A lógica da reencarnação
Vianna de Carvalho
Não se pode atribuir a razão de todos os sofrimentos e dores a causas atuais, como nos casos classificados de inesperados acidentes, calamidades sísmicas, doenças incuráveis, limitações e males congênitos, miséria social e econômica, retardamento mental e idiotia.
Desde que esta causa não se encontre no presente, estará, inevitavelmente, no passado espiritual, assim explicando a justiça divina, em face dos infortúnios humanos e sociais, individuais e coletivos com que a criatura se vê a braços com frequência.
Da mesma forma, heranças monetárias imprevistas, saúde e beleza, genialidade precoce, posição de relevo na comunidade, sucesso nos empreendimentos, afetividade, são o resultado de ações pretéritas que estabelecem valores positivos para o Espírito.
Entretanto, nem sempre as oportunidades favoráveis decorrentes do bem-estar e da comodidade são aproveitadas de forma conveniente, podendo dar-se o caso em que o seu mau uso redundará em danos a serem recuperados posteriormente...
As aptidões e tendências que desabrocham espontaneamente impelindo o indivíduo a realizações que se lhe apresentam cômodas, facultando-lhe feliz desempenho, foram adquiridas em vidas pregressas, quando as experiências se fixaram no comportamento, tornando-se fáceis de repetidas.
Assim, arte e cultura, profissões e ministérios religiosos, filosóficos, éticos e sociais têm as suas raízes em procedimentos anteriores que se transformaram em matrizes psíquicas que o Espírito reencarnado imprime nos novos tentames reencarnacionistas.
Essas reminiscências influenciam poderosamente o homem na escolha e na execução das futuras atividades, graças à tendência instintiva, inata, à propensão natural que impele à ação, mesmo que sem aparente conhecimento do serviço a executar, permitindo identificar-se o que antes fazia mercê da predominância dessas aptidões.
A área psicológica da simpatia e da antipatia no relacionamento social encontra, na reencarnação, a resposta clara, transcendendo à explicação fisiológica a respeito da descarga de adrenalina na corrente sanguínea produzindo esta ou aquela reação.
Certamente que o reagente orgânico é efeito da recordação do inconsciente, ante tal ou qual pessoa a quem se encontra vinculado por acontecimentos pretéritos, provocando impacto na estrutura nervosa que, de imediato, se transforma em motivo agradável ou não, no campo emocional.
O mesmo ocorre com a afinidade de natureza moral ou intelectual em relação com indivíduos a quem se está a conhecer, produzindo-se, às vezes, uma identificação psicológica que denota intimidade de convivência anterior, o mesmo acontecendo, no sentido inverso, quando desponta injustificável animosidade ou aversão...
Incontáveis males e insucessos decorrem da ambição desmedida, do orgulho insensato, da precipitação, do egoísmo, da maledicência, do ciúme doentio, do materialismo a que o homem se firma. Todavia, nessas atitudes remanescem velhos hábitos perniciosos, que não foram superados nas reencarnações passadas e que ora se transformam em causas geradoras de dores, problemas e aflições.
Inevitavelmente, toda sementeira moral no campo da vida produz conforme o germe que contém, impondo colheita que se dará no momento próprio, senão numa existência que se lhe faz imediata.
As recordações que assomam à memória atual, em forma de melancolia ou déjà vu documentam a anterioridade da vida, favorecendo com acontecimentos que se confirmam, detectados nas paisagens profundas do inconsciente.
O olvido das vidas anteriores constitui bênção que libera o Espírito para iniciar experiências novas, empreendendo compromissos nos quais adquire ou aprimora conquistas. Outrossim, evita as lembranças deprimentes e perniciosas que o afetariam, tanto quanto favorece o desdobramento da área das relações de amizade com outras pessoas, auxiliando a vivência do perdão das ofensas, a cicatrização das mágoas morais, superando as paixões dissolventes que defluem do primarismo dos instintos.
A existência de Deus e a instintiva crença na imortalidade da alma são recordações do passado espiritual e até mesmo a dura descrença de que algumas pessoas se fazem vítimas, decorre de decepções ocorridas no intervalo entre uma e outra reencarnação, quando o orgulho se sentiu espezinhado por não ter defrontado Deus, nem o céu que se esperava, em face das afirmações dogmáticas de muitas religiões que prometiam uma felicidade imediata aos Espíritos, por meio de indulgências ou sacramentos formais, que não compensavam o desequilíbrio das Leis afetadas pela agressão sofrida, por aqueles que ora aguardavam uma glória a que não faziam jus. O choque emocional experimentado gerou neles uma surda revolta e negação a que se firmam, bloqueando os centros do discernimento e da razão a quaisquer novas manifestações da fé religiosa, apesar de apoiadas em fatos e experimentações científicas de que o fenômeno mediúnico se faz instrumento.
As reflexões, no que concerne à reencarnação, oferecem resistência para se enfrentar os infortúnios com resignação e paciência, favorecendo uma melhor identificação com o próximo igualmente sofredor, ensejando uma atividade otimista que faculta programar o futuro que se defrontará, e, no qual se recolherá a produção do presente.
A dinâmica, portanto, a ética da reencarnação, por favorecer, mediante os atos positivos do presente, a garantia de um futuro melhor, em que a aceitação do sofrimento não se faz estática, em morbidez patológica de desinteresse e submissão, mas de mudança dos fatores que desencadeiam os efeitos dos quais ninguém pode fugir.
Agindo-se com equilíbrio, a paz será 0 resultado que se apresentará comandando a vida do homem em qualquer situação em que estagie.
Vianna de Carvalho por Divaldo Franco
do livro Seara do Bem
Madri, Espanha, 17.10.1983.
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