nós não terá caído, alguma vez, em abandono ou penúria, aflição, amargura, engano ou perturbação?
À face disso, para nós o samaritano da bondade – a criatura que nos reergue ou reanima - será sempre aquela pessoa:
- que nos acolhe nos dias de tristeza com a mesma generosidade com que nos abraça nos instantes de alegria;
- que nos estima, assim tais quais somos, sem reclamar-nos espetáculos de grandeza, de um dia para o outro;
- que nos levanta do chão das próprias quedas para o regaço da esperança, sem cogitar de nossas fraquezas;
- que nos alça do precipício da desilusão ao clima do otimismo, sem reprovar-nos a imprevidência;
- que nos ouve as queixas reiteradas, rearticulando sem aspereza o verbo da paciência e da compreensão;
- que nos estende essa ou aquela porção dos recursos que disponha, em favor da solução de nossos problemas, sem pedir o relatório de nossas necessidades e compromissos;
- que nos oferece esclarecimento, sem ferir-nos o brio;
- que nos ilumina a fé, sem destruir-nos a confiança;
- que se transforma em harmonia e concurso fraterno, seja em nossa casa, ou no grupo de serviço em que trabalhamos;
- que se nos converte no cotidiano em apoio e cooperação, sem exigir-nos tributos de reconhecimento; que, por fim, se transubstancia, em nosso benefício, em luz e consolação, amparo e benção.
Detenhamo-nos a pensar nisso e lembrando, reconhecidamente, quantos se nos fazem samaritanos do auxílio e da bondade, nas estradas da existência, recordemos a lição de Jesus e, diante dos outros, sejam eles quem sejam, façamos nós o mesmo.
Emmanuel por Chico Xavier do livro: Aulas da Vida
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