quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Fidelidade Doutrinária

Fidelidade Doutrinária

Vianna de Carvalho


Vianna de Carvalho


À medida que o pensamento espírita encontra ressonância nos veículos da grande mídia, ampliam-se as perspectivas de divulgação da Doutrina, num momento de grande conturbação da sociedade nos seus mais diversos aspectos.

O homem moderno, enriquecido pelo conhecimento e detentor de inúmeros títulos de enobrecimento, encontra-se sob os camartelos das dificuldades morais que o assaltam por todos os lados.

Vencidos alguns desafios, outros se lhe apresentam vigorosos, exigindo um grande contributo de serenidade e de esforço, para alcançar os objetivos que persegue, tais a iluminação e a harmonia íntimas.

As vitórias conseguidas em uma área, embora contribuam para novos investimentos e avanços tecnológicos, não estão conseguindo plenificá-lo, de forma a fazê-lo tranquilo e confiante no futuro.

Os fantasmas do porvir ameaçaram-no e distúrbios de comportamento apresentam-se com muita insistência, parecendo vencer as elevadas aquisições da cultura, da ciência e da tecnologia.

O Espiritismo é a grande resposta para as questões perturbadoras do momento. A sua correta divulgação é exigência destes dias turbulentos, em razão dos recursos inexauríveis que possui e coloca à disposição dos seus adeptos.

Não obstante, apresentam-se alguns obstáculos que resultam da própria imperfeição da criatura humana.

De um lado, encontram-se os adeptos conservadores, que não admitem sejam possíveis contribuições provindas das modernas experiências científicas que o confirmam, enquanto outros, os que se dizem evolucionistas propunham por uma adaptação aos tempos atuais, adulterando-lhe os conceitos valiosos sob o falso pretexto de que alguns deles estão superados.

Desejamos referir-nos, porém, à Fidelidade Doutrinária.

É muito difícil preservar-se a criatura em equilíbrio, quando diferentes fatores conspiram contra a sua fidelidade e exercem acentuadas pressões que lhe perturbam o discernimento. 

E esses, quase sempre terminam por impor-se, em decorrência da fragilidade moral daquelas pessoas que lhes padecem o impositivo.

O Espiritismo deve ser divulgado conforme foi apresentado por Allan Kardec, sem adaptação nem acomodações de conveniência em vãs tentativas de conseguir-se adeptos. É a doutrina que se fundamenta na razão, que decorre da observação do fato em laboratório e, por isso mesmo, não se compadece com as extravagâncias em predomínio nos diferentes segmentos religiosos da Humanidade nos seus mais diversos períodos. Possui a sua estrutura, que resiste a quaisquer investidas e lutas, permanecendo inabalável, sem que tenha necessidade de reformular conceitos para acompanhar modismos e modernismos, a pretexto de adaptá-la aos caprichos então vigentes.

Por meio sub-reptício, porém, não faltam tentativas de enxerto de ideias e convenções, práticas inconvenientes e comportamentos que não encontram guarida na sua rígida contextura doutrinal que, aceitos, poderiam criar desvios, através dos quais atrairia incautos e desconhecedores das suas propostas corretas, destituídas de compromissos com outras doutrinas, que iriam criar, sem dúvida, perturbações perfeitamente evitáveis.

A pretexto de cultura espírita, pretende-se deixar à margem os estudos dos seus postulados, para que sejam adotados programas com os quais o Espiritismo não tem compromisso nenhum.

Certamente, o desenvolvimento cultural do espírita faz parte da proposta doutrinária, no entanto, há preferência pelo estudo e reflexão nos ensinamentos que se encontram exarados na Codificação.

As atuais conquistas das ciências psíquicas confirmam-lhe os ensinamentos, ao invés de contradizê-los. Nenhum dos seus postulados sofreu combate por parte das doutrinas contemporâneas, permanecendo oportunos e robustos, embora as grandes alterações experimentadas pelo conhecimento desde os dias da Codificação.

A pretexto de universalismo e liberalismo doutrinário, não se pode confundir o Espiritualismo ancestral, que nos merece consideração e respeito, com o Espiritismo, que possui suas próprias características, conforme delineadas por Allan Kardec, a fim de manter-se os seus aspectos filosóficos, científico e religioso inalteráveis.

Qualquer enxerto, por mais delicado se apresente para ser aceito, fere-lhe a integridade, porque ele é um bloco monolítico, que não dispõe de espaço para adaptações, nem acréscimos que difiram da sua estrutura básica.

Na mitologia grega encontramos a figura de Teseu, adentrando-se no labirinto, a fim de matar o Minotauro e conseguido êxito no retorno tido como impossível, em razão do fio de Ariadne, que distendeu pelo caminho percorrido. Podemos considerar o Espiritismo como sendo o  fio de Ariadne assinalando a estrada que o candidato deve percorrer, para que se trave a luta entre ele e o vigoroso touro das paixões que se agitam no seu íntimo, desse modo, podendo sair equilibrado do labirinto social, no qual desenvolve os valores que lhe dormem inatos.

Indispensável, portanto, a vigilância de todos os espíritas sinceros, para que o escalracho seitista e sutil da invasão de teses estranhas, não predomine no seu campo de ação, terminando por asfixiar a planta boa que é, e cuja mensagem dispensa as propostas reformadoras, caracterizadas pela precipitação e pelo desconhecimento dos seus ensinamentos.

Quando novos descobrimentos forem apresentados e merecerem consideração, o Espiritismo os absorverá; quando forem comprovados equívocos no seu tecido doutrinário, serão deixados de lados estes, sem qualquer prejuízo para seu conjunto de postulados harmônicos.

O Espiritismo resiste aos seus oponentes, que o caluniam insensatamente e aos seus adeptos invigilantes, que se deixam fascinar pela vaidade, buscando promoção do ego, projeção da personalidade doentia, através da sua extraordinária contribuição.

Simples como um raio de luz e poderoso como a chama crepitante, o Espiritismo é a resposta sábia dos Céus às interrogações da criatura aflita na Terra, conduzindo-a ao encontro de Deus.

Preservá-lo da presunção dos reformadores e das propostas ligeiras dos que o ignoram e apenas fazem parte dos grupos onde é apresentado, constitui dever de todos nós, encarnados e desencarnados, que fomos convidados ao esforço de edificar a Nova Era do Espírito Imortal, seguindo as pegadas de Allan Kardec, o discípulo fiel e incorruptível de Jesus.

Salvador (BA), 07 de agosto de 1996. 

Vianna de Carvalho por Divaldo Franco do livro:
Luzes do Alvorecer

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