segunda-feira, 17 de setembro de 2018

O conde de Rochester

O conde de Rochester

Hermínio C. de Miranda


John Wilmot - Conde de Rochester

ARTIGO: A aventura, a tragédia, o remorso
FONTE: Revista Reformador de fevereiro de 1976 
Hermínio C. de Miranda


O CONDE DE ROCHESTER

Em meados de 1680, um nobre inglês de 33 anos de idade morria lentamente de velhice, numa longa e dolorosa agonia física e espiritual. Chamava-se John Wilmot, Conde de Rochester.

No dia 19 de junho, ditou um documento pungente de remorso e mágoa ante o tempo perdido, a inutilidade de uma preciosa existência consumida em loucuras inomináveis, e de um talento desperdiçado tão abundantemente na elaboração do verso genial, mas corrupto. 

Esse testamento espiritual, escrito “em beneficio daqueles que possam ter sido arrastados ao pecado pelo meu exemplo e estímulo”, foi assinado na presença da velha mãe e da jovem esposa. Por exemplo expresso de seu signatário, deveria ser lido a toda a criadagem, “até ao tratador de porcos”. Dizia, em suma, que “do fundo da minha alma, detesto e abomino todo o curso de minha vida iníqua”.

A 25 do mesmo mês, em carta ditada ao Reverendo Gilbert Burnet, seria ainda mais explicito:

“Meu ânimo e meu corpo definham tão juntamente que lhe escreverei uma carta tão fraca como me sinto. Começo por dizer que coloco os sacerdotes acima de todas as criaturas no mundo e o senhor acima de todos os sacerdotes que conheço.”

O fim chegava lento, penoso e inexorável. De há muito estava minado seu vigoroso organismo. Em abril de 1678, dois anos antes, circulara mesmo a notícia de sua morte. A informação, que Anthony Wood registrara em seu diário, era falsa, mas não as suas mazelas, pois estivera mesmo “at the gates of death”, às portas da morte. Já em 1669, no entanto, frequentava ele os “banhos” da Srª Foucard, em busca de alívio para a depredação que as doenças venéreas estavam causando em seu corpo. Aos 24 anos de idade segundo ele próprio declarou por escrito – seus olhos não suportavam mais vinhos nem água.

“Se abandonasse o vinho e as mulheres escreve Graham Greene, no seu estupendo livro – poderia ter sido salvo, mas não tinha força de vontade para isso, mesmo que o quisesse.”

Levado pela paixão desesperada pela vida, consumira-se de um só trago. “queimando a vela pelas duas pontas”, como diz a expressão inglesa. Tornara-se, agora , a sombra do que fora, enquanto jazia atormentado pelas dores físicas e morais, no leito de agonia, úlceras atrozes consumiam-lhe a bexiga, que era expelida aos pedaços, em crises insuportáveis, segundo relato de Burnet, o anjo bom dos seus últimos dias. Não obstante, dessa ruína física emergiam os clarões de decisões importantes para a vida daquele espírito bem dotado.

“Quando seu moral estava tão baixo e exausto que ele não podia nem andar ou mover-se –escreve Burnet -, e pensava não viver mais que uma hora, disse ele que sua razão e sua capacidade de julgamento estavam tão claras e fortes que, daquele momento em diante, estaria totalmente convencido de que a morte não significa o desaparecimento ou a dissolução da alma, mas apenas sua separação da matéria. Sentia, durante a doença, grandes remorsos ante sua vida pregressa, mas como me disse, depois, tais remorsos eram mais de natureza de horrores generalizados e trevosos do que uma convicção de tivesse pecado contra Deus. 

Lamentava que tivesse vivido de modo a dissipar as suas energias tão cedo, e criado tão má reputação em torno de si mesmo; sua mente estava de tal modo agoniada que ele nem sabia como se expressar.”

Não foram poucos os que duvidaram desse arrependimento de última hora. É difícil aos companheiros da libertinagem e do erro admitirem que um deles, de repente, saltou a cerca espinhosa da dor e caiu, ofuscado e atônito, do lado claro da verdade. William Fanshawe foi um desses.

Em carta de 19 de junho à sua irmã, Lady Rochester, mão do doente, narra a cena do reencontro dos dois amigos, um ainda preso ao desespero de viver todos os prazeres e outro atirado ao leito, à espera da morte, exatamente porque tentara também frui-los todos.

“Mr. Fanshawe, seu grande amigo – escreve Lady Rochester , esteve aqui para vê-lo e, enquanto em pé, ao lado da cama de meu filho, este olhou-o intensamente e disse... 

“Fanshawe, pense em Deus, deixe-me dar-lhe este conselho, e arrependa-se de sua vida passada, e se emende. Acredite no que eu digo: Deus existe, um Deus poderoso, um Deus terrível para os pecadores impenitentes. Está chegando a hora do julgamento, com grande terror para os maus; por isso, não adie o seu arrependimento: o desagrado de Deus desabará sobre você, se você não o fizer. Você e eu somos antigos companheiros, e praticamos juntos muitos erros. Amo a criatura humana e lhe falo diretamente da minha consciência, para o bem de sua alma.”

Segundo Lady Rochester, Fanshawe ficou ali em pé por alguns minutos mais, sem dizer uma palavra; pouco depois, “stole away out of the room”, ou seja, retirou-se de mansinho do quarto. Quando Rochester percebeu que ele havia saído, perguntou só para confirmar: “Ele foi embora? Coitado. Temo que seu coração esteja muito endurecido.”

O antigo companheiro de farras memoráveis estava convencido de que o amigo tinha ficado doido, e não fez segredo algum de sua convicção, porque a notícia chegou ao conhecimento de Lady Rochester, que se queixa disso em nova carta de 26 de junho. Foi depois da visita de Fanshawe que Rochester ditou o seu testamento espiritual, mas não foram poucos os que continuaram a duvidar da sinceridade da contrição de um jovem muito brilhante que envelhecera e envilecera na devassidão.

Um dia se escreverá a historia de como John Wilmot, Conde de Rochester, se transformou em J. W. Rochester, autor espiritual das extraordinárias narrativas históricas escritas com a dócil mão de Wera Krijanowskia. Enquanto não temos essa história, que só ele mesmo poderá contar, vejamos como foi que o ex-faraó Mernephtah e o ex-beneditino da tenebrosa Abadia do século 13 se tornou John Wilmot, Conde de Rochester.

O livro que conta essa história chama-se “Lord Rochester Monkey” (“O Macaco de Lord Rochester”), edição da Bodley Head, Londres, de autoria do escritor inglês Graham Greene.

O autor informa, no prefácio, que o livro foi escrito entre 1931 e 1934, mas foi então recusado pelo seu editor, Heinemann, o que o deixou tão desapontado que ele não teve coragem de oferecê-lo alhures. Greene supõe que a editora ficou temerosa de enfrentar a opinião pública, pois o livro era considerado obsceno, principalmente em vista da reprodução de vários poemas de Rochester. Graham Greene não obstante, não perdeu o interesse pelo seu tema, pois julga, com muita razão, que Rochester foi um poeta genial, dos maiores da língua inglesa. De qualquer forma, os originais de seu livro magistral dormiram quarenta anos nos arquivos da Universidade do Texas que permitindo fossem copiados, possibilitou a publicação, em 1974.

Trata-se de um volume de 231 páginas, primorosamente elaborado, tanto do ponto de vista literário como gráfico. Impresso em papel excelente, contém inúmeras ilustrações em preto e branco, e maravilhosas reproduções a cores, inclusive retratos e autógrafos de Rochester, com um ar algo sarcástico, colocando uma coroa de louros na cabeça de um macaco que, sentado sobre dois livros, estraçalha um terceiro com um ar de deboche. Rochester segura, na outra mão, a esquerda, originais manuscritos de alguns poemas.

Rochester nasceu em 1647 – há dúvidas quanto à data precisa, que seria 1º ou 10 de abril, num período difícil da história da Inglaterra. Duas das mais fortes paixões humanas – religião e política – haviam concorrido para criar um clima de tensões violentas, que precipitaram o país em crises e lutas sangrentas. Nem mesmo a execução do rei Charles I, em 30 de janeiro de 1649, acalmou os ânimos, e, depois de um interlúdio, em que Cromwell governou com vigorosa disciplina, Charles II recuperou o trono , em maio de 1660. Governaria o país, a seu modo, até 1685. Nascera em 1630, sendo, portanto, cerca de 17 anos mais velho que Rochester, e foi rei do poeta, que o serviu em várias condições, como veremos.

A Enciclopédia Britânica diz que ele era “demasiado preguiçoso e amante dos prazeres para se dedicar com firmeza às suas funções, mas às vezes enérgico, e sempre inteligente”. Não teve filhos legítimos, mas um meia dúzia de bastardos, os quais agraciou com títulos de nobreza. Queixa-se a Britânica de que os que denunciam sua moral demoram-se nos seus vícios, esquecidos de seus talentos.

Rochester era filho de Henry Wilmot e de Anne, filha de Sir John St. John, viúva de Sir Francis Henry Lee, com que esteve casada apenas dois anos. Este casamento deixou-lhe dois filhos e uma propriedade em Ditchley. Casou-se com Lord Wilmot, em 1644. Era, segundo Greene, mulher obstinada, impulsiva, cheia de preconceitos, e sobreviveu ao marido, ao filho e ao neto, bem como à nora. Anthony Wood ouvira dizer, conforme escreveu em seu diário, que John Wilmot, o segundo Conde de Rochester, seria filho ilegítimo de Sir Allen Apsley, mas Greene não endossa o registro, atribuindo-o à malícia daqueles tempos socialmente tumultuados, pois a virtude de Lady Rochester jamais foi questionada, a despeito de seu temperamento desabrido.

Além do mais , ele se parecia com o pai, não apenas fisicamente, como até no gênio aventuroso e folgazão. Henry Wilmot era ambicioso, orgulhoso e incapaz de se contentar com o que quer que fosse. Bebia abundantemente e tinha temperamento dominador, “suportando com impaciência a contradição”; sem escrúpulos religiosos, entregou-se à devassidão.

“Era bem o pai do homem que, segundo disse Gilbert Burnet, o historiador, durante cinco anos consecutivos se manteve embriagado...” – escreve Greene.

Devido ao importante papel que desempenhou na fuga do rei Charles I, Henry Wilmot teve de deixar a Inglaterra. Entre 1653 e 1654, Lady Wilmot esteve em Paris com seus filhos – dois do primeiro matrimônio, e o pequeno John, então com seis para sete anos – em busca do marido aventureiro que, aliás, se encontrava na Alemanha, tentando levantar dinheiro para ajudar a causa do rei, seu amigo e senhor. A essa altura, Henry Wilmot, já havia sido distinguido com o título de Conde “Earl”, em inglês, e empenhava-se, no continente, no esforço de repor seu rei no trono e, certamente garantir para si próprio uma fatia de poder. 

Lady Rochester, porém, não tinha paciência nem gosto pela vida na Corte, muito menos, a de um rei pobre e destronado, ocupado com a sua décima sétima amante.

Henry Wilmot morreu em Sluys, em 1658, e foi enterrado temporariamente em Bruges, na Bélgica, deixando ao segundo Conde de Rochester, então com 11 anos, “pouca herança além das honrarias e do título”. Desde que deixara Paris, em 1656, de volta a Ditchley, que herdara de seu primeiro marido, até a morte do segundo em 1658, Lady Rochester tivera oportunidade de estar com Henry apenas uma vez.

Daí em diante, ao se referir ao Conde de Rochester, o livro quer dizer o segundo, ou seja, John Wilmot, que se tornaria tão popular ao público brasileiro de nossos dias sob o nome de J. W. Rochester, autor de tantos livros fascinantes, como “Romance de uma Rainha”, “Herculanum”, “O Sinal da Vitória”, “O Chanceler de Ferro”, “A Vingança do Judeu” e outros.

Enquanto seu pai vivia seus derradeiros anos de aventura, o jovem John Wilmot crescia em Ditchley, que nunca foi suplantada na sua preferência, nem mesmo pelas atrações e prazeres que mais tarde teria em Londres, nos meios aristocráticos.

“A cidade – escreve Graham Greene – seria o divertimento nublado pela bebida, as intrigas do teatro, as amizades artificiais com os poetas profissionais, os casos de amor e luxúria, as disputas na Corte, a amizade do rei a que ele desprezava, os bordéis de Whetstone Park, as doenças e os remédios, os “banhos” da Sra. Fourcard. O interior seria a paz, uma espécie de pureza mesmo, e, finalmente, o lugar para morrer.”

Essa a perspectiva da vida do menino que, aos 11 anos, carregava os títulos pomposos de Conde de Rochester, Barão Wilmot de Adderbury, na Inglaterra, e Visconde Wilmot de Athlone, na Irlanda.

Na escola primária de Burford, o jovem Conde foi aluno exemplar. Era disciplinado e aprendia com facilidade. Há depoimentos escritos de seus professores, atestando sua natureza virtuosa, boa e sempre pronta a acolher um conselho aproveitável; enfim, como disse Gifford, seu tutor doméstico, “a very hopeful youth”, ou seja, “um jovem que muito prometia”.

Gifford, no entanto, não o acompanhou a Oxford, como esperava, e, mais tarde, diria que a vida do Conde teria sido muito diferente se ele o tivesse seguido mais além, em seus dias de formação. No que, acredita-se, ela não deixou de ter alguma razão, pois era homem austero e disciplinador, e, ao que tudo indica, Rochester respeitava-o.

A cultura do jovem Conde foi bastante ampla para a época. Manejava com facilidade o latim e o grego, e era versado nos clássicos dessas línguas. Nos seus versos, mais tarde, apareceriam adaptações de Lucrécio, Ovídio ou Sêneca, a despeito dos resmungos de Gifford, que, enciumado dos progressos de seu antigo pupilo, dizia que ele pouco sabia de latim, e muito menos de grego.

Na realidade, o ressentimento era profundo. Certa vez em que Rochester reclamou que o velho não vinha vê-lo com mais frequência, Gifford respondeu com azedume e mágoa: ”My Lord, sou um sacerdote, Vossa Graça tem o péssimo caráter do devasso e do ateu, e não ficará bem para mim estar em companhia de Vossa Graça, enquanto esse procedimento durar, enquanto o senhor continuar nessa vida.”

E, assim, em 1660, sem Gifford, Rochester partiu para o Wadham College, em Oxford. Não completara 13 anos, e não estava ainda suficientemente amadurecido para experimentar a vida livre de um grande colégio, nem suportar o assédio da malícia e da irresponsabilidade de um ou outro companheiro mais impetuoso.

Quando um mestre mais impertinente tentou coibir o uso da cerveja, e chamou os alunos para uma conversa a sério, os estudantes disseram que os homens do Vice-Chanceler da Faculdade também tomavam das suas na Taverna da “Split Cow”. O Mestre foi ao Vice-Chanceler que, por sua vez, não sendo indiferente às atrações da cerveja, deu de ombros, dizendo que não via mal no que o Mestre rotulava de “aquele licor infernal que se chama cerveja”. Diante disso, o Mestre tornou a reunir os jovens e deu-lhes permissão para beber, “de modo que pudessem ser beberrões autorizados”, e não clandestinos. Esse era o ambiente de Oxford, de onde Rochester saiu em 9 de setembro de 1661, com 14 anos de idade, levando o título de “Master of Arts”. Em novembro, ele partiu para o Continente, em companhia de Sir Andrew Balfour, conhecido botânico e homem integro. A viagem seria principalmente à França e à Itália.

Ao regressar, a doce vida estava aberta diante dele.

Um relato da época descreve-o como um jovem gracioso, alto e esguio, de feições extremamente atraentes, inteligente, irresistivelmente charmoso (“charm not to be withstood”), brilhante, sutil, sublime, muito bem educado, e “adornado como uma natural modéstia que o tornava encantador”. Além do latim e do grego, já referidos, dominava perfeitamente o francês e o italiano, estando familiarizado com autores clássicos e modernos nessas línguas, sem contar o inglês. Era, pois, uma figura encantadora, com todos os atributos para conquistar a frívola sociedade de seu tempo, e até mesmo admiração autênticas.

Cedo, pois, estava ele profundamente engajado nas intrigas da corte de Charles II, de que passou a desfrutar amizade e confiança. Em carta de 26 de dezembro de 1664, o rei escrevia à sua querida irmã, casada com o Duque de Orléans: “Somente ontem recebi uma carta, por intermédio de Lord Rochester.” O Lord tinha apenas 17 anos...

No ano seguinte, raptou Elizabeth Mallet, herdeira de propriedades que rendiam 2000 libras por ano, o que não era de se desprezar para um Conde bonito e talentoso, mas empobrecido.

Era a noite de 26 de maio. A moça havia ceado em White Hall, em companhia de seu avô, com Frances Stewart, uma das Damas de Honra da corte. Achava-se a caminho de casa, com Lord Hawley, quando um grupo de homens armados, sob o comando de Rochester, fez parar a carruagem em Charling Cross. Puseram-na em outra condução e levaram-na para fora de Londres, a um lugar secreto, onde duas mulheres a esperavam. A noticia circulou, e Lord Rochester foi capturado em Uxbridge, sem Elizabeth. O rei, que havia tentado arranjar o casamento de ambos, ficou furioso. Em 27 de maio, foi expedida uma ordem de prisão, e Rochester foi recolhido à Torre. Elizabeth, resgatada, voltou aos seus. Mais tarde, precisamente em 29 de janeiro de 1667, ao cabo de inúmeras peripécias, ela se casaria com Rochester, contrariamente à expectativa de todos os seus amigos”, segundo a velha Senhora Rochester.

Antes, porém, viveu ele a aventura do mar, no combate à marinha holandesa, no que se saiu com valor, embora sem atingir o posto de almirante, como alguns acreditaram e divulgaram. 

Atribui-se, no entanto, sua admissão à Câmara dos Lordes (Parlamento), antes dos 21 anos de idade, à sua atuação na campanha. Foi nessa oportunidade que Rochester, assediado por premonições de morte, celebrou com seu amigo e companheiro Wyndham um pacto formal, com aspectos de cerimônia religiosa, segundo o qual aquele que morresse primeiro prometia aparecer ao outro, para dar notícia do futuro estado, se é que existia um futuro estado. Um terceiro amigo, um certo Edward Montague, recusou-se terminantemente a fazer parte do acordo.

Rochester regressou são e salvo à Inglaterra para encontrar seu país sacudido por uma das grandes pragas que dizimavam populações inteiras naquela época; mas a vida seguia seu curso entre o pavor da morte e o aceno dos divertimentos.

Em reconhecimento por seus serviços, o rei atribuiu a Rochester um prêmio de 750 libras que devem ter sido utilizadas para aliviar a pressão de seus credores.

Em fevereiro de 1666, a Corte retornou a Londres, de onde fugira espavorida, e, em março, Rochester foi nomeado “Gentleman of the King’s Bedchamber”, ou seja, Camareiro do Rei, posto honorífico que o monarca reservava aos seus íntimos amigos , e que rendia os vencimentos nada desprezíveis de 1000 libras por ano. A principal função do Camareiro era apresentar ao rei, todas as manhãs, a sua primeira peça de roupa, uma espécie de camisa com a qual o vestia. Além disso, supervisionava a ordem dos aposentos reais, vendo que nada faltasse ao conforto de Sua Majestade.

O jovem Conde preferia, no entanto, a aventura, e, no verão de 1666, fez-se ao mar novamente, em companhia de Sir Edward Spragge, para novas lutas com os holandeses, e desta vez para derrotas humilhantes.

Ao casar com Elizabeth Mallet, Rochester não completara ainda 20 anos, e Graham Greene queixa-se de que os 13 anos restantes de sua vida são difíceis para o biógrafo, pelas fantásticas histórias que circulam a respeito, as aventuras amorosas, com várias cortesãs e senhoras da sociedade, ??? suas amizades literárias, suas disputas, algumas das quais resultaram em duelos mais ou menos românticos, suas desavenças com o rei, seu papel de charlatão, quando resolveu ser médico, “como se todos esses anos escreve Greene fossem nublados pelos vapores da bebida”.

Suas visitas à esposa, que permanecera na propriedade rural, eram intermitentes e espaçadas. Desse período aventuroso e vago, somente se conhecem com precisão as datas do batismo de seus filhos: Anne, em 30 de agosto de 1669; Charles, o único filho varão, em 2 de janeiro de 1671; Elizabeth, em 13 de julho de 1674; e, em 6 de janeiro de 1675, sua última filha legítima, Mallet, pois teve ainda um filha com a atriz Elizabeth Barry, em Londres, em 1677.

Em suma: a vida era uma enorme “chatice” que, no entanto precisava ser vivida, e “Rochester bebia para torná-la suportável”.

Piores momentos viriam, porém.

“A paixão do ódio começou cedo, escreveu Graham Greene. Atrelada, como estava, à ingratidão, suspeita-se de que a bebida tenha começado a afetar o caráter de Rochester ai pelo fim de 1667, dez meses depois de seu casamento.”

O ódio era difuso e impessoal, mais pela sociedade, suas hipocrisias e falsidades, pois, na palavra repetida de seu biógrafo, “odiava a imoralidade...nos outros, enquanto se permitia todos os desatinos. É essa a imagem que, provavelmente, tentou retratar o pintor que o figurou coroando um macaco que destrói livros. A 5 de outubro, foi convocado para a Câmara dos Lordes, com 21 anos incompletos, o que provocou alguns protestos veementes; mas , o rei manteve sua decisão. Estava “de bem” com Rochester. De outras vezes, expulsá-lo-ia da Corte, dado que o poeta não poupava nem mesmo o seu real amigo nos seus terríveis epigramas, às vezes em versos pornográficos irreproduzíveis, como os que constavam da sua “The History of the Insipids”.

Com outro rei mais impulsivo a carreira de Rochester estaria para sempre encerrada, e, talvez, a sua vida; mas, Charles acabava por readmiti-lo na sua intimidade, e até conferiu a ele cargos e bens. Além da posição de Camareiro, que Rochester abandonou, o rei designou-o para a Câmara dos Lordes, como vimos. Em fevereiro de 1668, foi nomeado Guardião da Caça Real, em Oxford, e, em abril, Rochester fez uma petição solicitando quatro distritos em Whittlewood Forest. Em 1673, foi-lhe atribuído, em comum com Laurence Hyde, o domínio de uma propriedade da coroa, em Bestwood, e quatro carregamentos de feno de Lenton Mead, tudo isso a troco de um aluguel nominal de 5 libras por ano. Em 1674, Rochester foi nomeado Guardião de outra propriedade, chamada Woodstock Park. Em abril do ano seguinte, nova nomeação para um cargo honorifico, e, em junho, o usufruto de algumas propriedades. Três dias depois da nomeação ele quebrou um raríssimo relógio de sol, no jardim do palácio na inconsciência da embriaguez.

Graham Greene não pode deixar de observar o estranho relacionamento entre Rochester e seu rei, que, tão pacientemente, suportou suas loucuras e impertinências. “Talvez, acrescenta o biógrafo, somente no abismal cinismo do rei se poderia encontrar a explicação.” Ou, diríamos nós, numa amizade sincera, que resistia aos mais duros embates da provocação e do ridículo em que o poeta às vezes o colocava perante a Corte e a nação, em versos que circulavam por toda parte.

Numa dessas expulsões da Corte, Rochester e seu amigo Buckingham adquiriram uma estalagem na Newmarket Road, onde se esmeravam em tratar tão bem os clientes que os homens passaram trazer também as esposas.

Enquanto os maridos bebiam, Rochester e o amigo cortejavam as esposas. Uma delas, particularmente difícil, porque o marido teimava em mantê-la em casa, aos cuidados de uma irmã, Rochester conquistou com um artificio: enquanto o amigo embebedava o marido, o poeta vestiu-se de mulher e conseguiu insinuar-se, colocando a tia-guardiã fora de combate com uma dose de ópio, habilmente ministrada.

Daí em diante, as loucuras desatam-se mesmo, constituindo, às vezes, incidentes sérios, como o de Epsom, em que Rochester só por milagre não foi levado à justiça para responder por crime de morte. Andou foragido, por algum tempo, e, depois, reapareceu na Corte. O rei o havia perdoado novamente.

Depois disso, foi a aventura como “médico”, especialmente de senhoras, e como astrólogo. Os anúncios que então publicou foram preservados.

Quanto às previsões astrológicas – dizia um texto “publicitário”, fisiognomonia, adivinhação por meio de sonho e outras (na quiromancia não acredito, porque não possui a base invocada em seu suporte), minha própria experiência me convenceu dos seus consideráveis efeitos e maravilhosas operações principalmente no sentido dos acontecimentos futuros, na preservação de perigos ameaçadores e na utilização de vantagens que se possam oferecer. 

Afirmo que minha pratica me convenceu dessa verdade do que todos os eruditos e sábios escritos existentes sobre a matéria: porque isso posso dizer por mim (sem nenhuma ostentação), que raras as vezes tenho falhado nas minhas predições, e com frequência tenho sido muito útil em meus conselhos. Até onde posso ir neste assunto, estou certo de que não poderia dizê-lo por escrito.

Com um “anúncio” desses, quem deixaria de procurar o jovem astrólogo, além de tudo muito simpático, inteligente e bonitão? Especialmente mulheres românticas e ambiciosas, ou ingênuas.

É certo, porém, que ele não acreditava no produto que anunciava, mesmo porque o Espírito de seu amigo Wyndham – aquele do pacto de morte – não voltara para dizer se havia ou não vida póstuma. No entanto, outro episódio de premonição impressionara-o bastante para merecer um relato de Burnet.

Um capelão que frequentava a casa de Lady Warren, sua sogra, sonhara que em tal dia morreria; mas, como trataram de dissuadi-lo da ideia, ele acabou por esquecer o sonho. 

Uma noite, porém jantavam 13 pessoas em torno da mesa e, segundo antiga superstição, uma delas deveria morrer breve. Uma jovem presente apontou o capelão como candidato à desencarnação, o que trouxe de volta à sua mente a lembrança do sonho, e o deixou perturbado. Lady Warren repreendeu-o pela sua preocupação com a crendice, mas o certo é que o homem, em perfeitas condições de saúde, amanheceu morto no seu aposento.

Isso, porém, somente iria fazer algum sentido para Rochester quando ele próprio se avizinhava da hora final. Enquanto essa hora não chegava, a vida tinha de ser vivida, e o mais intensamente possível.

Na sua aventura como charlatão da Medicina, seu interesse mais uma vez se focalizou na clientela feminina, à qual prometia maravilhas de restauração e conservação da beleza física, segundo técnicas que teria aprendido na Itália, onde “mulheres de 40 anos tem a mesma aparência das de 15”. Lá não se distinguia a idade pelo rosto, “enquanto na Inglaterra, ao olhar um cavalo na boca e uma mulher na face, sabe-se com precisão suas idades”. Para remediar tal situação vexatória, lá estava o Dr. Rochester, com seus remédios miraculosos que limpavam a pele, clareavam os dentes, tornando-os “brancos e redondos como pérolas, fixando os que estivessem frouxos”. Enquanto isso, as gengivas ficariam vermelhas como coral, e os lábios da mesma cor e “macios como você os desejar para beijos lícitos” (lawfull kisses”), pois o jovem médico não poderia fazer mau juízo de suas clientes... Além do mais, eliminaria gorduras indesejáveis, ou poria carnes onde necessário. Sem nenhum prejuízo para a saúde. E concluía:

“Mesmo que o próprio Galeno desse uma espiada de sua sepultura e me dissesse que isto tudo fossem recursos indignos da profissão médica, eu lhe diria, friamente, que, com muito mais glória, preserva a imagem de Deus na sua beleza imaculada, numa boa face, do que o faria remendando todas as decadentes carcaças do mundo”.

E assim segue a vida, esquecida de si mesma, atordoada em loucuras, desinteressada do futuro. Se ao menos o amigo Wyndham tivesse voltado para confirmar a vida póstuma...

Aos 30 anos, tem notícia do nascimento de sua filha ilegítima com Elizabeth Barry, em Londres. Rochester estava doente, já prematuramente desgastado, numa de suas propriedades rurais. Em carta ao seu amigo Saville – outro companheiro de desatinos – escreve que está “quase cego, completamente coxo e com remotas esperanças de Londres outra vez”. 

Mas, ainda se recuperaria para voltar a Londres e à vida tresloucada, com entreatos em sua propriedade em Woodstock, onde promovia bacanais memoráveis e distúrbios inenarráveis na vizinhança, com inocentes criaturas.

Enquanto isso, Lady Rochester, a jovem esposa, vivia por ali mesmo, a cerca de 15 milhas, em Adderbury, com os filhos, uma existência pacata, recolhida e sem horizontes.

E, por estranho que pareça, Rochester amava-a, à sua maneira, é claro, e respeitava-a. 

Ademais, adorava os filhos, e todos gostavam muito dele. Suas rápidas passagens pelo lar devem ter sido sempre momentos de alegria e descontração, pelo seu gênio alegre e pelas histórias que deveria contar, não as escabrosas, mas as que pudessem passar pelo crivo da moral. Nos seus filhos, segundo Graham Greene, ele via a única forma de imortalidade em que podia acreditar: a continuidade da vida nos descendentes.

Uma de suas cartas ao seu filho Charles preservou-se, com sérias recomendações sobre o bom procedimento e o amor a Deus. Greene comenta, depois de transcrevê-la, que não se trata de documento de um hipócrita. Ele realmente desejava para o filho uma vida diferente da sua, queria que o menino crescesse crendo em Deus e “não imitasse seu pai a caminhar no frio de um universo ateu”. Diria, mais tarde, a Burnet que considerava muito felizes aqueles que tinham fé, “dado que isso não estava ao alcance de toda a gente”.

É certo, porém, que, para um homem de seu talento e de suas inclinações para a vida libertina, as religiões predominantes na época não tinham muito a oferecer, ainda mais que disputavam ferozmente entre si não a supremacia dos corações e das consciências, mas a do poder temporal. É óbvio, também, que, mesmo na tormenta da sua vida inconsequente, ele ouvia em si a voz de Deus a chamá-lo. Mas, chamá-lo para onde? Para o Catolicismo? Para o Protestantismo?

Num poema intitulado “On Rome’s Pardons” (“Do Perdão de Roma”), dizia que “se Roma pode perdoar pecados, como diz, e se tais perdões podem ser comprados e vendidos não seria pecado adorar e venerar o ouro. Quando surgiu esse artifício, ou quando começou? Quem é o seu autor? Quem o trouxe? Teria o Cristo criado uma alfândega para o pecado?”.

Seja como for, ele deve ter encontrado mais lógica na doutrina reformista, pois conseguiu, já no final, converter sua mulher do Catolicismo para o protestantismo anglicano.

Pouco depois, com o corpo devastado pelas doenças, e com o Espírito ansioso, amargurado e cheio de remorsos, iniciaria, ao lado de Gilbert Burnet, a última aventura: a busca de Deus e da verdade escondida atrás do mistério da vida.

Esse dedicado sacerdote passou horas e horas ao lado do jovem Conde agonizante, e, meses depois da morte de Rochester, publicou, ainda em 1680, um precioso livro sobre a vida do malogrado amigo: “Algumas passagens sobre a vida e a morte do nobre John, Conde de Rochester, morto em 26 de julho de 1680.”

Muito gostaríamos de ter em mãos esse livro raríssimo, pois é ele o verdadeiro testamento moral de um Espírito extremamente bem dotado, mas mergulhado numa crise terrível de insatisfação consigo mesmo, sua vida e seus atos, diluído tudo numa loucura que durou umas poucas décadas, e que acabou em agonias penosíssimas.

Seria preciso, também, percorrer os seus versos geniais, para ver faiscar na lama escura da obscenidade a pedra cintilante das suas intuições, como, para citar um só exemplo, a intuição da reencarnação, colocada num verso que, de tão pornográfico, se torna irreproduzível.

Burnet foi o confidente da hora última, dia após dia, até o amargo fim, desde outubro de 1679, quando Rochester mandou buscá-lo. Depois dos primeiros encontros, “ele adquiriu confiança em mim – escreve Burnet – e abriu para mim todos os seus pensamentos, tanto em religião como em moral, proporcionando-me uma visão completa de sua vida, e não parecia aborrecer-me com minhas frequentes visitas”.

É claro que, a princípio, o depoimento de Burnet foi considerado apócrifo, especialmente pelos amigos de Rochester, que não podiam aceitar a conversão, naqueles termos tão dramáticos, de quem realmente busca, aturdido e contrito, o sentido da vida, afinal revelado nas últimas horas. A passagem do tempo, no entanto, confirmou a autenticidade do livro, porque as pesquisas realizadas em dois séculos e meio em torno de Rochester deram credibilidade ao que o bom sacerdote documentou de maneira comovente.

Burnet foi o grande doutrinador junto de Rochester. Só que , em vez de doutrinar um Espírito já desligado, esforçava-se por levar uma parcela de luz e de esperança ao coração de um que partia e se preparava para enfrentar a realidade póstuma. Seu mérito é ainda maior, quando nos lembramos de que ele dispunha apenas da precária teologia dogmática que a sua intuição e sua sabedoria devem ter suprido na extensão suficiente e necessária para acordar aquele Espírito ainda na carne.

Rochester estava, afinal, disposto a ouvir: o debate a beira do túmulo contém 302 linhas atribuídas a Rochester, e 1671 a Burnet. Mesmo assim, não deve ser sido fácil a tarefa para o virtuoso e culto sacerdote, pois seu oponente desejava uma realidade que pudesse admitir com apoio da lógica, e não uma crença que teria de aceitar à base da fé sem especulação intelectual.

Achava o Conde que nossa concepção da ideia de Deus era tão insignificante que seria mera presunção pensar nele. Era melhor adorá-lo independentemente de qualquer culto religioso, mas com uma celebração genérica, como, por exemplo, com um hino.

Quanto à vida depois da morte, “apesar de achar que a alma não se dissolve com a morte, duvidava muito das recompensas, tanto quanto das punições: as primeiras, por achá-las muito elevadas para que as alcançássemos com os nossos minúsculos serviços, e as outras demasiadamente excessivas para serem impostas ao pecado”.

Em suma: não podia aceitar céu nem inferno. Portanto, admitia claramente que deveria haver outras formas de ajustar a alma ao bem, dado que ela sobrevivia à morte do corpo físico.

Desse ajustamento, também teve intuições maravilhosas, não apenas no verso pornográfico há pouco lembrado. Certa vez interrompeu Burnet para dizer o que pensava disso:

“Pensava ele – escreve o sacerdote-biografo – que o mais certo é que a alma comece de novo, e que a lembrança do que ela fez neste corpo, registrada nos desenhos do cérebro, tão logo ela é desalojada, tudo desaparece, e a alma é levada a algum novo estado para começar um novo ciclo” (destaque desta transcrição).

Ninguém poderia ter figurado melhor a ideia da reencarnação, há quase 300 anos! O único reparo que cabe fazer na suposição de Rochester é o de que as lembranças, embora gravadas no cérebro físico enquanto o Espírito está encarnado, apagam-se realmente deste, mas permanecem nos registros perispirituais, e quando a alma começa de novo, com um novo cérebro físico, ele se esquece por sua própria conveniência, mas apenas temporariamente, porque nenhuma lembrança se perde.

John Wilmot, Conde de Rochester, voltaria mais tarde para documentar, com narrativas realmente históricas, as doutrinas que confusamente sentia e que não tinha como expressar naqueles meses agoniados em que sua vida física se extinguia lentamente. Afinal de contas, como dissera George Etherege do jovem Conde: “Sei que ele é um demônio, mas ele tem algo de anjo que ainda não se apagou nele.” Ou seria o contrário: um anjo em potencial, no qual a face do demônio ainda não se apagara de todo?

Num verso inteligente e brejeiro Sir Francis Fane parece ter tido não apenas a intuição da verdade, mas também a premonição do traçado futuro da vida de Rochester. Para ele, Rochester foi um alegre emissário do Demônio que, de repente, para grande confusão do Maligno, mudou o rumo da sua nau, e, em vez de liderar para o caos as almas perdidas, enfunou as velas na direção das regiões da felicidade eterna.

E assim tivemos a história sumária de John Wilmot, segundo Conde de Rochester, um Espírito que acabou por se encontrar a si mesmo, a despeito do alarido de suas paixões desencadeadas. Não apenas isso. De regresso ao mundo espiritual, depois de pelo menos mais uma vida na carne, resolveu escrever, através de sua amiga Wera Krijanowskaia, a mais bela mensagem do mundo: a de que o Espírito sobrevive e se reencarna tantas vezes quantas necessárias ao seu reajuste perante as leis de Deus, insistentemente desobedecidas ao longo do tempo imemorial. Nada se esquece, nada se perde, tudo serve para a reconstrução do nosso mundo íntimo, até mesmo nossas loucuras, porque também com elas aprendemos a dura lição da vida, que não precisava ser dura se o quiséssemos.

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São muito populares no Brasil as obras mediúnicas ditadas por Rochester, mas uma parte considerável da sua produção histórico-literária ainda é desconhecida, segundo referências que colhemos no prefácio de "A Vingança do Judeu", edição da FEB, 1966.

Das obras já traduzidas, além da retrocitada, são mencionadas as seguintes, cujos títulos darei em português: 
• Tibério 
• A Abadia dos Beneditinos 
• O Faraó Memephtah 
• O Sinal da Vitória 
• Romance de uma Rainha 
• O Chanceler de Ferro 
• Herculânum 
• Naêma, a Bruxa (lenda do século XV) 
• A Lenda do Castelo do Conde de Montinhoso.

Entre as que ainda aguardam divulgação, citam-se os seguintes títulos em francês, neste trabalho traduzidos: 

• O Festim de Baltasar 
• Saul, Primeiro Rei dos Judeus 
• O Sacerdote de Baal 
• Um Grego Vingativo 
• Fraquezas de um Grande Herói 
• O Barão Ralph de Derblay 
• Diana de Saurmont 
• Dolores 
• O Judas Moderno 
• Narrativas Ocultas.

Só a leitura desses títulos nos aguça a curiosidade pelo mundo de revelações históricas que devem conter essas obras e as trajetórias de tantos Espíritos notáveis, no bem e no mal. Em "Dolores", por exemplo, o autor espiritual narra acontecimentos ocorridos na Espanha e em Cuba, no século 18, quando teria vivido sua mais recente encarnação. Há mais, porém: Rochester teria prometido aos amigos encarnados que compunham o círculo onde se manifestava, escrever "As Memórias de um Espírito" que, no dizer do prefaciador de "A Vingança do Judeu", seria "o seu trabalho capital". Teria escrito essa obra? Se não o fez, sempre haverá tempo de fazê-lo, porque a vida se desdobra pelo infinito, as memórias permanecem indeléveis no substrato do Espírito, e o ser caminha para a realização do amor que marca o nosso retorno a Deus. 

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Hermínio C. de Miranda
Revista Reformador de fevereiro de 1976.
Posteriormente publicado  no livro: 
Fronteiras do Além pela FEB, com inclusão do trecho final que aparece acima entre separadores.

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