segunda-feira, 31 de março de 2025

Vitória da Luz

Vitória da Luz

Vianna de  Carvalho



Cai a noite!

Desabam sobre a Terra as forças ignotas da Natureza, numa formidanda resposta ao tresvario que domina as mentes exacerbadas pela soberba, no apogeu do orgulho tecnológico.

Enlouquecido, o homem desafia Deus, ameaçando o planeta com a “guerra nas estrelas”, num atentado à inteligência e à civilização.

O abuso e o desregramento ético atingem índices relevantes, somente superados pela virulência da agressividade em desabalada correria nas mãos da violência.

O caos se estabelece, em inumeráveis áreas do Orbe, vencido pela poluição que decorre da desorganização emocional do homem.

O medo abraça o desespero, e tem-se a impressão de que se aproxima o fim...

Sem dúvida, que se aproxima o fim das paixões dissolventes, das dominações arbitrárias, da alienação pelo poder e da sementeira do ódio...

A barca terrestre não navega à matroca nos rios do Infinito.

Jesus a comanda e a governa, acompanhando esse processo esperado, que antecipa a hora da paz e do “reino de Deus”, que Ele veio implantar desde há dois mil anos.

Mesmo nas sombras que teimam, momentaneamente, por vencer as esperanças, lucilam claridades benditas, mantendo os pontos de contato com Ele que é o nosso Astro-Rei.

Missionários do amor e da abnegação, da ciência santificada e da beleza encontram-se na Terra, abrindo clareiras e formulando propostas de renovação em favor da felicidade geral. 

Não tarda o momento da paz, que já se inicia, durante esse recrudescer das lutas travadas.

Homens da Terra: Parai e meditai a respeito da função superior da vida inteligente no Orbe!

Não engrosseis as fileiras do ódio, nem tomeis parte na enxurrada da viciação.

Sede fortes no bem que o Cristo nos legou, formando uma reação pacífica e decidida contra o mal.

Erguei a paz como vossa meta, e o amor, tornai-o o meio de alcançá-la.

Abri-vos à grande luz e não temais.

Vossos anseios são conhecidos e vossas rogativas têm sido ouvidas.

Não suponhais que a resposta demore de chegar, porquanto já está a caminho.

Considerai a necessidade da renovação e pugnai por ela abraçados à caridade e à compaixão para com todos — especialmente os que ainda teimam em perturbar a marcha do progresso — permanecendo resolutos nos vossos ideais de enobrecimento e fé.

Sede os obreiros do amanhã, que saís a semear desde hoje, e, vinculados ao Cristo, ponde a esperança nos corações, irradiando o otimismo da alegria de viver, certos da vitória que já não tarda.

Vianna de Carvalho por Divaldo Franco do livro:
Reflexões Espíritas

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domingo, 30 de março de 2025

Cooperação e Participação

Cooperação e Participação

Hammed

"A hipótese zoológica que encara o homem como descendente de uma raça símia, antropoide, não é imoral nem antiespiritualística. Os que a abraçaram nestes últimos tempos não o fizeram com o propósito de hostilidade ao Cristianismo e por professarem doutrinas pagãs." - CAMILLE FLAMMARION (1)

 

COOPERAÇÃO E PARTICIPAÇÃO

O Espiritismo crê no evolucionismo, que tem por causa uma Inteligência Superior, ao contrário do evolucionismo científico, que dispensa a Mão do Criador. Aceitamos como verdade, portanto, que todos nós, criações e criaturas – inclusive a própria lei da evolução –, somos dirigidos pela Sabedoria Universal. Aliás, é bom lembrarmos a frase “nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre; tal é a lei”, esculpida no frontispício do dólmen de Allan Kardec.

Na atualidade, os primatologistas dedicam incontáveis horas à pesquisa metódica ou à averiguação científica junto aos primatas no campo e em cativeiros, o que lhes permite investigar e instituir as bases evolutivas do comportamento humano.

Os estudiosos da conduta dos antropoides afirmam que, no ambiente selvagem, os chimpanzés caçam juntos, pois eles já notaram que um caçador solitário quase sempre não logra êxito. Isso, porém, não prova que essa espécie de primata, considerada a mais próxima do homem, perceba a cooperação, ou o auxílio mútuo, da mesma maneira que nós, os humanos. Observações científicas atuais demonstram, no entanto, pela primeira vez, que os chimpanzés entendem que o auxílio cooperativo é essencial para assegurar a eficácia de uma ação. Os estudos também mostram que eles, até mesmo sem a expectativa da recompensa ou do prêmio, estão dispostos a colaborar entre si para assegurar o sucesso comum diante de uma empreitada.

Grupos de antropólogos evolucionários contemporâneos (2) submetem chimpanzés a desafios cooperativos a fim de observarem suas reações e condutas. Os cientistas concluíram que, se esses animais percebem que dão conta da tarefa sozinhos, dificilmente pedem ajuda aos outros. Mas quando precisam de apoio, não vacilam: escolhem parceiros que tenham mais possibilidades e sejam mais participativos. Caso os selecionados estejam presos, eles abrem as fechaduras de suas jaulas e os liberam – por reconhecerem nos escolhidos a aptidão para a cooperatividade e por descobrirem que atuando juntos atingirão com mais facilidade o mesmo fim.

Não obstante essas experiências ofereçam o primeiro indício de participação intencional ou cooperação consciente fora da humanidade – e anunciem a probabilidade de que tais aptidões possam ter estado presentes em nosso ancestral comum há milhões de anos –, tal constatação não quer dizer que os chimpanzés consigam se comunicar explicitamente sobre um objetivo comum nem compartilhá-lo, como ocorre entre as criaturas humanas. Entretanto, aí estão os indícios da atuação conjunta entre os primatas não humanos para o alcance de objetivos comuns. De acordo com a confirmação dos pesquisadores, eles agiam, ainda que sem recompensa, sobretudo, visando a seus próprios fins e, continuavam colaborando entre si.

Reconhecer que também pertencemos à árvore dos primatas é o primeiro passo para entender a origem de nosso comportamento e mudar de vez a relação com a vida e com os semelhantes.

O corpo espiritual é quem modela o corpo físico, e tanto um como o outro foram estruturados através dos incontáveis séculos, de forma laboriosa e paulatina, e reelaborados em duas esferas distintas da vida (a física e a espiritual), sob a orientação dos instrutores divinos que supervisionam a evolução terrestre.

Nossa existência na Terra não funciona em regime de separação; em realidade, todos somos participantes de uma Natureza comum, pois tudo o que vemos tem ligação com nós mesmos e com todas as partes do planeta. Os mesmos fundamentos e processos naturais que cooperam para o benefício de uns, cooperam igualmente para o de outros.

É necessário compreender que temos um papel ativo e reativo no espetáculo da vida. Nossa cooperação e participação são imprescindíveis em quase todos os eventos e, por vezes, demoramos a perceber a complexidade da textura existencial. À medida que evoluímos, mais valorizamos nossa ação participativa no cenário universal.

Poucos de nós têm a felicidade de possuir uma clara consciência de nossa ligação com tudo o que é vivo. Temos dificuldade de dividir e prover. A avareza humana não se fundamenta apenas em reter a posse de recursos financeiros, mas também em conter, de modo automático e doentio os conteúdos da própria vida interior. O avarento tem uma sensação ilusória de prejuízo externo, quando, na verdade, o medo é o da perda dos valores internos, já quase inexistentes. Para o mesquinho, partilhar algo ou contribuir para o êxito do semelhante é ter agravada, ainda mais, a ideia fictícia de esvaziamento de bens de capital ou de consumo. Essa perda das coisas concretas representa, inconscientemente, uma subtração do que ele tem de mais íntimo.

Por trás do impulso de conter, existe uma impressão dolorida de empobrecimento, a criatura fica atravancada, agarrada às coisas perecíveis, sem vislumbrar a realidade transcendental que surge a sua frente. Nossa participação nos episódios de hoje terá seu impacto no amanhã de todos. Não podemos viver simplesmente para nós mesmos. Milhares de filamentos invisíveis ligam-nos a outros concidadãos planetários.

O que nos une além das fronteiras físicas diz respeito ao que fazemos em favor da vida das pessoas, da Natureza, enfim, do planeta como superorganismo pulsante, que os antigos chamavam de Gaia. Disse La Fontaine: “Toda força será fraca, se não estiver unida”. Em algum lugar, ou de alguma forma, os eventos mais simples e os fatos aparentemente pueris constituirão partes fundamentais no caminho sagrado de toda a humanidade.

Vivemos atualmente a “ética da exclusão”, e a Vida Maior nos convida a viver a “ética da solidariedade”. Se formos descrentes quanto à eficácia da cooperação, basta imaginar o que aconteceria com um organismo dinâmico, cujos órgãos não trabalhassem em regime de comunhão recíproca.

Em 1863, em Paris, escreveu o espírito Henri Heine a respeito da parábola dos trabalhadores da última hora: “Tal é um dos verdadeiros sentidos desta parábola que encerra, como todas as que Jesus dirigiu ao povo, o germe do futuro, e também sob todas as formas, sob todas as imagens, a revelação dessa magnífica unidade que harmoniza todas as coisas no Universo, dessa solidariedade que religa todos os seres presentes ao passado e ao futuro.”  (3)

Somos parte do conjunto planetário. Quando um cresce, não é só ele quem cresce, todos crescem. Pertencemos a muito mais do que nosso círculo de familiares, parentes ou amigos. De certa forma, quando contribuímos para a tarefa de um grupo, beneficiamos inimaginável número de criaturas. Trabalhar em equipe reflete o desígnio e o alvo de Deus para nós.

Hammed por Francisco do Espírito Santo Neto do livro:
Estamos Prontos

Bibliografia:

(1) Flammarion, Camille. Deus na Natureza, 7ª ed., pág. 182, Feb Editora.

(2) Pesquisas realizadas por Alicia P. Melis e Brian Hare no Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, em Leipzig, Alemanha, e publicadas na Science Magazine de 3 de março de 2006.

3 Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XX, item 3, p. 249, Boa Nova Editora.


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sábado, 29 de março de 2025

A bênção da reencarnação

A bênção da reencarnação

Joanna de Ângelis


Considera o teu estágio na Terra, no corpo físico, uma oportunidade especial para o teu crescimento espiritual.

Esforça-te por aproveitar cada momento da superior experiência evolutiva, a fim de poderes amealhar valores imperecíveis que te acompanharão para sempre.

Tem em mente que o processo evolutivo é realizado através de etapas formosas que proporcionam o aperfeiçoamento moral, a liberação dos atavismos perturbadores, a conquista de bens internos intransferíveis.

Não malbarates os ensejos de aprendizagem através do jogo ilusório do prazer insaciável, mantendo a certeza de que o tempo é amigo daquele que o utiliza com sabedoria, tornando-se adversário silencioso de quem o gasta na inutilidade.

A viagem corporal constitui recurso de alta valia para a aquisição da plenitude, o que equivale dizer, da autorrealização, que se converte em paz interior e em sentimento de felicidade.

O corpo é instrumento do Espírito que o deverá comandar seguramente com disciplina e amor.

Dotado de impulsos resultantes do fatalismo biológico, a razão e a consciência devem constituir-lhe orientação segura e recurso de sabedoria para a solução dos desafios e o enfrentamento das dificuldades que são naturais.

Não desgastes futilmente, porquanto ele te responderá conforme a maneira com que utilizes a sua vitalidade.

De acordo com a forma como te conduzas mentalmente, ele refletirá os teus anseios e necessidades de maneira gentil ou através de inquietações e sofrimentos contínuos.

Engajado na organização material, o Espírito tem portos, desenvolver as emoções superiores, a fim de conseguir a compreensão legítima da finalidade existencial.

Reserva as tuas reflexões para o desempenho das tarefas que terás de atender, porque todos aqueles que retornam à vida física estão comprometidos com a retaguarda.

Mesmo os missionários do amor, da caridade, da ciência, da religião, da política e das realizações humanas aceitaram a experiência do retorno, por gratidão às conquistas passadas, oferecendo-se para auxiliar todos aqueles que se encontram na retaguarda, à semelhança de estrelas em noite escura...

Recebe o retorno das tuas ações, como quer que se apresentem na atualidade, modificando a estrutura daquelas que te afligem e sublimando aqueloutras que te alegrem.

O Espírito é sempre o construtor dos projetos evolutivos dentro das Leis vigentes no Universo.

De acordo com as suas reflexões mentais, palavras e atos, desenha os planos para o futuro que o aguarda silenciosamente, mas inflexível.

Ninguém, por isso mesmo pode evadir-se da consciência, dos deveres relevantes, do crescimento espiritual.

As Leis Divinas estabelecem que o progresso é irrefragável, e nada o detém. Pode-se estacioná-lo no caminho por algum tempo. No entanto, momento chega em que o amor de Deus enseja a expiação ao calceta, e ele, encarcerando-se no corpo, impossibilitado de complicar o processo de evolução, reeduca-se, desperta para a realidade.

Seja qual for a situação em que te encontres hoje na jornada física, agradece a Deus a oportunidade ímpar, por oferecer-te os instrumentos de libertação e de felicidade.

Se defrontas sofrimentos e inquietações, reserva-te a serenidade, e continua agindo com equilíbrio, de forma a fruíres mais tarde a paz que ora te falta.

Se te encontras algemado a limites e a dores excruciantes, mantém a paciência, porque esse fenômeno logo passará, facultando-te emoções grandiosas.

Se experimentas solidão e desconforto, guarda a confiança em Deus e avança, mesmo que chorando, na expectativa dos reencontros felizes e das alegrias inefáveis.

Se te atormentaram alguns Espíritos inferiores, que te inspiram ideias perturbadoras e te exploram as resistências, ora por eles e ama-os quanto possas. São os irmãos que deixaste desafortunados em dias não muito distantes.

Se encontras adversidades por onde deambulas, recolhe as lições delas defluentes, porque as semeaste ontem, tendo agora o ensejo de recolhê-las e superá-las.

Se sofres humilhações e adversidades em toda parte, não recalcitres contra o aguilhão, antes compreende que essas experiências irão fortalecer-te interiormente, da mesma forma que os vendavais enrijecem as árvores que lhes sofrem a violência.

Tudo tem uma razão de ser no Universo. Mesmo aquilo que não entendas, está vinculado a causas legítimas que desencadearam esses efeitos afligentes.

As Leis Morais que vigem em toda parte, emanadas de Deus, são soberanas em sua justiça e alcançam todos os Espíritos: bons e maus, superiores e inferiores, angélicos e perversos, naturalmente de acordo com o seu nível de evolução.

Se permaneceres confiante e trabalhando pelo próprio crescimento espiritual, fruirás alegrias desde o momento em que te entregues ao mister. O fato de estares a serviço do bem e da verdade, do dever e da dignidade, já constitui divina dádiva, que estás transformando em sabedoria.

Ninguém transita na Terra sem experienciar o resultado dos seus atos anteriores, o que é perfeitamente compreensível.

Grande número de queixosos afirma que não se lembra do momento em que delinquiu, o que lhe serviria de justificativa para não resgatar afrontas nem crimes.

Deus concede o parcial olvido do passado, por compreender que as lembranças boas ou más não se restringem apenas ao indivíduo, mas ao grupo no qual se movimentou, facultando-lhe, então, caso recordasse, tomar conhecimento das ocorrências que foram praticadas pelos demais da esfera fraternal.

Todavia, esse olvido não é total, porquanto, através dos impulsos emocionais, das tendências, das ocorrências, todos têm conhecimento de como devem ter sido.

Ademais, graças à mediunidade, às recordações espontâneas, quando necessárias, a alguns sonhos, volvem as cenas felizes ou desventuradas, ressurgem os afetos ou os adversários na paisagem mental.

O importante, portanto, é o hoje, não o que se foi, aquilo que desencadeou a ocorrência que agora vives.

Desse modo, aquieta os sentimentos doridos, procura compreender os objetivos existenciais e atua no bem tanto quanto te seja possível.

Faze um pouco mais: vai além dos teus limites...

Inscreve-te, de imediato, emocionalmente, nos compromissos de iluminação interior, e trabalha para que a luz divina de onde procedes desenvolva-se no âmago do teu ser, clareando-te totalmente e tornando-te uma chama que esparze caridade e alegria.

A reencarnação é tesouro de elevado significado e grandioso valor.

Vive-a com serenidade e júbilo, burilando-te espiritualmente e avançando pela estrada que Jesus percorreu, nela deixando Suas pegadas luminíferas.

Também Ele, que não tinha dívidas, experienciou amarguras e incompreensões, sofreu perseguições inclementes e dolorosas, prosseguindo, porém, afável e gentil, mesmo com aqueles que tentavam dificultar-Lhe o ministério divino.

Se malbaratas esta chance, não te poderás queixar nem aspirar por nova oportunidade com rapidez, porque a marcha do progresso obedece a códigos que não podem ser desconsiderados.

Abençoa, desse modo, a atual existência, com as lições do Evangelho de Jesus, vivendo-as no dia a dia, feliz e agradecido a Deus com as tuas atitudes renovadas.

Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro: 
Atitudes Renovadas

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sexta-feira, 28 de março de 2025

Espíritas pela segunda vez

Espíritas pela segunda vez

Carlos Lomba



O número dos reencarnados detentores de conhecimento anterior do Espiritismo aumenta e aumentará a cada dia.

Quanto mais a individualidade consciente mentalize o Mundo Espiritual numa vida física, mais facilidades obtém para lembrar-se dele em outra.

A militança doutrinária, o exercício da mediunidade ou a responsabilidade espírita vincam a alma de profundas e claras percepções que transpõem a força amortecedora da carne.

Os princípios espíritas, a pouco e pouco, automatizar-se-ão no cosmo da mente, através de reflexos morais condicionados pela criatura, assentados no sentimento intuitivo da existência de Deus e no pressentimento da sobrevivência após a morte que todos carregam no uno do ser.

Daí nasce o valor inapreciável da leitura, da meditação e da troca de ideias sobre as verdades que o Espiritismo encerra e a sua consequente realização no dia a dia terrestre.

Estudar e exercer as obrigações de caráter espírita é construir para sempre, armazenar para o futuro, libertar-se de instintos e paixões inferiores, rasgar e ampliar horizontes e perspectivas que enriqueçam as ideias inatas, destinadas a se desdobrarem quais roteiros de luz, na época da meninice e da puberdade, nas existências próximas. A maior prova da eternidade do Espiritismo, nos caminhos humanos, é essa consolidação de seus postulados na consciência, de vida em vida, de século em século, esculpindo a memória, marcando a visão, desentranhando a emotividade, sulcando a inteligência e plasmando ideias superiores nos recessos do espírito.

A Terra recepciona atualmente a quinta geração de profitentes do Espiritismo, composta de número maior de criaturas que receberão a responsabilidade espírita pela segunda vez. Esse evento, de suma importância na Espiritualidade, reclama vigilante dedicação dos pais, mais viva perseverança dos médiuns, mais acentuada abnegação dos evangelizadores da infância, maior compreensão de todos.

Um exemplo de alguém, uma página isolada, um livro que se dá, um fato esclarecedor, uma opinião persuasiva, uma contribuição espontânea, erigir-se-ão, muita vez, por recurso mais ativo na excitação dessas mentes para a verdade, catalisando-lhes as reações de reminiscências adormecidas, que ressoarão à guisa de clarins na acústica da alma.

Amigo, o Espiritismo é a nossa Causa Comum.

Auxilia os novos-velhos mergulhadores da carne, divide com eles os valores espirituais que possuis. Oferece-lhes a certeza de tua convicção, a alegria de tua esperança, a caridade de tua ação.

Se eles descem à tua procura, é indispensável recordes que esses companheiros reencarnantes contigo e o teu coração junto deles "serão conhecidos", na Vida Maior, "por muito se amarem".

Carlos Lomba por Waldo Vieira do livro:
Seareiros de Volta

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quinta-feira, 27 de março de 2025

A história do livro

A história do livro

Meimei


A prensa de Gutenberg

O mundo vivia em grandes perturbações.

As criaturas andavam empenhadas em conflitos constantes, assemelhando-se aos animais ferozes, quando em luta violenta.

Os ensinamentos dos homens bons, prudentes e sábios eram rapidamente esquecidos, porque, depois da morte deles, ninguém mais lhes lembrava a palavra orientadora e conselheira.

A Ciência começava com o esforço de algumas pessoas dedicadas à inteligência; entretanto, rapidamente desaparecia porque lhe faltava continuidade. Era impraticável o prosseguimento das pesquisas louváveis, sem a presença dos iniciadores.

Por isso, o povo, como que sem luz, recaia sempre nos grandes erros, dominado pela ignorância e pela miséria.

Foi então que o Senhor, compadecendo-se dos homens, lhes enviou um tesouro de inapreciável importância, com o qual se dirigissem para o verdadeiro progresso.

Esse tesouro é o livro. Com ele, apareceu a escola, com a escola, a educação foi consolidada na Terra e, com a educação, o povo começou a livrar-se do mal, conscientemente.

Muitos homens de cérebro transviado escrevem maus livros, inclinando a alma do mundo ao desespero e à ironia, ao desânimo e à crueldade, mas, as páginas dessa natureza são apressadamente esquecidas, porque o livro é realmente uma dádiva de Deus à Humanidade para que os grandes instrutores possam clarear o nosso caminho, conversando conosco, acima dos séculos e das civilizações.

É pelo livro que recebemos o ensinamento e a orientação, o reajuste mental e a renovação interior.

Dificilmente poderíamos conquistar a felicidade sem a boa leitura, O próprio Jesus, a fim de permanecer conosco, legou-nos o Evangelho de Amor, que e, sem dúvida, o Livro Divino em cujas lições podemos encontrar a libertação de todo o mal.

Meimei por Chico Xavier do livro:
Pai Nosso

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Que é o perispírito?

Que é o perispírito?

Gabriel Delanne



Demonstramos, nos capítulos precedentes, que a alma é imortal, isto é, que quando o corpo que ela habita, durante sua passagem na Terra, se destrói, ela não é atingida por essa transformação, conserva sua individualidade e pode ainda manifestar sua presença por intervenções físicas. Levanta-se aqui uma dificuldade. Como fazer compreender a ação da alma sobre o corpo?

Segundo a filosofia e segundo os Espíritos, a alma é imaterial, por outras palavras, não tem ponto algum de contato com a matéria que conhecemos. Não se pode conceber que a alma tenha propriedades análogas às dos corpos da natureza, pois que o pensamento que dela é a imagem, a emanação, escapa a qualquer medida, a toda análise física ou química. Mas se é obrigado a tomar a palavra imaterial em seu sentido absoluto? Não, porque a verdadeira imaterialidade seria o nada; mas esta alma constitui um ser cuja existência é tal, que dela nada na Terra poderia dar uma ideia. A fim de precisar bem o nosso pensamento, desejamos instruir nossos leitores sobre o sentido desta palavra imaterial, para que ela não se preste à confusão.

Pretendemos que nenhum estado da matéria pode fazer-nos compreender o da alma e, entretanto, a Ciência chegou a resultados surpreendentes quanto à divisão da matéria. Eis o que resulta das experiências de Crookes, na Academia de Ciências.

Sabe-se que esse físico tem uma teoria especial, segundo a qual as moléculas dos corpos gasosos podem mover-se por suas próprias forças, quando se lhes diminui o número, fazendo o vácuo. Para chegar a esse resultado é preciso operar com precisão extrema e empregar manipulações numerosas e complicadas. Crookes chegou a fazer o vazio de tal forma, que a pressão do ar no aparelho foi reduzida a um milionésimo de atmosfera. Nessas condições, manifestam-se os caracteres do estado radiante.

Habitualmente, os fenômenos novos, em física ou química, são produzidos por adição de matéria; é curioso verificar que aqui, ao contrário, efeitos de extrema energia resultam de uma subtração de matéria; foi reduzindo-a quase a nada, rarificando-a além do verossímil, que Crookes obteve os singulares fenômenos. Quanto mais ele retira a matéria, tanto mais surpreendente se toma a ação. É a física do nada, e fica-se tentado a perguntar se ele tem o direito de atribuir à matéria efeitos tão poderosos, quando fez tantos esforços por desembaraçar-se dela. Não deve subsistir equívoco a este respeito e não devemos julgar segundo a impressão de nossos sentidos aquilo que pode perfeitamente lhes escapar.

A Natureza vai muito além de nossas sensações; é preciso, pois, pormo-nos ao abrigo de nossos erros. Quando as mais aperfeiçoadas máquinas subtraíram de um espaço fechado  tanto ar, tanto gás quanto foi possível, não se segue que muito ainda não possa lá ficar.

Crookes reduziu o conteúdo de seus tubos a um milionésimo do ar que conhecemos, e que é tão impalpável que o deslocamos a cada instante, sem ter consciência de que ele está em torno de nós. Pareceria que o milionésimo de coisa tão insignificante fosse para nós menos que nada. Esse julgamento é falso, como vamos ver.

O cálculo mostra que num balão de 13 centímetros de diâmetro, como o de que se serve Crookes, cheio de ar à pressão normal, existe, pelo menos, um septilhão de moléculas.

1.000.000.000.000.000.000.000.000.000

Rarefazer esse ar ao milionésimo, é dividir por um milhão o número precedente, e ainda fica um quintilhão de moléculas. Um quintilhão!

É uma cifra enorme e bem longe do nada. Para dar ideia desse número gigantesco, diz Crookes:

“Tomo o balão no qual faço o vazio e o atravesso com a centelha da bobina de indução. A centelha produz um orifício microscópico, mas suficiente para que as moléculas gasosas penetrem no balão e destruam o vácuo.

Suponhamos que a pequenez das moléculas seja tal que entrem no balão cem milhões por segundo. Nessas condições, quanto tempo creria fosse preciso para que o recipiente se enchesse de ar? Uma hora, um dia, um ano, um século? Era preciso uma eternidade, um tempo tão grande que a imaginação não pode concebê-lo. Seriam necessários mais de 400 milhões de anos, um tempo tal, que, segundo as previsões dos astrônomos, o Sol teria esgotado sua energia calorífica e luminosa e já estaria há muito extinto!”

O cálculo é, com efeito, fácil de fazer; Crookes não se engana.

Segundo Johnston Stoney, existe em um centímetro cúbico de ar um sextilhão de moléculas; o balão de Crookes, com 13 centímetros de diâmetro, encerra, portanto, 1.288.252.350.000.000.000.000.000 de moléculas de ar à pressão normal.

Quando se diminui a pressão até um milionésimo de atmosfera, o balão fica contendo ainda:

1.288.252.350.000.000.000 de moléculas.

Tudo volta ao primitivo estado, quando entra pelo orifício o que se havia retirado, isto é, 1,288,251,061,747,650,000,000,000 de moléculas.

Se, por hipótese, passam cem milhões por segundo, eis o tempo que duraria o desfile: 

12.882.510.617.476.500 segundos ou mais de 12 quatrilhões de segundos.

214.708.510.291.275 minutos, ou mais de 214 trilhões de minutos.

3.578.475.171.521 horas, ou mais de 3 trilhões de horas.

149.103.132.147 dias, ou mais de 149 bilhões de dias.

408.501.731 anos, ou mais de 400 milhões de anos!

A realidade é que o vácuo de um balão Crookes se enche em menos de hora e meia, o que prova que a exiguidade das partículas é tão grande, que devem passar por segundo, na mais fina abertura, não 100 milhões, mas 300 quintilhões. Que pequenez infinita deve ter essas partículas!

Pois bem, por mais quintessenciada que seja a matéria, por minúscula e impalpável que a Ciência no-la mostre, ela é, ainda, grosseira em relação ao Espírito, que é uma essência, um ser ainda infinitamente mais sutil. É neste sentido que entendemos a palavra imaterial, aplicada à alma; esta é de tal forma imponderável, que não pode ter nenhum ponto de contato com a matéria que conhecemos na Terra.

Entretanto, constatamos no homem a ligação destes dois elementos: o corpo e a alma. Eles estão unidos de maneira íntima e reagem um sobre o outro, como o demonstra o testemunho diário dos sentidos e da consciência. Depois do que dissemos da alma, parece haver nisso contradição; ela, porém, é mais aparente do que real, porque o homem não é formado só do corpo e da alma, mas ainda de um terceiro princípio intermediário entre um e outro chamado perispírito, isto é, invólucro do Espírito.

Compreender-se-á, em seguida, a necessidade desse mediador fazendo-se o paralelo entre a espiritualidade da alma e a materialidade do corpo.

A alma é imaterial, porque os fenômenos que produz não se podem comparar a qualquer propriedade da matéria. O pensamento, a imaginação, a lembrança não têm forma, nem cor, nem duração, nem maleabilidade; essas produções do Espírito não estão adstritas a lei alguma que reja o mundo físico, elas são puramente espirituais, não se podem medir nem pesar. A alma escapa, por sua natureza, à destruição, pois que se manifesta, em toda sua plenitude, após a desagregação do corpo; é, pois, imaterial e imortal.

O corpo é esse invólucro do princípio pensante, que vemos nascer, crescer e morrer. Os elementos que o compõem são tirados da matéria que forma o nosso Globo. Depois de demorarem certo tempo no organismo, cedem lugar a outros que os vêm substituir. Essas operações se renovam até a morte do indivíduo; os átomos, então, que compunham, em último lugar, o corpo humano, são retomados pela circulação da vida e entram em outras combinações, em virtude da grande lei de que nada se cria, nada se perde na Natureza.

Corpo e alma são, portanto, essencialmente distintos: um, notável por suas transformações incessantes; a outra, pela imutabilidade de sua essência. Apresentam qualidades radicalmente opostas, mas verificamos que vivem em perfeita harmonia e exercem influências recíprocas. O ódio, a cólera, a piedade, o amor refletem-se no rosto e imprimem caráter particular à fisionomia. Nas emoções violentas é todo o organismo que se perturba: uma alegria súbita ou uma dor imprevista podem provocar abalos que conduzem à morte. A imaginação age também sobre o físico, com grande violência; é o que demonstram as obras de medicina sobre o assunto, de sorte que, de um lado, estando bem determinados esses efeitos e, do outro, verificando-se a imaterialidade da alma, fica insolúvel para os filósofos o problema da ação mútua da alma sobre o corpo.

Os maiores Espíritos aplicaram-se a explicar a ação da alma sobre o corpo, mas nem Descartes, Malebranche, Spinosa, Leibnitz ou Euler chegaram a uma explicação satisfatória desses fatos.

Segundo Descartes, a alma e o corpo, por sábio desígnio da Providência, seguem, em todo o curso da vida, duas linhas paralelas e, entretanto, sua natureza os torna estranhos um ao outro. Deus modifica a alma, conforme os movimentos do corpo, e dá movimento ao corpo em consequência das vontades da alma. Cada substância é, pois, não a causa, mas parte conjuntural dos fenômenos que se manifestam na outra. Eis por que a teoria cartesiana foi chamada pelos historiadores a hipótese das causas ocasionais.

Segundo Leibnitz, corpo e alma, vivendo separadamente, receberam tal organização, que as modificações de uma são reproduzidas no outro, mais ou menos como os ponteiros de dois relógios bem regulados, que marcam a mesma hora. Essa harmonia é mais antiga que o Mundo, tem seu fundamento na inteligência divina e daí a denominarem, conforme Leibnitz, preestabelecida.

Euler, o matemático, tinha uma teoria muito mais vulgar, a do influxo físico, que admite a ação direta e recíproca do corpo sobre a alma.

Todos esses sistemas levantam graves objeções e não resistem à crítica. Como conciliar as hipóteses de Descartes e de Leibnitz com o sentimento do nosso eu, de nossa atividade pessoal; com a experiência diária do império que o homem exerce sobre a Natureza e que esta possui sobre o homem? Quem nos persuadirá, quando estendemos o braço, que não somos a causa desse movimento?

Sabemos, por experiência, que o menor ato de nossa vontade, por fugaz que seja, se traduz por um gesto, e quando sentimos uma dor, sinal é que se produziu uma alteração orgânica, e não a intervenção de Deus para infligir à alma o sofrimento experimentado pelo corpo.

As doutrinas de Descartes e Leibnitz, absolutamente insuficientes para explicar os fatos, estão, além disso, em contradição com a experiência. A doutrina do influxo físico é menos afastada do senso comum, mas deixa a desejar, porque não oferece prova alguma e avilta a alma, tirando-lhe a imaterialidade. Como se vê, o problema é espinhoso, desde que homens desse valor não puderam resolvê-lo.

Vejamos outros filósofos, que se aproximam de nossa maneira de ver.

Um inglês, Cudworth, imaginou uma substância intermediária entre o corpo e a alma, a que ele chamava mediador plástico e cujo papel consistia em unir o Espírito à matéria, participando da natureza de ambos. Esta teoria poderia ser aceita, porém com algumas modificações, porque não podemos admitir que a alma, essência indivisível, se alie ao corpo, cedendo parte de sua substância. Além disso, a definição de Cudworth é muito vaga: preferimos a opinião de alguns fisiologistas, quando dizem: “Toda ação, quer contínua e inconsciente, quer intermitente e voluntária da alma sobre a matéria ponderável do corpo, se exerce por certas ondulações do fluido imponderável, ondulações que têm por condutor o sistema nervoso, tanto cerebrospinal como ganglionar.”

É esse perfeitamente o nosso pensamento e não podemos definir melhor o papel do perispírito, senão assimilando-o à ação de um fluido imponderável que exerce sua ação pelos nervos.

A melhor prova da existência do perispírito é mostrar que o homem pode desdobrar-se em certas circunstâncias. Se, de um lado, vê-se o corpo material, e do outro a reprodução exata desse corpo, mas fluídica, não é mais permitida a dúvida.

O perispírito, como veremos a seguir, serve não só para explicar a ação recíproca da alma sobre o corpo, como também para nos fazer compreender qual é a vida do Espírito desprendido da matéria e habitando o espaço.

Até então, só havia ideias vagas sobre o futuro da alma. As religiões e as filosofias espiritualistas contentavam-se em afirmar a sua imortalidade, sem dar qualquer esclarecimento sobre o seu modo de vida no além-túmulo. Para uns, a eternidade espiritual passava-se em um paraíso mal definido, onde se encontrariam as delícias reservadas aos eleitos; para outros, o inferno era um lugar terrível, onde as almas passavam por horríveis torturas.

Além disso, as observações da Ciência detinham-se na matéria tangível; daí resultava entre o mundo espiritual e o mundo corporal um abismo que se diria intransponível. Esse abismo, os novos descobrimentos e o estudo de fenômenos pouco conhecidos vêm, em parte, preencher.

Ensina-nos o Espiritismo que as relações entre os dois mundos não são interrompidas, que há permuta constante entre os vivos e os que chamamos mortos. Pelo nascimento, o mundo espiritual fornece almas ao mundo corporal, e pela morte este restitui ao espaço as almas que vieram temporariamente habitar a Terra. Há, pois, numerosos pontos de contato entre a humanidade e a espiritualidade, e a distância que parecia separar o mundo visível do invisível está consideravelmente diminuída. Se demonstrarmos que esse mundo é formado de matéria como o nosso, que os Espíritos também têm um corpo material, as diferenças que pareciam tão radicais se reduzirão a simples nuanças, que vão do muito ao menos, mas não mais encontraremos chocantes anomalias.

A natureza da alma nos é desconhecida, mas sabemos que ela está envolvida, circunscrita por um corpo fluídico que a torna, depois da morte, um ser distinto e individual.

A alma, segundo Allan Kardec, é o princípio inteligente, considerado isoladamente; é a força que age e pensa e que, só como abstração, poderemos considerar isolada da matéria. Revestida de seu invólucro fluídico ou perispírito, constitui o ser chamado Espírito, como, revestida do invólucro corporal, constitui o homem. Ora, se bem que em estado de espírito goze de faculdades e propriedades especiais, não cessa de pertencer à humanidade. São, pois, os Espíritos seres semelhantes a nós, visto que cada um de nós se torna Espírito depois da morte do corpo, e cada Espírito vem novamente a ser homem depois do nascimento.

Esse invólucro não é de modo algum a alma, porque não pensa; não é mais que uma vestimenta; sem alma, o perispírito, assim como o corpo, não passam de matéria inerte, privada de vida e de sensação. Dizemos matéria, porque, com efeito, o perispírito, posto que de natureza etérea e sutil, não deixa de ser matéria, tanto como os fluidos imponderáveis, e, além disso, matéria da mesma natureza e da mesma origem que a matéria tangível mais grosseira. É o que demonstraremos no 2º capítulo.

A alma não possui essa veste somente em estado de espírito; ela é inseparável desse invólucro que a segue na encarnação e na erraticidade. Durante a vida humana, o fluido perispiritual identifica-se com o corpo e serve de veículo às sensações vindas do exterior e às vontades do Espírito; penetra o corpo em todas as suas partes; mas com a morte o perispírito se desprende com a alma, de que partilha a imortalidade.

Poder-se-ia, talvez, contestar a utilidade desse órgão, dizendo-se que a alma pode agir diretamente sobre o corpo e estaria destruída nossa teoria. Mas como nos apoiamos sobre fatos, como nossa convicção é fruto do estudo e da observação, e não uma concepção arbitrária, não depende de nós mudá-la. Isto sobressai claramente dos fatos que serão expostos no capítulo seguinte.

Gabriel Delanne do livro:
O Espiritismo Perante a Ciência / Quarta Parte

Nota: Em breve publicaremos a sequência do artigo.

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