domingo, 24 de maio de 2020

A violência

A violência

Benedita Fernandes



Genericamente, por violência, tomamos a atitude agressiva, desconcertante, que produz choque e gera receios.

Sob este aspecto, a violência se espraia por todos os quadrantes da Terra, ameaçando a integridade física, moral e social da Humanidade, convocando os estudiosos do comportamento a encontrar a gênese dessa atual nefasta epidemia...

Sempre houve violência no mundo; não, porém, generalizada, como hoje.

Antes era exercida pela prepotência dos dominadores de povos e pelas castas que se permitiam privilégios absurdos, espoliando e afligindo os fracos que se lhes submetiam, inermes.

Se considerarmos, porém, mais atentamente, os fatores criminógenos que levam a criatura a delinquir, vitimada pela violência, identificaremos os estados da insatisfação íntima, dos distúrbios da emotividade, aliados aos graves fatores socioeconômicos de alarmante gravidade.

Esta violência, no entanto, que é alucinação, desequilíbrio psíquico, chama a atenção, estarrece...

Outra forma de violência há, mais grave e danosa, portanto, merecendo maior investimento, a fim de ser bloqueada ou anulada nas suas nascentes virulentas, propiciadoras daquela que estruge nas avenidas elegantes e logradouros miseráveis do mundo, aviltando e destruindo.

Porque lesa os centros do sentimento humano, passa despercebida ou dissimulada, ocultando-se nos sorrisos da desfaçatez e da impiedade, aplaudidas pelos interesses subalternos, nos recintos das ilusões douradas, onde muitos se locupletam.

A presença, na sociedade, de velhinhos em desvalimento, sem albergue nem amparo; a negação do direito de mínimo socorro da saúde a centenas de milhões de enfermos; o desinteresse pela falta de pão e água a incontestável e crescente número de seres em condições sub-humanas; o abandono a que se encontram relegadas incalculáveis legiões de menores carentes; a tremenda escassez de oportunidade para a educação de menores em formação da personalidade são um libelo terrível, constituindo a mais torpe forma de violência contra o homem, em desrespeito à inalienável condição de criatura, que as Leis e os cidadãos dominantes desprezam e abandonam, impondo, na escravidão da ignorância que se estabelece, penas superlativas, injustas e ingratas...

Coexistirem o luxo e a miséria, a abundância e a escassez, o excesso e a ausência gerando a indiferença dos primeiros pelos segundos, negando-se aqueles a entenderem os últimos, isto é fator preponderante e característico do estado de primitivismo em que transita o progresso, na Terra, longe dos valores éticos, únicos capazes de tomar a vida digna de vivida e o homem menos lobo do homem, irmão, portanto, do seu próximo.

Ultrajados pelo desdém dos poderosos, que lhes negam a oportunidade de fruir o mínimo das condições humanas, aliás, reconhecidas essas condições pelos governos de todos os países ditos civilizados, arrogam-se, na infelicidade em que se rebolcam, o dever de tomar pela força o que lhes é negado pelo egoísmo. 

O problema básico da violência é o desamor humano, matriz da avareza e da insensibilidade de que se revestem os falsamente ditosos.

Quando se compreenda a necessidade de leis mais justas, objetivando atender e amparar os fracos e oprimidos, antes que mais esmagá-los e esquecê-los; quando a bondade voltar-se para o auxílio fraternal; quando o amor sensibilizar as mentes e os corações, que se volverão para a retaguarda, distendendo oportunidades de serviço e apoio, modificar-se-á a paisagem moral terrena, porque, incidindo nos fatores causais da miséria, realiza a terapia preventiva contra o mal, desaparecendo a violência oculta, e a que explode na desdita e na dor, cederá terreno à confraternização e ao trabalho dignificante, que impulsionarão a marcha ascensional da Terra e dos homens para o estágio de mundo melhor e mais feliz.

O antídoto para qualquer tipo de violência é sempre o amor, como o estímulo aos estados agressivos decorre do egoísmo. 

Herança nefasta dos instintos que predominam em a natureza animal do homem, a violência se diluirá, à medida que se sobreponha a sua natureza espiritual, que é a presença do Pai Criador ínsita em todos os seres.

Benedita Fernandes por Divaldo Franco do livro:
Terapêutica de Emergência

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