domingo, 28 de julho de 2019

Da humildade

Da humildade

Maria


Maria


Aos que desejam progredir.

Sabeis, todos vós que palmilhais este sombrio Planeta, que são os vossos defeitos psíquicos e o vosso proceder iníquo, os únicos adversários de vossa felicidade, nesta como em porvindouras gerações. Não podeis ser venturosos enquanto vossas almas estiverem ofuscadas pelas transgressões morais. 

Ai! Quão longe está ainda a humanidade da  compreensão de seus deveres para com o Eterno e os seus companheiros de peregrinações terrenas! 

Como se deixa subjugar pelas paixões e pelos vícios, e, após tantos danos causados ao próprio ser, quer que o Onipotente lhe seja pródigo em bênçãos e mercês — aspiradas pelos corações ávidos de gozos e ambições mundanas, sem nenhum vislumbre de humildade, implorando-lhe apenas concessões de bens materiais! 

Os povos cultos que, felizmente, já se despojaram de alguns sentimentos malsãos, de odiosidade por diferenças de raças e religiões, de conquistas bélicas, ainda se deixam assenhorear por um dos mais implacáveis tiranos da humanidade — o Orgulho! Este, é o déspota que predomina em quase todas as classes sociais, mormente nas abastadas. Obscurece ele as consciências de quase todos os blasonados, opulentos e portadores de pergaminhos científicos dos que  tem amor ao poderio, às honras, ao fausto, julgando-se eles, acima das coletividades que, penosamente, auferem meios de subsistência. 

Lembram-se muito de si próprios e pouco do Criador do Universo, enquanto, possuem palácios e desfrutam vida principesca... 

Um dia, porém, a Morte — a niveladora dos monarcas ao mais anônimo obreiro, a ceifadora de almas que não distingue o cetro do alvião para decepar os elos que os prendem às efigies carnais — arrebata os que têm pecúlios nas casas bancárias, um acervo de gozos, de poucos atos meritórios, de muitos desvarios e agravos para com o nosso próximo e para com o fúlgido Fator do Ilimitado... Este, então, em um de seus doutos desígnios — fundados no Direito celeste, — Soberano íntegro e imparcial, decreta o retorno a este planeta daquele que era soberbo, impiedoso, implacável, autoritário... ao seio de obscura família de proletário. 

Mais tarde torna-se ele um jornaleiro espezinhado, que conhece a existência amargurada, dos que não têm conforto, dos que, as vezes, não possuem uma códea de pão para saciar a fome que lhes devora as entranhas; suporta o desditoso, os vexames por que passam os deserdados da fortuna, dos desconsiderados na sociedade, dos que vivem na obscuridade e em penúria incessante... 

No entanto, justamente nessas horas de angústia é que o seu espirito se desprende dos detritos do Mal, se corrige dos desvarios das eras transcorridas em esplendores mundanos, em aparatos, e se alça ao Firmamento e implora ao Onipotente, com fervor e contrição, ânimo para suportar cristãmente os seus infortúnios!

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Chegam, então, nesses instantes benditos, aos páramos etéreos, suas vibrantes preces — como se fossem uma harmonia inebriante ou a essência de uma açucena, a qual se evola de suas pétalas de neve perfumosa, aureolando-lhe a fonte de luz, tornando-a mais rutila do que se ostentasse um coroa régia, cintilante de gemas custosas, como outrora...

Todos vós, pois, Irmãos queridos, que padeceis desventuras e decepções abençoai-as e as vossas lágrimas, pois a vossa regeneração requer um estágio dolorosíssimo, e os escolhidos para a marcha triunfal e ascendente para a Perfeição anímica são os que sofrem, e não os que gozam!

Tendes de percorrer, em diversas avataras, todas as alcantiladas veredas da Dor, a Via Crucis das reparações proveitosas. As vossas almas, que eram de réprobos, depois de despojadas de suas máculas, terão a alvura dos lírios e da contextura das estrelas, que fascinam os vossos olhares, engastadas no zimbório celeste! 

Sede, sobretudo, despidos de orgulho. Não vos vexeis por não terdes roupagens atraentes, alimentos saborosos...

Deixai que os vossos espíritos se impregnem deste suavíssimo aroma, desta melodia dulcíssima e angélica que os podem arrebatar as regiões siderais — humildade e prece. 

Sede humildes de coração e de desejos. Rogai ao Altíssimo dons psíquicos e nunca regalias sociais, pois Ele sabe do que careceis e conhece as criaturas pelas suplicas que lhe fazem.

Há rogos que, sempre, são atendidos — os daqueles que aspiram evoluir moralmente, avançar nos conhecimentos uteis à humanidade, alcançar vitórias sobre si próprios — outros que podem acarretar novas expiações — os daqueles que imploram fortuna para satisfazer almejos imoderados ou impulsos, perpetrar vinganças, saciar gozos nocivos as suas almas!

Eis, amados irmãos, o que tinha a dizer-vos. Terminando os meus conselhos amistosos, ainda vos dirijo este apelo: segui os ditames de vossos Instrutores siderais e nenhum outro. Bem mais profícuo posso desejar-vos. 

Quando implorardes dons espirituais às Entidades impolutas, santificadas pelo martírio e pelo cumprimento austero de seus deveres terrenos, serão elas transmissoras de vossas rogativas, interpretes fieis de vossos pensamentos. 

Sede, porém, humildes, retos na execução de vossos encargos, gratos ao Criador do Universo. Não o esqueçais em vossos dias de júbilo e opulência para d'Ele vos lembrardes nos momentos embaraçosos, de ríspidas tribulações, querendo que vos liberte de todas elas, pois é mister que o escopro da Dor vibre em vossas almas, porque só ela vos há de redimir.

O sofrimento é a sequência de vossas faltas, de vossos desvios às Leis sacras e sociais, nesta e em precedentes existências.

É o lapidário de vossos espíritos que, aos poucos, vão ficando facetados, suas asperezas desbastadas, seus defeitos desligados e diluídos, e, só então adquirem as refulgências dos mais raros diamantes de Golconda. Não imprequeis, pois, isenção de sofrimento, porque equivale a rogardes a vossa permanência no Orbe das Lágrimas, o vosso encarceramento na masmorra da Dor, onde estais a reparar os vossos delitos.

Só deveis aspirar uma felicidade porvindoura, conquistada lentamente através dos séculos, sofreando os vossos sentimentos, padecendo sem revoltas as vossas penas remissoras, sendo, sobretudo, humildes para com o vosso próximo e para com o Altíssimo!

Maria por Zilda Gama do livro:
Diário dos Invisíveis

Nota: A mensagem "Da humildade", de Maria, faz parte do raro livro: Diário dos Invisíveis (1929), psicografada em 1924 por Zilda Gama. 
Fizemos a digitalização e a adaptação à nova ortografia desta belíssima mensagem. 
Abaixo,  fotos do texto original.          
RDB
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Breve história sobre o retrato de Maria


Algum tempo após tomarmos conhecimento de um novo quadro de Maria, a Mãe de Jesus, divulgado num programa da TV Record, de São Paulo, com a presença de Francisco Cândido Xavier, procuramos esse médium amigo para colher dele maiores esclarecimentos sobre a origem do mesmo.

Contou-nos, então, Chico Xavier, no final da reunião pública do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, na noite de 1º de dezembro de 1984, que, com vistas às homenagens do Dia das Mães de 1984, o Espírito de Emmanuel ditou, por ele, um retrato falado de Maria de Nazaré ao fotógrafo Vicente Avela, de São Paulo. Esse trabalho artístico foi sendo realizado aos poucos, desde meados de 1983, com retoques sucessivos realizados pela grande habilidade de Vicente, em mais de vinte contatos com o médium mineiro, na Capital paulista.

Em nossa rápida entrevista, Chico frisou que a fisionomia de Maria, assim retratada, revela tal qual Ela é conhecida quando de Suas visitas às esferas espirituais mais próximas e perturbadas da crosta terrestre; como, por exemplo, disse-nos ele, na Legião dos Servos de Maria, grande instituição de amparo aos suicidas descrita detalhadamente no livro Memórias de um Suicida, recebido mediunicamente por Yvonne A. Pereira.

E, ao final do diálogo fraterno, atendendo nosso pedido, Chico forneceu-nos o endereço do fotógrafo-artista, para que pudéssemos entrevistá-lo oportunamente, podendo assim registrar mais algum detalhe do belo trabalho realizado.

De fato, meses após essa entrevista, tivemos o prazer de conhecer o sr. Vicente Avela, em seu próprio ateliê, há 30 anos localizado na Rua Conselheiro Crispiniano, 343, 2º andar, na Capital paulista, onde nos recebeu atenciosamente.

Confirmando as informações do médium de Uberaba ele apenas destacou que, de fato, não houve pintura e sim um trabalho basicamente fotográfico, fruto de retoques sucessivos num retrato falado inicial, tudo sob a orientação mediúnica de Chico Xavier.

Quando o sr. Vicente concluiu a tarefa, com a arte final em pequena foto branco-e-preto, ele a ampliou bastante e coloriu-a com tinha a óleo (trabalho em que é perito, com experiência adquirida na época em que não havia filmes coloridos e as fotos em preto e branco eram coloridas a mão), dando origem à tela que foi divulgada.

Nesse encontro fraterno, também conhecemos o lindo quadro original à vista em parede de seu escritório, e ao despedirmo-nos, reconhecidos pela atenção, o parabenizamos por esse árduo e excelente trabalho, representando mais uma notícia da vida espiritual de Maria de Nazaré, que continua amparando com imenso amor maternal a Humanidade inteira.

Hércio M. C. Arantes
Fonte: Anuário Espírita 1986

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4 comentários:

  1. Muito obrigada por nos trazer essa mensagem belíssima e que nos faz compreender a nossa verdadeira missão aqui no planeta que é vencer a nós mesmos, o nosso orgulho e egoísmo, e amar o nosso próximo como a nós mesmos e a Deus sobre todas as coisas.

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    1. Agradecemos suas palavras de incentivo,seguiremos sempre juntos em busca do nosso objetivo no bem.
      Que o Mestre Maior guie a todos nesta jornada...

      Obrigado Flávia. RDB

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  2. Maravilha...uma pérola
    Nesse oceano de mudanças.
    Que o Todo Supremo possa nos abençoar.

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