Porque falamos
Miramez
A língua tem lugar de destaque no contexto educativo das criaturas, não obstante, anseia por disciplina para ser instrumento de Deus na boca humana. Os seus movimentos, por vezes invisíveis aos olhos, tomam variadas formas.
Assemelha-se a perigosas lâminas, quando desconhece o respeito e o entendimento.
Transforma-se em agulhas, anunciando escândalos, quando esquece os direitos dos outros.
Transmuta-se em labaredas ardentes, quais lendas de dragões gigantes, quando o amor ao próximo ainda não conseguiu dominá-la.
Todavia, essa mesma língua, ordenada pelo Evangelho, consegue maravilhas falando, porque foi falando que Jesus anunciou, na Terra, o Seu ministério divino. O Cristo é o educador cósmico da palavra; nós somente cooperamos com os de boa vontade, aprendendo igualmente a educar a nossa voz.
Assim como a música muda constantemente de vibrações, para sentirmos a harmonia dos sons, a palavra bem posta na boca tem inúmeras oscilações. A oscilação do verbo, quando este é portador do amor com Jesus, acorda em quem ouve, variadas gamas de sentimentos, que nos levam a maiores esperanças, e em quem fala, o prazer do dever cumprido. Mas, quem entorpece a palavra com assuntos inferiores, responde pelas consequências desastrosas nos corações atingidos; isso quem diz é a Autoridade Maior, em Mateus, 12:36: "Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem aos homens, dela darão conta no dia do juízo".
Se o Evangelho já vem anunciando a responsabilidade que temos na comunicação com os nossos semelhantes, é de direito humano e divino que estruturemos a nossa palavra naquele amor que é também caridade, naquela caridade que é também perdão, naquele perdão que serve como tal na fraternidade, e na fraternidade que se divide infinitamente no seio das sociedades, educando-as na existência de um só Pastor e de um só rebanho...
O "porque falamos", tema em discussão — faz-nos lembrar de muitas necessidades a que a vida nos submeteu, como tarefas espirituais, como escolas de aprendizagem. Falamos para aprimorar a fala e ajudar no entendimento das leis. Falamos para estabelecer em nós uma certa harmonia cósmica, um ritmo de vida unicelular, de grande influência no metabolismo.
Pensar e ouvir têm efeitos idênticos.
Quanto mais as conversações girarem em moldes e cadências elevadas, mais bem-estar produzirão. Um palavreado destoante desafina o instrumento orgânico-espiritual e, com o tempo, quem fala e ouve com prazer palavras inferiores, terá os órgãos de fala imprestáveis para manter o agregado físico em condições de atender a missão da alma.
Palavra é vida! Muitos dos nossos companheiros, nas lides da carne, poderão esmorecer nos primeiros dias de educação da voz, pelos contrastes ou reversões da própria natureza, acostumada em ambiente de magnetismo mais ou menos denso. Toda mudança traz inquietações, para depois, com o tempo, ajustar-se com maior segurança no cerne dos objetivos.
Quando nos dispomos a fazer algo, indispensável se torna que acreditemos nele. Sem fé nada será possível. No entanto, com ela, inexiste o impossível nos nossos caminhos... Alistemo-nos na escola do Cristo de Deus e, diante do que vier para nos esmorecer, lembremo-nos de que o dever do cristão é transformar todos os obstáculos — sejam quais forem — em forças vivas para a grande vitória.
O ser humano está, por assim dizer, em uma faixa evolutiva, que quanto mais picante, maldizente e luxurioso for o assunto, mais alegria ele sente, teimando em dizer que lhe serve como terapia. Está envolvido em tamanha forma de ilusão, que perde muito tempo em debates sobre essa zona hipnótica de contradições da verdadeira moral. E, como remover essa incrustação mental de ordem negativa da consciência?
Quando a autoconsciência, munida pela férrea vontade de mudar, nada consegue, resta apenas uma alternativa: a dor.
Ela tirará a atenção do enfermo de todos os assuntos indesejados, e sutilmente, trar-lhe-á a verdadeira reforma do coração. Uns gastam mais tempo, outros menos, mas isso não importa. Importa, sim, o aprimoramento que se opera por hábeis mãos espirituais.
Falamos porque falamos, porém, se falamos bem, é porque já compreendemos o valor da palavra, como música universal da vida.
Miramez por João Nunes Maia do livro:
Horizontes da Mente
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