terça-feira, 15 de setembro de 2020

Sem retenção egoística

Sem retenção egoística

Joanna de Ângelis



Proscreve da lavoura dos teus sentimentos o egoísmo ignóbil, a fim de poupar-te aflições que podes dispensar.

Mascarando-se, multiface, ele surge e ressurge na gleba das tuas aspirações, dominando as tuas paisagens íntimas, produzindo mal-estar e incessante inquietação.

Ama, mas não retenhas, a quem te afeiçoas, nas tenazes fortes dos teus caprichos.

Ninguém pertence a ninguém.

Objetos, valores e posses transitam pelo mundo sob mordomias passageiras, mudando de mãos sob o implacável suceder dos minutos no relógio do tempo.

O egoísmo urdirá manobras hábeis aferrando-te à ganância e à subtração dominadora das coisas, deixando-te iludir na presunção de que és detentor.

Nada obstante, a incoercível lei da evolução impõe câmbios e transformações a que ninguém se pode furtar no estreito e breve caminho a percorrer, do berço ao túmulo.

Exercita, desse modo, o desprendimento para que não padeças difíceis injunções de desespero, quando passem pelas tuas mãos os tesouros que seguem adiante...

Dá início a uma disciplina mental em tomo do uso sem o tormento da propriedade, assim familiarizando-te com os impositivos da própria vida física, ilusória e sem qualquer garantia.

Não te enganes no egoísmo da posse, mesmo que ele se te insinue pernicioso na casa mental.

*

Se amas, não constranjas o ser amado a amar-te sob imposições que o infelicitarão, por fim em ti mesmo gerando frustração e dor.

Por mais te doa hoje a conjuntura de vê-lo seguir adiante, evita pensar que tal não sucederá. 

Antes, cria condições de adaptação mental, para quando se te suceder a ocorrência não se te despedacem o coração e os sentimentos elevados, arrojando-te nos precipícios da insensatez e da loucura.

Ama sem posse, por mais te pareça improvável lográ-lo.

Se és amado, não condiciones a doação do teu afeto.

Reparte bondade, quando não te seja possível atender às solicitações que se te fazem endereçadas.

A bondade, sem vínculo de profundidade afetiva, comprometedora, pode ser alimento abençoado para a fome de quem te bate à porta das responsabilidades maiores da vida.

Se a tua solidão recebe o apoio da amizade, não te concedas transformar a água pura, que te pode dessedentar, em rio de desejos em que te afogues sem necessidade...

Não vale a posse de um momento o largo tempo da amargura e da decepção.

Cada dia é bênção de Nosso Pai, trazendo surpresas e provas conforme as necessidades de todos nós.

Prescreve-te paciência e confiança nas providências divinas e não te alucines, retendo quem e o que deve seguir além, no curso natural dá sua própria escolha.

Se são coisas, volverão, caso permaneças no teu lugar de renúncia.

Se se trata de corações afetuosos que não querem mais ou não desejaram ficar contigo, volverão, caso cresças para a vida e lhes projetes a luz da felicidade futuro a dentro...

*

Não tinha teto, nem leito, nem posse alguma — Jesus —, e era o Rei Solar!

Amou, doou-se, convidou corações — marchou, porém, a sós, - carpindo abandono supremo no mundo, em cuja trilha de doação total confeccionou a túnica nupcial para o excelso noivado com a criatura humana, que Ele prossegue aguardando, sem retenção nem posse.

Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro:
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