sábado, 2 de dezembro de 2017

Afetividade conflitiva

Afetividade conflitiva

Joanna de Ângelis


Divaldo P. Franco e Joanna de Ângelis

A busca da afetividade constitui-se numa ansiosa necessidade de intercâmbio e de relacionamento entre as criaturas humanas ainda imaturas.

Acreditam, aqueles que assim procedem, que somente através de outrem é possível experimentar a afeição, recebendo-a e doando-a.

Como decorrência, as pessoas que se sentem solitárias atormentam-se na incessante inquietação de que somente sentirão segurança e paz, quando encontrem outrem que se lhes constitua suporte afetivo.

Nesse conceito encontra-se um grande equívoco, qual seja esperar de outra pessoa a emoção que lhe constitua completude, significando autorrealização.
Um solitário quando se apoia em outro indivíduo, que também tem necessidade afetiva, forma uma dupla de buscadores a sós, esperando aquilo que não sabem ou não desejam oferecer. É claro que esse relacionamento está fadado ao desastre, à separação, em face de se encontrarem ambos distantes um do outro emocionalmente, cada qual pensando em si mesmo, apesar da proximidade física.

Faz-se imprescindível desenvolver a capacidade de amar, porque o amor também é aprendido. Ele se encontra ínsito no ser como decorrência da afeição divina, no entanto, não poucas vezes adormecido ou de não identificado, deve ser trabalhado mediante experiências de fraternidade, de respeito e de amizade.

Partindo-se de pequenas conquistas emocionais e de júbilos de significado singelo, desenvolve-se mediante a arte de servir e de ajudar, criando liames que se estreitam e se ampliam no sentimento. Estreitam-se, pelo fato de aprender-se união com outrem e ampliam-se mediante a capacidade de entendimento dos limites do outro, sem exigências descabidas nem largas ao instinto perturbador de posse nas suas tentativas de submissão alheia...

Resultante de muitos conflitos que aturdem o equilíbrio emocional, esses indivíduos insatisfeitos, que se acostumaram às bengalas e às fugas psicológicas, pensam que através da afetividade que recebam lograrão o preenchimento do vazio existencial, como se fosse uma fórmula miraculosa para solucionar-lhe as inquietações.

Os conflitos devem ser enfrentados nos seus respectivos campos de expressão e nunca mediante o mascaramento das suas exigências, transferindo-se de apresentação.

Os fatores psicológicos geradores dessas embaraçosas situações são muito complexos e necessitam de terapêuticas cuidadosas, de modo que possam ser diluídos com equilíbrio, cedendo lugar a emoções harmônicas propiciadoras de bem-estar.

Nesse sentido, a afetividade desempenha importante labor, qual seja o desenvolver da faculdade de amor com lucidez, ampliando o entendimento em torno dos significados existenciais que se convertem em motivações para o crescimento intelecto-moral.

Quando se busca o amor, possivelmente não será encontrado em pessoas, lugares ou situações que pareçam propiciatórias. É indispensável descobri-lo em si mesmo, de modo a ampliá-lo no rumo das demais pessoas.

Qual uma chama débil que se agiganta estimulada por combustível próprio, o amor é vitalizado pelo sentimento de generosidade e nunca de egoísmo que espera sempre o benefício antes de proporcionar alegria a outrem.

Na imaturidade psicológica, cada qual aspira a compensações afetivas, como os prazeres que
se derivam do sexo, da companhia constante, das doações pessoais e generosidades, sem a preocupação de ser aquele que se torna gentil e afável...

A predominância do egoísmo tolda-lhe a visão saudável do sentimento de afetividade e impõe-lhe exigências descabidas que, invariavelmente, o tornam vítima das circunstâncias. 

Em tal condição, sentindo a impossibilidade de amar ou de ser amado, procura, aflito, despertar o sentimento de compaixão, apoiando-se na piedade injustificada.

As pessoas devem inspirar amor, em vez de comiseração.

Desse modo, a única alternativa de significado na existência é a conquista do amor.

Se experimentas solidão no teu dia-a-dia, faze uma análise cuidadosa da tua conduta em relação ao teu próximo, procurando entender o porquê da situação.

Sê sincero contigo mesmo, realizando um exame de consciência a respeito da maneira como te comportas com os amigos, com aqueles que se te acercam e tentam convivência fraternal contigo.

Se és do tipo que espera perfeição nos outros, é natural que estejas sempre decepcionado, ao
constatares as dificuldades alheias, olvidando, porém, que também és assim.

Se esperas que os outros sejam generosos e fiéis no relacionamento para contigo, estuda as  tuas reações e comportamentos diante deles.

Os teus conflitos procedem de muitas ocorrências desta como de outras existências, que ficaram assinaladas por equívocos e malversações dos sentimentos do nobreza.

Todos conduzem marcas dolorosas de comportamentos doentios que se instalaram no inconsciente profundo e ressurgem imperiosos exigindo reparação. Insegurança, instabilidade, solidão, desconfiança e tormentos interiores fazem parte da agenda de reequilíbrio a que te deves ajustar, a fim de avançares saudável no rumo da felicidade.

Outros, no entanto, procedem desta existência, quando as circunstâncias no lar te impuseram a família difícil, os pais arbitrários, os amigos descuidados, o desinteresse quase generalizado pelas tuas diversas necessidades, que tiveste de ocultar, transformando-as em refúgios conflitivos.

A bênção da vida é o ensejo edificante de refazimento de experiências e de conquistas de patamares mais elevados, algumas vezes com sacrifício.

Não te atormentes, portanto, se escasseiam nas paisagens dos teus sentimentos as compensações do afeto e da amizade.

Observa em derredor e verás outros corações em carência, à tua semelhança, que necessitam
de oportunidade afetiva, de bondade fraternal.

Exercita com eles o intercâmbio fraterno, sem exigências, não lhes transferindo as inseguranças e fragilidades que te sejam habituais.

É muito fácil desenvolver o sentimento de solidariedade, de companheirismo, bastando que ofereças com naturalidade aquilo que gostarias de receber.

A princípio, apresenta-se um tanto embaraçoso ou desconcertante, mas o poder da bondade é tão grande, que logo se fazem superados os aparentes obstáculos e, à semelhança de débil planta que rompe o solo grosseiro atraída pela luz, desenvolve-se e torna-se produtiva conforme a sua espécie...

Não recues ante a necessidade da experiência de edificação do bem em tua existência.

Porque desconheces a complexidade dos comportamentos nas existências de outras pessoas, supõe que toda a carga de aflições está somente sobre os teus ombros.

Observa com cuidado e verás a multidão aturdida, agressiva, estremunhada, que te parece antipática e infeliz. Em realidade, é constituída de pessoas como tu mesmo, fugindo para lugar nenhum, sem coragem para o autoenfrentamento.

Contribui, jovialmente, quando e como possas, para atenuar algum infortúnio ou diminuir qualquer tipo de sofrimento que registres.

Esse comportamento te facultará muito bem e, quando menos esperes, estarás enriquecido pela afetividade que doas e pela alegria em fazê-lo.

Ninguém pode viver com alegria sem experienciar a afetividade.

A afetividade é mensagem do amor de Deus, estimulando as vidas ao crescimento e à sublimação.

A afetividade deve ser distendida a todos os seres sencientes, o que equivale dizer, aos vegetais, animais, seres humanos, ampliando-a por toda a Natureza.

Quando se ama, instalam-se a beleza e a alegria de viver.

A saúde integral, sem dúvida, é defluente da harmonia do sentimento pelo amor com as conquistas culturais que levam à realização pessoal, trabalhando pelo equilíbrio e funcionamento existencial.

 Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro:
Atitudes renovadas

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