Reflexões de um espírita passando pela Covid

Ulisses Baptista

Ser espírita não te faz imune ao vírus, mas pode te ajudar através do conhecimento e da vibração mental a lidar melhor com ele.

Recentemente temos ouvido uma série de relatos de desencarnes e de aceleração do contágio pelo Corona, o fato é que o vírus não escolhe cor, raça ou classe social, muito menos posicionamento político...

Ser espírita não te conferirá nenhum privilégio, mas te possibilitará lidar com o medo que é um acelerador das doenças. Somos seres imortais, mas estamos lidando com o medo da morte, como se não soubéssemos da imortalidade da alma...

Quando acreditamos que podemos vencer, a nossa mente, que comanda o nosso corpo, ajuda no fortalecimento das nossas células no combate a qualquer doença, mas precisamos também seguir as orientações médicas e tomar os remédios. Temos natureza dupla, espiritual e material, portanto devemos tratar das duas partes.

Lembramos do filósofo romano do século I, Juvenal (Décimo Júnio Juvenal), que eternizou a frase: “Mens sana in corpore sano”, ou seja, “Mente sã em corpo são.” Porém, Juvenal disse mais do isso. Ele falou sobre não temer a morte, suportar os labores e colocar as virtudes acima dos prazeres efêmeros como roteiro de ascensão.

Ser otimista ajuda na cura.

Mas, algumas vezes, o desencarne faz parte da programação e pode ser motivado por algum débito antigo ou mesmo como missão, para servir de exemplo aos demais. Certa vez, um amigo nos lembrou que na epidemia da gripe espanhola, tivemos o desencarne de Eurípedes Barsanulfo, espírita, reconhecidamente tido como grande benfeitor, além de médium de raríssima qualidade, tanto de efeitos físicos como de efeitos inteligentes. Recentemente, tivemos o desenlace de Manolo Quesada, orador e palestrante espírita, igualmente atuante no meio espírita, causado pela Covid. Limitamos aqui a dois exemplos, um antigo e outro atual, apenas para lembrarmos que o fato de sermos espíritas não deixa ninguém imune ao vírus. Os cuidados de prevenção são essenciais.

Parece obvio, mas necessária a lembrança. Cada um de nós carrega um passado que embora não nos lembremos, é o causador do nosso momento atual.

Há o tempo do plantio, do crescimento, e depois, o da colheita... A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória...

Temos visto inúmeros exemplos de que em cada um haverá uma reação à doença, e isso é importante.

Como você irá reagir quando estiver frente a frente com a covid, seja em você ou alguém próximo?

Lembremos de Jesus, o que ele faria? Ficaria isolado esperando passar ou estaria se protegendo com todos os equipamentos existentes, mas agindo? Ele que foi até o vale dos leprosos, onde ficavam aqueles que estavam com a doença, que era a epidemia da época, não o faria agora?

Responda mentalmente...

O fato é que essa resposta é de cada um, e devemos respeitar a escolha de nossos irmãos, esteja ela de acordo ou não com a nossa.

***

Fica aqui, meu testemunho. 

Pessoalmente, reconheço que tomei alguns cuidados, mas que poderiam ter sido melhores.

Não fui até a Covid, mas ela veio até mim no ambiente de trabalho.

Com a doença instalada, tive momentos ruins e outros melhores...

Culpar-se, culpar alguém, ou culpar autoridades, decididamente não irão lhe ajudar e poderão agravar a situação.

Em uma cama de hospital a luta será entre você e você mesmo. Há momentos em que não se consegue simplesmente, lembrar do elementar. Aconteça o que for, será sempre o melhor, pois Deus sabe das necessidades de cada um. Ore bastante...

Você não lutará contra a Covid, mas estará lutando para melhorar sua vibração, ajudando para que o tratamento médico seja eficaz.

Lembremo-nos que o mundo passa por uma transformação, cabe a nós nos readaptarmos. Façamos nossa parte até que a vacina esteja aplicada em todos, então estaremos menos expostos.

Isso também passará, como disse Chico Xavier, mas o mundo não mais será o mesmo...

Assim atravessaremos este momento e com certeza estaremos mais maduros espiritualmente com este grandioso aprendizado.

E paciência, como é difícil, porém extremamente importante!

Tenhamos também em mente que cada um de nós é um ser único, não existem encarnações iguais. A cada um segundo suas obras!

Para finalizar, não podemos esquecer destes valorosos trabalhadores da saúde, que muitas vezes dão a sua vida para nos ajudar. Nosso muito obrigado a eles! Em especial a todos da equipe do Hospital São Camilo - Ipiranga, onde fiquei por 8 dias.

Muito obrigado a todos que me ajudaram orando, vibrando, escrevendo, ligando e principalmente aos espíritos que com certeza me ajudaram a atravessar o meu Deserto de Damasco. Cresci muito com este aprendizado.

"Os olhos que nunca choraram raramente aprendem a ver." - Meimei

Ulisses Baptista
Adm. - RDB

Veja a 2ª parte:

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