Evangelizemos o Lar
Guillon Ribeiro
O lar é a escola indispensável à orientação e reajuste do Espírito, singrando a jornada tormentosa da Terra, em busca das clarinadas de paz do porvir.
Congregando afeições e reunindo desafetos, em retomadas sucessivas de encontros e reencontros, promove equilíbrio, arregimenta união, amplia entendimento e fortalece a fraternidade. Sem que os lares respirem o clima ideal do amor, a Terra jamais experimentará a pacificação almejada, carpindo, entre guerras e morticínio, o reflexo da desagregação na célula primeira de seu reabastecimento moral — o lar.
Manter o equilíbrio do lar, em meio à borrasca do cenário social hodierno, será empreender esforços reiterados na substituição de pilares já carcomidos pela própria mediocridade, aproveitando-se, na estrutura ainda firme, aqueles resistentes às investidas de filosofias existencialistas ou nihilistas, fortalecendo-os com novos apoios da razão dirigida para a moral ilibada.
O lar deve ser, antes de tudo, aquele ambiente de cooperação recíproca que vitaliza o Amor — presença de Deus mantenedora do Universo.
Não pode ser encarado, unicamente, como domicílio de corpos. O tabernáculo doméstico é, na essência, o pouso terrestre para as almas em aprendizado, onde a Vida resguarda as mais sublimes esperanças de renovação espiritual das criaturas.
Alicerce irrefragável do majestoso edifício da civilização, o lar precisa ser mantido sob regime de necessária vigilância e cautela a fim de que não venha a se deteriorar às arremetidas da dissolução dos costumes sobre suas mais sublimes destinações.
Oficina de almas, o abrigo doméstico e, simultaneamente, templo e escola, onde conflitos naturais e dores superlativas representam lições e testemunhos que nos reajustem com a Lei Divina, proporcionando-nos a união indefectível, indutora da solidariedade universal.
O lar nos ensejará o alcance do verdadeiro sentido da fraternidade, conduzindo-nos ao reconhecimento de que somos irmãos uns dos outros na infindável família cósmica.
Por ele, o homem e a mulher, no conúbio de suas potencialidades sublimes, cooperam com a génese da vida, mobilizando, acima de tudo, as aspirações do sentimento por excelência que nutre os Espíritos equilibrados no Bem.
Defendamos o lar das arremetidas das sombras, impedindo a desagregação da família instituída.
Um único caminho permitirá novo alento aos lares em crise, bem como segurança às famílias em formação — o da cristianização do homem.
Cristianizar a existência é imprimir-lhe reformas salutares, em regime de esforço particular e decidido, tendo por meta a Luz. Sem que compreendamos o sacrifício, do Cristo pela redenção do mundo, jamais nos entregaremos a diminutas renúncias pelo triunfo do Amor e ressurreição da Paz em nossa esfera de experiências.
Cristianizemos, assim, os lares para que suportem, com fidelidade às suas abençoadas metas, todos os achaques da descrença ou da negação, coesos nas disciplinas do entendimento, sem titubear, por qualquer momento, ante os favores da legislação humana que lhes entremostrem a estrada larga, mas embaraçosa, da reformulação de novos pares. As leis são feitas para atender às necessidades forjadas pelo homem; nunca o homem será destinado a resvalar em equívocos e erros para sofrer os impositivos das leis.
Desajustes e conflitos podem favorecer o clima da desarmonia e da decomposição. Mas a Fé, sublimando aspirações, combaterá o egoísmo e dificultará a prorrogação de compromissos firmados no passado. Outrossim, revitalizará a clima de esperança e de entendimento em tentativas lícitas de harmonização de objetivos comuns aos corações que se reúnem para abençoar a Vida.
Evangelizemos o lar!
O Cristianismo vivenciado na intimidade das famílias será aquela luz permanente, impedindo o assédio das trevas que portamos em nossos desequilíbrios.
Reviver o Cristo nas relações diárias da casa, ressuscitar Jesus pela veiculação do Evangelho a quantos se abrigam nas dependências do lar, é de transcendental importância num século de tantas mudanças sociais.
Adiar compromissos do coração é o mesmo que sonegar aos celeiros o solo arroteado ao alcance das sementes. Iluminemos o lar!
O culto do Evangelho sentido, mantido, conscientemente vivido nos lares é defensiva da luz com a qual jamais nos intimidaremos ante os oferecimentos dos códigos legais a nos oportunizar em adiamentos de provas para mais pesadas condições futuros. O ressarcimento de dividas espirituais é da competência de cada indivíduo, traduzindo dificuldades que somente dizem respeito a cada um em particular. Entretanto, os encargos do lar, partindo de um contrato a dois, tem envolvimento de tal natureza, segundo os arquivos do mundo além, que interrompê-los em meio à trajetória será evitar-se um espinho hoje para abraçar um espinheiral amanhã.
Guillon Ribeiro
(Mensagem psicografada pelo médium Júlio Cezar Grande Ribeiro, na reunião pública da Casa Espírita Cristã — Vila Velha — ES, na noite de 09/08/1971.)
Publicado na Revista Reformador Nov. 1977
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