Hábito da solidariedade
Joanna de Ângelis
Por mais te encontres cansado não te eximas de ser solidário com alguém.
Talvez o problema do outro, aquele que te procura, seja menor do que o teu.
Para ele, no entanto, por que se afigura muito grave, assim se faz.
As tuas experiências de fé dão-te real dimensão de inúmeras ocorrências, e por isto podes ajudar mais com menos desgaste de forças e emoções.
Quem percorre um trecho de estrada tem condições de apresentar notícias daquele caminho.
Experiência é rota que cada qual deverá vencer mesmo que a grande esforço.
A solidariedade, por isso mesmo, é pão de empréstimo, de que sempre o doador necessitará.
Ninguém a pode prescindir, por mais que se pretenda isolar do convívio com o seu próximo.
Na vida de todas as criaturas um momento surge em que a solidariedade se faz imperiosa, como socorro salvador.
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Fazer ou deixar de fazer o bem é efeito natural da fé que se mantém, definindo-lhe a qualidade, cuja ação se transforma em hábito, que se incorpora à natureza, à personalidade de cada um.
Quem se não acostuma a doar, nunca dispõe de oportunidade para auxiliar, encontrando motivos injustificáveis para recusar-se.
Aquele que se aclimata ao trabalho solidário, sempre dispõe de tempo e recursos para fazê-lo.
Os desocupados e indiferentes estão sempre muito cheios de horas vazias para tentar preencher algum espaço, por isso não dispõem de tempo para nada.
Vivem extenuados pela inutilidade e pessimismo.
§
Apura a tua percepção e verificarás que os lamentos demasiados nem sempre decorrem da enfermidade ou do problema que se tem, mas da necessidade de chamar a atenção, requerendo apoio e amizade.
Há muita carência, no mundo, sendo, entretanto, a mais grave e urgente, a de afeto, de interesse humano.
A questão assume tão grave proporção que, não raro, quando alguém se preocupa com outrem e dá-lhe assistência, os sentimentos de um ou de ambos perturbam-se, dando origem a desvios da fraternidade, tombando-se em delíquios morais, que mais agravam as circunstâncias e as dificuldades.
Mantém o hábito da solidariedade sem exigência ou solicitação alguma.
Ajuda, portanto, sem vinculação servil, a fim de permaneceres livre, no amor e na ação solidária, crescendo para Deus ao lado do teu próximo necessitado, necessitados que somos, quase todos, da divina solidariedade.
Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro: Alerta
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