O Direcionamento da Oração
Camilo
"Pode-se, com utilidade, orar por outrem?
O Espírito de quem ora atua, pela sua vontade de praticar o bem. Atrai a si, mediante a prece, os bons Espíritos e estes se associam ao bem que deseja fazer." - O Livro dos Espíritos, questão 662.(Allan Kardec)
Eminentes energias são dinamizadas pelo empenho da oração. Essa maneira de intercambiar com os Poderes Superiores da Vida coloca a criatura em condições de, ao dirigir o pensamento às Alturas, tomar-se receptáculo das fulgurantes bênçãos que jorram do Infinito em cascatas felizes.
Por meio da oração, conseguimos reais transformações na pauta da existência. Logra o ser que ora as modificações de circunstâncias morais, sociais, materiais, quando são feitos esses contatos com a alma alevantada, verazmente ligada às fontes donde provêm essas bênçãos do Cosmo.
Quantos, porém, que supõem devamos orar somente pelos necessitados do corpo ou da alma, ou pelos que se encontram sofrendo os mais tormentosos dramas, no mundo! Entretanto, se temos o dever moral de exorar os recursos do Criador para os derreados das estradas humanas, não nos é menor o dever de rogarmos em prol dos que estão vitoriando nos caminhos terrenos, daqueles que se estão superando, em realidade, avançando pelas veredas ásperas da existência.
Quando se ora em favor dos padecentes ou atormentados, se exerce a caridade da intercessão, diminuindo a agudeza dos dramas em questão.
Ao orar-se pelos que se enfrentam, que se superam, logramos a prática da caridade, pelo impulso de cooperar com a felicidade dos irmãos da experiência terrestre.
Orando-se pelos obsidiados, coopera-se para que eles se fortaleçam e alcancem a libertação gradual, aproximando-se das fontes da Paz.
Porém, quando se desdobram os sentimentos da prece em benefício dos obsessores, permitimos-lhes a sensibilização paulatina, que, aos poucos, irão penetrando os tecidos dessas almas aturdidas em si próprias, embasando os primeiros passos da sua redenção.
Envolver os pobres de recursos materiais, angustiados, desesperados pelo ganho difícil da sua subsistência representará o alento e o incentivo, a fim de que não se percam na jornada terrena, varando, corajosamente, o esquema da sua expiação.
Mas, quando guardamos em prece os que são abastados na Terra, os que são mordomos das riquezas de Deus, auxiliamo-los para que adentrem níveis de pensamentos mais altos, capazes de lhes ajudar na rota do equilíbrio, do uso enobrecido dos valores mundanos, dos quais, um dia, deverão dar contas.
Orar, sem dúvida, significa nossa capacidade de falar ao Criador, elevando-nos ate essas Estâncias de Saúde Verdadeira, que nos preencherá de ditosas energias.
Não foi sem motivo que o Apóstolo Tiago recomendou-nos, nas luculentas páginas da Boa Nova, para que orássemos uns pelos outros. (Tiago 5:16) Realmente o sentido da oração permitirá o crescimento, o iluminamento daqueles que da oração fazem uso contínuo, como se faz no mundo uso constante de água e alimento para o corpo carnal.
Habituemo-nos assim a orar pelos padecentes, carentes em geral e pelos mortos; no entanto não nos olvidem0s de que os que avançam na rota feliz não prescindem do incentivo e apoio das nossas vibrações, para que perseverem no bem.
Nas lutas terrenas percebemos o quanto tem sido fácil, para muitas pessoas, dar as mãos e vibrar, positivamente, pelos caídos, certamente, porque tais gestos os situam na condição de benfeitores, o que sempre terá o seu legítimo valor.
Contudo, vê-se o quanto se faz difícil para esses mesmos, sorrir e abraçar os que se alcandoram, dando-lhes os reforços da fraternidade, o que não deixa de mostrar pruridos de despeito e de desconsideração para com o bem nos outros.
Orar e orar sempre, pois, pelos grandes e pelos pequenos morais, pelos que vivem pelejas acerbas e pelos que se acham em clima de equilíbrio, pois todos são "ovelhas" do Rebanho do Senhor que nos posiciona junto deles para que estendamos uma das mãos aos que seguem à nossa frente, rogando-lhes ajuda, ao mesmo tempo em que distendamos a outra no afã de dar guarida e sustentação aos que vêm na retaguarda, no exercício da mais excelente humildade.
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- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
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