quinta-feira, 5 de março de 2020

Adversário cruel

Adversário cruel

Joanna de Ângelis



Escamoteia as intenções, sem modificar, realmente, os objetivos que tem em pauta.

Disfarça-se de mil formas, desaparecendo para ressurgir em outra apresentação, mantendo os firmes propósitos que o caracterizam.

Dominador, não se submete, por traduzir a força indômita do instinto, em detrimento do valor da razão.

Arbitrário, crê-se depositário de méritos que, em verdade, não possui.

Escravocrata, esmaga quem lhe padece a injunção, estiolando a esperança, por infeliz exteriorização, em quantos não se submetem ao seu comando e dele tentam apartar-se.

Morbo mefítico expande-se a qualquer estímulo inferior e faz-se notado, no seu detestável disfarce.

É o egoísmo, esse adversário cruel do Espírito que aspira às estrelas, no processo iluminativo da sua ascensão libertadora.


*

Não lhe dês trégua.

Não o agasalhes.

Não lhe permitas fixação nos refolhos da alma.

Não o estimules sob qualquer pretexto, sempre injustificável.

*

O egoísmo é parasita destruidor.

Observa o ciúme, e verás o egoísmo revoltado por não deter a posse.

Examina a ira e descobrirás o egoísmo contrariado, explodindo.

Detém-te na calúnia, e sentirás o egoísmo em regozijo.

Acompanha a maledicência, e tropeçarás no egoísmo em jornada de insensatez.

Contempla a vingança, e a terapia que tenhas será para o egoísmo que enlouqueceu.

Confere o furto, e o egoísmo justificará a posse indébita.

Em qualquer crime contra o indivíduo, a propriedade, o povo, as Nações, eis o egoísmo, campeão da desdita segurando as rédeas de comando arbitrário.

*

Judas trai o Amigo, sob a ação nefasta de egoísmo incontrolável.

Pedro nega Jesus, acoimado pelo egoísmo temeroso.

Pilatos lava as mãos, dominado pelo egoísmo utilitarista.

Tomé duvida, sob a farsa do egoísmo suspeitoso.

No entanto, o Excelente Benfeitor, vivendo a Mensagem duradoura da felicidade total, propôs o amor como o antídoto único, eficiente e capaz de vencer o egoísmo, para salvar o homem, auxiliando-o na convivência com o seu irmão, ao mesmo tempo em que viva o amor a Deus em toda a sua plenitude.



Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro Oferenda




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