quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Repensando a morte

Repensando a morte

Richard Simonetti




Uma situação constrangedora:

Cumprimentar, em velórios, os familiares do falecido.

À falta de algo mais original, assumimos expressão grave, compungida, estendemos a mão e pronunciamos o indefectível:

- Meus pêsames...

Se o desenlace ocorreu após longa enfermidade, acrescentamos:

- Sofreu muito! Finalmente descansou...

Há quem consiga, simultaneamente, lamentar a morte e promover o morto:

- Coitado! Tão bom!... Morreu!

Seria a morte o castigo dos maus?

O contrário também acontece. Se era jovem, comentam:

- Os bons morrem cedo! - ideia nada lisonjeira para os idosos.

* * *

A ignorância em torno do assunto é generalizada, inspirando temores terríveis nos que partem e angústias insuperáveis nos que ficam.

Há pessoas que parecem incapazes de tornar à normalidade quando falece um ente querido, principalmente se envolve circunstâncias trágicas. Pesquisas demonstram que um ou dois anos após a separação, é comum os viúvos serem acometidos por graves problemas de saúde que, não raro, culminam com sua morte.

Pessoas conturbadas, nervosas e doentes, em virtude do desencarne de afeto caro ao seu coração, aportam no Centro Espírita. Procuram não apenas a cura para seus males mas, sobretudo, uma mensagem de conforto e esperança, que lhes restitua a vontade de viver.

A Doutrina Espírita tem muito a nos oferecer nesse sentido, tanto que é notório o comportamento mais tranquilo dos espíritas diante da morte.

Conversamos, certa feita, com um oncologista (médico especialista em câncer), habituado a lidar com doentes terminais (que estão no fim da existência). Empenhado em ajudá-los a enfrentar com serenidade os últimos dias, encontra insuperável dificuldade: os pacientes, em sua maioria, recusam-se a encarar a perspectiva de sua própria morte.

Disse-nos ele que com os espíritas não há esse problema.

Por quê? Seriam, porventura, mais evoluídos os profitentes da Doutrina Espírita?

Evidente que não!

Ocorre que o Espiritismo oferece-nos uma visão mais objetiva, eliminando fantasias que fazem da morte algo terrível, tétrico, assustador, como se fosse o que de pior pudesse acontecer à criatura humana.

* * *

Sob a ótica espírita não há por que dizer “meus pêsames” aos familiares do morto.

Seria o mesmo que oferecer condolências ao prisioneiro de uma penitenciária, cujo companheiro de cela, após cumprir sua pena, ganhou a liberdade.

A morte é a nossa porta de libertação. Em tempo oportuno, na infância, juventude, madureza ou velhice, segundo os programas de Deus, no instituto das experiências necessárias à nossa evolução, deixamos o corpo denso, pesado, que limita nossos movimentos, que inibe nossas iniciativas, que restringe nossas percepções, e retornamos à amplidão, à vida em plenitude.

* * *

Ante familiares que falecem, muitos, embora aceitando princípios religiosos que consagram a imortalidade, desesperam-se per sentir que, de certa forma, os perderam, porquanto, segundo suas concepções aqueles que partem permanecem irremediavelmente distantes, às voltas com beatitudes celestes ou tormentos infernais.

Para essas pessoas o Espiritismo tem excelentes notícias, demonstrando que nossos amados continuam ligados a nós. Eles nos veem, nos visitam, nos estimulam, nos sustentam nos momentos difíceis e, sobretudo, nos esperam... E tanto mais feliz será o reencontro quando chegar a nossa hora, quanto maior o nosso empenho em enfrentar com serenidade, firmeza e equilíbrio o desafio de viver sem eles na Terra.

A esse propósito vale destacar a observação de um agonizante à esposa que, em desespero, dizia-lhe não ter condições para continuar vivendo. Buscaria o suicídio tão logo ele expirasse.

- Por favor, minha querida, livre-se dessa ideia infeliz. O suicídio tornaria impossível nossa união na Espiritualidade. E isso é o que mais desejo, tanto quanto você.

* * *

Ante o conhecimento espírita é uma impropriedade afirmar, à guisa de conforto, que o falecido “descansou”. Isto sim, seria terrível, em perturbadora estagnação. Para sua felicidade ele continuará a movimentar-se em novos planos, em múltiplas experiências, trabalhando, estudando, adquirindo conhecimentos, lutando, sofrendo, sonhando, vivendo enfim, nos caminhos da evolução.

Da mesma forma não há por que o considerarmos “coitado”, porque morreu.

Coitados são aqueles que se comprometem com a irresponsabilidade, a indolência, a corrupção, o vício, o crime... Estes, sim, devem ser lamentados, porque semeiam espinhos que fatalmente serão chamados a colher.

*
* *

Com a disseminação dos princípios espíritas, temores e dúvidas a respeito da morte serão superados, compreendendo-se que ela, em verdade, não existe. A vida é eterna, alternando-se no plano físico e espiritual, de conformidade com nossas necessidades evolutivas.

E se quisermos a fórmula ideal para enfrentar nossa própria morte, é simples:

Vivamos cada dia como se fosse o último.

Imaginemos todo o bem que praticaríamos e todo mal que evitaríamos, se aprouvesse a Deus chamar-nos amanhã...

- Habitue-se à ideia de que estamos em trânsito pela Terra. A morte não nos assustará se a identificarmos como mero passaporte para a espiritualidade, na viagem eterna da Vida.

- Encare o fato de que mais cedo ou mais tarde ver-se-á às voltas com o falecimento de familiares. Admitindo essa fatalidade ficará mais fácil aceitar a separação quando chegar a hora.

- Ante o afeto que parte, cultive submissão aos desígnios divinos. Revolta, desespero, inconformação, desequilíbrio, que exacerbam terrivelmente todas as dores, só têm acesso ao nosso coração quando não confiamos em Deus.

Richard Simonetti do livro:
Uma razão para viver

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A Filosofia Espírita

A Filosofia Espírita

União Espírita Francesa - G.D.C.J.


Allan Kardec - O Codificador do Espiritismo.

Os Espíritos nos ensinam que a natureza é composta de três grandes princípios: Deus, o Espírito e a Matéria.

Pela palavra Deus, queremos dizer a causa primeira, inicial de tudo que existe, é através dele que explicamos a criação e as leis que a governam. É inútil procurar definir sua natureza, pois ele é infinito; ou, embora tão inteligentes que sejamos, não podemos entender o infinito, já que nossas faculdades são limitadas.

Portanto, a priori, devemos rejeitar como prematuro qualquer estudo tendente a definir o Ser Supremo; no entanto, não nos é proibido buscar descobrir seus atributos e, principalmente, revelar as provas de sua existência.

A alma é o segundo princípio inteligente do Universo, é ela que anima a matéria pela sua combinação com este terceiro elemento, e é pelo seu contato incessante que o Espírito gradualmente adquire os conhecimentos que o devem levar, no decorrer do tempo, a conhecer todas as coisas. Mas antes de alcançar este estado perfeito, ou pelo menos a essa perfeição relativa, pois a perfeição absoluta é Deus, o princípio inteligente é forçado a passar por fases sucessivas que chamamos de encarnações.

Elas não só tomam lugar sobre esta terra, mas também em todos os mundos que povoam o espaço infinito. A vida existe, portanto, imensa, indefinível em suas transformações; manifesta-se independentemente do tempo e do espaço e na eternidade das eras. Cada individualidade inteligente evolui gradualmente, desde o infinitamente pequeno até a perfeição, sob o olho paternal de Deus.

A matéria, que é o terceiro princípio, não sendo dotada de sensibilidade, não pode, consequentemente, incorrer em qualquer penalidade ou recompensa; ela segue um imenso ciclo de transformações que, fazendo-a passar de sua primeira natureza, que é o estado cósmico, para o estado de extrema divisão, que é sua forma presente, a trará de volta, uma vez cumprido seu papel, à sua posição inicial para iniciar outra série de transformações, após ter recuperado as qualidades que havia perdido em sua evolução.

Vamos tratar agora, mais especialmente, desse período em que o espírito está de passagem sobre a terra. Devemos nos perguntar por que ele aí se encontra, qual é o objetivo a que deve chegar. Nossos guias consultados nos disseram que nossa permanência aqui era essencialmente transitória; que poderíamos, pela prática da virtude, adquirir as qualidades necessárias para merecer ascender mais alto; eles nos fizeram entender que os mundos superiores que devemos habitar um dia já atingiram um grau maior de perfeição que o nosso, e que, por consequência, todos os nossos esforços devem tender a libertar nossas almas desses sentimentos vis e baixos que nos ligam à Terra.

Para fixar em nós mesmos as virtudes indispensáveis ao nosso progresso, infelizmente é necessário viver um grande número de vezes em nosso globo. Assim como a cada refinamento, o metal perde sucessivamente as escórias que alteraram sua pureza; do mesmo modo, a cada encarnação, a alma do homem é despojada dos vícios e paixões que a contaminaram; então, depois de um tempo mais ou menos longo, de acordo com a vontade do Espírito, ela consegue conquistar a soma de virtudes suficientes para seu avanço.

Uma coisa a notar é que o princípio humano inteligente sempre tem liberdade. Apesar do determinismo, acreditamos que o livre arbítrio é a mais bela joia de nossa coroa; é através dele que somos merecedores, assim como é através dele que podemos ser retardados no caminho do bem. No entanto, para que haja responsabilidade, esse livre arbítrio deve existir plenamente; portanto, não pode haver nenhuma fatalidade; as doutrinas materialistas que afirmam que o homem tende ao automatismo e que, logicamente, negam a liberdade, são absolutamente falsas. Se não possuíssemos a certeza da nossa liberdade, seríamos apenas máquinas irresponsáveis e, além disso, teríamos esse horrível destino de estar conscientes do mal que produziríamos, sem poder remediá-lo.

A necessidade de retornar à Terra, que reconhecemos ser absolutamente indispensável, ela mesma é subordinada, em parte, à liberdade do Espírito; isto quer dizer que, ele pode atrasar à vontade o momento da prova; mais cedo ou mais tarde, ele compreenderá sua utilidade e a isto se submeterá por si mesmo. Essa concepção da vida do Espírito fornece a razão dos estados tão diferentes, sob todos os pontos de vista, que observamos nos homens. As faculdades intelectuais, as posições sociais são explicadas pela obrigação de cada alma adquirir o conhecimento inerente a qualquer situação terrestre. Assim, existem certas virtudes, tais como o amor ao trabalho e o império sobre os sentidos, que só podem ser adquiridas pelos sacrifícios que fazemos durante nossas encarnações.

É o mesmo com as qualidades morais, uma vez que nos é imposto dominar a matéria e superar as paixões das quais é a causa. Nós chamamos essa necessidade: a lei da reencarnação. Por meio dela, concebemos melhor a harmonia geral das almas: a solidariedade. De fato, ao vir muitas vezes na terra, fazemos alianças com outras almas, pelos laços da família, que desenvolvem em nós o sentimento tão nobre da fraternidade.

A Terra que habitamos é, portanto, considerada pelos Espíritos, não como um lugar de provação e punição, mas como um dos estágios indispensáveis para o avanço do Espírito. Somos realmente semelhantes a estes estudantes preguiçosos que gemem ao serem forçados a aprender as ciências áridas e abstratas, que mais tarde abençoarão seus pais por terem aberto seus espíritos para o estudo sublime do universo.

Quando tivermos vencido todos os obstáculos, agradeceremos a Deus por tê-los suscitados, pois eles terão sido a causa de nossa felicidade futura, ampliando nosso conhecimento. Quem não sentiu o coração dilatar quando, numa linda manhã de primavera, contemplou o nascer do sol? Que ternas e doces emoções despertam em nós a grandiosa imagem do astro do dia emergindo pouco a pouco acima da névoa que velava o horizonte, chamando à vida esta terra que parecia morta durante sua ausência. Mas o que são essas imagens terrestres ao lado dos espetáculos sublimes do universo? Que pena descreverá a indizível majestade destas gigantescas esferas girando no éter e casando suas esplêndidas radiações nos amplos campos da vastidão! Diante de tais cenas, nossas almas estremecerão de amor pelo eterno Autor de tantas maravilhas.

Vamos resumir em poucas palavras a evolução espiritual da alma. Acima de tudo que existe, Deus subsiste por ele mesmo. Sua vontade criou sem cessar seres e cada um deles, desde o nascimento, começa a progredir submetendo-se às leis eternas que presidem a tudo o que existe. Toda alma, a princípio em estado de germe, desperta lentamente. Ela evolui pouco a pouco enquanto se ergue constantemente do simples para o composto; insensivelmente adquire as qualidades pertencentes a cada um dos graus que percorre; muitas vezes ela para em sua marcha, quer momentaneamente cansada dos esforços a serem feitos, ela se deixa ser vencida pela apatia, quer por uma indolência, ela não entende que a felicidade coroará seus esforços, mas ela nunca regride. O que conquistou, preserva eternamente, e Deus, em sua infinita bondade, decretou que as virtudes adquiridas estão para sempre embutidas no ser. Nenhuma degradação é assim possível; ela não pode existir sem ser incompatível com a imutável justiça do Todo-Poderoso.

Se os seres são maus, perversos, é porque ainda não despiram as enfermidades impostas por sua origem. O princípio inteligente para se tornar consciente, teve que passar por uma elaboração nas formas inferiores das quais guardou traços; semelhante aos homens que contraem febres pestilentas em sua passagem pelos pântanos e que se curam em contato com o ar puro, os Espíritos momentaneamente ficam viciados no nascimento, e então insensivelmente perdem esses maus fermentos à medida que se elevam em direção ao sol da verdade.

Nós não somos, portanto, seres caídos, ascendemos incessantemente, pelo contrário, em direção à perfeição; aqueles de nossos irmãos que, sobre a Terra, ainda estão sujeitos ao mal são simplesmente seres menos avançados na vida espiritual, ou que, por livre arbítrio, interromperam suas marchas na escalada sem fim.

Nós ainda somos apenas crianças; mal aprendemos a balbuciar as primeiras páginas do livro da vida; não nos surpreendamos, portanto, em percorrer tateando por entre os árduos caminhos que levam à luz.

Tais são, em linhas gerais, os ensinamentos dos Espíritos; como se vê não lhes faltam nem grandeza nem majestade. O ser supremo não é mais um Deus cruel, vingativo e ímpio, cujos filhos são condenados eternamente por uma falta momentânea, ele nos aparece como a mais perfeita expressão de bondade e justiça, já que constantemente ele nos deixa o poder de alcançá-lo. Essas grandiosas concepções não são as únicas que encantam no estudo da filosofia espírita. Há aspectos menos sublimes, mas também consoladores.

Fornecendo a prova da existência da alma, esta Doutrina suaviza a dor causada pela perda de seres ternamente amados que desaparecem a todo o momento da cena do mundo; ela afirma a sobrevivência deles, e podemos senti-los pulsando ao nosso redor novamente; às vezes podemos ver seus rostos amados, conversar com eles e nos convencer de que a noite eterna do sepulcro pesa apenas sobre os restos inertes.

Somos libertos, por esta crença abençoada, do terror da morte; o grande TALVEZ de Montaigne não espalha mais suas asas céticas sobre a cabeceira dos moribundos; a certeza substituiu em nossas almas os horrores da dúvida, e é com felicidade indescritível que vemos se aproximar o momento de retornar à pátria eterna.

Sim, para sempre são descartadas as apreensões sinistras do materialismo; em vez de ser apenas uma massa de carnes devoradas pelos vermes, somos uma individualidade imortal! O corpo não é mais do que um cadáver que se deixa como uma vestimenta gasta, para se lançar radiante dentro da imensidão, feliz por ser libertado da prisão terrena.

Que essas poucas linhas não pareçam o resultado de uma exaltação irracional, mas que nelas constatemos a alegria que procura a prova que aqueles que acreditamos perdidos para sempre existem realmente. Sabemos hoje que eles estão aí, ao nosso redor, que nos apoiam com todas as suas forças, que nos ajudam nas provações da vida e que, no momento de sacudir as poeiras terrestres, eles virão para nos receber, e não apenas aqueles que conhecemos em nossa última existência, mas também todos aqueles com quem percorremos etapas anteriores. Não é a mais doce e a mais consoladora certeza?

O Espiritismo, do ponto de vista moral, produz os maiores efeitos. Não pode ser de outra forma, pois, um homem convencido de sua imortalidade, convencido de que o propósito de sua passagem sobre a Terra é conseguir se tornar mestre de suas paixões, aplicar-se para evitar ocasiões de fazer o mal; ele sabe que cada falta voluntariamente cometida é um atraso no seu avanço espiritual, e se ele não tem mais o medo dos castigos eternos, ele sabe, no entanto, que ele terá que voltar aqui, para sofrer, até que ele tenha vencido a matéria para sempre.

Quantos seres arruinados na dor terminaram suas tristes existências pelo suicídio e que teriam sido desviados pela convicção íntima de que além da morte seus sofrimentos não estariam terminados, que eles se exporiam a passar pelas mesmas provas, talvez em condições mais terríveis.

As consequências do Espiritismo são imensas, porque se todo o mundo estivesse penetrado por suas verdades, veríamos a humanidade melhorar e caminhar a passos largos para o bem; resultaria em uma harmonia maior entre os homens, e esta fraternidade se estabeleceria pouco a pouco, o que até agora tem sido apenas uma palavra vã.

Em nossos dias, há muitos preconceitos sociais para acreditar que eles desaparecerão sob a influência igualitária da lei. É um sentimento que deve repousar sobre os alicerces sólidos da igualdade de origem e destino. Deve ser provado à nobreza que seus dezesseis quarteirões são apenas distinções ilusórias; que o trabalhador que luta para ganhar seu pão é seu irmão, da mesma maneira que seu irmão corporal, que eles mesmos podem ter sido, em outras encarnações, estes proletários que hoje desprezam. Também deve ficar claro para os trabalhadores que a sua posição precária é muitas vezes devida ao abuso que no passado eles fizeram das riquezas; que eles podem ter sido poderosos e respeitados, e que foi porque eles usaram mal esses poderes que agora sentem tão cruelmente a falta.

Persuadamos os capitalistas e os agiotas de que chegará um momento em que terão que suportar a miséria que semeiam em seu caminho. Eles terão que redimir com dolorosas encarnações as satisfações fugazes da cobiça. No dia em que essas ideias se propagarem a todos: nobres, burgueses, trabalhadores, serão convencidos de que suas posições são essencialmente transitórias, e que por sua vez, de vida em vida percorrerão esses diferentes status, só então, as amargas lutas do egoísmo encontrarão um fim. Que não se tratem estas ideias como utopias, porque eles são o único remédio contra as paixões brutais que são desencadeadas por todos os lados: de um lado a dureza e desprezo, de outro o ódio e cobiça.

Estamos testemunhando essa batalha de interesses que só pode cessar com a nova fé; ela é o resultado de teorias materialistas que, retirando do homem a certeza de sua vida futura, lançam-no com violência à satisfação das paixões mais baixas.

Sem dúvida, desde que nossa Doutrina bendita fará entender seus ensinamentos de amor e de caridade, a hora da libertação soará para nossos irmãos terrestres, a república será verdadeiramente, seguindo uma bela sentença de nossos guias: "a fórmula do reino de Deus sobre a Terra."

O Espiritismo se dirige apenas a razão: nenhuma consideração sentimental vem para destruir a força de seus argumentos; a fraternidade é mais que um dever, é um direito para todos. Nossa filosofia traz a reforma da sociedade pelo homem, mostra-lhe que seu interesse é fazer o bem, não para ser recompensado, mas porque é a única maneira para sair da rotina das paixões, e das consequências desastrosas que elas acarretam.

Portanto, apelamos a todos os pesquisadores, os convidamos para o estudo desta nova ciência, cujos experimentos são tão intrigantes, e ao exame de nossas teorias filosóficas que satisfazem as mais altas aspirações da alma humana.

Nós os evocamos para não nos rejeitarem sem exame, convencidos que somos, caso eles queiram se dar o trabalho em observar, a luz que brilhará para eles como brilhou diante de nossos olhos.

Paris, França 1885.

G. D. C. J.

Da brochura: Consolações - União Espírita Francesa

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quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Feitiços

Feitiços

Joanna de Ângelis



Augusto Comte ensinava que o homem religioso, analogamente aos seus antepassados dos períodos primevos, prende-se múltiplos feitiços, pela necessidade de uma fé materializada, sendo a religião uma crendice que o escraviza e amesquinha. E na atualidade não faltam aqueles que afirmam, estribados em grosseiro materialismo, que a "religião é ópio para a massa." Examinando a questão, somos de acordo que a ignorância engendrou, desde épocas mui recuadas, pequenos feitiços para reter em suas malhas quantos não dispunham de lucidez espiritual para elucidar os problemas da fé em suas variadas manifestações...

Nessa época primeira da luta, entre o instinto que cede lugar ã inteligência que se afirma, as manifestações dos mortos ensejavam falsas concepções sobre a vida de além-túmulo; e os viandantes da imortalidade imanados às formas grosseiras da matéria compraziam-se em exigir banquetes de sangue e gozo, lecionando exorcismos e práticas compatíveis no próprio estado evolutivo em que se demoravam. Desde então, as práticas de Goécia (1) se desenvolveram, avançando através das gerações para, na Idade Média, serem reprimidas a ferro e fogo, em hediondas quanto brutais mancomunações. Concomitantemente a Teurgia (2), ensejando intercâmbio com os Espíritos lúcidos, oferecia lampejos de discernimento sobre a vida extrafísica, procurando conduzir o espírito encarnado com elevados princípios morais. E como o além-túmulo sempre exerceu grande fascínio sobre as mentes humanas, os primeiros pesquisadores, incipientes e precipitados, legaram à posteridade heranças complexas de consequências, muitas vezes, comprometedoras... Ainda agora, ligados aos processos da ignorância tradicional muitos espíritos se deixam dominar por fórmulas e patuás ineficientes, cultivando superstições e carregando amuletos inócuos, metalizados com a finalidade de conseguir libertação que os defenda de todos os males... Fixações da mente em desalinho, atormentada por espíritos enfermos, além-da-forma física.

... Mentalizações que geram ações lamentáveis, frutos do comércio nefando de encarnados e desencarnados, em vampirismo de longa duração... Inúteis, no entanto, uns e outros como feitiços a espíritos tranquilos e caracteres retos. Perturbações que, por natural processo de justiça transcendente, perturbam aos que se comprazem em perturbar... 

***

Képler, deslumbrado com as constelações do firmamento, em noite serena exclamou: “Louvai ao Altíssimo celestes harmonias... e tu Minh‘alma...” Lineu, o naturalista egrégio, tocado pelas leis de Botânica bradou: “O universo canta a glória de Deus”. E Davi, no Salmo 19, já cantava há mais de dois milênios: “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos”. Epicteto, o filósofo estoico, escravo de Epafródito, liberto de Nero, concitava: “Pesquisai e achareis, pois tendes a Natureza a vos auxiliar na descoberta da Verdade. Se, entretanto, não vos sentirdes capazes de avançar pelos caminhos que levam a descobri-la, atendei aos que já investigaram”. 

Ante os excelsos Arcanos o homem descobre o amor e vibra de amor. Se, no entanto, não consegues compreender a grandeza do amor, indaga aos que se enobreceram amando, e amando libertaram de toda limitação, conseguindo paz. 


***

Com o Espiritismo rasgaram-se os véus do ocultismo e uma luz mais clara se projetou sobre mentes e corações para ajudar o espírito humano em sua ascese imortalista. Tabus, amuletos, feitiços, superstições, ignorâncias em torno dos magnos problemas da vida foram superados e a doutrina da razão esclarecida, oferecendo vasto patrimônio intelectual, elucida as inquietantes indagações de após-a-morte, representando os conceitos morais do Evangelho de maneira compatível com o “bom-senso” de modo a atender as exigências do pensamento moderno... Exaltando a Doutrina do Cristo e difundindo-a, o Espiritismo conduz o homem sem peias dogmáticas nem negociações com encarnados ou desencarnados, a fim de que reorganize o domicílio mental e, livre de qualquer limitação, estabeleça o primado do Espírito, na materialização dos elevados princípios do amor. Supera receios e aclara dúvidas, liberta-te de qualquer feitiço de crença avoenga e embrionária, arrebenta os amuletos mentais da superstição e faze luz no íntimo, alçando o pensamento e o coração ao Amor de Nosso Pai, trabalhando sem repouso, mesmo que, aflito, não sintas a alegria do serviço, recordando Jesus que, logo após a Crucificação, retornou à estrada de Emaús, para elucidar a Cléofas e o companheiro, testificando a glória imortal acima de todas as misérias humanas...

Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro:
Dimensões da Verdade

Notas do autor espiritual:
(1) Goécia, ou Goétia, é um dos 5 livros principais do Lemegeton, ou seja, as Chaves de Salomão "O Mago". Goécia do bárbaro: "Arte gritada", devido aos antigos evocadores, que tinham de gritar os nomes sagrados durante os rituais.

(2) Teurgia – (substantivo feminino) Ciência do maravilhoso; arte de fazer milagres. Espécie de magia fundada em relação com os espíritos celestes. 

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terça-feira, 29 de outubro de 2024

Reconhecerás

Reconhecerás

Emmanuel



Choras em contratempos
Da vida familiar.

Pensa, porém, nos outros
Que sofrem sem amigos.

Recorda os mutilados
Que precisam de apoio.

Medita nos doentes
Que vagueiam sem teto.

Socorre aos que agonizam
Nas estradas da noite...

E reconhecerás
Quanto já és feliz.

Emmanuel por Chico Xavier do livro:
Luz e Vida

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segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Ter e ser

Ter e ser

Joanna de Ângelis



A psicologia sociológica do passado recomendava a posse como forma de segurança. A felicidade era medida em razão dos haveres acumulados, e a tranquilidade se apresentava como sendo a falta de preocupação em relação ao presente como ao futuro.

Aguardar uma velhice descansada, sem problemas financeiros, impunha-se como a grande meta a conquistar.

A escala de valores mantinha como patamar mais elevado a fortuna endinheirada, como se a vida se restringisse a negócios, à compra e venda de coisas, de favores, de posições.

Mesmo as religiões, preconizando a renúncia ao mundo e aos bens terrenos, reverenciavam os poderosos, os ricos, enquanto se adornavam de requintes, e seus templos se transformavam em verdadeiros bazares, palácios e museus frios, nos quais a solidariedade e o amor passavam desconhecidos.

A felicidade se apresentava possível, desde que se pudesse comprá-la. Todos os programas traziam como impositivo prioritário o prestígio social decorrente da posse financeira ou do poder político.

Cunhou-se o conceito irônico de que o dinheiro não dá felicidade, porém ajuda a consegui-la. Ninguém o contesta; no entanto, ele não é tudo.

O imediatismo substituiu os valores legítimos da vida, e houve uma natural subestima pelos códigos éticos e morais, as conquistas intelectuais, as virtudes, por parecerem de somenos importância.

Não se excogitava, então, averiguar se as pessoas poderosas e possuidoras de coisas eram realmente felizes, ou se apenas fingiam sê-lo.

Não se indagava a respeito das reais ambições dos seres, e o quanto dariam para despojar-se de tudo, a fim de serem outrem ou fazerem o que lhes aprazia e não o que se lhes impunham.

Embora os avanços da Psicologia profunda, na atualidade, ainda permanecem alguns bolsões de imposição para que o homem tenha, sem a preocupação com o que ele seja.

O prolongamento da idade infantil, em mecanismos escapistas da personalidade, faz que a existência permaneça como um jogo, e os bens, como as pessoas, tornem-se brinquedos nas mãos dos seus possuidores.

Os homens, entretanto, não são marionetes de fácil manipulação. Cada indivíduo tem as suas próprias aspirações e metas, não podendo ser movido, pelo prazer insano ou com bons propósitos que sejam, por outras pessoas.

Esses atavismos infantis não absorvidos pela idade adulta, impedindo o amadurecimento psicológico encarregado do discernimento, são igualmente responsáveis pela insegurança que leva o indivíduo a amontoar coisas e a cuidar do ego, em detrimento da sua identidade integral. Sem que se dê conta, desumaniza-se e passa à categoria de semideus, desvelando os caprichos infantis, irresponsáveis, que se impõem, satisfazendo as frustrações.

O amadurecimento psicológico equipa o homem de resistências contra os fatores negativos da existência, as ciladas do relacionamento social, as dificuldades do cotidiano.

A vida são todas as ocorrências, agradáveis ou não, que trabalham pelo progresso, em cuja correnteza todos navegam na busca do porto da realização.

Importante, desse modo, é manter-se o equilíbrio entre ser e exteriorizar o que se é, sem conflito comportamental, eliminando os estados de tensão resultantes da insatisfação ou do comodismo, assim, realizando-se, interior e exteriormente.

Nesta luta entre o ego artificial, arquetípico, e o eu real, eterno e evolutivo, os conteúdos ético-morais da vida têm prevalência, devendo ser incorporados à conduta que os automatiza, não mais gerando áreas psicológicas resistentes àauto-realização, e liberando-as para um estado de plenitude relativa, naturalmente, em razão da transitoriedade da existência física.

É óbvio que não fazemos a apologia da escassez ou da miséria, na busca da realização pessoal. Tampouco, propomos o desdém à posse, levando a mente a ilhas onde se homiziam o despeito e a falsa autossuficiência.

A posse é uma necessidade para atender objetivos próprios, que não são únicos nem exclusivos. Os recursos amoedados, o poder político ou social são mecanismos de progresso, de satisfação, enquanto conduzidos pelo homem, qual locomotiva a movimentar os canos que se lhe submetem. Quando se inverte a situação, o iminente desastre está à vista.

Os recursos são para o homem utilizá-los, ao invés deste se lhes tornar servil, arrastado pelos famanazes dos interesses subalternos que, de auxiliares da pessoa de destaque, passam à condição de controladores das circunstâncias, aprisionando nas suas hábeis manobras aquele que parece conduzi-las...

Não é a posse que o envilece. Ela faculta-lhe o desabrochar dos valores inatos à personalidade, e os recalques, os conflitos em predominância assomam, prevalecendo-lhe no comportamento.

Eis aí a importância do amadurecimento psicológico do indivíduo, que lhe proporciona os meios de gerir os recursos, sem se lhes submeter aos impositivos. Quando se tem a sabedoria de administrar os valores de qualquer natureza, a benefício da vida e da coletividade, não apenas se possui, sobretudo se se é livre, nunca possuído pelas enganosas engrenagens dos metais preciosos, dos títulos de negociação, dos documentos de consagração e propriedade, todos, afinal, perecíveis, que mudam de mão, que são fáceis de perder-se, destruir-se, queimar-se...

A integridade e a segurança defluem do que se é, jamais do que se tem.

Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro:
O Homem Integral

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domingo, 27 de outubro de 2024

Magnetismo

Magnetismo

Miramez



Franz Anton Mesmer inaugurou a era do magnetismo animal, servindo assim de instrumento para esperança dos sofredores e abrindo, igualmente, novas perspectivas à ciência do futuro. Baseou-se nas experiências de Paracelso, que foi um verdadeiro apóstolo da natureza.

O magnetismo animal e espiritual é uma lei dentro da universalidade das coisas, que esperava sábios independentes e corajosos, no sentido de revelar os métodos de entrar em contato com essa força poderosa existente em toda a criação divina.

Poderemos dividir o magnetismo em duas dimensões: animal e espiritual.

Contudo, um está vinculado ao outro. O animal é a mesma força espiritual que se transmuta no organismo humano, carregada por vibrações balanceadas no cosmo orgânico, impregnada de emoções da alma. Certamente, esse magnetismo encontra mais afinidade com corpos físicos, restabelecendo-os dos prováveis desequilíbrios, dependendo do doador. Requer espírito com bastante evolução moral, que seja dado à higiene, cultive a alegria e tenha no amor o alicerce do seu edifício evolutivo; ainda mais: o dom de curar, preparo espiritual e genético, tesouro do coração e das mãos, que a alma recebe ao nascer no mundo.

Se Mesmer familiarizou o magnetismo animal entre as criaturas, devemos a Allan Kardec a conscientização, sem rodeios, do magnetismo espiritual. O passe tornou-se fonte curadora em todos os meios espiritualistas, como provam os fatos. As curas se estendem em todas as vertentes das nações, sem barreiras de credos, de cor e de divisões sociais. Impor as mãos tornou-se um gesto divino e soberano, em ambiente de maior respeito, tendo o Cristo como símbolo dessa fé.

A força magnética, por nós atraída e inoculada no enfermo, sofre uma grande modificação no que se refere à sua composição intrínseca. Sob o controle de hábeis companheiros, se fazem maravilhas. Em mãos inescrupulosas, estende-se o pavor e a discórdia. O magnetismo humano e espiritual obedece à mesma lei, que afiniza almas e as coisas da mesma estirpe. Chamamos a atenção dos que têm o dom de curar para a grande responsabilidade naquilo que doam aos que carecem da saúde, da paz, enfim, do equilíbrio somático.

A elegância dos pensamentos condiciona ambiente de paz em câmbios e recambies de luz. Deveis vos certificar de que todo doador recebe, por justiça de Deus, aquilo que deu por meios inesperados. Já pensastes em injetar nos enfermos desesperados a seiva magnética enlameada de estrias escuras da vingança e do ódio? Já intentastes transmitir - pelas mãos que deveriam abençoar - fluidos em reversões vibratórias, carreando para os doentes o plasma da intolerância, do medo e da discórdia? Já meditastes nas consequências advindas de passes acionados por mentes hipnotizadas pela luxúria, pela brutalidade e pelo ciúme?

Pois pensai nisto, que a razão vos dirá o que deveis fazer no campo das reformas, no âmbito de aprender a servir melhor. A mente é a fonte energética de todas as doações fluídicas. Ela é um laboratório onde os filetes de luz recebem o colorido da sua missão, e a responsabilidade, de quem é? Eis somente um ângulo do pensamento negativo. O medo é sempre companheiro da dúvida. Apaga a claridade do magnetismo, atinge os nervos, perturba o metabolismo, cansa a visão, retarda a digestão, congestiona o fígado, amarra a vitalidade dos intestinos e, em muitos casos, provoca a queda dos cabelos, fazendo, ainda, o coração gastar energia duplicada.

O mediador entre o magnetismo e o enfermo precisa estar em boas condições físicas e espirituais, para que essa bênção da natureza se transforme em bênçãos de Deus nos corações dos que padecem.

Educar as emoções é a nossa meta; esquecer os que nos ofendem é nosso dever; trabalhar em prol da humanidade é a nossa linha de conduta. E o amor é a nossa maior aspiração da vida, porque representa o anseio dos anjos, a vida de Jesus e a constituição de Deus.

Miramez por João Nunes Maia do livro:
Horizontes da Mente

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Declaração de Origem

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sábado, 26 de outubro de 2024

Crenças ultrapassadas

Crenças ultrapassadas

Hammed


"[...] Na infância da Humanidade, o homem o confunde, frequentemente, com a criatura, da qual lhe atribui as imperfeições. Mas, à medida que o senso moral se desenvolve nele, seu pensamento penetra melhor o fundo das coisas, e dele se faz uma ideia mais justa e mais conforme a sã razão, embora sempre incompleta." (O Livro dos Espíritos - Questão 11)
É preciso identificar padrões de pensamento deficitários e crenças ultrapassadas que vigem em nossa intimidade, pois muitas de nossas convicções não são fruto de nossas próprias experiências, mas transmitidas de modo acanhado, desde a infância, por pais, avós, amigos, religiosos, professores - enfim, pela sociedade.

Por exemplo, muitos de nós ainda temos noções infantis de Deus (um pai intransigente e austero; um bondoso e alegre "Papai Noel"; um policial implacável e inflexível, armado para nos castigar, etc.), crenças essas que não são mais apropriadas nem suficientes para as necessidades adultas.

Todo dia temos infinitas oportunidades de desvendar as causas de nossos medos e desajustes e de descobrir antigas convicções e conceitos que ainda nos prendem, porém que não mais precisamos aceitar.

O que nos serviu ontem pode não ter mais significado hoje.

Hammed por Francisco do Espírito Santo Neto do livro:
A Busca do Melhor

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