sábado, 8 de março de 2025

O papel da mulher

O papel da mulher

Allan Kardec
Revista Espírita Dez. 1858



Dissertações de além-túmulo

O papel da mulher


A mulher é mais finamente burilada que o homem, o que indica, naturalmente, uma alma mais delicada. É assim que em condições semelhantes, em todos os mundos, a mãe será mais bela que o pai, por ser ela que a criança vê primeiro. É para a figura angélica de uma jovem senhora que a criança volta incessantemente o olhar. É pela mãe que a criança enxuga as lágrimas e nela fixa o olhar ainda fraco e incerto. A criança tem, assim, uma intuição natural do belo.

A mulher sabe fazer-se notada principalmente pela delicadeza de seus pensamentos, pela graça de seus gestos, pela pureza de suas palavras. Tudo que dela vem deve harmonizar-se com sua pessoa, que Deus fez bela.

Seus longos cabelos que se derramam sobre os ombros, são a imagem da doçura e da facilidade com que sua cabeça se dobra sem se partir sob as provas. Eles refletem a luz do sóis, como a alma da mulher deve refletir a luz mais pura de Deus. Jovens, deixai vossos cabelos flutuarem. Para isso Deus os criou. Tereis a aparência ao mesmo tempo mais natural e mais bela.

A mulher deve ser simples no vestir. Ela saiu suficientemente bela das mãos do Criador para dispensar os atavios. Que o branco e o azul se unam sobre vossas espáduas. Deixai também que flutuem os vossos vestidos. Que se vejam as vossas roupagens estender-se atrás de vós numa longa esteira de gaze, como leve nuvem indicando imediatamente a vossa presença.

Mas o que representam os enfeites, o vestido, a beleza, os cabelos ondulados ou flutuantes, enrolados ou presos, se o sorriso tão doce das mães e das amantes não brilhar nos vossos lábios? Se os vossos olhos não semearem a bondade, a caridade e a esperança nas lágrimas de alegria que eles deixam correr, nos relâmpagos que se abrem desse braseiro de amor desconhecido?

Mulheres! Não temais deslumbrar os homens pela vossa beleza, por vossa graça, por vossa superioridade. Saibam, porém, os homens, que para se tornarem dignos de vós, devem ser tão grandes quanto sois belas, tão sábios quanto sois boas, tão instruídos quanto sois originais e simples. É necessário que saibam que vos devem merecer; que sois o prêmio da virtude e da honra, não dessa honra que se cobria com um capacete e um escudo e que brilhava nas justas e nos torneios, com o pé sobre a fronte de um inimigo derrubado. Não, mas da honra segundo Deus.

Homens! Sede úteis, e quando os pobres abençoarem o vosso nome, as mulheres vos serão iguais. Então formareis um todo: sereis a cabeça e elas o coração; sereis o pensamento benfeitor e elas as mãos liberais. Uni-vos, pois, não só para o amor, mas para o bem que podeis fazer a dois. Que os bons pensamentos e as boas ações realizadas por dois corações amantes sejam os elos dessa cadeia de ouro e diamantes chamada matrimônio. Então, quando os elos forem bastante numerosos, Deus vos chamará para junto dele e continuareis a ajuntar novos elos. Na Terra eles eram de metal pesado e frio. No Céu serão de fogo e de luz.

Allan Kardec
Revista Espírita Dez. 1858

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