sábado, 27 de julho de 2019

Divertimento e futilidades

Divertimento e futilidades

Joanna de Ângelis



Todos os seres se encontram na Terra ferreteados pelas necessidades de evolução.

Conservando em germe o conhecimento, qual a glande do carvalho, por meio de experiências sucessivas conquista a sabedoria jacente na síntese interior para alcançar o esplendor estelar da beleza e da sabedoria que lhe está destinado.

Naturalmente, na fase inicial do processo de crescimento são os impulsos que rompem a cobertura exterior para abrirem campo em favor das conquistas intelecto-morais.

Esse peregrinar faculta-lhe desenvolver o progresso intelectual e tecnológico que contribuem para o seu avanço e a conquista da plenitude, caso sejam utilizados conforme os valores éticos existenciais.

Hodiernamente, a aquisição dos recursos científicos ensejou uma tecnologia superior que se encarrega de modificar as estruturas do pensamento e da convivência mediante o bem-estar, a satisfação das necessidades emocionais. O prazer derivado das conquistas em pauta arrebata e toma conta de muitas vidas, divertindo-as em compensação às lutas severas das exigências sociais contemporâneas. Em consequência, são aplicadas horas úteis que deveriam ser direcionadas para compromissos relevantes, que vão ficando em segundo plano, perdendo o fascínio elevado pela irrelevância da futilidade.

A busca pelo novo, por informações rápidas fragmenta a mente, altera a capacidade do raciocínio, da reflexão...

Diminuem os espaços-tempo que deveriam ser dedicados à meditação em torno dos graves compromissos assumidos no mais Além...

Certamente, alguns desses divertimentos são ingênuos e agradáveis, por isso mesmo, nada obstante se vão transformando em necessidades viciosas.

Os interesses culturais cedem campo às estruturas do pensamento rápido, interessante, que logo é substituído por outro mais atraente, isso quando se adquire o hábito da obscenidade, da fixação nos instintos sexuais e pervertidos... Mesmo os ingênuos retratam, não poucas vezes, o ridículo, o mesquinho ou o nobre comportamento de alguém que se torna viral.

Entidades desencarnadas perturbadoras inspiram a busca de tais desvios de atenção, quando não encaminham para os programas soezes e perversos que encharcam a mente e desestruturam os tesouros morais.

Reserva-te horas próprias para os teus divertimentos e até mesmo atividades úteis, libertando-te um pouco da máquina mágica para a vida emocional, o contato pessoal, a convivência humana.

Por momentos, liberta-te do virtual e volta a viver o real, o cotidiano, o humano, o calor da presença e do intercâmbio de energias corporais.

Tem cuidado com as fugas psicológicas para as diversões sob pretextos que são apenas desculpas de justificação.

São perigosos tanto os estados de mente vazia como os de pensamentos frívolos e divertidos.

Necessitas de equilíbrio emocional, de silêncio interior, de reflexionar...

*

Faze uma análise sincera do teu recente comportamento, em relação ao tempo útil.

Quantos livros edificantes leste no mês último?

Dirás que não tiveste tempo ou disposição para fazê-lo, e é certo, porque estavas tomado pelas frivolidades virtuais.

De tudo quanto programaste fazer, que lograste realizar conforme o planejamento?

Talvez o cansaço não te haja permitido, mas esse estado não será resultado natural do nada fazer, das horas mal aplicadas?

Quantas missivas e conversações edificantes tiveste com pessoas-problema, que te necessitavam?

É provável que não tinhas disposição naqueles momentos, porque acabaste de percorrer páginas sociais da comunicação virtual e ainda não digeriste uma parte sequer, estando em paisagens das nuvens mentais para rever noutra oportunidade que, por certo, não se dará...

Aplica de maneira mais sábia os teus conhecimentos e possibilidades, enriquecendo-te de vida e de harmonia emocional.

Todos admiram os triunfadores e gostariam de alcançar a glória, a sublime finalidade da existência, porém, não estão dispostos a ofertar dedicação e renúncia, prazer e espontaneidade para a conquista máxima.

Detém o passo no jogo da infantilidade ou da curiosidade em torno da vida alheia, das suas grandezas e misérias.

Tens compromissos muito graves a atender.

O mundo moral estertora e as criaturas humanas, algumas estúrdias, outras primárias e as nobres, encontram-se no campo de aprendizagem, a caminho da sepultura cujo momento não sabem quando ocorrerá.

Reorganiza os teus programas mentais, a fim de que as tuas possibilidades intelectivas estejam conectadas a fontes generosas de sabedoria e de amor transcendente que alimentam o ser espiritual que és.

Rejubila-te, distrai-te, quanto possível, mas não adies os teus deveres espirituais a pretexto algum.

A Primavera simboliza bênção da Natureza, prodigalizando estesia e equilíbrio em toda parte, inclusive no aparente caos.

És originado na luz do Amor e avanças nesse rumo sublime.

Não desperdices ocasião de espalhar claridade e nunca deixes ninguém sair da tua companhia sem que leve alguma luminosidade para jamais perder o caminho.

O homem e a mulher inteligentes destacam-se na comunidade pela harmonia e conhecimento luminosos que distribuem à sua volta.

Agradece as dádivas da tecnologia que facilita a existência e propõe novos caminhos para a evolução. Entretanto, nunca olvides que a presença física, a contribuição direta e pessoal conseguem milagres no relacionamento das vidas, que se necessitam umas das outras.

*

Todo o Evangelho de Jesus é um hino de beleza, de esperança, de edificação e de ternura beneficiando o mundo.

Ele afirmou:
"- Vinde comigo e eu vos farei pescador de homens (e mulheres)."
Recolhe a rede dos divertimentos e atira no oceano humano aquela que consegue a salvação de vidas.

Joanna de Ângelis Psicografia de Divaldo  Franco, 
na sessão mediúnica de 8 de abril de 2019,
no Centro Espírita Caminho da Redenção.

Incluído posteriormente no livro:
Vidas vazias

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